domingo, 24 de maio de 2009

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte VI

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia cinco - Enxergando A Vida Do Ponto De Vista De Deus
Por Scott Mooney

À luz do seu contraste entre a vida temporal e a vida eterna, Warren agora prossegue numa maior elaboração da vida temporal. “O modo de você definir a vida determina o seu destino.”, ele diz (p. 41). Com isto, ele reforça seu ponto de vista de que a criatura pode, de alguma forma, determinar a realidade para o Criador. Este já é, a esta altura, um tema bem estabelecido no pensamento de Warren. Em sua forma de pensar, portanto, ele tenta responder a questão de como a criatura deveria definir a realidade da vida humana. Ele sugere que isto pode ser melhor compreendido em termos de uma metáfora. Depois de pesquisar várias metáforas “falhas”, ele então passa a considerar metáforas “bíblicas”, as quais, ele argumenta, são uma escolha melhor. Estas são apresentadas em termos de “a visão que Deus tem da vida”, que “a Bíblia oferece” (p. 42).

É bastante significativo que Warreen apele para Romanos 12:23 como a base de sua abordagem. Ele declara confiantemente “A Bíblia diz,” e então nos apresenta o seguinte: “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhe­cerão a vontade de Deus” (p. 42). Isto não é a Bíblia. Esta é uma paráfrase chamada “Bíblia na Linguagem de Hoje”. Embora afirme ser uma tradução da Bíblia, é de fato uma obra produzida com base na teoria da “equivalência dinâmica”, proposta por Eugene Nida. A preocupação principal da “equivalência dinâmica” é exprimir o pensamento do original, porém sem usar necessariamente as palavras originais. Esta interpretação moderna “dinâmica” de Romanos 12:2 é contrária a todas as traduções autênticas das Escrituras que buscam o mais alto grau de exatidão vis-à-vis o que está realmente sendo dito nos manuscritos originais. Por exemplo, na versão Almeida Revista e Corrigida este texto está assim: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” O leitor notará imediatamente a dramática diferença entre “transformai-vos” e “deixem que Deus os transforme”. A segunda frase parece mais nobre, porque credita a Deus o poder transformador, mas na realidade a paráfrase tomou a ordem direta “transformai-vos” e a transformou em um conselho de que deveríamos nos prover dos conhecimentos de Deus.

É extremamente irônico que este texto em particular fosse alterado desta forma. Em seu conteúdo original, este texto ordenava aos crentes em Roma que evitassem fazer exatamente o que os autores das paráfrases, e Warren depois deles, têm feito. “Não vos conformeis com este mundo”. Não vos conformeis com o ideal romano de Homem, que determina seu próprio destino, nem com o Panteão da idolatria romana. O Criador define e determina todas as coisas; a criatura não pode sequer respirar, fora da soberania sustentadora dAquele “com quem temos de tratar” (Hebreus 4:13), por quem “todas as coisas subsistem” (Colossenses 1:17). A ordem do Criador para a criatura é clara: “transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”. Arrependei-vos do ideal romano e do Panteão romano de “deuses”. “Deixem que Deus os transforme” não transforma coisa alguma. Esta é exatamente a mensagem que os humanistas romanos teriam se regozijado em ouvir. “Deveras”, eles teriam dito, “vamos subir ao Panteão e dar permissão aos ‘deuses’ para que nos dêem algo de sua sabedoria superior.” Se ao homem é concedida alguma medida de autonomia, e “deus” é visto como dependente em alguma medida da vontade e permissão do homem, então não importa em nada o que o que outros jargões aparentemente nobres possam acrescentar. “Deixem que Deus os transforme” afirma uma idéia pagã tanto do homem quanto de “deus”. A abordagem de Warren se encaixa como uma luva. No Apêndice 3 Warren oferece uma exaltada defesa acerca das razões pela quais ele incorpora textos de quinze diferentes versões da Bíblia. Mas é muito difícil para um estudante sério da Bíblia evitar a sensação de que o que realmente está acontecendo aqui é um esforço para explorar o jargão moderno de cada paráfrase livre – quanto mais livre melhor – de forma a encontrar exatamente a fraseologia que se adapte ao ponto que Warren quer defender, de forma que a expressão cheia de autoridade “A Bíblia diz” possa ser, de alguma forma, anexado a ele. Romanos 12:2 da Bíblia na Linguagem de Hoje é um dramático exemplo disto.

Tendo citado a paráfrase mencionada acima, ele então afirma, “A Bíblia oferece três metáforas que nos ensinam a visão que Deus tem da vida” (p. 42). Será que Paulo tomou a Bíblia e a levou ao Panteão dos “deuses” e a “ofereceu” como um ponto de vista alternativo? Certamente que não! Se o cristianismo é considerado como um ponto de vista alternativo, então não é mais o cristianismo que está sendo considerado. Deus não tem uma “visão da vida”; Deus criou e define a vida. Um ponto de vista é gerado a partir de uma superioridade espacial / temporal. O homem, a criatura é limitada pela superioridade espacial / temporal; Deus, o Criador, não é. Os homens tem vários pontos de vista; contudo, é uma desonra a Deus reduzir a Sua Palavra a um ponto de vista. A Palavra de Deus não é um conselho de um especialista que podemos desejar considerar; ela é a revelação eterna e cheia de autoridade que define o nosso ser e a nossa tarefa. A visão que um indivíduo tem da vida ou se alinha com a verdade do cristianismo ou não.

Contudo, Warren prossegue com sua abordagem de que Deus nos “oferece” “visão que Deus tem da vida”, consistindo de três metáforas. De acordo com esta visão, a vida é um teste, uma incumbência e uma atribuição temporária. As primeiras duas metáforas são consideradas no presente capítulo e a terceira é reservada para o próximo capítulo. Teste e incumbência são princípios bíblicos válidos. Mas o verdadeiro significado destas duas expressões é distorcido ao interpretá-las fora do contexto bíblico da Criação, do Pecado e da Redenção e ao proclamá-las como metáforas que caracterizam cada momento de nossa existência. De acordo com a idéia de Warren sobre a metáfora do teste, Deus está brincando de gato e rato conosco, deliberadamente colocando todos os tipos de obstáculos em nosso caminho e então observando como lidamos com eles. “Você está sempre sendo tes­tado. Deus constantemente observa sua reação às pessoas, problemas, sucesso, conflitos, enfermidades, decepções e até mesmo em relação ao clima!” (p. 43) Warren encerra este debate sobre o teste citando Tiago 1:12, “Felizes são aqueles que perseveram quando são testados. Depois de serem aprova­dos, eles receberão a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam.” Contudo, Warren deixa de levar em consideração também o verso imediatamente seguinte, Tiago 1:13, “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” Certamente, existem várias ocasiões em que a Escritura relata que Deus colocou Seu povo à prova. Contudo, isto não nos dá garantias para caracterizar a totalidade da vida como um teste contínuo. Muitas das coisas que Warren considera como teste de Deus são, na realidade, conseqüências e tentações do mal. Warren nunca chegou a um consenso com relação ao pecado e ao mal em seu tratado. Aqui, mais uma vez, estava a oportunidade para fazer isto, mas sua visão de que “toda a vida é um teste” leva diretamente a uma distorção da Queda do homem no pecado. Adão e Eva no Jardim do Éden caíram de seu estado original de bondade e perfeição da Criação para o estado de Pecado, um estado de maldade e corrupção. E ainda assim Warren trata o relato de Adão e Eva como apenas mais um exemplo de um teste, ao lado de todos os outros testes. Em sua visão, Adão e Eva simplesmente falharam em um teste. Ele não nos fornece qualquer pista de que com a sua queda veio a corrupção da natureza humana e, de fato, de toda a realidade criada. Em termos de sua tese, as nossas falhas não tem suas raízes na falha de nossos Primeiros Pais, mas simplesmente são paralelas à falha deles.

Sua discussão sobre a metáfora da incumbência é baseada no senso comum evangélico de que Deus possui tudo e, portanto, eu não possuo coisa alguma. Ron Sider, em seu livro Rich Christians in an Age of Hunger (Cristãos Abastados em uma Era de Fome) debateu este ergumento até chegar ao pleno socialismo, que é, na verdade, o resultado mais consistente com este ponto de vista. Porém, este senso comum deixa de lado completamente a “distinção Criador / criatura” e, portanto, lança a propriedade de Deus como Criador e a nossa propriedade como criaturas em uma correlação uma com a outra. Sem uma “distinção Criador / criatura” apropriada, é necessário decidir, no caso de qualquer coisa em particular, se o homem a possui ou se Deus a possui. Tal perspectiva paralisa completamente todo pensamento e atividade econômica. Esta é um senso comum simplista que evita – e até mesmo impede – toda contemplação piedosa da dispensação da pobreza entre os homens. Um exemplo disto aparece no discurso de Warren. Ele pergunta ao seu leitor, “A forma de você administrar o seu dinheiro está impedindo Deus de fazer mais em sua vida?” (p. 46). Primeiro, nos perguntamos como Warren pode se referir ao dinheiro como “o seu dinheiro” quando já havia declarado que Deus possui tudo e nós não possuímos coisa alguma. É impressionante como os evangélicos afirmam de forma convincente que não possuímos coisa alguma e então, em seguida falarem sobre o que devemos fazer com a nossa propriedade! Em seguida notamos que a preocupação está concentrada em se as nossos atos podem evitar que Deus faça mais em nossas vidas. Uma pergunta muito mais produtiva para um cristão considerar seria “A maneira como você administra o seu dinheiro está em conformidade com a Lei de Deus ou é contrária a ela?” Porém, Warren não elaborou uma Doutrina do Pecado que o capacitaria a colocar o assunto nesses termos.

Tampouco ele defendeu de maneira consistente a Deus como sendo o Criador Todo-Poderoso e o Homem como a criatura finita. Desta forma, ele não tem uma linha de pensamento para considerar o assunto em outros termos que não aqueles que colocam o suposto autônomo Homem como potencialmente impedindo um Deus finito de fazer tudo o que Ele poderia. Neste ponto de vista o Homem tem o poder e a iniciativa para apropriar-se dos conhecimentos e recursos de Deus, e portanto, o Homem também deve ter o poder de impedir Deus de agir. A preocupação é se estamos recebendo todo o benefício que potencialmente poderíamos receber do grande poder e conhecimento de Deus, em vez de ser uma preocupação se o padrão da justiça de Deus está sendo mantido. Em contraste com isto, o conselho financeiro bíblico apresenta a Lei de Deus e exige de todos os homens obediência a ela. A preocupação principal do conselho bíblico não é se o indivíduo está experimentando todo o potencial de um recurso que gostamos de chamar de “Deus”. A preocupação principal é se os homens, criados à imagem do Criador, estão sendo fiel à Sua Lei na busca de Sua glória. Certamente, tal busca envolve seu amor uns para com os outros. Mas mesmo o “amor” não pode ser conhecido independentemente de Deus e da Sua lei (Romanos 13:10). Estas questões entre o Cristianismo e o Humanismo podem tornar-se muito complexas, mas o ponto central de cada questão é uma distinção muito simples entre uma perspectiva da realidade e da vida centralizada em Deus ou centralizada no homem.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Levi de Paula Tavares Tavares em agosto/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte V

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia quatro - Criado Para Ser Eterno
Por Scott Mooney

Warren continua no tema da eternidade. Este capítulo se inicia com o ponto "Esta vida é uma preparação para a próxima."(p.36). Ele argumenta que uma vez que fomos feitos à imagem de Deus, então, como Deus, fomos designados para viver por toda a eternidade. Mas então ele questiona, "Embora saibamos que com o tempo todos morreremos, a morte sempre parece anormal e injusta." (p.37). Aqui está uma clara indicação, como se neste ponto qualquer outra indicação fosse necessária, que Warren ainda não chegou a uma decisão definida a respeito do pecado. Ele está completamente atado à dialética Humanista: a realidade universal e inevitável da morte, que todavia nos "parece anormal e injusta."

Vida eterna é o ideal original da Criação para o ser humano. Morte é o juízo devido ao pecado. O Humanista não aceitará isto, e então deve explicar a morte em outros termos. O Humanista Naturalista diz que a realidade observada constitui a ordem natural das coisas. Assim, para ele, a morte é natural e, portanto, é uma perplexidade como seu indomável instinto luta contra ela. O Humanista Espiritualista diz que a realidade observada é uma ilusão. Para ele, também, a morte é natural e, portanto, é uma perplexidade como a vida pode significar qualquer outra coisa além de um período de incubação para o que está do outro lado. Somente o Cristianismo declara que a morte é inimiga (I Coríntios 15:26).

Para Warren, a morte "parece inatural e injusta", contudo, ele fracassa ao explicar porque isso seria assim. Toda a idéia de morte como um juízo devido ao pecado, e portanto inteiramente justa, parece lhe escapar. Ele também elabora "Assim como os nove meses que você passou no útero de sua mãe não tinham um fim em si, mas eram uma preparação para a vida, também a vida é uma preparação para o que vem a seguir." (p.39). Este comentário diz praticamente o mesmo que o Humanista Espiritualista diz: que a morte é na realidade um "nascimento" para a próxima vida. Warren flerta diretamente com a idéia Humanista. Sua Doutrina da Criação é dolorosamente deficiente, como "deus" não pode ser o Deus do Cristianismo se o fato central da vida humana é a alicerce do significado de toda a existência, se o Homem determina por si mesmo tolerar ou não uma relação com esse "deus", se o Homem está equipado para "descobrir" qualquer coisa que escolhamos para caracterizar como "deus" revelado, e se o que o Homem "descobre" se torna então o padrão e alicerce de sua vida. Também, sua Doutrina do Pecado é quase interamente ausente, como já vimos. No máximo a sua concepção de pecado dá a Deus algum crédito por ser maior, mais forte e mais esperto que o homem. Pecado, nesta visão, nos retira da presença de Deus, de modo que não temos mais acesso a Seus recursos superiores. Não possuindo uma idéia verdadeiramente bíblica de Criação e Pecado, é então impossível ter uma idéia verdadeiramente bíblica sobre Redenção. Vimos a definição de Warren para Redenção como um "novo início" em sua vida. Contudo, aqui sua ênfase é na Eternidade.

Warren declara que "Seu relacionamento com Deus na terra, determinará seu relacionamento com Deus na eternidade. Se aprender a amar Jesus, o Filho de Deus, e confiar nele, você será convidado a passar o resto da eternidade com ele."(p.37). Contudo, Warren ainda tem que explicar como é que a critura pode determinar algo para o Criador. Ele declarou no Dia Um que por sua própria iniciativa alguém pode iniciar um relacionamento com Jesus, mas não acolheu a questão do por que alguém poderia estar sem tal relacionamento em primeiro lugar. No Dia Três ele indicou que podemos estar sem um relacionamento com Deus devido ao pecado, mas caracterizou o remédio para este problema como um "novo início". Agora ele vai além disso - sem se importar com as pontas soltas - declarando que pelo estabelecimento de tal relacionamento também determinamos nosso destino eterno. Nestas linhas ele também diz "Os atos desta vida definem o destino na próxima." (p.40). De acordo com Warren, uma pessoa pode executar certas funções, ou completar certas tarefas, e como resultado - e como recompensa - um convite será estendido a ele para se juntar a Cristo na eternidade. Aqui vemos mais dramaticamente uma idéia distorcida de Redenção conforme requerida por idéias distorcidas de Criação e Pecado.

A idéia verdadeira e bíblica destas coisas é que Deus, o Criador, criou uma realidade separada e distinta de Si mesmo, e soberanamente determina todas as facetas e aspectos desta realidade criada; Pecado é a negação deste fato e rebelião deliberada contra Deus e Sua Lei, trazendo a ira de Deus e a pena de morte sobre o pecador; e Redenção é a iniciativa de Deus, que "...prova Seu amor conosco, em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores." (Romanos 5:8), significando que em Sua morte Cristo tomou a culpa por nossos pecados e o juízo de morte sobre si mesmo em nosso favor. O Evangelicalismo sempre reverte a verdade bíblica destas coisas. Sempre somos ensinados que se fizermos algo - orarmos, aceitarmos um dom, abrirmos uma porta - então em recíproca a isto Deus nos fará alguma coisa - nos perdoará os pecados, resolverá nossos problemas e nos convidará para o céu. Warren se adapta a esse molde quando diz que nosso convite para o céu depende primeiramente de aprendermos a amarmos e confiarmos em Jesus. Biblicamente, estamos mortos no pecado e inaptos para amar e confiar em Jesus a menos que, e até que o Espírito Santo desperte nossos corações e nos ministre a Redenção de Deus. Nosso convite para o céu - se, de fato podemos chamar adequadamente assim a Redenção - não é o resultado ou recompensa por nossa decisão de iniciarmos um relacionamento com Jesus; é o único motivo e base de nosso relacionamento com Jesus.

Dados os termos nos quais Warren vê estas coisas, pouco nos surpreende o modo como ele vê a justaposição de realidade temporal e eternal. "A vida é apenas um ensaio geral, antes da verdadeira produção... A terra é um lugar de preparação, a pré-escola, o vestibular para sua vida na eternidade."(p.36). Conforme Warren caracteriza isso, não apenas é nossa a iniciativa para começarmos um relacionamento com Jesus, mas também é nosso o fardo de passarmos por este ensaio oficial com sucesso, de modo que possamos receber um convite para a festa dos atores. Biblicamente, eternidade é a culminação do que Deus está fazendo na realidade temporal, não do que nós estamos fazendo. Deus deseja "...congregar em Cristo todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra" (Efésios 1:10). Nossa tarefa é confessar a Ele, adorá-Lo, e dar graças a Ele por todas as coisas, crer em Sua Palavra procurar Sua Graça para obedecê-la e viver por ela. Nossas vidas neste mundo não nos qualificam para usufruirmos a eternidade com Deus; a Graça eternal de Deus nos qualifica a viver de acordo com Deus neste mundo. A cada dia Warren diverge mais da sabedoria bíblica.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Renato Tavares em julho/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte IV

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia três - O Que Dirige Sua Vida?
Por Scott Mooney

Este capítulo é construído restritamente sobre a idéia de significado e propósito introduzidas no capítulo anterior. Até agora nos foi dito que "Deus" é o “criador”, e nós, a criatura. Contudo não nos foi dito como os pensamentos na mente de Deus fazem par com os nossos, de modo que possamos "descobrir" o que é "revelado". Foi dito que apenas a partir do nosso "relacionamento" com Ele podemos "descobrir" nosso significado e propósito.

Contudo, não foi dito como isso acontece, pois nosso padrão é estar fora, e não dentro de tal relacionamento. Simplesmente nos é garantido que podemos agir, de alguma maneira, para buscar tal relacionamento, e que tendo agido assim podemos, com sucesso, "descobrir" significado e propósito. Contudo, não é dito como a criatura possa determinar algo para o Criador. A chave para resolver estas dificuldades é uma discussão clara e bíblica da Doutrina do Pecado, o que sofrivelmente falta neste tratado, até este ponto.

A idéia do Pecado esteve completamente ausente no Dia Um, este assunto foi mencionado no Dia Dois, e aqui vemos que este ponto é tocado de novo. "Quando Caim pecou, sua culpa o desconectou da presença de Deus" (p.28)[N.T. - a tradução em do livro de Warren para o português feita por James Monteiro dos Reis traz a expressão "fez cair" em vez de "desconectou", como está no original.]. Warren evidentemente escolheu o caso de Caim porque o texto, então, prossegue a respeito dele "... será um fugitivo errante pelo mundo" (Gênesis 4:12). Isto leva bem a seu ponto, que "descreve a maioria das pessoas hoje em dia — perambulando pela vida, sem propósito." (p.28). Contudo, isso não caracteriza precisamente a natureza ou as conseqüências do pecado. Os pais de Caim, Adão e Eva, pecaram e não foram "desconectados da presença de Deus", pois os vemos trazendo sacrifícios a Deus, o que foi o pretexto do pecado de Caim. Se a conseqüência do pecado fosse "sermos desconectados da presença de Deus", então qual seria o significado de Gênesis 4:15, onde Deus "... pos um sinal em Caim..."? No contexto dessa tese, Warren parece querer dizer que estando em relacionamento - conectados - com Deus, nos é permitido "descobrir" nosso propósito, mas que estando fora de tal relacionamento - desconectados - Deus nos veda esta descoberta. Aqui ele declara que pecado é o que causa esta desconexão. Há uma forma de verdade, nisso. Contudo, como recontado acima, as idéias de Warren sobre Criador, criação, homem, existência e significado estão terrivelmente atrapalhadas, e em um estado que não se podem distingui-las das idéias do Humanismo. É crucial para restaurar o verdadeiro significado cristão destas coisas a verdadeira Doutrina bíblica do Pecado. Warren perdeu outra oportunidade de nos prover isto.

"Pecado é qualquer transgressão ou falta de conformidade à Lei de Deus", é o que diz o Pequeno Catecismo de Westminter [1]. Isto é baseado na clara declaração de I João 3:4 "Qualquer que comete pecado também comete iniqüidade, porque pecado é iniqüidade". O pecador é moralmente culpado perante Deus. O pecador não é "desconectado da presença de Deus"; ao invés disso, ele permanece sob a ira de Deus, "pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência" (Colossenses 3:6). Há um verdadeiro sentido no qual o pecador é feito estranho à Graça de Deus, como é expresso em Isaias 59:1-2 "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado para que não possa ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus e o vosso pecado encobre o Seu rosto de vós, para que não vos ouça." O verso um torna extremamente claro que não há nada errado com a audição ou força de Deus. O verso dois explica que se nós não gozamos de seu poder e sua atenção, temos somente a nossos próprios pecados para nos culpar. Isso é uma forma de julgamento. O pecador não é banido, ele é julgado.

De modo geral Warren fixou nossas dificuldades a algum tipo de alienação de Deus, devido a algum pecado. Mas esta discussão sobre esta questão é muito incompleta e dada em termos muito nebulosos. Não nos surpreende, então, ver que o remédio também é expresso em termos bastante nebulosos. Diz ele, "A especialidade de Deus é dar às pessoas um novo início" (p.28). Aqui o pecador é caracterizado como tendo perdido o significado e propósito, os quais deveriam vir de Deus, e a Graça de Deus para com ele é dá-lo outra chance. Warren não tentou definir o pecado, mas concentrou-se nos resultados ou conseqüências do pecado, o que ele sugere que seriam, basicamente, sermos "desconectados da presença de Deus". Como Caim, ele diz, o “pecador” da atualidade vaga sem objetivos e sem propósitos pela vida. Sob alicerce tão instável fica impossível dizer o que, exatamente, seria esse "novo início". A clareza da verdadeira mensagem bíblica apresenta distinto contraste com este pábulo.

Biblicamente, o pecador ofendeu a Deus transgredindo Sua Lei, e fica condenado perante Deus. Ele [o pecador] não tem nada de bom em si mesmo, que pelo seus meios possa reparar seu pecado. A Graça de Deus para com ele consiste da Redenção - Sua obra em Cristo, a imputação da culpa dos pecadores a Cristo, que em Sua morte, sepultamento e ressurreição traz expiação dos pecados. O problema do "pecador" não é vagar sem propósitos pela vida. O pecador, do ponto de vista bíblico, escolheu a falta de propósitos ao invés de encarar seu dever para com seu Criador e Juiz. Sua "falta de propósitos" consiste em uma determinação pré-meditada de fugir de Deus. O remédio provido por Jesus Cristo não é um "relacionamento" que nos reconecta à origem cósmica da qual podemos "descobrir" significado e propósito. O remédio, biblicamente falando, é a Redenção - a Expiação de nossos pecados - de modo que a Graça de Deus possa nos atrair e não nos repelir dEle. A cada dia vemos Warren divergindo mais da ortodoxia.

A parte principal deste capítulo é uma pesquisa de várias coisas - culpa, ira, medo, materialismo, necessidade de aprovação - que guiam as vidas das pessoas. Warren argumenta, ao invés disso, que os propósitos de Deus é que deveriam guiar nossas vidas. É nisso que nós vemos a tese subjacente a sua marca registrada " Uma Vida Guiada por Propósitos " [N.T. – Esta é a tradução literal do título do livro]. Dado a forma como ele apresentou o problema - o pecado nos aliena de Deus, e como Caim, nós vagamos errantes pela vida, sem propósitos; Deus nos concede um novo começo, e agora podemos "descobrir" nosso propósito - a idéia de propósito ascende à suprema importância em seu esquema. "Nada é mais importante do que conhecer os propósitos de Deus para sua vida, e nada pode compensar o prejuízo de não conhecê-los." (p.30).

Para evitar que o leitor suponha erroneamente que Warren exagerou na importância de "propósito" ele o define em termos que não deixam dúvida. "O propósito se torna o padrão pelo qual você avalia quais ações são essenciais e quais não são... Sem um propósito claro, ficamos sem alicerce sobre o qual funda¬mentar decisões, destinar o tempo e empregar os recursos" (p.31). Com termos como "Nada é mais importante", "padrão" e "alicerce", é impossível para o leitor evitar a conclusão de que Warren concebe "propósito" como se fosse um deus na vida humana. "Propósito" até pode ser entendido como o poder de Deus. "Não há nada tão potente como uma vida direcionada, que é vivida com um propósito... O após¬tolo Paulo, por exemplo, difundiu o cristianismo no Império Romano praticamente sozinho. Seu segredo era uma vida direcionada" (p.32). Se o "segredo" de Paulo foi concentrar-se em algum "propósito", então não foi o Cristianismo que ele difundiu por todo o Império Romano. O "segredo" de focalizar um "propósito" é uma ideologia de auto-ajuda que Warren rejeitou no Dia Um (veja p. 19).

Warren encerra este capítulo com uma introdução ao terma da eternidade. No final, quando estivermos perante Deus, ele imagina que Deus nos porá duas questões cruciais. Ele propõe que a primeira destas questões será "O que você fez com meu Filho, Jesus Cristo?" (p.34). Colocando o problema deste modo, apenas serve para reiterar uma questão já posta, e que ainda permanece sem a atenção de Warren: Como podemos, de modo significativo, falar de um relacionamento entre Deus e sua criatura como dependendo da iniciativa e poder da criatura? Nos termos desta discussão, poderíamos colocar: Como pode um pecador, morto em seus descaminhos e pecados, fazer algo por Jesus Cristo estando apartado da Graça de Deus? Warren cita João 14:6 "...ninguém vem ao Pai senão por mim". Até o protesto arminiano cita João 15:5 "...sem mim nada podeis fazer." Não resta dúvida que, se questionado diretamente sobre isso, Warren iria concordar com o ensinamento bíblico a respeito do povo de Deus, de que "estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2:5). Porém, aqui ele fala dessas coisas de uma maneira que glorifica a iniciativa e poder humanos, roubando de Deus a glória devida somente a Ele.

Warren imagina que a segunda questão colocada por Deus no final será "O que você fez com o que Eu te dei?" (p.34). Aqui ele se refere a nossos "dons, talentos,oportunidades, energia, relacionamentos e recursos" e se, ou não, nós "os usamos para os propósitos que Deus fez para você". Warren estruturou "propósito" como algo que nós deveríamos, de algum modo, "descobrir" em Deus, e tendo uma vez captado isso, se torne algo mais importante do que qualquer outra coisa, e se torne o padrão e alicerce de nossas ações. Finalmente, ele se torna o critério pelo qual somos julgados por Deus. Fora da imaginação de Warren, nós lemos na Bíblia "Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio de seu corpo, ou bem ou mal" (II Coríntios, 5:10). Seguramente Deus irá nos julgar pelo que fizemos. Mas o critério não será o "propósito". O critério será "bem ou mal". Como podemos determinar bem ou mal? O próprio Deus personifica o padrão de bem e mal, e Sua Palavra nos revela isso.

Warren encheu seu livro com referências à Bíblia (ou, na maior parte, com referências às paráfrases mais modernas da Bíblia), mas até este ponto no livro não foi explicado como deveríamos receber a Palavra de Deus de maneira diferente daquela que recebemos pensamentos que aparecem, que por si só, em nossas mentes. Sem uma clara distinção entre Criador e criatura não pode haver distinção decisiva entre as palavras do "Criador" e as palavras da criatura. Neste caso não pode haver um claro padrão da justiça nas palavras do "Criador", à qual a criatura tem o dever de se submeter. Sem que o pecador se curve com arrependimento perante o Criador pode haver apenas o Humanismo, para o qual cada homem é uma lei para si mesmo. A idéia de Warren de julgamento como um "propósito" não contraria a moralidade Humanista.

Todavia, iremos insistir nisso neste tratado.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com/

Traduzido por Renato Tavares em maio/2008, mediante autorização expressa do autor.

[1] - O autor é calvinista, o que justifica a citação a documentos do Calvinismo. Todavia, os autores do Música Sacra e Adoração consideram o conteúdo geral do artigo de grande valor para a compreensão de conceitos básicos da adoração a Deus, justificando assim sua publicação neste sítio.


Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte III

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia dois - Você Não É Um Acidente
Por Scott Mooney

Warren mais uma vez sustenta a sua promessa, iniciando o segundo dia com sabedoria bíblica no que se refere às origens do ser humano. Nós somos, ele garante, criados por Deus, que atuou em Sua infinita soberania, para controlar todos os fatores envolvidos na criação, nascimento, vida e morte de cada pessoa. Ele é enfático em declarar o ensinamento Bíblico, ainda que pouco popular, de que "O propósito de Deus levou em conta o erro humano e até mesmo o pecado." (p.23). Aqui vemos o aparecimento da idéia do pecado, o que foi sofrivelmente posto de lado no Dia Um.

Waren se alonga nos detalhes a respeito da Doutrina da Criação, mas parece satisfeito ao supor que seus leitores não precisam de explicações adicionais sobre o pecado. Contudo, já vimos que a elaboração da Doutrina do Pecado - de modo consciente - foi desesperadamente necessária no Dia Um. Hoje ela é mencionada, mas faz-se necessário muito mais do que uma simples menção para compensar as deficiências já notadas. Vejamos se as renovadas promessas hão de frutificar.
Warren declara que o homem era o ponto alto nos motivos criativos de Deus. É dito que a Terra foi projetada e criada tendo o homem em mente. Isto está correto, em certo sentido. Mas o leitor já começa a se perguntar se isto compromete a grandeza daquela poderosa premissa fundamental, "A questão não é você." (p.17). O leitor fica até mais desconfiado, e emerge um padrão inquietante de promessa seguida de perto por um desapontamento, conforme deparamos com os demais argumentos de Warren. Ele cita o cientista Dr. Michael Denton, que disse "o universo como um todo foi especialmente criado tendo a vida e a humanidade como principal objetivo e propósito; um conjunto no qual todas as facetas da realidade têm seu significado e explicação nesse fato fundamental"(p.24). Warren então em seguida adiciona sua própria declaração "A Bíblia disse a mesma coisa milhares de anos atrás." (p.24). Ele cita Isaias 45:18 para sustentar sua visão: "Ele é Deus; que moldou a terra... não a criou para estar vazia, mas a formou para ser habitada". Contudo, a afirmação que Deus pretendesse que a Terra fosse habitada por pessoas, dificilmente é o mesmo que se dizer "todas as facetas da realidade têm seu significado e explicação" no "fato central" da vida humana. A declaração do Dr. Denton é clara o bastante, mas está longe de ser claro se sua declaração conclui a mesma coisa que a Bíblia tem dito por milhares de anos. Devemos dar a este ponto escrutínio muito maior do que Warren permitiu.
Parece que Warren salienta este ponto de tal maneira que idéias de significado surgem somente dos cristãos, e que que toda a descrença é caracterizada por falta de significado e desespero. Mas na realidade isso não é exato. Muitos descrentes são guiados por um forte senso de sentido e propósito, e muitos cristão são atormentados pelo desespero. As idéias não cristãs de significado e propósito são falsas, e muitos cristãos erroneamente se entregam a sentimentos de desespero. Simplesmente não é verdade que uma profissão de fé cristã automaticamente resulta em ardente senso de significado e propósito, nem é verdade que a descrença sempre resulte em falta de sentido e desespero. O Dr. Denton pode ser um ótimo cristão, senhores, mas o que ele expressou, conforme citado por Warren, não é uma idéia cristã de significado e propósito. Sua visão tem tudo em comum com Aristóteles, porém nada em comum com as Escrituras. Os antigos gregos procuravam um princípio conclusivo que explicaria e unificaria todas as coisas, e assumiram que a mente humana poderia determinar este princípio. Eles falavam muito sobre "deus", mas seu conceito foi qualquer coisa exceto a idéia bíblica e cristã de um Criador Soberano, Não-Criado, sobre toda a realidade. Apesar de concebidos de diversas formas, seus deuses sempre eram relacionados aos homens, como nós, sujeitos aos conceitos abstratos de verdade e racionalidade. Desse modo, "deus" não teria autoridade para determinar a verdade ou o significado do homem. A idéia grega era precisamente aquela expressa pelo Dr. Denton: a vida humana foi o objetivo e propósito fundamental da realidade, a qual tem seu significado e explicação neste fato central. A filosofia antiga grega foi a epítome do Humanismo. Humanismo, em sua raíz, é simplesmente o esforço para encontrar a explicação e significado da vida e existência sem qualquer conhecimento do Criador. Esta é precisamente a "filosofia" sobre a qual Paulo nos alertou em Colossenses 2:8.
A idéia cristã de significado é exatamente oposta a esta. A idéia cristã é que, a menos que se comece a contemplação de vida e existência com reconhecimento do Criador, não se pode alcançar a verdade. A existência é explicada somente, e apenas somente pelo fato da criação. A existência tem o seu significado somente porque é isto que o Criador determinou que significasse. Procurar explicação e significado sem reconhecimento do Criador não apenas é um descaminho - como também é pecado. É pecado porque falhar ao reconhecer Deus conduz à negação de Deus (ver, por exemplo, Romanos 1:18-32). Não se pode desafiar a indagação não-cristã de significado sem uma inequívoca declaração de pecaminosidade desta indagação. Ao relegar a Doutrina do Pecado a uma mera menção, até este ponto de seu tratado, Warren impediu qualquer avaliação correta das idéias de significado cristãs versus não-cristãs. Não é de se surpreender, portanto, que ele veria uma equivalência entre a declaração do Dr. Denton, que a vida humana é o "fato central" da existência, e a mensagem da Bíblia. Na realidade a mensagem da bíblia é que a Criação é o fato central da existência, e a suposição do homem que sua própria vida é o fato central, que dá significado e explicação a toda existência, é um erro que emerge diretamente de sua negação pecaminosa de Deus.
Warren parecia indicar a idéia cristã de significado na abertura deste capítulo com sua descrição inspiradora da oniciência e onipotência do Soberano Criador. Mas as palavras podem significar muitas coisas diferentes. Faz-se necessária a elaboração do sistema maior aonde palavras são proferidas com o objetivo de conhecer verdadeira e completamente com qual objetivo foram empregadas. Conforme prosseguimos pelo Dia Dois fica difícil manter a presunção de que Warren se refere ao Deus da Bíblia, ao Deus do Cristianismo histórico e bíblico, ao Deus de nossos pais. Na melhor das hipóteses, poderíamos até dizer que Warren interpretou mal as palavras do Dr. Denton. Contudo, quando chegamos às observações de Warren sobre significado e realidade, constatamos que quanto mais ele elabora sua visão, mais sua visão diverge da ortodoxia cristã. Ele declara "Se não houvesse um Deus, seríamos todos 'acidentes', o resultado de um fato extraordinariamente aleatório no universo" (p.25). A partir deste ponto, podemos ver que Warren tenta acolher uma hipótese de que Deus não exista. A verdadeira sabedoria Cristã rejeita isto como uma hipótese totalmente indigna. Esta é a hipótese dos néscios (Salmos 10:4, 14:1, 53:1, Romanos 1:22, I Corintios 1:20). Já vimos ontem que Warren estava disposto a falar da existência do homem sem relação com o Criador. Se isto fosse possível, então o homem possivelmente poderia existir com ou sem a existência de um Criador. Persistindo na tentativa de considerar que tipo de realidade nós teríamos se não houvesse Criador, Warren está disposto a colocar a hipótese de que neste caso, de algum modo, haveria um "universo", e que um acaso aleatório operando neste "universo" poderia de algum modo produzir o homem. Warren está disposto a colocar a hipótese de que o homem ainda poderia existir se não houvesse Deus, mas neste caso sua existência certamente não teria significado. Este desejo de considerar a simples existência de algo separadamente em relação a seu significado é a essência da abordagem Humanística para a realidade: "Deus" é declarado após o fato, como modo de prover algum significado a algo que hipoteticamente poderia existir sem esse "deus". Em forte contraste a isso, a idéia cristã de realidade une existência e significado na Doutrina da Criação. Nada pode existir independentemente de Deus; existência tem esse significado pois é a criação de Deus.
O Humanista fica satisfeito ao falar de "deus" em conexão à questão do significado da vida, desde que a existência da vida esteja estabelecida de modo completamente independente de existir ou não um "deus". Não é surpreendente, então, lermos Warren afirmando: "Descobrimos esse significado e propósito somente quando tomamos a Deus como ponto de referência de nossa vida" (p.25). É bom e correto falar de Deus como "ponto de referência" para uma interpretação correta de toda a realidade. Mas a idéia cristã disso é que Deus invariavelmente é este ponto de referência porque a existência é invariavelmente Sua criação. A verdade disso, com o significado que isto provê, nos é revelado. A distorção Humanista é que "deus" poderia executar sua função ou não, dependendo da preferência autônoma do homem, e se o "homem autônomo" escolhe fazer de "deus" este ponto de referência, então ele poderia a partir daí "descobrir" significado. Devido a poder, sabedoria e conhecimento superiores, o Humanista refere-se a "deus", de modo que ele possa apelar para tal "deus" como evidência do significado de coisas que existam independentemente de "deus". Mas finalmente o Humanista deixa por conta de sua própria mente o arbítrio final destas coisas. Se somos nós quem "fazemos de Deus o ponto de referência para nossas vidas", então não é mais Deus quem tem sido o ponto referencial de nossas vidas. A epistemologia cristã defende que o pecador deve se arrepender e confessar que a não ser que exista o Criador, nada existe, e a não ser que o Criador exaustivamente conheça sua criação, nada tem significado, e que a busca de significado que não começa curvando-se perante Deus é uma busca pecaminosa. Mas estas coisas não podem ser sustentadas sem uma firme e clara Doutrina do Pecado, a qual, até este ponto, Warren ainda não forneceu.


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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com/

Traduzido por Renato Tavares em maio/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte II

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia Um - Tudo Começa Com Deus
Por Scott Mooney

Este livro tem um bom começo. Os três primeiros parágrafos contêm uma promessa que grandes coisas virão. Somos instados a considerar a Deus em primeiro lugar sobre todas as coisas, pois Ele é o Criador de todas as coisas. Foi precisamente neste ponto onde Calvino começou suas Institutas da Religião Cristã, destacando que enquanto o auto-conhecimento e o conhecimento de Deus parecem envolver um ao outro, certamente que o verdadeiro auto-conhecimento depende do verdadeiro conhecimento de Deus.

Prosseguindo, Warren elabora dois possíveis métodos para se alcançar o verdadeiro auto-conhecimento: especulação e revelação. Nisto também ele faz eco com os argumentos de Calvino. Corretamente, ele rejeita a especulação. Uma vez que não somos o Criador, não podemos, portanto, nos pronunciar autoritariamente sobre o significado da criação. Corretamente ele encoraja a revelação, e corretamente identifica a revelação como sendo a Palavra de Deus; a Bíblia. Através de Sua fala, o Criador define a realidade criada. Nosso conhecimento de nós mesmos, e de toda a criação, é verdadeiro se estiver fundamentado na revelação.

Contudo, no que se segue, a grande promessa da introdução é destruída. Warren se afasta de Calvino e da sabedoria bíblica saudável [1]. Em suas Institutas, Calvino segue adiante com a elaboração do impedimento do pecado, e da verdadeira doutrina da Revelação Bíblica. Warren escamoteia o assunto do pecado totalmente. Assim, uma questão crucial não é abordada, e portanto, não é respondida: se nós somos a criação de Deus, então porque há dificuldade em conhecer isto, e em compreendermos a nós mesmos, e a realidade corretamente? Tendo simplesmente pulado toda essa questão, Warren não se preocupa em elaborar uma Doutrina da Revelação. Esse afastamento da sabedoria Bíblica leva a muitos problemas, alguns dos quais são abordados no decorrer do primeiro dia.

Apesar de haver enfatizado a "revelação" sobre a especulação, ele repetidamente fala do verdadeiro auto-conhecimento como algo que possamos "descobrir" (pp.18, 19, 20). Nossa "descoberta", é dito que viria "através de um relacionamento com Jesus Cristo" (p.20). Porém, sem uma idéia clara do pecado em vista, esta idéia do "descobrimento" não pode ser retratada de modo relevante como envolvida na Redenção. Este problema sugere um refinamento da questão acima: se sou uma criação de Deus, porque eu não deveria ter uma relação com Jesus Cristo? De fato, é possível a alguma criatura viver apartada de seu Criador? No entanto, não há qualquer indício de consideração destas questões. Ao invés disso, há apenas a garantia de que depende de nossa própria iniciativa e força começarmos tal relacionamento. Como ele coloca, "Se você não tem esse relacionamento, explicarei mais adiante como iniciá-lo." (p.20). Isto, por sua vez, sugere outras questões; por exemplo, se Deus é o Criador de todas as coisas, e assim determina o significado e objetivo das coisas, então como podemos falar de relacionamento entre Deus e criatura que dependa de iniciativa e poder da criatura? Warren não nos fornece uma explicação.

De fato, se eu "descubro" meu significado e objetivo através de uma iniciativa que eu exercito para iniciar um relacionamento com Jesus Cristo, então o que realmente resta de um "Criador" ou qualquer "revelação" que consista de Sua palavra? Como a Bíblia é essencialmente diferente do Corão, do Talmud, do Upanishads, do Bhagavad Gita, do Vedas, do I-Ching, do Ovid, etc? Como a Bíblia é essencialmente diferente dos pensamentos de minha própria mente? Warren encerra o primeiro dia com o que supostamente seria uma estória inspiradora de um romancista russo e ateu, que estava dominado por grande desespero. E então, "De repente, uma frase apareceu por si só: Sem Deus a vida não faz sentido." (p.21). Como a Bíblia é essencialmente diferente de "subitamente, por si só, uma frase surgiu"? Pode-se sugerir que a experiência do ateu russo é um exemplo da "revelação geral" da natureza. De fato, a ortodoxia bíblica sustenta que os homens são criaturas de Deus, e feitos à Sua imagem; portanto é de sua natureza conhecer este fato e conhecer a Ele, embora que, por causa do pecado, procuram fugir dEle. Mas Warren não promove a discussão, comparando e contrastando a revelação "geral" da natureza, e a revelação especial da Bíblia. O ateu russo é apresentado como que chegando à fé verdadeira através de pensamentos que afloram de sua mente.

A ortodoxia Bíblica sustenta, de um lado, que a revelação geral da natureza é suficiente para que todo homem conheça a Deus, e conheça seu dever para com Deus, e por isso, estamos "inescusáveis" em nossos pecados (Romanos 1:18-23); por outro lado, que somente a revelação especial da Bíblia é suficiente para a regeneração do homem na fé (Romanos 10:6-17). "Revelação" significa que Deus nos revela algo que não poderíamos saber se Ele não nos falasse. Isto é o que diferencia a Bíblia dos demais "textos sagrados". A Bíblia é a palavra do Criador de toda a realidade. Outros textos são palavras de homens. O verdadeiro objetivo cristão é manter uma clara e profunda distinção entre o Criador e a criatura - entre o Deus que define e determina toda a realidade, e o homem que habita, experimenta e é limitado por esta realidade. A autoridade da Bíblia nos pensamentos e vidas dos homens está alicerçada sobre esta distinção. Apartados desta distinção, a mente e os pensamentos de "Deus" não podem ser separados da mente e dos pensamentos dos homens. Neste caso, não haveria distinção significativa entre a Bíblia e quaisquer outras palavras que possamos encontrar.

A mensagem de Warren até então parece ser: 1) O homem é uma criatura de Deus, mas 2) de algum modo a "criatura" pode existir sem relação com o "Criador"; 3) Embora isso possa ser problemático para a criatura, entretanto, ele pode exercitar sua força e iniciativa para entrar em um relacionamento com o Criador; 4) algo que nós temos o hábito de nos referir como "revelação" será, de algum modo, envolvido nesta "descoberta" do significado e objetivo da vida. Os conceitos de Warren para "Deus", "homem", "revelação" e "descoberta" são um tanto quanto nebulosos. Portanto, nestes termos, uma transformação do homem sem significado e sem propósitos para o homem com significado e propósitos é um processo mal definido; a criatura, de algum modo, se transforma naquilo que o Criador o criou para ser. Conforme Warren coloca, trata-se de "se tornar o que Deus pretendia fazer de você ao criá-lo." (p.19).

Em contraste com isso, uma mensagem biblicamente ortodoxa defende que 1) é da natureza da criatura se relacionar com o criador - que nada pode existir apartado desta relação (Colossenses 1:17); 2) que o problema do homem não consiste de uma dificuldade metafísica pela qual carecemos desta relação, mas da dificuldade moral de ser um pecador, que quebrou as leis de Deus e portanto é culpado perante Ele; ou seja, ele não está sem relação com Deus, mas ostenta a relação de um pecador perante seu juiz ao invés de uma relação de um filho perante seu pai; 3) que, portanto, a necessidade do homem não é "iniciar um relacionamento com Jesus", mas encontrar um remédio para o seu pecado; 4) e que a evidência da natureza é suficiente para condenar todo homem que recusa a curvar-se perante seu Criador, mas somente a Palavra autorizada do Criador, que é O único que determina e interpreta toda a realidade, é suficiente para nos ensinar as verdades sobre quem somos, nossos reais pecados, e o remédio provido por Deus em Cristo.

Embora Warren tenha iniciado seu tratado com a promessa de uma "distinção entre Criador/criatura", sua promessa não foi cumprida. Apesar dele anunciar a rejeição da "especulação", no final a visão que ele construiu não poderia ser mais especulativa. Sua caracterização da verdade de Deus como uma "descoberta" humana implica em correlação, não em distinção, do "Criador" e da "criatura". Neste caso, o que o "Criador" e a "criatura" realmente significam? Ou o homem é um pecador que deve se humilhar perante seu Criador para aprender de Sua palavra a verdade sobre o Criador e a criatura, ou então ele é um investigador moralmente "neutro", que deve permanecer livre para determinar o significado de "criador" e "criatura" por si mesmo. Warren deixou o pecado completamente fora desta discussão, ao passo que apartados da verdadeira "distinção entre Criador/criatura" não pode haver idéia realmente bíblica sobre o pecado. Sem uma idéia bíblica sobre o pecado, Warren é forçado a uma assumir posição de defesa da especulação que ele disse rejeitar. Não possuindo uma idéia correta quanto ao problema básico do homem, ele é impedido de sugerir um remédio adequado. Sua solução tem tudo a haver com "relacionamento" e nada a haver com "Redenção". Ainda assim, seus parágrafos iniciais apresentam uma centelha de verdade. Nós devemos manter as esperanças que esta centelha possa ainda arder e que as estas deficiências possam ser superadas nos próximos dias.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Renato Tavares em abril/2008, mediante autorização expressa do autor

[1] - O autor é calvinista, o que justifica a citação a Calvino e algumas citações posteriores a documentos do Calvinismo. Todavia, os autores do Música Sacra e Adoração consideram o conteúdo geral do artigo de grande valor para a compreensão de conceitos básicos da adoração a Deus, justificando assim sua publicação neste sítio.


Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte I

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Introdução

Por Scott Mooney

Meu nome é Scott C. Mooney. Sou somente um homem comum do condado de Coshocton, Ohio (EUA). Estou fazendo esta análise porque:um grupo de estudos de adultos foi formado em minha igreja para ler este livro, a classe de jovens da Escola Dominical que minha filha assiste está estudando este livro,a classe da Escola Cristã de meu filho de 13 anos, que está na sétima série está estudando este livro, líderes pensadores cristãos conhecidos internacionalmente (e os que por enquanto permanecem anônimos) estão respondendo a este livro com entusiasmo.

Tenho visto várias críticas a este livro na internet, mas nenhuma que demonstre como os conceitos fundamentais deste livro são diretamente contrários à essência da verdade cristã. É isto que pretendo fazer no material que coloco à disposição. ... Não vamos simplesmente mergulhar neste livro; vamos discutir este livro. “O coração do justo medita no que há de responder” (Provérbios 15:28).

Conforme publicado em seu website, Rick Warren disse, “A cristandade americana está passando por uma segunda reforma. A primeira Reforma esclareceu aquilo que cremos. Esta reforma é sobre como agimos e operamos no mundo. Ela envolve os componentes chave do propósito, descentralização, mobilização de leigos, uso da tecnologia e aprendizado contínuo. Igrejas que se adaptam estão crescendo e se tornando mais eficientes. Igrejas que se recusam a se adaptar irão perder esta reforma e estão morrendo.”

A falência da “segunda reforma” consiste no fato de que a clareza provida pela “primeira reforma” está sendo coberto de lama. O que acreditamos e o que pensamos é colocado de lado em deferência a como nos sentimos. Empregar o termo “reforma” para descrever o que está acontecendo hoje é ridículo, porque, na realidade isto é anti-reforma.

O livro de Rick Warren está varrendo este país como um tsunami. Ele é louvado, corretamente, por sua eficácia. Porém, a sua maior eficácia está naquilo que nem Warren nem seus apoiadores têm reconhecido, ou seja, na reversão daquilo que a “primeira reforma” nos legou e na corrupção da igreja. Embora Warren advirta sobre uma igreja que está morrendo, seu livro contribui materialmente para a sua consumação.

Cornélio Van Til disse, “Não é gentileza falar para pacientes que precisam de um remédio forte que não há nada sério com eles.” (C. Van Til, The Intellectual Challenge of the Gospel (O Desafio Intelectual do Evangelho) [1958, Phillipsburg, NJ: Presbyterian & Reformed, 1980] p.40). O que está sendo apresentado aqui é o remédio forte. Ele não é apresentado como uma ofensa, mas como uma gentileza ao Sr. Warren e a milhares e talvez a milhões de outros que tem sido apanhados na corrupção da verdade que está incorporada neste livro. A necessidade de arrependimento nunca é tão grande como quando ela se concentra dentro da igreja. A igreja é a igreja de Deus e Ele susterá Seu remanescente. Possa Deus conceder a muitos a graça de ver, ouvir e arrepender-se.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Levi de Paula Tavares em abril/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Nota Explicatória

É impressionante notar nos dias em que estamos vivendo, quantos livros ditos "evangélicos" têm sido escritos e lançados como carniça para os evangélicos comerem. Uma grande maioria deles não passa por crivo algum e são totalmente reprovados quando examinados à luz das Escrituras Sagradas; a Palavra de Deus. São mentiras mascaradas no meio de mensagens bíblicas usadas com sutilezas. Lembre-se que Joseph Goebbels, assessor direto de Adolph Hitler, ministro da propaganda nazista, disse: "A mentira dita mil vezes torna-se verdade".

As editoras evangélicas brasileiras também têm sua parcela de culpa, que eu pessoalmente não acho que seja pequena, por essa confusão e infiltração da mentira no seio da igreja, pois ao invés de empregar homens e mulheres de Deus para examinar os livros de autores brasileiros e, principalmente, Norte-Americanos, reunindo-se para discutirem o real benefício para os cristãos, antes de lançá-los no mercado evangélico, preferem pensar financeiramente o quanto podem ganhar publicando aqui no Brasil um livro que se vendeu aos milhares em outro país qualquer. As editoras evangélicas poderiam ser aliadas, verdadeiras protetoras da igreja, mas não, elas preferem traduzir e publicar rapidamente qualquer best-seller evangélico, mesmo que o livro ataque a verdade bíblica, a fim de se obter lucros. Brincam e jogam com a verdade também. Fica aqui, para essas editoras, o meu alerta baseado em Provérbios 23:23 "Compra a verdade e não a vendas."

Obviamente que uma mentira nunca se tornará uma verdade, mas não quero discutir o pobre Goebbels aqui. Quero alertar veementemente os evangélicos acerca do livro "A Driven Purpose Life" do autor Ricken Warrren, que varreu os Estados Unidos e chegou ao Brasil com tal ímpeto, que passou até mesmo a ser estudado e ensinado rotineiramente nas igrejas evangélicas brasileiras, e entre elas grandes igrejas tradicionais de Curitiba.

Esse autor, Rick Warren, foi dura e corretamente criticado por vários pastores, teólogos e líderes evangélicos, homens sérios que não compactuam com a mentira insidiosa, ressaltando as mentiras e os enganos sutis contidas nesse livro.

Tenha paciência e leia as sequências - partes I a VI - de uma análise feita por um cristão leigo, mas muito conhecedor da Palavra de Deus - assim como todos nós devemos ser - chamado Scott Mooney, de Ohio, nos EUA. Jesus disse "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam." (João 5:39)

Para aqueles que preferirem ir na fonte em Inglês, é só acessar http://purposejourney.blogspot.com . Lá você encontrará a revisão crítica por Mooney dos 40 capítulos desse livro.

Escrito e publicado por Éber Stevão

A IGREJA EVANGÉLICA EM CRISE

“Não será por falta de pastores que as ovelhas sairão deste culto hoje sem alimentos, pois há aqui no mínimo 6 pastores que eu contei”, foi o que ouvi do pastor no início do seu sermão, repleto de fala humana, neste final de semana. Confesso que me sentiria mais alegre, anbençoado e confortado se ouvisse “Não será pela falta da pregação da verdade Bíblica, a Palavra do Cristo vivo, e a convicção do Espírito Santo nos corações, que as suas ovelhas sairão sem alimento hoje”.

A igreja evangélica está em crise porque há muita fala humana e pouca ou quase nenhuma exposição da Palavra. Em não havendo a Palavra manifesta de Deus, o Espírito Santo não pode atuar porque Ele apenas honra a Palavra de Deus e não aquelas ditas, mesmo que fervorosamente, por homens em um momento de emoção espiritual. Palavras proféticas só se cumprem se vierem do trono de Deus, através de homens que falam em o nome de Deus.


Há uma verdade aterroradora nas palavras de John Macarthur: "Os líderes da igreja estão obcecados com o estilo e a metodologia; perderam o interesse pela glória de Deus e se tornaram grosseiramente apáticos quanto à verdade e à sã doutrina."(*)

Se olharmos para a época em que o rei Josias assumiu o trono, vamos entender que o povo de Deus estava perdido, confuso, sem direção, pois seus antepassados não tinham obedecido ao Senhor, tampouco ensinado aos seus descendentes por que caminho andar. Leia II Reis 22:1-20 e deixe o Espírito Santo falar ao seu coração. O mesmo texto pode ser lido no livro de II Crônicas 34.

Como o texto bíblico vai nos dizer, o sumo sacerdote Hilquias manda avisar que achara o “Livro”. O livro encontrado era a Palavra de Deus. Obviamente que o povo não poderia estar vivendo outra situação a não ser as agruras de uma vida humana baseada em um esforço cotidiano que ansiava por uma mudança e direção, pois a Palavra de Deus não estava sendo apregoada.

Após Josias ter rasgado suas vestes por saber em que posição ele também se encontrava, e tendo feito uma limpeza no reino, todo o povo, desde o menor até o maior subiu à casa do Senhor e o Livro foi exaustivamente lido, por ele mesmo, diante de toda a congregação do povo de Judá. E em II Reis 23:3 diz assim: “E o rei se pôs em pé junto à coluna, e fez a aliança perante o SENHOR, para seguirem o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras desta aliança, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo apoiou esta aliança.”

Deus está cansado de performance humana na sua igreja, de convenções dos homens, de programas com 7 passos disso e 10 passos daquilo para conhecer mais a Deus. O que precisa-se fazer na igreja é abrir o LIVRO e lê-lo para que as pessoas ouçam a Palavra, arrependam-se, endireitem seus caminhos e sigam a Cristo. Se não for para isso que existe a igreja, salvar vidas pela pregação da mensagem das boas novas do evangelho de Cristo, para que mais ela existe?

Às vezes penso se a igreja está como um corpo acéfalo, que segue conforme cada membro decide andar. Se assim for, para onde rumamos como corpo de Cristo? Um corpo sem sua cabeça está morto e só pode ser mantido em estado vegetativo, e isso através um ventilador que ministra uma respiração artificial.

Atuações humanas nas igrejas por parte dos seus líderes, "simulando" o poder de Deus, como o paletó da unção, o suór do poder, a saliva de Cristo, os 318 quilos de sal (Vale do sal), a consagração dos dizimistas, o corredor da unção, descarrego, a corrente dos empresários, a porta da esperança, a novela da vida cristã, a água benta, o óleo de Israel, a terra de Israel, a terapia do amor, a fogueira santa de Israel, a corrente dos setenta apóstolos, o Vale da flor, etc., são coisas artificiais! Tudo invenção humana! Uma palhaçada no seu mais amplo sentido. O que estamos presenciando nas igrejas é uma mistura demoníaca de paganismo idólatra, práticas espíritas e culto às relíquias do catolicismo. Cada vez vemos menos pessoas vivendo de um modo que testemunhe o poder e a graça da verdade em suas vidas.

Não use o argumento do apóstolo Paulo descabidamente e fora do contexto, para dizer que a igreja está se "fazendo de louca para ganhar os loucos", pois o apóstolo Paulo se refere ao método de proclamar a Palavra de Deus de forma clara e persuasiva como a "loucura da pregação". (Ver I Coríntios 1:21) O que estamos vendo em algumas igrejas é literalmente a "pregação da loucura"; é mágico evangélico, palhaço evangélico, marionete evangélico, e a última agora, discoteca evangélica; e aí a coisa vai afora.

A igreja de Cristo não precisa de um respirador artificial, mas sim do sopro do Espírito Santo de Deus para viver novamente. "Filho do homem, acaso poderão reviver estes ossos?" (Ezequiel 37:3a) "Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso." (Ezequiel 37:9-10) Amém, que assim seja Senhor Jesus Cristo.

Oremos e choremos para que Deus levante uma Geração Josias nesses dias.

É isso aí. Fique na paz do Amado.

Escrito e publicado por Éber Stevão.



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(*) Macarthur J. A Guerra pela Verdade. 1a. ediçao. São José dos Campos: Editora Fiel, 2008.

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