sábado, 20 de fevereiro de 2010

RELIGIÃO UMA BANDEIRA DO INFERNO

Esse é o tema do interessante livro do Glênio Fonseca Paranaguá, que apesar do sobrenome não é do Estado do Paraná, mas nasceu no Piauí. É um revolucionário pastor Batista que prega ostensivamente contra o 'evangelho judaizante' que muitas cmunidades/igrejas 'adoram' pregar, impondo aos seus fiéis a observância de parte das ordenanças do Velho testamento. Em se fazendo isso, inutilizam completamente o segundo e o terceiro capítulo da carta de Paulo aos 'insensatos' Gálatas.

Apesar da forma dele escrever muitas vezes não ser explícita a respeito de quem ou a que grupo ele se refere, mas por conhecimento geral do universo religioso, é possível entender que sua fala se refere às 'seitas' ditas evangélicas.

Ele escreve assim em seu livro:
"Nós usamos as pessoas e dizemos que as amamos e, comumente, só damos valor àquelas que, de algum modo, nos podem beneficiar. Este é um padrão normal nas relações do mercado e uma postura habitual em qualquer movimento religioso. Os tipos espertos e ligeiros merecem toda a consideração e o ativismo é considerado como virtude no estilo sagrado da religiosidade muito atarefada.
A religião mais apreciada é aquela que conserva os seus adeptos bem ocupados com as tarefas mais envolventes possíveis. Quanto mais entretido com atividades extenuantes, quanto mais entulhado de cargos e funções, mais os partidários dos sistemas religiosos são admirados pelos gerentes das crenças cativantes. O repouso espiritual é considerado um defeito enorme, e o descanso sabático é visto com ressalvas e admitido apenas como uma folga depois de uma grande labuta.
O descanso semanal é uma recompensa pelas atividades executadas no período, e uma conquista pelo desempenho. Ele corresponde ao merecimento do esforço desprendido durante seis dias de agilidade, e fala do direito que o operário tem de folgar depois do trabalho cansativo. O ócio sabatino fica incorporado ao sistema produtivo que gratifica o obreiro após o cumprimento das tarefas.
O evangelho é a expressão de uma realidade recém-chegada de cima, e a fé cristã se apóia na novidade plena do reino de Deus. Segundo Jesus, não se põe remendo de pano novo em vestido velho, nem se deposita vinho novo em odres velhos. O evangelho da graça revoluciona todo conceito de avelhantada crença judaizante que, com sua estrutura rígida, perdera a capacidade de entusiasmar as pessoas de outras culturas.
A religião frequentemente faz com que as bênçãos pareçam ser consequência da obediência, mas o evangelho afirma que a obediência é um efeito da graça. Não há comércio no plano do evangelho de Jesus Cristo, e Deus não faz rolo com os homens, condicionando as suas bênçãos aos resultados positivos de pessoas fracassadas.
A chefia religiosa, em qualquer época, age sempre com o mesmo aspecto, já que o procedimento de ontem é igual ao processo de hoje. Vemos como a autoridade de quem determina fica patente no método das orações que ordenam e decretam diante do trono, como se Deus fosse apenas um office-boy a serviço dos oficiais comandantes, dos caudilhos e dos caciques da religiosidade dominante, tornando, assim, mais ridícula a concepção de um deus servilheta.
A vida no evangelho é uma expressão verdadeira e livre da graça em Cristo. No reino de Deus, nenhuma pessoa precisa camelar para merecer o reconhecimento, e também ninguém precisa trabalhar para ser promovido. Todo cristão autêntico sabe que já foi aprovado em Cristo, e que, por isso, não negocia sua aceitação por meio das obras. O descanso no primeiro dia da semana promove uma mudança de paradigma e estabelece que nesse reino o trabalho é uma consequência da operação maravilhosa da graça."

Gostaria de salientar o segundo parágrafo que se aplica muito bem às comunidades evangélicas, principalmente as iniciantes. Os seus líderes impõem um ritmo aos seus 'vassalos' (aí acrescentam eles 'subordinados em Cristo', para amenizar o agravo) tão alucinante que passa a ser uma doença, onde a mísera vítima só vai perceber depois de moribunda. Normalmente a revolta e raiva contra esses líderes aproveitadores (pois fazem com que suas ovelhas aumentem seus negócios religiosos lucrativos) vem logo a seguir e o abandono da convivência é efetivo.

O texto acima como um todo, faz parte de um dos capítulos do livro Religião Uma Bandeira do Inferno, cujo capítulo o autor discursa sobre o negócio da religião e o ócio do evangelho. Faz alusão aos exemplos de Marta e Maria, as duas irmãs de Betânia que receberam a Jesus em sua casa. O assunto é vasto e longo, mas vale a pena meditar nesses poucos parágrafos.


É isso aí.

Escrito e publicado aqui por Éber Stevão

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