“Tobias, que era do país de Amom, estava com ele e disse: - Que tipo de muralha eles poderão construir? Até mesmo uma raposa poderá derrubá-la! Sambalate e Tobias e os povos da Arábia, Amom e Asdode ficaram muito zangados quando souberam que nós estávamos continuando o trabalho de reconstrução das muralhas de Jerusalém e que as suas brechas já estavam sendo fechadas. Então eu armei o povo com espadas, lanças e arcos e flechas e os coloquei, por grupos de famílias, atrás da muralha, em todos os lugares onde ela ainda não estava consertada. Daí em diante, metade dos homens trabalhava enquanto os outros ficavam de guarda, armados com lanças, escudos, arcos e flechas e armaduras. E as autoridades deram todo o seu apoio às pessoas. E assim, todos os dias, desde o nascer do sol até a hora em que as estrelas apareciam de noite, metade de nós trabalhava nas muralhas enquanto os outros ficavam de guarda, armados com lanças. Nem eu, nem os meus companheiros, nem nenhum dos meus empregados ou guarda-costas tirávamos as nossas roupas, nem mesmo para dormir. E todos nós estávamos sempre com as nossas armas nas mãos.” (Neemias 4:3, 7, 13, 16, 21 e 23)
Nessa minha nova leitura do Velho Testamento, tem sido muito interessante perceber que os livros de I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras e Neemias, além do seu conteúdo específico, têm sido revelados pelo Espírito Santo, como livros de guerra espiritual franca e aberta contra o inimigo. Eles têm me orientado como devo me posicionar nesses dias maus e finais que estamos vivendo e almejo se sirva de orientação de Deus para sua vida também.
A luta nesses dias é grande e o inimigo tem se levantado para tentar obstruir o caminho de todo aquele que serve ao Senhor Jesus Cristo, mas a vitória é nossa, pelo sangue de Jesus. Amém
Estamos sendo chamados para uma grande obra, assim como o povo de Israel foi chamado para reconstruir os muros de Jerusalém. Vários ajudaram, mas vemos que um homem chamado Baruque, o fez com grande ardor (Neemias 3:20). Ardor significa energia, intensidade, brasa. De modo inequívoco, onde existe brasa, existe fogo. Foi o FOGO do Espírito Santo que estava sobre ele que o fez trabalhar com paixão.
Talvez o autor e compilador desse livro tenha sido Esdras, mas quem é o protagonista do texto acima, citado de forma salteada, é o próprio Neemias. São dele as palavras. Apesar da posição de destaque desse homem como copeiro na corte de Artaxerxes, e obviamente o rei o tinha como um conselheiro, além da responsabilidade de proteger o rei de um possível envenenamento - não é isso o que me chama atenção - mas sim a sua dedicação, liderança, força de vontade e confiança em Deus em cumprir o seu propósito.
Da mesma forma que Neemias, somos nós. O chamado que você tem é tudo aquilo que está nas suas mãos, suas habilidades, seus talentos. O propósito da sua vida é o que você tem em seu coração, o que você ama, seu sonho.
A oração, o jejum, as qualidade de liderança, a poderosa retórica, as habilidades organizacionais criativas, a confiança nos planos de Deus e a rápida e decisiva resposta aos problemas, caracterizavam Neemias como um grande líder. Que homem de Deus! Mesmo assim, e apesar de tudo isso que pode nos impressionar, vemos outra faceta de Neemias sobressaindo: seu coração estava em Jerusalém; na cidade do Senhor. É uma figura de um homem com o coração em Jesus Cristo. E não foi a sua capacidade humana que fez com que ele fosse vitorioso, mas sim a mão de Deus sobre sua vida; seu chamado, seu propósito.
Durante o período da construção dos muros, as mulheres e os homens comprometidos, guiados por esse líder dinâmico, venceram a conspiração (Neemias 3:9), a zombaria (Neemias 3:20), a preguiça (Neemias 4:6) e as ameaças de agressão física (Neemias 4:17). Certamente, Deus escolheu um homem de coração reto e com um entendimento do chamado e uma visão do propósito, equipando-o com o seu Santo Espírito. Só posso pensar que Neemias estava cheio do FOGO de Deus. O resultado? Foram proezas em Deus, para glória de Deus.
Tobias, que descendia dos Amonitas, povo originado do incesto de Ló com sua filha mais nova, gerando o pai dos amonitas Ben-Ami, diz assim: “Que tipo de muralha eles poderão construir? Até mesmo uma raposa poderia derrubá-la!” (Neemias 4:3b).
Esse sujeitinho representa o próprio satanás, zombando do povo de Deus. Só à guisa de curiosidade, o muro que estava sendo construído media 14 metros de altura por 7 metros de largura. Como poderia uma raposa derrubá-lo? O inimigo é achincalhador e mentiroso. Quando nos levantamos para realizar a obra de Deus, esse inimigo também se levanta, tentando se opor.
As mesmas estratégias que Deus deu a Neemias, servem para nós nos dias atuais. Neemias armou o povo, colocando-os nas brechas (Neemias 4:13). Nós sabemos que “A nossa luta não é contra a carne e o sangue, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6:12). O interessante é observar que Neemias confiava em Deus e sabia que Ele lutaria por eles, o Seu povo (Neemias 4:20b). Mesmo assim, metade daqueles envolvidos na reconstrução dos muros ficava de guarda, armada (Neemias 4:21b). Não devemos baixar a guarda nunca para o inimigo. Eles trabalhavam de dia e serviam de vigia à noite. Eles não se distraíam.
Por isso mesmo, precisamos nos preparar adequadamente para essa guerra e Paulo nos mostra de que forma: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” (Efésios. 6:13-17)
Se assim nos habilitarmos, teremos vitória “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas.” (II Coríntios 10:4)
Os judeus que moravam junto com o inimigo - Amonitas - traziam informações a Neemias dos planos que tinham (Neemias 4:12). O nosso inimigo, representado por Sambalate, Tobias, os povos da Arábia, Amom e Asdode, conforme citados no versículo 7, tentam sempre nos atrapalhar a vida, mas é o próprio forte de Israel, o Deus vivo, quem atrapalha os planos desse inimigo (Neemias 4:15b). Não duvide disso, creia!
No último versículo desse capítulo 4, lemos que as roupas (vestes) não eram tiradas nem mesmo para dormir. Essas vestes dão o sentido de revestir-nos de Jesus Cristo, de toda sua autoridade, para estarmos prontos ao Seu serviço e nunca as tirarmos de sobre nós. Só quem lavou as suas vestes no sangue do Cordeiro é que poderá participar da festa nupcial. “E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mateus 22:11-13)
Se queremos morar no lar que nos está preparado, precisamos ter nossas vestes molhadas no sangue do Cordeiro, pois só “Aqueles que lavam as suas vestes no sangue de Cristo, terão direito á árvore da vida e podem entrar na cidade pelas portas.” (Apocalipse 22:14)
O propósito do nosso chamado na obra de Deus? Pregrarmos a Sua palavra; a Jesus, seu Filho, o Redentor. Não pare, prossiga. Essa é a grande obra que temos para realizar.
Desejo que o seu dia seja muito abençoado.
É isso aí. Fique na paz do Amado.
Escrito e publicado aqui por Éber Stevão