Antes de qualquer
explanação sobre o tema, gostaria de mais uma vez ressaltar o que já descrevi
na primeira página do blog: “não sou Zuinglioista, nem Calvinista, se quer
Arminianista. Tampouco luteranista, muito menos fundamentalista”. Não me confundam
com “crentes” que gostam de defender mais aos homens do que à Palavra de Deus.
Sou Biblicista e Cristocêntrico, sempre! Que o homem seja, continuamente, anátema.
Muitos pregadores da Palavra de Deus, entre eles Robert Murray McCheyne,
afirmam “erroneamente” que a fé salvadora é um dom de Deus, baseando-se em
Efésios 2:8: “Porque pela graça sois
salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. Quando alguém se apóia na concepção
de que é a fé o dom de Deus, faz uma exegese descontextualizada.
Fundamentados nisso, afirmam que é essa fé, dada por Deus, que vai
culminar na salvação do homem. Portanto, creem que Deus determina quem receberá
esse dom, consequentemente, a salvação. E por fim, a salvação na eleição. Esses
são aqueles que crêem na
doutrina da expiação
parcial, ou seja, que o sacrifício de Jesus Cristo, lá na cruz do
calvário, foi fato tão somente para os eleitos.
Mas, na verdade, quem são os eleitos
mesmo? E se Jesus apenas morreu pelos eleitos, como ficam os que não são
eleitos? Vão para o inferno sem terem o direito de poderem escolher a salvação?
Então, por que ir a todo o mundo pregar o evangelho a toda criatura, se Deus já
tem seus eleitos? E se são eleitos, salvar-se-ão de um jeito ou de outro, mais
cedo ou mais tarde, logo, não se precisa pregar o evangelho. Com isso, Jesus se
enganou em nos comissionar!
Vamos mostrar
biblicamente que esse pensamento parcimonioso é tortuoso e tem suas raízes no
próprio Calvinismo e/ou no Monergismo. E que o fim é crer que não perdemos a
salvação; uma vez salvos, sempre salvos.
Argumentos e revisões
dos textos bíblicos
Primeiro, é necessário referenciar quem
foi Robert Murray McCheyne. Estimado como um dos homens mais semelhantes a Jesus que já
viveu na Escócia. Nascido em Edimburgo, foi educado na Universidade de
Edimburgo. Sua conversão e chamado ao ministério seguiram a morte do irmão mais
novo, David, que orara durante muito tempo por McCheyne. Estudou teologia sob
orientação do teólogo Thomas Chalmers. Durante esse período do século XIX, um
despertamento evangélico varreu a Escócia e levou ao rompimento da Igreja
estabelecida, sendo que quase metade da membresia deixou a Igreja para mudar-se
à Igreja Livre da Escócia em 1843, uma igreja considerada mais evangélica. Esse
foi o mesmo ano da morte de M’Cheyne que faleceu aos 29 anos de idade.
A expiação limitada apregoada pelo Calvinismo diz que Cristo morreu para salvar determinadas
pessoas que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a
eternidade. Sua morte, portanto, foi 100% bem sucedida, porque todos
aqueles pelos quais Ele não morreu receberão a “justiça” de Deus, quando forem
lançados no inferno.
A Sociedade Calvinista no seu site (http://www.sociedadecalvinista.org/)
afirma assim: “Precisamos nos lembrar de que um dos pontos cardeais do Novo
Testamento refere-se à inclusão dos gentios no plano da salvação de Deus. A
salvação era dos judeus, mas não restrita aos judeus. Onde quer que seja dito
que Cristo morreu por todos, algum limite precisa ser acrescentado, ou a
conclusão teria de ser o universalismo ou a mera expiação potencial.”
Tenho
muita dificuldade em entender essa afirmação de Calvino, e pior ainda, em
aceitar a imposição dos Calvinistas de que deva existir um limite.