Há algum tempo atrás, um amigo me contou que Deus estava fazendo coisas "tremendas" na sua comunidade e que a cada culto, no momento do louvor, aproximadamente 20 a 30 pessoas iam para frente para aceitar a Jesus quando o pastor fazia o apelo. Eu achei aquilo estranho demais e pedi para que ele me explicasse melhor. Ele comentou que o poder do Espírito Santo era tão intenso, devido a unção dos pastores, não era nem mesmo necessário o pregação para que as pessoas aceitassem a Jesus. O que? Combati radicalmente: "Você deve ter enlouquecido junto com os seus pastores! Essa não é a verdade do Evangelho e esse é mais um movimento excêntrico no meio evangélico." Ele ficou sem saber o que dizer e perguntou o que havia de errado no que dissera e queria saber o motivo de eu ter ficado tão incomodado com o que ele achava que seria um grande momento de unidade espiritual na nossa conversa.
Judas, o irmão de Jesus Cristo, que viveu ao lado dEle e certamente aprendeu sobre a dissimulação, dúvida, a controvérsia de seu próprio "irmão" se dizer o Filho Unigênito de Deus, ressaltou na sua carta a absoluta necessidade de que os cristãos fiéis têm de ser guerreiros da verdade.
Judas, o irmão de Jesus Cristo, que viveu ao lado dEle e certamente aprendeu sobre a dissimulação, dúvida, a controvérsia de seu próprio "irmão" se dizer o Filho Unigênito de Deus, ressaltou na sua carta a absoluta necessidade de que os cristãos fiéis têm de ser guerreiros da verdade.
O fato de pessoas estarem aceitando a Jesus Cristo como Salvador no momento do louvor nas comunidades/igrejas, sem terem ouvido o Evangelho, faz com que eu tenha a necessidade de aqui compartilhar o meu sentimento, pois entendo que essa corrente está tomando corpo nas igrejas cristãs. Aceitar a Jesus Cristo como Salvador e fazê-Lo Senhor sim, mas não dessa forma, jamais.
Não quero chamar esse movimento de heresia, mas creio que faz parte da genuína apostasia, uma vez que nega totalmente a eficácia da pregação da verdade do Evangelho de Jesus Cristo, para que as pessoas por Ele se salvem, pois Ele nem precisa ser citado para que as pessoas o aceitam como seu Salvador. Quem sabe essa seja a procura, pessoas à busca de um salvador, mas não um Senhor.
Precisamos amar a verdade de Cristo e examinar as coisas que acontecem nas igrejas sempre de forma crítica, retendo só o que é bom ou o bem. E isso é bíblico (ver I Tessalonicenses 5:21).
Certamente não há qualquer fundamento para esse tipo de "marola" evangélica. Aceitar a Jesus Cristo não é um ato "emocional" ou de uma experiência etérea extra-corpórea. Nunca li nada na Palavra de Deus que nos pede para ficarmos louvando a Deus até que os incrédulos sejam levados a aceitar a Jesus Cristo como Salvador.
Aceitar a Cristo, é uma atitude de vida, um ato consciente que alguém faz após ter escutado e sido (seus pecados) confrontado com a Mensagem das Boas Novas do Evangelho, através de uma atuação profunda do Espírito Santo que dá uma convicção de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, para então, aceitá-lo como Salvador e Senhor. Essa decisão significa, sumariamente, em uma morte do eu, uma renúncia para as coisas desta vida, para se viver uma nova vida nEle e fazer parte dos seus sofrimentos, como nos ensinou o apóstolo Pedro: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos.“ (1 Pe 2.21)
Li um texto muito interessante e que se encaixa exatamente com o meu acima citado incômodo, pois ele não se cala em meu coração. Irei reproduzir uma parte literal do texto. Segue abaixo.
"Quando as falsas doutrinas não são combatidas, elas geram mais confusão e atraem mais pessoas superficiais e insinceras para dentro do aprisco. Se a apostasia não for resistida com vigor, ela se propagará como fermento por meio dos seminários, das denominações, das agências missionárias e de outras instituições cristãs. A falsa doutrina ataca a igreja como um parasita, afetando nosso testemunho coletivo, imunizando as pessoas contra a verdade genuína do evangelho, fazendo proliferar 'discípulos' falsos e insinceros e enchendo a igreja com pessoas que, na verdade, são incrédulas. Servindo-se desses meios, a apostasia tem conquistado igrejas e denominações. De fato, isso já aconteceu, inúmeras vezes, em toda a história da igreja. Tem acontecido especialmente, em grande escala, neste último século e meio, onde quer que se propaguem o modernismo, o liberalismo teológico, a neo-ortodoxia, a 'teologia de processo' e uma hoste de idéias semelhantes. Denominações inteiras (incluindo muitas daquelas que, no passo, proclamavam com clareza o evangelho) foram deixadas em falência espiritual, porque a heresia e a incredulidade foram toleradas, ao em vez de serem combatidas. Obviamente, a causa da verdade é lesada quando isso acontece. As pessoas que abraçam a apostasia são destruídas por ela. As igrejas murcham e morrem por causa da apostasia. Considere o fato de que, já no final do século 1, quando o apóstolo João escreveu Apocalipse 2-3, cinco das sete igrejas na Ásia Menor estavam começando a se desviar da fé ou já eram apóstatas. (Sardes já era apóstata, e Laodicéia estava cambaleando no precipício da rejeição final). A mensagem central de Cristo a todas aquelas igrejas, exceto duas, incluía a ordem de lidar com os apóstatas no meio delas. A batalha pela verdade na igreja sempre foi um conflito muito, muito difícil, mas necessário."
Se esse texto não lhe toca, não lhe diz respeito, algo está muito errado com você e os valores da sua fé em Jesus Cristo precisam ser revisados profundamente para que você caminhe na luz e clareza da verdade. Não se engane com a mentira e tampouco se iluda com ela, pois o levará à morte eterna.
Os evangélicos aceitam muito facilmente qualquer um que se levante pregando algo parecido com o Evangelho, mesmo que ele(a) não pregue a verdade ou a pregue pela metade ou, ainda, insira mentiras no meio da verdade. Interessantemente, para os Peruanos, há um ditado: "Uma meia verdade é uma mentira inteira (completa)". Até parece que os evangélicos não colocam à prova as coisas pregadas por aquela pessoa, e essa atitude os distanciam grandemente da igreja (crentes) de Beréia (ver Atos 17:11).
Até arrisco dizer que mesmo que seja o próprio satanás pregando um outro evangelho, parecido com o verdadeiro Evangelho de Cristo, eles preferem aceitar do que confrontá-lo com a Palavra de Deus. Fazem isso sei lá o motivo, talvez pensem: "Vai que o diabo se converteu!"
Hoje qualquer pessoa que defenda idéias e inovações, por mais esquisitas que sejam, é convidada a participar do diálogo evangélico ou até mesmo a ministrar do púlpito nas igrejas. Agora, se uma outra pessoa indaga com seriedade a exatidão bíblica de uma doutrina que virou onda no movimento evangélico, certamente será silenciado pelos reclames dos demais que o chamam de "caçador de heresias" ou ainda desprezado como um alarmista perturbador da ordem e da paz. Qual ordem mesmo? Qual paz?
Alegam eles que uma conversa é espiritualmente mais edificante do que uma controvérsia, e a fraternidade é sempre melhor do que um conflito, mesmo que seja uma luta pela verdade. Isso na minha concepção é um absurdo!!!
Para concluir: cuidado! O período da apostasia do qual Jesus Cristo falou já se iniciou sobre a face da terra, e ele traz a mentira de que a verdade pode perfeitamente abraçar todas as religiões não cristãs e conviver harmoniosamente com elas. Ainda, cada vez mais, no meio evangélico, teremos pessoas lhe convidando para irem às suas comunidades/igrejas, afirmando que "coisas tremendas de Deus" estão ali acontecendo e que as pessoas quando lá vão, sentem "arrepios e tonturas" (até mexem a cabeça e corpo de foram cambaleante como se tivessem possuídas), sinal da presença de Jesus Cristo naquele local, mesmo se a mensagem dEle não estiver sendo pregado naquele lugar.
Porém, eu, prefiro mais obedecer a Jesus que disse: "Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. Pensem nisso e deem glória a Deus pois o fim está próximo." (Mateus 24:23-27)
É isso aí. Fique na paz.
Escrito e publicado aqui por Éber Stevão