quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ACÃ E JUDAS, UMA TRAIÇÃO DAS COISAS DE DEUS

Acã, um dos soldados da tribo de Judá, havia desrespeitado a palavra de Deus durante a batalha de Jericó. Ao invés de destruir as coisas proibidas e entregar os metais preciosos para o tesouro de Deus, ele levou algumas coisas para a tenda dele. Esse soldado (de Deus) escondera uma capa babilônica, uns 2 kg de prata e cerca de 500 gramas de ouro. A consequência foi grave. Fora os 36 homens que morreram na batalha, também foram destruídos Acã, toda a sua família e todas as suas posses. O texto bíblico dessa história se encontra em Josué capítulo 7.

Não há diferença nenhuma entre Acã e Judas que vendeu o Filho de Deus por um punhado de prata. Assim como Acã, Judas não conseguiu ver que ele estava vendendo a glória de Deus, vendendo o testemunho de Deus.

Nós estamos na mesma circunstância de fraqueza teológica e prática na nossa geração. Os Acãs da nossa geração não são aqueles que estão fora do arraial de Deus (meio cristão), mas são aqueles que estão subindo em púlpitos para dar um sistema de valores completamente errôneo para o povo de Deus.

Estão construindo, cada um deles, a sua própria imagem ou a imagem dos seus seguidores e quando alguém começa agir assim, ele imediatamente se move para o ouro. No final, para esses, sempre tem que ter dinheiro envolvido quando se refere às coisas de Deus. Falham em entender que o sistema todo é uma traição da imagem de Jesus Cristo.

O foco deles acaba sendo como o de Acã e Judas, nos seus próprios objetivos, padrões, na sua própria segurança, no seu próprio entendimento do que é o Reino de Deus e se esquecem de que são apenas uma pequena parcela de algo muito maior do que os valores (dinheiro) desse mundo.

O foco em si mesmo traz fraqueza pessoal, para sua casa, seus amigos e acima de tudo, para a própria igreja. Foi exatamente assim que aconteceu com Acã, não somente ele caiu no buraco, mas levou consigo sua família inteira, seu gado, outras famílias também, tudo foi levado para a escuridão.

Quando você começa a focar em si mesmo, você está abrindo a porta para a destruição na sua própria casa.

O apóstolo Paulo falou à igreja de Corinto, que quando eles vinham para a mesa de santa ceia, eles estavam tão focados em si mesmos, que pegavam o copo e o pão dizendo fazer parte do corpo de Cristo, mas estavam condenando a si mesmos porque não entendiam o que significa o corpo do Senhor.

Não existem estrelas e outros coadjuvantes no corpo de Jesus Cristo. A mão não pode dizer para o braço “eu não preciso de você”. Todos nós somos parte de um só corpo. Nós só temos uma cabeça e estamos nos movendo juntos. A recompensa que o pastor tem não é diferente daquela que tem o irmãozinho simples, sentado e ouvindo a mensagem, enquanto ambos forem fiéis naquilo que receberam como chamado.

Deus nos deixou essa história no Velho Testamento para nos alertar a fim de que não ocorra o mesmo nos dias atuais. Estamos assistindo passivamente o que está acontecendo no meio cristão porque as pessoas vão à igreja, cercam os pastores, ouvem as rádios evangélicas, assistem os programas evangélicos na TV, sempre na busca do que há de novo “para mim hoje”, “como eu posso melhorar e ganhar mais dinheiro”. Tudo é acerca de si mesmo e ninguém se preocupa com aquele miserável que está na porta ao lado.

Paulo nos avisa em Filipenses 2:3-4 para não focarmos nas coisas próprias, mas sim nas necessidades dos outros. Olhe para fora das suas necessidades, busque primeiro o Reino de Deus, pois nós somos a Igreja de Jesus Cristo.

Os líderes/pastores não devem usar a Deus para a sua reputação pessoal. Não vejam na igreja um veículo para notoriedade! Muitas pessoas não conseguem obtê-la no mundo e por isso adentram a igreja. Tenho visto isso várias e várias vezes em diferentes igrejas evangélicas. De repente, surge um ministério de milagres, mais do que de repente surge um grande movimento extemporâneo no corpo de Cristo e tudo é apenas para notoriedade própria, sempre com um caráter de “ser” ou “sermos” algo diferente ou melhor do que os outros, que as outras igrejas. O intuito é ser diferente dos outros, visível e grande no meio dos homens, tão somente.

Mas Paulo nos alerta em Romanos 12:2 para que essa mentalidade (mente), de conformação com o prsente século, seja nova (renovada) em Cristo. Jesus fez de si mesmo uma pessoa sem reputação, submisso e obediente até a morte de cruz. Que isso aconteça conosco também.

Mesmo se algum dia venhamos a pregar para multidões, que possamos guardar essa mentalidade renovada dentro do nosso coração. Mentalidade essa que nos alerta, cada dia, que somos nada mais que pecadores, salvos unicamente pela Graça Divina e que a mão de misericórdia de Deus está sobre nossas vidas. Se Deus tirar a sua mão de qualquer um de nós, independente da nossa posição, estamos mortos; somos nada mais do que réprobros. Se Deus tirar a sua mão de misericórdia de nós, iremos cometer todo tipo de pecado conhecido pela humanidade.

Logo, não há privilégio nenhum, para ninguém, a não ser a Graça que nos salva de nós mesmos. Amém

Escrito e publicado aqui por Éber Stevão


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