"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." Provérbios 4:23
Refletindo um pouco sobre esse versículo que desde minha adolescência me chamou a atenção, penso que na queda do ser humano através do pecado, pode ter ocorrido uma inversão entre espírito e alma na liderança do ser humano no que diz respeito ao seu próprio ser. Não afirmo, apenas cogito, mas tudo me leva a crer que sim. Se é uma revelação do Espírito (Santo) no espírito não o sei, uma vez que a teologia pertence ao campo da alma: intelecto, pensamentos e emoções.
Adão e Eva viviam na presença de Deus, se relacionavam diretamente com o Criador. O espírito, a alma e o corpo recebiam o impacto direto de Deus. Que tremendo isso não era! Porém com a queda o corpo assumiu a liderança (executou a atitude) que passou a ser guiado, influenciado e dirigido pela alma (vontade). O espírito ficou recluso porque ele não mais se relacionava diretamente com Deus.
O nosso espírito responde a Deus que é imutável, dando firmeza e direção constante. Em Deus "não há mudança nem sombra de variação", conforme Tiago 1:17b. A nossa alma responde ao mundo que nos rodeia, recebendo suas impressões, sendo que esse mundo vive em um contínuo fluxo de alternância. Mas é a alma que determina a direção da vida e ela pode responder ao espírito ou rechaça-lo.
Para que o nosso espírito passe a se relacionar com Deus novamente, ele precisa ser regenerado pelo Espírito Santo e assim poderemos, novamente, viver em adoração, comunhão e recebermos revelação divina direta. Esses são os três propósitos que Deus criou o espírito no homem: 1) Adoração, 2) Comunhão, e 3) Revelação. Enquanto essa regeneração não ocorrer através do reencontro com o Espírito Santo, o coração dita as regras para onde ir. Essa regeneração acontece do nascimento da água (que está relacionado com a alma e explicarei mais adiante) e do Espírito que comentei em texto anteriormente enviado ( https://tempodagracadedeus.blogspot.com/2019/09/nascer-da-agua-e-do-espirito.html ). Quem nasce do Espírito é espírito, significando que de uma forma diferente daquela ideal da criação planejada por Deus, o homem poderá ser novamente guiado pelo espírito, desta feita, regenerado e vivificado em Cristo Jesus.
Já a alma, que se revelou contra Deus no jardim do Éden, precisa ser salva, pois é culpada de morte; é a fonte da rebelião! Perceba que "o espírito abandona o pó e volta a Deus que o deu." (Eclesiastes 12:7b), mas a alma terá morte ou vida eterna.
Deus lida com a alma através desse princípio de rebelião, "Porquanto a rebeldia é como o próprio pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria!" (1 Samuel 15:23a). Por isso essa alma precisa se submeter, se humilhar e aceitar o nascimento da água que se traduz no aceitar a Jesus Cristo como galardoador da vida eterna para sua alma. Rebeldia e arrogância, quer algo mais indicativo do humanismo que impera no homem atualmente?
Por isso que o mero entendimento intelectual (mental) de quem é Jesus Cristo SEM a rendição total, não produz salvação. Agora consigo compreender o que eu mesmo escrevi na última página da minha Bíblia que ganhei quando ainda adolescente:
Na segunda guerra mundial quando os aliados foram fazer o acordo de rendição da Alemanha, a própria Alemanha quis impor uma certa condição para sua rendição e os aliados foram enfáticos: nós não aceitamos condições, mas determinamos a rendição total, completa, incondicional ou pagarão o preço da continuidade da guerra e sua destruição total. Eles estavam na condição de senhores e juízes!
É essa mesma rendição que Deus determina. Ele pode ser nosso aliado remidor ou destruidor eterno, basta você escolher. "Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos." Atos 17.30-31 (Ênfase do autor)
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