domingo, 24 de maio de 2009

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte VI

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia cinco - Enxergando A Vida Do Ponto De Vista De Deus
Por Scott Mooney

À luz do seu contraste entre a vida temporal e a vida eterna, Warren agora prossegue numa maior elaboração da vida temporal. “O modo de você definir a vida determina o seu destino.”, ele diz (p. 41). Com isto, ele reforça seu ponto de vista de que a criatura pode, de alguma forma, determinar a realidade para o Criador. Este já é, a esta altura, um tema bem estabelecido no pensamento de Warren. Em sua forma de pensar, portanto, ele tenta responder a questão de como a criatura deveria definir a realidade da vida humana. Ele sugere que isto pode ser melhor compreendido em termos de uma metáfora. Depois de pesquisar várias metáforas “falhas”, ele então passa a considerar metáforas “bíblicas”, as quais, ele argumenta, são uma escolha melhor. Estas são apresentadas em termos de “a visão que Deus tem da vida”, que “a Bíblia oferece” (p. 42).

É bastante significativo que Warreen apele para Romanos 12:23 como a base de sua abordagem. Ele declara confiantemente “A Bíblia diz,” e então nos apresenta o seguinte: “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhe­cerão a vontade de Deus” (p. 42). Isto não é a Bíblia. Esta é uma paráfrase chamada “Bíblia na Linguagem de Hoje”. Embora afirme ser uma tradução da Bíblia, é de fato uma obra produzida com base na teoria da “equivalência dinâmica”, proposta por Eugene Nida. A preocupação principal da “equivalência dinâmica” é exprimir o pensamento do original, porém sem usar necessariamente as palavras originais. Esta interpretação moderna “dinâmica” de Romanos 12:2 é contrária a todas as traduções autênticas das Escrituras que buscam o mais alto grau de exatidão vis-à-vis o que está realmente sendo dito nos manuscritos originais. Por exemplo, na versão Almeida Revista e Corrigida este texto está assim: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” O leitor notará imediatamente a dramática diferença entre “transformai-vos” e “deixem que Deus os transforme”. A segunda frase parece mais nobre, porque credita a Deus o poder transformador, mas na realidade a paráfrase tomou a ordem direta “transformai-vos” e a transformou em um conselho de que deveríamos nos prover dos conhecimentos de Deus.

É extremamente irônico que este texto em particular fosse alterado desta forma. Em seu conteúdo original, este texto ordenava aos crentes em Roma que evitassem fazer exatamente o que os autores das paráfrases, e Warren depois deles, têm feito. “Não vos conformeis com este mundo”. Não vos conformeis com o ideal romano de Homem, que determina seu próprio destino, nem com o Panteão da idolatria romana. O Criador define e determina todas as coisas; a criatura não pode sequer respirar, fora da soberania sustentadora dAquele “com quem temos de tratar” (Hebreus 4:13), por quem “todas as coisas subsistem” (Colossenses 1:17). A ordem do Criador para a criatura é clara: “transformai-vos pela renovação do vosso entendimento”. Arrependei-vos do ideal romano e do Panteão romano de “deuses”. “Deixem que Deus os transforme” não transforma coisa alguma. Esta é exatamente a mensagem que os humanistas romanos teriam se regozijado em ouvir. “Deveras”, eles teriam dito, “vamos subir ao Panteão e dar permissão aos ‘deuses’ para que nos dêem algo de sua sabedoria superior.” Se ao homem é concedida alguma medida de autonomia, e “deus” é visto como dependente em alguma medida da vontade e permissão do homem, então não importa em nada o que o que outros jargões aparentemente nobres possam acrescentar. “Deixem que Deus os transforme” afirma uma idéia pagã tanto do homem quanto de “deus”. A abordagem de Warren se encaixa como uma luva. No Apêndice 3 Warren oferece uma exaltada defesa acerca das razões pela quais ele incorpora textos de quinze diferentes versões da Bíblia. Mas é muito difícil para um estudante sério da Bíblia evitar a sensação de que o que realmente está acontecendo aqui é um esforço para explorar o jargão moderno de cada paráfrase livre – quanto mais livre melhor – de forma a encontrar exatamente a fraseologia que se adapte ao ponto que Warren quer defender, de forma que a expressão cheia de autoridade “A Bíblia diz” possa ser, de alguma forma, anexado a ele. Romanos 12:2 da Bíblia na Linguagem de Hoje é um dramático exemplo disto.

Tendo citado a paráfrase mencionada acima, ele então afirma, “A Bíblia oferece três metáforas que nos ensinam a visão que Deus tem da vida” (p. 42). Será que Paulo tomou a Bíblia e a levou ao Panteão dos “deuses” e a “ofereceu” como um ponto de vista alternativo? Certamente que não! Se o cristianismo é considerado como um ponto de vista alternativo, então não é mais o cristianismo que está sendo considerado. Deus não tem uma “visão da vida”; Deus criou e define a vida. Um ponto de vista é gerado a partir de uma superioridade espacial / temporal. O homem, a criatura é limitada pela superioridade espacial / temporal; Deus, o Criador, não é. Os homens tem vários pontos de vista; contudo, é uma desonra a Deus reduzir a Sua Palavra a um ponto de vista. A Palavra de Deus não é um conselho de um especialista que podemos desejar considerar; ela é a revelação eterna e cheia de autoridade que define o nosso ser e a nossa tarefa. A visão que um indivíduo tem da vida ou se alinha com a verdade do cristianismo ou não.

Contudo, Warren prossegue com sua abordagem de que Deus nos “oferece” “visão que Deus tem da vida”, consistindo de três metáforas. De acordo com esta visão, a vida é um teste, uma incumbência e uma atribuição temporária. As primeiras duas metáforas são consideradas no presente capítulo e a terceira é reservada para o próximo capítulo. Teste e incumbência são princípios bíblicos válidos. Mas o verdadeiro significado destas duas expressões é distorcido ao interpretá-las fora do contexto bíblico da Criação, do Pecado e da Redenção e ao proclamá-las como metáforas que caracterizam cada momento de nossa existência. De acordo com a idéia de Warren sobre a metáfora do teste, Deus está brincando de gato e rato conosco, deliberadamente colocando todos os tipos de obstáculos em nosso caminho e então observando como lidamos com eles. “Você está sempre sendo tes­tado. Deus constantemente observa sua reação às pessoas, problemas, sucesso, conflitos, enfermidades, decepções e até mesmo em relação ao clima!” (p. 43) Warren encerra este debate sobre o teste citando Tiago 1:12, “Felizes são aqueles que perseveram quando são testados. Depois de serem aprova­dos, eles receberão a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam.” Contudo, Warren deixa de levar em consideração também o verso imediatamente seguinte, Tiago 1:13, “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” Certamente, existem várias ocasiões em que a Escritura relata que Deus colocou Seu povo à prova. Contudo, isto não nos dá garantias para caracterizar a totalidade da vida como um teste contínuo. Muitas das coisas que Warren considera como teste de Deus são, na realidade, conseqüências e tentações do mal. Warren nunca chegou a um consenso com relação ao pecado e ao mal em seu tratado. Aqui, mais uma vez, estava a oportunidade para fazer isto, mas sua visão de que “toda a vida é um teste” leva diretamente a uma distorção da Queda do homem no pecado. Adão e Eva no Jardim do Éden caíram de seu estado original de bondade e perfeição da Criação para o estado de Pecado, um estado de maldade e corrupção. E ainda assim Warren trata o relato de Adão e Eva como apenas mais um exemplo de um teste, ao lado de todos os outros testes. Em sua visão, Adão e Eva simplesmente falharam em um teste. Ele não nos fornece qualquer pista de que com a sua queda veio a corrupção da natureza humana e, de fato, de toda a realidade criada. Em termos de sua tese, as nossas falhas não tem suas raízes na falha de nossos Primeiros Pais, mas simplesmente são paralelas à falha deles.

Sua discussão sobre a metáfora da incumbência é baseada no senso comum evangélico de que Deus possui tudo e, portanto, eu não possuo coisa alguma. Ron Sider, em seu livro Rich Christians in an Age of Hunger (Cristãos Abastados em uma Era de Fome) debateu este ergumento até chegar ao pleno socialismo, que é, na verdade, o resultado mais consistente com este ponto de vista. Porém, este senso comum deixa de lado completamente a “distinção Criador / criatura” e, portanto, lança a propriedade de Deus como Criador e a nossa propriedade como criaturas em uma correlação uma com a outra. Sem uma “distinção Criador / criatura” apropriada, é necessário decidir, no caso de qualquer coisa em particular, se o homem a possui ou se Deus a possui. Tal perspectiva paralisa completamente todo pensamento e atividade econômica. Esta é um senso comum simplista que evita – e até mesmo impede – toda contemplação piedosa da dispensação da pobreza entre os homens. Um exemplo disto aparece no discurso de Warren. Ele pergunta ao seu leitor, “A forma de você administrar o seu dinheiro está impedindo Deus de fazer mais em sua vida?” (p. 46). Primeiro, nos perguntamos como Warren pode se referir ao dinheiro como “o seu dinheiro” quando já havia declarado que Deus possui tudo e nós não possuímos coisa alguma. É impressionante como os evangélicos afirmam de forma convincente que não possuímos coisa alguma e então, em seguida falarem sobre o que devemos fazer com a nossa propriedade! Em seguida notamos que a preocupação está concentrada em se as nossos atos podem evitar que Deus faça mais em nossas vidas. Uma pergunta muito mais produtiva para um cristão considerar seria “A maneira como você administra o seu dinheiro está em conformidade com a Lei de Deus ou é contrária a ela?” Porém, Warren não elaborou uma Doutrina do Pecado que o capacitaria a colocar o assunto nesses termos.

Tampouco ele defendeu de maneira consistente a Deus como sendo o Criador Todo-Poderoso e o Homem como a criatura finita. Desta forma, ele não tem uma linha de pensamento para considerar o assunto em outros termos que não aqueles que colocam o suposto autônomo Homem como potencialmente impedindo um Deus finito de fazer tudo o que Ele poderia. Neste ponto de vista o Homem tem o poder e a iniciativa para apropriar-se dos conhecimentos e recursos de Deus, e portanto, o Homem também deve ter o poder de impedir Deus de agir. A preocupação é se estamos recebendo todo o benefício que potencialmente poderíamos receber do grande poder e conhecimento de Deus, em vez de ser uma preocupação se o padrão da justiça de Deus está sendo mantido. Em contraste com isto, o conselho financeiro bíblico apresenta a Lei de Deus e exige de todos os homens obediência a ela. A preocupação principal do conselho bíblico não é se o indivíduo está experimentando todo o potencial de um recurso que gostamos de chamar de “Deus”. A preocupação principal é se os homens, criados à imagem do Criador, estão sendo fiel à Sua Lei na busca de Sua glória. Certamente, tal busca envolve seu amor uns para com os outros. Mas mesmo o “amor” não pode ser conhecido independentemente de Deus e da Sua lei (Romanos 13:10). Estas questões entre o Cristianismo e o Humanismo podem tornar-se muito complexas, mas o ponto central de cada questão é uma distinção muito simples entre uma perspectiva da realidade e da vida centralizada em Deus ou centralizada no homem.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Levi de Paula Tavares Tavares em agosto/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte V

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia quatro - Criado Para Ser Eterno
Por Scott Mooney

Warren continua no tema da eternidade. Este capítulo se inicia com o ponto "Esta vida é uma preparação para a próxima."(p.36). Ele argumenta que uma vez que fomos feitos à imagem de Deus, então, como Deus, fomos designados para viver por toda a eternidade. Mas então ele questiona, "Embora saibamos que com o tempo todos morreremos, a morte sempre parece anormal e injusta." (p.37). Aqui está uma clara indicação, como se neste ponto qualquer outra indicação fosse necessária, que Warren ainda não chegou a uma decisão definida a respeito do pecado. Ele está completamente atado à dialética Humanista: a realidade universal e inevitável da morte, que todavia nos "parece anormal e injusta."

Vida eterna é o ideal original da Criação para o ser humano. Morte é o juízo devido ao pecado. O Humanista não aceitará isto, e então deve explicar a morte em outros termos. O Humanista Naturalista diz que a realidade observada constitui a ordem natural das coisas. Assim, para ele, a morte é natural e, portanto, é uma perplexidade como seu indomável instinto luta contra ela. O Humanista Espiritualista diz que a realidade observada é uma ilusão. Para ele, também, a morte é natural e, portanto, é uma perplexidade como a vida pode significar qualquer outra coisa além de um período de incubação para o que está do outro lado. Somente o Cristianismo declara que a morte é inimiga (I Coríntios 15:26).

Para Warren, a morte "parece inatural e injusta", contudo, ele fracassa ao explicar porque isso seria assim. Toda a idéia de morte como um juízo devido ao pecado, e portanto inteiramente justa, parece lhe escapar. Ele também elabora "Assim como os nove meses que você passou no útero de sua mãe não tinham um fim em si, mas eram uma preparação para a vida, também a vida é uma preparação para o que vem a seguir." (p.39). Este comentário diz praticamente o mesmo que o Humanista Espiritualista diz: que a morte é na realidade um "nascimento" para a próxima vida. Warren flerta diretamente com a idéia Humanista. Sua Doutrina da Criação é dolorosamente deficiente, como "deus" não pode ser o Deus do Cristianismo se o fato central da vida humana é a alicerce do significado de toda a existência, se o Homem determina por si mesmo tolerar ou não uma relação com esse "deus", se o Homem está equipado para "descobrir" qualquer coisa que escolhamos para caracterizar como "deus" revelado, e se o que o Homem "descobre" se torna então o padrão e alicerce de sua vida. Também, sua Doutrina do Pecado é quase interamente ausente, como já vimos. No máximo a sua concepção de pecado dá a Deus algum crédito por ser maior, mais forte e mais esperto que o homem. Pecado, nesta visão, nos retira da presença de Deus, de modo que não temos mais acesso a Seus recursos superiores. Não possuindo uma idéia verdadeiramente bíblica de Criação e Pecado, é então impossível ter uma idéia verdadeiramente bíblica sobre Redenção. Vimos a definição de Warren para Redenção como um "novo início" em sua vida. Contudo, aqui sua ênfase é na Eternidade.

Warren declara que "Seu relacionamento com Deus na terra, determinará seu relacionamento com Deus na eternidade. Se aprender a amar Jesus, o Filho de Deus, e confiar nele, você será convidado a passar o resto da eternidade com ele."(p.37). Contudo, Warren ainda tem que explicar como é que a critura pode determinar algo para o Criador. Ele declarou no Dia Um que por sua própria iniciativa alguém pode iniciar um relacionamento com Jesus, mas não acolheu a questão do por que alguém poderia estar sem tal relacionamento em primeiro lugar. No Dia Três ele indicou que podemos estar sem um relacionamento com Deus devido ao pecado, mas caracterizou o remédio para este problema como um "novo início". Agora ele vai além disso - sem se importar com as pontas soltas - declarando que pelo estabelecimento de tal relacionamento também determinamos nosso destino eterno. Nestas linhas ele também diz "Os atos desta vida definem o destino na próxima." (p.40). De acordo com Warren, uma pessoa pode executar certas funções, ou completar certas tarefas, e como resultado - e como recompensa - um convite será estendido a ele para se juntar a Cristo na eternidade. Aqui vemos mais dramaticamente uma idéia distorcida de Redenção conforme requerida por idéias distorcidas de Criação e Pecado.

A idéia verdadeira e bíblica destas coisas é que Deus, o Criador, criou uma realidade separada e distinta de Si mesmo, e soberanamente determina todas as facetas e aspectos desta realidade criada; Pecado é a negação deste fato e rebelião deliberada contra Deus e Sua Lei, trazendo a ira de Deus e a pena de morte sobre o pecador; e Redenção é a iniciativa de Deus, que "...prova Seu amor conosco, em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores." (Romanos 5:8), significando que em Sua morte Cristo tomou a culpa por nossos pecados e o juízo de morte sobre si mesmo em nosso favor. O Evangelicalismo sempre reverte a verdade bíblica destas coisas. Sempre somos ensinados que se fizermos algo - orarmos, aceitarmos um dom, abrirmos uma porta - então em recíproca a isto Deus nos fará alguma coisa - nos perdoará os pecados, resolverá nossos problemas e nos convidará para o céu. Warren se adapta a esse molde quando diz que nosso convite para o céu depende primeiramente de aprendermos a amarmos e confiarmos em Jesus. Biblicamente, estamos mortos no pecado e inaptos para amar e confiar em Jesus a menos que, e até que o Espírito Santo desperte nossos corações e nos ministre a Redenção de Deus. Nosso convite para o céu - se, de fato podemos chamar adequadamente assim a Redenção - não é o resultado ou recompensa por nossa decisão de iniciarmos um relacionamento com Jesus; é o único motivo e base de nosso relacionamento com Jesus.

Dados os termos nos quais Warren vê estas coisas, pouco nos surpreende o modo como ele vê a justaposição de realidade temporal e eternal. "A vida é apenas um ensaio geral, antes da verdadeira produção... A terra é um lugar de preparação, a pré-escola, o vestibular para sua vida na eternidade."(p.36). Conforme Warren caracteriza isso, não apenas é nossa a iniciativa para começarmos um relacionamento com Jesus, mas também é nosso o fardo de passarmos por este ensaio oficial com sucesso, de modo que possamos receber um convite para a festa dos atores. Biblicamente, eternidade é a culminação do que Deus está fazendo na realidade temporal, não do que nós estamos fazendo. Deus deseja "...congregar em Cristo todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra" (Efésios 1:10). Nossa tarefa é confessar a Ele, adorá-Lo, e dar graças a Ele por todas as coisas, crer em Sua Palavra procurar Sua Graça para obedecê-la e viver por ela. Nossas vidas neste mundo não nos qualificam para usufruirmos a eternidade com Deus; a Graça eternal de Deus nos qualifica a viver de acordo com Deus neste mundo. A cada dia Warren diverge mais da sabedoria bíblica.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Renato Tavares em julho/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte IV

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia três - O Que Dirige Sua Vida?
Por Scott Mooney

Este capítulo é construído restritamente sobre a idéia de significado e propósito introduzidas no capítulo anterior. Até agora nos foi dito que "Deus" é o “criador”, e nós, a criatura. Contudo não nos foi dito como os pensamentos na mente de Deus fazem par com os nossos, de modo que possamos "descobrir" o que é "revelado". Foi dito que apenas a partir do nosso "relacionamento" com Ele podemos "descobrir" nosso significado e propósito.

Contudo, não foi dito como isso acontece, pois nosso padrão é estar fora, e não dentro de tal relacionamento. Simplesmente nos é garantido que podemos agir, de alguma maneira, para buscar tal relacionamento, e que tendo agido assim podemos, com sucesso, "descobrir" significado e propósito. Contudo, não é dito como a criatura possa determinar algo para o Criador. A chave para resolver estas dificuldades é uma discussão clara e bíblica da Doutrina do Pecado, o que sofrivelmente falta neste tratado, até este ponto.

A idéia do Pecado esteve completamente ausente no Dia Um, este assunto foi mencionado no Dia Dois, e aqui vemos que este ponto é tocado de novo. "Quando Caim pecou, sua culpa o desconectou da presença de Deus" (p.28)[N.T. - a tradução em do livro de Warren para o português feita por James Monteiro dos Reis traz a expressão "fez cair" em vez de "desconectou", como está no original.]. Warren evidentemente escolheu o caso de Caim porque o texto, então, prossegue a respeito dele "... será um fugitivo errante pelo mundo" (Gênesis 4:12). Isto leva bem a seu ponto, que "descreve a maioria das pessoas hoje em dia — perambulando pela vida, sem propósito." (p.28). Contudo, isso não caracteriza precisamente a natureza ou as conseqüências do pecado. Os pais de Caim, Adão e Eva, pecaram e não foram "desconectados da presença de Deus", pois os vemos trazendo sacrifícios a Deus, o que foi o pretexto do pecado de Caim. Se a conseqüência do pecado fosse "sermos desconectados da presença de Deus", então qual seria o significado de Gênesis 4:15, onde Deus "... pos um sinal em Caim..."? No contexto dessa tese, Warren parece querer dizer que estando em relacionamento - conectados - com Deus, nos é permitido "descobrir" nosso propósito, mas que estando fora de tal relacionamento - desconectados - Deus nos veda esta descoberta. Aqui ele declara que pecado é o que causa esta desconexão. Há uma forma de verdade, nisso. Contudo, como recontado acima, as idéias de Warren sobre Criador, criação, homem, existência e significado estão terrivelmente atrapalhadas, e em um estado que não se podem distingui-las das idéias do Humanismo. É crucial para restaurar o verdadeiro significado cristão destas coisas a verdadeira Doutrina bíblica do Pecado. Warren perdeu outra oportunidade de nos prover isto.

"Pecado é qualquer transgressão ou falta de conformidade à Lei de Deus", é o que diz o Pequeno Catecismo de Westminter [1]. Isto é baseado na clara declaração de I João 3:4 "Qualquer que comete pecado também comete iniqüidade, porque pecado é iniqüidade". O pecador é moralmente culpado perante Deus. O pecador não é "desconectado da presença de Deus"; ao invés disso, ele permanece sob a ira de Deus, "pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência" (Colossenses 3:6). Há um verdadeiro sentido no qual o pecador é feito estranho à Graça de Deus, como é expresso em Isaias 59:1-2 "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado para que não possa ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus e o vosso pecado encobre o Seu rosto de vós, para que não vos ouça." O verso um torna extremamente claro que não há nada errado com a audição ou força de Deus. O verso dois explica que se nós não gozamos de seu poder e sua atenção, temos somente a nossos próprios pecados para nos culpar. Isso é uma forma de julgamento. O pecador não é banido, ele é julgado.

De modo geral Warren fixou nossas dificuldades a algum tipo de alienação de Deus, devido a algum pecado. Mas esta discussão sobre esta questão é muito incompleta e dada em termos muito nebulosos. Não nos surpreende, então, ver que o remédio também é expresso em termos bastante nebulosos. Diz ele, "A especialidade de Deus é dar às pessoas um novo início" (p.28). Aqui o pecador é caracterizado como tendo perdido o significado e propósito, os quais deveriam vir de Deus, e a Graça de Deus para com ele é dá-lo outra chance. Warren não tentou definir o pecado, mas concentrou-se nos resultados ou conseqüências do pecado, o que ele sugere que seriam, basicamente, sermos "desconectados da presença de Deus". Como Caim, ele diz, o “pecador” da atualidade vaga sem objetivos e sem propósitos pela vida. Sob alicerce tão instável fica impossível dizer o que, exatamente, seria esse "novo início". A clareza da verdadeira mensagem bíblica apresenta distinto contraste com este pábulo.

Biblicamente, o pecador ofendeu a Deus transgredindo Sua Lei, e fica condenado perante Deus. Ele [o pecador] não tem nada de bom em si mesmo, que pelo seus meios possa reparar seu pecado. A Graça de Deus para com ele consiste da Redenção - Sua obra em Cristo, a imputação da culpa dos pecadores a Cristo, que em Sua morte, sepultamento e ressurreição traz expiação dos pecados. O problema do "pecador" não é vagar sem propósitos pela vida. O pecador, do ponto de vista bíblico, escolheu a falta de propósitos ao invés de encarar seu dever para com seu Criador e Juiz. Sua "falta de propósitos" consiste em uma determinação pré-meditada de fugir de Deus. O remédio provido por Jesus Cristo não é um "relacionamento" que nos reconecta à origem cósmica da qual podemos "descobrir" significado e propósito. O remédio, biblicamente falando, é a Redenção - a Expiação de nossos pecados - de modo que a Graça de Deus possa nos atrair e não nos repelir dEle. A cada dia vemos Warren divergindo mais da ortodoxia.

A parte principal deste capítulo é uma pesquisa de várias coisas - culpa, ira, medo, materialismo, necessidade de aprovação - que guiam as vidas das pessoas. Warren argumenta, ao invés disso, que os propósitos de Deus é que deveriam guiar nossas vidas. É nisso que nós vemos a tese subjacente a sua marca registrada " Uma Vida Guiada por Propósitos " [N.T. – Esta é a tradução literal do título do livro]. Dado a forma como ele apresentou o problema - o pecado nos aliena de Deus, e como Caim, nós vagamos errantes pela vida, sem propósitos; Deus nos concede um novo começo, e agora podemos "descobrir" nosso propósito - a idéia de propósito ascende à suprema importância em seu esquema. "Nada é mais importante do que conhecer os propósitos de Deus para sua vida, e nada pode compensar o prejuízo de não conhecê-los." (p.30).

Para evitar que o leitor suponha erroneamente que Warren exagerou na importância de "propósito" ele o define em termos que não deixam dúvida. "O propósito se torna o padrão pelo qual você avalia quais ações são essenciais e quais não são... Sem um propósito claro, ficamos sem alicerce sobre o qual funda¬mentar decisões, destinar o tempo e empregar os recursos" (p.31). Com termos como "Nada é mais importante", "padrão" e "alicerce", é impossível para o leitor evitar a conclusão de que Warren concebe "propósito" como se fosse um deus na vida humana. "Propósito" até pode ser entendido como o poder de Deus. "Não há nada tão potente como uma vida direcionada, que é vivida com um propósito... O após¬tolo Paulo, por exemplo, difundiu o cristianismo no Império Romano praticamente sozinho. Seu segredo era uma vida direcionada" (p.32). Se o "segredo" de Paulo foi concentrar-se em algum "propósito", então não foi o Cristianismo que ele difundiu por todo o Império Romano. O "segredo" de focalizar um "propósito" é uma ideologia de auto-ajuda que Warren rejeitou no Dia Um (veja p. 19).

Warren encerra este capítulo com uma introdução ao terma da eternidade. No final, quando estivermos perante Deus, ele imagina que Deus nos porá duas questões cruciais. Ele propõe que a primeira destas questões será "O que você fez com meu Filho, Jesus Cristo?" (p.34). Colocando o problema deste modo, apenas serve para reiterar uma questão já posta, e que ainda permanece sem a atenção de Warren: Como podemos, de modo significativo, falar de um relacionamento entre Deus e sua criatura como dependendo da iniciativa e poder da criatura? Nos termos desta discussão, poderíamos colocar: Como pode um pecador, morto em seus descaminhos e pecados, fazer algo por Jesus Cristo estando apartado da Graça de Deus? Warren cita João 14:6 "...ninguém vem ao Pai senão por mim". Até o protesto arminiano cita João 15:5 "...sem mim nada podeis fazer." Não resta dúvida que, se questionado diretamente sobre isso, Warren iria concordar com o ensinamento bíblico a respeito do povo de Deus, de que "estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2:5). Porém, aqui ele fala dessas coisas de uma maneira que glorifica a iniciativa e poder humanos, roubando de Deus a glória devida somente a Ele.

Warren imagina que a segunda questão colocada por Deus no final será "O que você fez com o que Eu te dei?" (p.34). Aqui ele se refere a nossos "dons, talentos,oportunidades, energia, relacionamentos e recursos" e se, ou não, nós "os usamos para os propósitos que Deus fez para você". Warren estruturou "propósito" como algo que nós deveríamos, de algum modo, "descobrir" em Deus, e tendo uma vez captado isso, se torne algo mais importante do que qualquer outra coisa, e se torne o padrão e alicerce de nossas ações. Finalmente, ele se torna o critério pelo qual somos julgados por Deus. Fora da imaginação de Warren, nós lemos na Bíblia "Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio de seu corpo, ou bem ou mal" (II Coríntios, 5:10). Seguramente Deus irá nos julgar pelo que fizemos. Mas o critério não será o "propósito". O critério será "bem ou mal". Como podemos determinar bem ou mal? O próprio Deus personifica o padrão de bem e mal, e Sua Palavra nos revela isso.

Warren encheu seu livro com referências à Bíblia (ou, na maior parte, com referências às paráfrases mais modernas da Bíblia), mas até este ponto no livro não foi explicado como deveríamos receber a Palavra de Deus de maneira diferente daquela que recebemos pensamentos que aparecem, que por si só, em nossas mentes. Sem uma clara distinção entre Criador e criatura não pode haver distinção decisiva entre as palavras do "Criador" e as palavras da criatura. Neste caso não pode haver um claro padrão da justiça nas palavras do "Criador", à qual a criatura tem o dever de se submeter. Sem que o pecador se curve com arrependimento perante o Criador pode haver apenas o Humanismo, para o qual cada homem é uma lei para si mesmo. A idéia de Warren de julgamento como um "propósito" não contraria a moralidade Humanista.

Todavia, iremos insistir nisso neste tratado.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com/

Traduzido por Renato Tavares em maio/2008, mediante autorização expressa do autor.

[1] - O autor é calvinista, o que justifica a citação a documentos do Calvinismo. Todavia, os autores do Música Sacra e Adoração consideram o conteúdo geral do artigo de grande valor para a compreensão de conceitos básicos da adoração a Deus, justificando assim sua publicação neste sítio.


Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte III

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia dois - Você Não É Um Acidente
Por Scott Mooney

Warren mais uma vez sustenta a sua promessa, iniciando o segundo dia com sabedoria bíblica no que se refere às origens do ser humano. Nós somos, ele garante, criados por Deus, que atuou em Sua infinita soberania, para controlar todos os fatores envolvidos na criação, nascimento, vida e morte de cada pessoa. Ele é enfático em declarar o ensinamento Bíblico, ainda que pouco popular, de que "O propósito de Deus levou em conta o erro humano e até mesmo o pecado." (p.23). Aqui vemos o aparecimento da idéia do pecado, o que foi sofrivelmente posto de lado no Dia Um.

Waren se alonga nos detalhes a respeito da Doutrina da Criação, mas parece satisfeito ao supor que seus leitores não precisam de explicações adicionais sobre o pecado. Contudo, já vimos que a elaboração da Doutrina do Pecado - de modo consciente - foi desesperadamente necessária no Dia Um. Hoje ela é mencionada, mas faz-se necessário muito mais do que uma simples menção para compensar as deficiências já notadas. Vejamos se as renovadas promessas hão de frutificar.
Warren declara que o homem era o ponto alto nos motivos criativos de Deus. É dito que a Terra foi projetada e criada tendo o homem em mente. Isto está correto, em certo sentido. Mas o leitor já começa a se perguntar se isto compromete a grandeza daquela poderosa premissa fundamental, "A questão não é você." (p.17). O leitor fica até mais desconfiado, e emerge um padrão inquietante de promessa seguida de perto por um desapontamento, conforme deparamos com os demais argumentos de Warren. Ele cita o cientista Dr. Michael Denton, que disse "o universo como um todo foi especialmente criado tendo a vida e a humanidade como principal objetivo e propósito; um conjunto no qual todas as facetas da realidade têm seu significado e explicação nesse fato fundamental"(p.24). Warren então em seguida adiciona sua própria declaração "A Bíblia disse a mesma coisa milhares de anos atrás." (p.24). Ele cita Isaias 45:18 para sustentar sua visão: "Ele é Deus; que moldou a terra... não a criou para estar vazia, mas a formou para ser habitada". Contudo, a afirmação que Deus pretendesse que a Terra fosse habitada por pessoas, dificilmente é o mesmo que se dizer "todas as facetas da realidade têm seu significado e explicação" no "fato central" da vida humana. A declaração do Dr. Denton é clara o bastante, mas está longe de ser claro se sua declaração conclui a mesma coisa que a Bíblia tem dito por milhares de anos. Devemos dar a este ponto escrutínio muito maior do que Warren permitiu.
Parece que Warren salienta este ponto de tal maneira que idéias de significado surgem somente dos cristãos, e que que toda a descrença é caracterizada por falta de significado e desespero. Mas na realidade isso não é exato. Muitos descrentes são guiados por um forte senso de sentido e propósito, e muitos cristão são atormentados pelo desespero. As idéias não cristãs de significado e propósito são falsas, e muitos cristãos erroneamente se entregam a sentimentos de desespero. Simplesmente não é verdade que uma profissão de fé cristã automaticamente resulta em ardente senso de significado e propósito, nem é verdade que a descrença sempre resulte em falta de sentido e desespero. O Dr. Denton pode ser um ótimo cristão, senhores, mas o que ele expressou, conforme citado por Warren, não é uma idéia cristã de significado e propósito. Sua visão tem tudo em comum com Aristóteles, porém nada em comum com as Escrituras. Os antigos gregos procuravam um princípio conclusivo que explicaria e unificaria todas as coisas, e assumiram que a mente humana poderia determinar este princípio. Eles falavam muito sobre "deus", mas seu conceito foi qualquer coisa exceto a idéia bíblica e cristã de um Criador Soberano, Não-Criado, sobre toda a realidade. Apesar de concebidos de diversas formas, seus deuses sempre eram relacionados aos homens, como nós, sujeitos aos conceitos abstratos de verdade e racionalidade. Desse modo, "deus" não teria autoridade para determinar a verdade ou o significado do homem. A idéia grega era precisamente aquela expressa pelo Dr. Denton: a vida humana foi o objetivo e propósito fundamental da realidade, a qual tem seu significado e explicação neste fato central. A filosofia antiga grega foi a epítome do Humanismo. Humanismo, em sua raíz, é simplesmente o esforço para encontrar a explicação e significado da vida e existência sem qualquer conhecimento do Criador. Esta é precisamente a "filosofia" sobre a qual Paulo nos alertou em Colossenses 2:8.
A idéia cristã de significado é exatamente oposta a esta. A idéia cristã é que, a menos que se comece a contemplação de vida e existência com reconhecimento do Criador, não se pode alcançar a verdade. A existência é explicada somente, e apenas somente pelo fato da criação. A existência tem o seu significado somente porque é isto que o Criador determinou que significasse. Procurar explicação e significado sem reconhecimento do Criador não apenas é um descaminho - como também é pecado. É pecado porque falhar ao reconhecer Deus conduz à negação de Deus (ver, por exemplo, Romanos 1:18-32). Não se pode desafiar a indagação não-cristã de significado sem uma inequívoca declaração de pecaminosidade desta indagação. Ao relegar a Doutrina do Pecado a uma mera menção, até este ponto de seu tratado, Warren impediu qualquer avaliação correta das idéias de significado cristãs versus não-cristãs. Não é de se surpreender, portanto, que ele veria uma equivalência entre a declaração do Dr. Denton, que a vida humana é o "fato central" da existência, e a mensagem da Bíblia. Na realidade a mensagem da bíblia é que a Criação é o fato central da existência, e a suposição do homem que sua própria vida é o fato central, que dá significado e explicação a toda existência, é um erro que emerge diretamente de sua negação pecaminosa de Deus.
Warren parecia indicar a idéia cristã de significado na abertura deste capítulo com sua descrição inspiradora da oniciência e onipotência do Soberano Criador. Mas as palavras podem significar muitas coisas diferentes. Faz-se necessária a elaboração do sistema maior aonde palavras são proferidas com o objetivo de conhecer verdadeira e completamente com qual objetivo foram empregadas. Conforme prosseguimos pelo Dia Dois fica difícil manter a presunção de que Warren se refere ao Deus da Bíblia, ao Deus do Cristianismo histórico e bíblico, ao Deus de nossos pais. Na melhor das hipóteses, poderíamos até dizer que Warren interpretou mal as palavras do Dr. Denton. Contudo, quando chegamos às observações de Warren sobre significado e realidade, constatamos que quanto mais ele elabora sua visão, mais sua visão diverge da ortodoxia cristã. Ele declara "Se não houvesse um Deus, seríamos todos 'acidentes', o resultado de um fato extraordinariamente aleatório no universo" (p.25). A partir deste ponto, podemos ver que Warren tenta acolher uma hipótese de que Deus não exista. A verdadeira sabedoria Cristã rejeita isto como uma hipótese totalmente indigna. Esta é a hipótese dos néscios (Salmos 10:4, 14:1, 53:1, Romanos 1:22, I Corintios 1:20). Já vimos ontem que Warren estava disposto a falar da existência do homem sem relação com o Criador. Se isto fosse possível, então o homem possivelmente poderia existir com ou sem a existência de um Criador. Persistindo na tentativa de considerar que tipo de realidade nós teríamos se não houvesse Criador, Warren está disposto a colocar a hipótese de que neste caso, de algum modo, haveria um "universo", e que um acaso aleatório operando neste "universo" poderia de algum modo produzir o homem. Warren está disposto a colocar a hipótese de que o homem ainda poderia existir se não houvesse Deus, mas neste caso sua existência certamente não teria significado. Este desejo de considerar a simples existência de algo separadamente em relação a seu significado é a essência da abordagem Humanística para a realidade: "Deus" é declarado após o fato, como modo de prover algum significado a algo que hipoteticamente poderia existir sem esse "deus". Em forte contraste a isso, a idéia cristã de realidade une existência e significado na Doutrina da Criação. Nada pode existir independentemente de Deus; existência tem esse significado pois é a criação de Deus.
O Humanista fica satisfeito ao falar de "deus" em conexão à questão do significado da vida, desde que a existência da vida esteja estabelecida de modo completamente independente de existir ou não um "deus". Não é surpreendente, então, lermos Warren afirmando: "Descobrimos esse significado e propósito somente quando tomamos a Deus como ponto de referência de nossa vida" (p.25). É bom e correto falar de Deus como "ponto de referência" para uma interpretação correta de toda a realidade. Mas a idéia cristã disso é que Deus invariavelmente é este ponto de referência porque a existência é invariavelmente Sua criação. A verdade disso, com o significado que isto provê, nos é revelado. A distorção Humanista é que "deus" poderia executar sua função ou não, dependendo da preferência autônoma do homem, e se o "homem autônomo" escolhe fazer de "deus" este ponto de referência, então ele poderia a partir daí "descobrir" significado. Devido a poder, sabedoria e conhecimento superiores, o Humanista refere-se a "deus", de modo que ele possa apelar para tal "deus" como evidência do significado de coisas que existam independentemente de "deus". Mas finalmente o Humanista deixa por conta de sua própria mente o arbítrio final destas coisas. Se somos nós quem "fazemos de Deus o ponto de referência para nossas vidas", então não é mais Deus quem tem sido o ponto referencial de nossas vidas. A epistemologia cristã defende que o pecador deve se arrepender e confessar que a não ser que exista o Criador, nada existe, e a não ser que o Criador exaustivamente conheça sua criação, nada tem significado, e que a busca de significado que não começa curvando-se perante Deus é uma busca pecaminosa. Mas estas coisas não podem ser sustentadas sem uma firme e clara Doutrina do Pecado, a qual, até este ponto, Warren ainda não forneceu.


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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com/

Traduzido por Renato Tavares em maio/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte II

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Dia Um - Tudo Começa Com Deus
Por Scott Mooney

Este livro tem um bom começo. Os três primeiros parágrafos contêm uma promessa que grandes coisas virão. Somos instados a considerar a Deus em primeiro lugar sobre todas as coisas, pois Ele é o Criador de todas as coisas. Foi precisamente neste ponto onde Calvino começou suas Institutas da Religião Cristã, destacando que enquanto o auto-conhecimento e o conhecimento de Deus parecem envolver um ao outro, certamente que o verdadeiro auto-conhecimento depende do verdadeiro conhecimento de Deus.

Prosseguindo, Warren elabora dois possíveis métodos para se alcançar o verdadeiro auto-conhecimento: especulação e revelação. Nisto também ele faz eco com os argumentos de Calvino. Corretamente, ele rejeita a especulação. Uma vez que não somos o Criador, não podemos, portanto, nos pronunciar autoritariamente sobre o significado da criação. Corretamente ele encoraja a revelação, e corretamente identifica a revelação como sendo a Palavra de Deus; a Bíblia. Através de Sua fala, o Criador define a realidade criada. Nosso conhecimento de nós mesmos, e de toda a criação, é verdadeiro se estiver fundamentado na revelação.

Contudo, no que se segue, a grande promessa da introdução é destruída. Warren se afasta de Calvino e da sabedoria bíblica saudável [1]. Em suas Institutas, Calvino segue adiante com a elaboração do impedimento do pecado, e da verdadeira doutrina da Revelação Bíblica. Warren escamoteia o assunto do pecado totalmente. Assim, uma questão crucial não é abordada, e portanto, não é respondida: se nós somos a criação de Deus, então porque há dificuldade em conhecer isto, e em compreendermos a nós mesmos, e a realidade corretamente? Tendo simplesmente pulado toda essa questão, Warren não se preocupa em elaborar uma Doutrina da Revelação. Esse afastamento da sabedoria Bíblica leva a muitos problemas, alguns dos quais são abordados no decorrer do primeiro dia.

Apesar de haver enfatizado a "revelação" sobre a especulação, ele repetidamente fala do verdadeiro auto-conhecimento como algo que possamos "descobrir" (pp.18, 19, 20). Nossa "descoberta", é dito que viria "através de um relacionamento com Jesus Cristo" (p.20). Porém, sem uma idéia clara do pecado em vista, esta idéia do "descobrimento" não pode ser retratada de modo relevante como envolvida na Redenção. Este problema sugere um refinamento da questão acima: se sou uma criação de Deus, porque eu não deveria ter uma relação com Jesus Cristo? De fato, é possível a alguma criatura viver apartada de seu Criador? No entanto, não há qualquer indício de consideração destas questões. Ao invés disso, há apenas a garantia de que depende de nossa própria iniciativa e força começarmos tal relacionamento. Como ele coloca, "Se você não tem esse relacionamento, explicarei mais adiante como iniciá-lo." (p.20). Isto, por sua vez, sugere outras questões; por exemplo, se Deus é o Criador de todas as coisas, e assim determina o significado e objetivo das coisas, então como podemos falar de relacionamento entre Deus e criatura que dependa de iniciativa e poder da criatura? Warren não nos fornece uma explicação.

De fato, se eu "descubro" meu significado e objetivo através de uma iniciativa que eu exercito para iniciar um relacionamento com Jesus Cristo, então o que realmente resta de um "Criador" ou qualquer "revelação" que consista de Sua palavra? Como a Bíblia é essencialmente diferente do Corão, do Talmud, do Upanishads, do Bhagavad Gita, do Vedas, do I-Ching, do Ovid, etc? Como a Bíblia é essencialmente diferente dos pensamentos de minha própria mente? Warren encerra o primeiro dia com o que supostamente seria uma estória inspiradora de um romancista russo e ateu, que estava dominado por grande desespero. E então, "De repente, uma frase apareceu por si só: Sem Deus a vida não faz sentido." (p.21). Como a Bíblia é essencialmente diferente de "subitamente, por si só, uma frase surgiu"? Pode-se sugerir que a experiência do ateu russo é um exemplo da "revelação geral" da natureza. De fato, a ortodoxia bíblica sustenta que os homens são criaturas de Deus, e feitos à Sua imagem; portanto é de sua natureza conhecer este fato e conhecer a Ele, embora que, por causa do pecado, procuram fugir dEle. Mas Warren não promove a discussão, comparando e contrastando a revelação "geral" da natureza, e a revelação especial da Bíblia. O ateu russo é apresentado como que chegando à fé verdadeira através de pensamentos que afloram de sua mente.

A ortodoxia Bíblica sustenta, de um lado, que a revelação geral da natureza é suficiente para que todo homem conheça a Deus, e conheça seu dever para com Deus, e por isso, estamos "inescusáveis" em nossos pecados (Romanos 1:18-23); por outro lado, que somente a revelação especial da Bíblia é suficiente para a regeneração do homem na fé (Romanos 10:6-17). "Revelação" significa que Deus nos revela algo que não poderíamos saber se Ele não nos falasse. Isto é o que diferencia a Bíblia dos demais "textos sagrados". A Bíblia é a palavra do Criador de toda a realidade. Outros textos são palavras de homens. O verdadeiro objetivo cristão é manter uma clara e profunda distinção entre o Criador e a criatura - entre o Deus que define e determina toda a realidade, e o homem que habita, experimenta e é limitado por esta realidade. A autoridade da Bíblia nos pensamentos e vidas dos homens está alicerçada sobre esta distinção. Apartados desta distinção, a mente e os pensamentos de "Deus" não podem ser separados da mente e dos pensamentos dos homens. Neste caso, não haveria distinção significativa entre a Bíblia e quaisquer outras palavras que possamos encontrar.

A mensagem de Warren até então parece ser: 1) O homem é uma criatura de Deus, mas 2) de algum modo a "criatura" pode existir sem relação com o "Criador"; 3) Embora isso possa ser problemático para a criatura, entretanto, ele pode exercitar sua força e iniciativa para entrar em um relacionamento com o Criador; 4) algo que nós temos o hábito de nos referir como "revelação" será, de algum modo, envolvido nesta "descoberta" do significado e objetivo da vida. Os conceitos de Warren para "Deus", "homem", "revelação" e "descoberta" são um tanto quanto nebulosos. Portanto, nestes termos, uma transformação do homem sem significado e sem propósitos para o homem com significado e propósitos é um processo mal definido; a criatura, de algum modo, se transforma naquilo que o Criador o criou para ser. Conforme Warren coloca, trata-se de "se tornar o que Deus pretendia fazer de você ao criá-lo." (p.19).

Em contraste com isso, uma mensagem biblicamente ortodoxa defende que 1) é da natureza da criatura se relacionar com o criador - que nada pode existir apartado desta relação (Colossenses 1:17); 2) que o problema do homem não consiste de uma dificuldade metafísica pela qual carecemos desta relação, mas da dificuldade moral de ser um pecador, que quebrou as leis de Deus e portanto é culpado perante Ele; ou seja, ele não está sem relação com Deus, mas ostenta a relação de um pecador perante seu juiz ao invés de uma relação de um filho perante seu pai; 3) que, portanto, a necessidade do homem não é "iniciar um relacionamento com Jesus", mas encontrar um remédio para o seu pecado; 4) e que a evidência da natureza é suficiente para condenar todo homem que recusa a curvar-se perante seu Criador, mas somente a Palavra autorizada do Criador, que é O único que determina e interpreta toda a realidade, é suficiente para nos ensinar as verdades sobre quem somos, nossos reais pecados, e o remédio provido por Deus em Cristo.

Embora Warren tenha iniciado seu tratado com a promessa de uma "distinção entre Criador/criatura", sua promessa não foi cumprida. Apesar dele anunciar a rejeição da "especulação", no final a visão que ele construiu não poderia ser mais especulativa. Sua caracterização da verdade de Deus como uma "descoberta" humana implica em correlação, não em distinção, do "Criador" e da "criatura". Neste caso, o que o "Criador" e a "criatura" realmente significam? Ou o homem é um pecador que deve se humilhar perante seu Criador para aprender de Sua palavra a verdade sobre o Criador e a criatura, ou então ele é um investigador moralmente "neutro", que deve permanecer livre para determinar o significado de "criador" e "criatura" por si mesmo. Warren deixou o pecado completamente fora desta discussão, ao passo que apartados da verdadeira "distinção entre Criador/criatura" não pode haver idéia realmente bíblica sobre o pecado. Sem uma idéia bíblica sobre o pecado, Warren é forçado a uma assumir posição de defesa da especulação que ele disse rejeitar. Não possuindo uma idéia correta quanto ao problema básico do homem, ele é impedido de sugerir um remédio adequado. Sua solução tem tudo a haver com "relacionamento" e nada a haver com "Redenção". Ainda assim, seus parágrafos iniciais apresentam uma centelha de verdade. Nós devemos manter as esperanças que esta centelha possa ainda arder e que as estas deficiências possam ser superadas nos próximos dias.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Renato Tavares em abril/2008, mediante autorização expressa do autor

[1] - O autor é calvinista, o que justifica a citação a Calvino e algumas citações posteriores a documentos do Calvinismo. Todavia, os autores do Música Sacra e Adoração consideram o conteúdo geral do artigo de grande valor para a compreensão de conceitos básicos da adoração a Deus, justificando assim sua publicação neste sítio.


Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Parte I

Uma Análise do Livro "Uma Vida Com Propósitos" de Rick Warren

Introdução

Por Scott Mooney

Meu nome é Scott C. Mooney. Sou somente um homem comum do condado de Coshocton, Ohio (EUA). Estou fazendo esta análise porque:um grupo de estudos de adultos foi formado em minha igreja para ler este livro, a classe de jovens da Escola Dominical que minha filha assiste está estudando este livro,a classe da Escola Cristã de meu filho de 13 anos, que está na sétima série está estudando este livro, líderes pensadores cristãos conhecidos internacionalmente (e os que por enquanto permanecem anônimos) estão respondendo a este livro com entusiasmo.

Tenho visto várias críticas a este livro na internet, mas nenhuma que demonstre como os conceitos fundamentais deste livro são diretamente contrários à essência da verdade cristã. É isto que pretendo fazer no material que coloco à disposição. ... Não vamos simplesmente mergulhar neste livro; vamos discutir este livro. “O coração do justo medita no que há de responder” (Provérbios 15:28).

Conforme publicado em seu website, Rick Warren disse, “A cristandade americana está passando por uma segunda reforma. A primeira Reforma esclareceu aquilo que cremos. Esta reforma é sobre como agimos e operamos no mundo. Ela envolve os componentes chave do propósito, descentralização, mobilização de leigos, uso da tecnologia e aprendizado contínuo. Igrejas que se adaptam estão crescendo e se tornando mais eficientes. Igrejas que se recusam a se adaptar irão perder esta reforma e estão morrendo.”

A falência da “segunda reforma” consiste no fato de que a clareza provida pela “primeira reforma” está sendo coberto de lama. O que acreditamos e o que pensamos é colocado de lado em deferência a como nos sentimos. Empregar o termo “reforma” para descrever o que está acontecendo hoje é ridículo, porque, na realidade isto é anti-reforma.

O livro de Rick Warren está varrendo este país como um tsunami. Ele é louvado, corretamente, por sua eficácia. Porém, a sua maior eficácia está naquilo que nem Warren nem seus apoiadores têm reconhecido, ou seja, na reversão daquilo que a “primeira reforma” nos legou e na corrupção da igreja. Embora Warren advirta sobre uma igreja que está morrendo, seu livro contribui materialmente para a sua consumação.

Cornélio Van Til disse, “Não é gentileza falar para pacientes que precisam de um remédio forte que não há nada sério com eles.” (C. Van Til, The Intellectual Challenge of the Gospel (O Desafio Intelectual do Evangelho) [1958, Phillipsburg, NJ: Presbyterian & Reformed, 1980] p.40). O que está sendo apresentado aqui é o remédio forte. Ele não é apresentado como uma ofensa, mas como uma gentileza ao Sr. Warren e a milhares e talvez a milhões de outros que tem sido apanhados na corrupção da verdade que está incorporada neste livro. A necessidade de arrependimento nunca é tão grande como quando ela se concentra dentro da igreja. A igreja é a igreja de Deus e Ele susterá Seu remanescente. Possa Deus conceder a muitos a graça de ver, ouvir e arrepender-se.

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Fonte: http://purposejourney.blogspot.com

Traduzido por Levi de Paula Tavares em abril/2008, mediante autorização expressa do autor.

Escrito aqui e publicado por Éber Stevão

UMA ANÁLISE DO LIVRO "UMA VIDA COM PROPÓSITOS" Rick Warren - Nota Explicatória

É impressionante notar nos dias em que estamos vivendo, quantos livros ditos "evangélicos" têm sido escritos e lançados como carniça para os evangélicos comerem. Uma grande maioria deles não passa por crivo algum e são totalmente reprovados quando examinados à luz das Escrituras Sagradas; a Palavra de Deus. São mentiras mascaradas no meio de mensagens bíblicas usadas com sutilezas. Lembre-se que Joseph Goebbels, assessor direto de Adolph Hitler, ministro da propaganda nazista, disse: "A mentira dita mil vezes torna-se verdade".

As editoras evangélicas brasileiras também têm sua parcela de culpa, que eu pessoalmente não acho que seja pequena, por essa confusão e infiltração da mentira no seio da igreja, pois ao invés de empregar homens e mulheres de Deus para examinar os livros de autores brasileiros e, principalmente, Norte-Americanos, reunindo-se para discutirem o real benefício para os cristãos, antes de lançá-los no mercado evangélico, preferem pensar financeiramente o quanto podem ganhar publicando aqui no Brasil um livro que se vendeu aos milhares em outro país qualquer. As editoras evangélicas poderiam ser aliadas, verdadeiras protetoras da igreja, mas não, elas preferem traduzir e publicar rapidamente qualquer best-seller evangélico, mesmo que o livro ataque a verdade bíblica, a fim de se obter lucros. Brincam e jogam com a verdade também. Fica aqui, para essas editoras, o meu alerta baseado em Provérbios 23:23 "Compra a verdade e não a vendas."

Obviamente que uma mentira nunca se tornará uma verdade, mas não quero discutir o pobre Goebbels aqui. Quero alertar veementemente os evangélicos acerca do livro "A Driven Purpose Life" do autor Ricken Warrren, que varreu os Estados Unidos e chegou ao Brasil com tal ímpeto, que passou até mesmo a ser estudado e ensinado rotineiramente nas igrejas evangélicas brasileiras, e entre elas grandes igrejas tradicionais de Curitiba.

Esse autor, Rick Warren, foi dura e corretamente criticado por vários pastores, teólogos e líderes evangélicos, homens sérios que não compactuam com a mentira insidiosa, ressaltando as mentiras e os enganos sutis contidas nesse livro.

Tenha paciência e leia as sequências - partes I a VI - de uma análise feita por um cristão leigo, mas muito conhecedor da Palavra de Deus - assim como todos nós devemos ser - chamado Scott Mooney, de Ohio, nos EUA. Jesus disse "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam." (João 5:39)

Para aqueles que preferirem ir na fonte em Inglês, é só acessar http://purposejourney.blogspot.com . Lá você encontrará a revisão crítica por Mooney dos 40 capítulos desse livro.

Escrito e publicado por Éber Stevão

A IGREJA EVANGÉLICA EM CRISE

“Não será por falta de pastores que as ovelhas sairão deste culto hoje sem alimentos, pois há aqui no mínimo 6 pastores que eu contei”, foi o que ouvi do pastor no início do seu sermão, repleto de fala humana, neste final de semana. Confesso que me sentiria mais alegre, anbençoado e confortado se ouvisse “Não será pela falta da pregação da verdade Bíblica, a Palavra do Cristo vivo, e a convicção do Espírito Santo nos corações, que as suas ovelhas sairão sem alimento hoje”.

A igreja evangélica está em crise porque há muita fala humana e pouca ou quase nenhuma exposição da Palavra. Em não havendo a Palavra manifesta de Deus, o Espírito Santo não pode atuar porque Ele apenas honra a Palavra de Deus e não aquelas ditas, mesmo que fervorosamente, por homens em um momento de emoção espiritual. Palavras proféticas só se cumprem se vierem do trono de Deus, através de homens que falam em o nome de Deus.


Há uma verdade aterroradora nas palavras de John Macarthur: "Os líderes da igreja estão obcecados com o estilo e a metodologia; perderam o interesse pela glória de Deus e se tornaram grosseiramente apáticos quanto à verdade e à sã doutrina."(*)

Se olharmos para a época em que o rei Josias assumiu o trono, vamos entender que o povo de Deus estava perdido, confuso, sem direção, pois seus antepassados não tinham obedecido ao Senhor, tampouco ensinado aos seus descendentes por que caminho andar. Leia II Reis 22:1-20 e deixe o Espírito Santo falar ao seu coração. O mesmo texto pode ser lido no livro de II Crônicas 34.

Como o texto bíblico vai nos dizer, o sumo sacerdote Hilquias manda avisar que achara o “Livro”. O livro encontrado era a Palavra de Deus. Obviamente que o povo não poderia estar vivendo outra situação a não ser as agruras de uma vida humana baseada em um esforço cotidiano que ansiava por uma mudança e direção, pois a Palavra de Deus não estava sendo apregoada.

Após Josias ter rasgado suas vestes por saber em que posição ele também se encontrava, e tendo feito uma limpeza no reino, todo o povo, desde o menor até o maior subiu à casa do Senhor e o Livro foi exaustivamente lido, por ele mesmo, diante de toda a congregação do povo de Judá. E em II Reis 23:3 diz assim: “E o rei se pôs em pé junto à coluna, e fez a aliança perante o SENHOR, para seguirem o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras desta aliança, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo apoiou esta aliança.”

Deus está cansado de performance humana na sua igreja, de convenções dos homens, de programas com 7 passos disso e 10 passos daquilo para conhecer mais a Deus. O que precisa-se fazer na igreja é abrir o LIVRO e lê-lo para que as pessoas ouçam a Palavra, arrependam-se, endireitem seus caminhos e sigam a Cristo. Se não for para isso que existe a igreja, salvar vidas pela pregação da mensagem das boas novas do evangelho de Cristo, para que mais ela existe?

Às vezes penso se a igreja está como um corpo acéfalo, que segue conforme cada membro decide andar. Se assim for, para onde rumamos como corpo de Cristo? Um corpo sem sua cabeça está morto e só pode ser mantido em estado vegetativo, e isso através um ventilador que ministra uma respiração artificial.

Atuações humanas nas igrejas por parte dos seus líderes, "simulando" o poder de Deus, como o paletó da unção, o suór do poder, a saliva de Cristo, os 318 quilos de sal (Vale do sal), a consagração dos dizimistas, o corredor da unção, descarrego, a corrente dos empresários, a porta da esperança, a novela da vida cristã, a água benta, o óleo de Israel, a terra de Israel, a terapia do amor, a fogueira santa de Israel, a corrente dos setenta apóstolos, o Vale da flor, etc., são coisas artificiais! Tudo invenção humana! Uma palhaçada no seu mais amplo sentido. O que estamos presenciando nas igrejas é uma mistura demoníaca de paganismo idólatra, práticas espíritas e culto às relíquias do catolicismo. Cada vez vemos menos pessoas vivendo de um modo que testemunhe o poder e a graça da verdade em suas vidas.

Não use o argumento do apóstolo Paulo descabidamente e fora do contexto, para dizer que a igreja está se "fazendo de louca para ganhar os loucos", pois o apóstolo Paulo se refere ao método de proclamar a Palavra de Deus de forma clara e persuasiva como a "loucura da pregação". (Ver I Coríntios 1:21) O que estamos vendo em algumas igrejas é literalmente a "pregação da loucura"; é mágico evangélico, palhaço evangélico, marionete evangélico, e a última agora, discoteca evangélica; e aí a coisa vai afora.

A igreja de Cristo não precisa de um respirador artificial, mas sim do sopro do Espírito Santo de Deus para viver novamente. "Filho do homem, acaso poderão reviver estes ossos?" (Ezequiel 37:3a) "Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso." (Ezequiel 37:9-10) Amém, que assim seja Senhor Jesus Cristo.

Oremos e choremos para que Deus levante uma Geração Josias nesses dias.

É isso aí. Fique na paz do Amado.

Escrito e publicado por Éber Stevão.



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(*) Macarthur J. A Guerra pela Verdade. 1a. ediçao. São José dos Campos: Editora Fiel, 2008.

sábado, 23 de maio de 2009

ADORAÇÃO DE ÍDOLOS NAS IGREJAS EVANGÉLICAS, EXISTE OU NÃO?

“Ronaldinho é o meu ídolo...” ou “Nossa, David Quinlan é meu ídolo...” ou “Meu pastor é demais mesmo, adoro ele...” são frases frequentemente escutadas em uma conversa entre pessoas evangélicas. “Nada de mais” podem dizer alguns. As sentenças parecem inofensivas e cotidianas, mas trazem algo maior embutido nelas que iremos discorrer doravante.

Muito mais do que imaginamos, devido à escassez de uma liderança que ame mais a Jesus do que às ovelhas, a adoração de líderes evangélicos e suas capacidades humanas de “administrarem” as “suas igrejas” tem se espalhado no meio evangélico como fogo no milharal seco. Digo assim porque quando o pastor ama mais a Jesus, para não desagradá-Lo, ele, o pastor, sente pelo Espírito Santo a necessidade de cuidar amorosamente das ovelhas do Mestre, ao passo que se ele, o pastor, ama mais as suas ovelhas do que a Jesus, facilmente se corromperá, e começará a exaltar a si mesmo no lugar de Cristo, pois tem consigo que o dono tardará a vir.

Quando lemos no Antigo Testamento sobre pessoas adorando ídolos, nós não relacionamos aquelas situações às nossas vidas, pois pensamos em algum tipo de imagem de escultura com a característica de homem ou animal. Os evangélicos mais do que rapidamente apontam seus dedos para os católicos que ainda continuam como ardentes adoradores de imagens, mas não têm notado com que sutileza satanás tem colocado sua pata suja dentro da igreja evangélica, trazendo o mesmo tipo de idolatria, que naturalmente está sendo aceita sem qualquer questionamento do próprio corpo pastoral, quanto mais dos membros.

Mas quando olhamos para o que realmente significa adoração de ídolos, que é a exaltação de alguma imagem, pessoa ou entidade espiritual a uma posição na qual a obedeceremos, então sim, vamos compreender que existem coisas nas nossas vidas que são verdadeiros ídolos. O ídolo mais comum que nós temos são as outras pessoas. Normalmente, os seres humanos gostam de terem líderes para quem eles possam prestar atração e devoção. Como está cheio disso no meio evangélico! Que coisa.

Vemos isso claramente em Israel quando cometeu o erro de exigir um ser humano para reger sobre eles. Interessante é notar que Deus disse em Levítico 26:11-12: “E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. E andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo.” É como se Deus dissesse: “Eu quero ser seu Rei... Quero ser seu Deus... Vou reinar sobre o seu país... Vou lhes proteger dos seus inimigos...”. Esse era um grande privilégio que Deus estava concedendo a eles, escolhendo a Israel entre todas as outras nações que existiam sobre a face da terra; Deus os escolhera para ser seu povo.

Mas isso não foi suficiente para Israelitas, porque a decaída natureza humana diz “Nós queremos algo que possamos ver para reinar sobre nós”. Eles disseram para Deus que eles queriam ser como qualquer outra nação ao redor deles. “Nós queremos ter o nosso próprio rei humano”. Deus se entristeceu, o profeta de Deus se consternou dizendo para Deus, “Olha, eles me rejeitaram” ao que o próprio Deus respondeu, “Não, eles não te rejeitaram, eles rejeitaram a mim”. Incrivelmente não foi o suficiente para o povo de Israel ter o Deus de toda glória, o Rei dos Céus, o Criador de todas as coisas vivas e inanimadas, como o seu Rei, pois eles queriam alguém que eles pudessem ver e “exaltar”. É bem aqui, nesse contexto, que satanás se infiltra no meio da igreja evangélica.

Deus deu ao povo de Israel o que eles pediram e disse, “Muito bem, vocês terão um rei sobre vocês, mas deixa eu dizer o que ele fará com vocês mesmos que irão exaltá-lo. Ele vai tirar tudo o que é de melhor que vocês têm e ele vai usar isso tudo para o seu próprio deleite. Ele vai requerer os seus jovens mais fortes e colocá-los no seu exército particular, ele vai tomar as mulheres mais belas entre o povo para o servirem no palácio, ele vai tomar o melhor das suas jóias, do seu ouro, da sua prata e vai fazê-lo para o seu próprio reino pessoal. E foi isso mesmo o que aconteceu.

A verdade é que estamos vendo, hoje, exatamente isso no meio da igreja professante de Cristo. Parece que não é suficiente para nós crermos nas palavras de Jesus que afirma não precisarmos de homens para ser nossos mestres – professores: “Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.” (Mateus 23:8-10)

Mas o que nós fazemos? Em muitas igrejas nós chamamos os nossos líderes de mestres, pais na fé, etc. O próprio Jesus nos adverte: “Não os chamem de rabi, pai ou mestre”, mas como crianças birrentas, fazemos exatamente o contrário. Nós os exaltamos para essas posições de rabis – mestres - e pais. Olhamos para uma pessoa e dizemos “Você é o meu mestre, você é o meu líder!” e nós os exaltamos a uma posição que realmente Deus não deu a eles. É daí que surgem todos os abusos que estamos vendo provenientes da liderança evangélica, principalmente nas assim chamadas comunidades.

Essa idolatria humana desenfreada pode ser vista claramente nas mais variadas igrejas, onde até trejeitos e fala do(s) líder(es) são imitadas pelos noviços no ministério. Entre elas figuram a Universal, Assembléia, Sara, Abba, Ministério G12, etc. .

Para aqueles que ainda não entenderam, e sem desenhar, quero explicar que só existe uma cabeça no corpo de Cristo que é Ele mesmo, Jesus Cristo. O restante de nós (sem exclusão alguma) – do seu pastor até você que talvez seja apenas um mero participante dos cultos na sua igreja – somos parte do corpo. Obviamente que há parte do corpo que fala, parte do corpo que canta e orienta a adoração no grupo, há aqueles que tomam a frente para dar ordem ao ajuntamento, mas você irá perceber que a autoridade que Jesus deu diretamente aos seus discípulos, e que se estende do pastor até você e eu, é totalmente diferente daquela estrutura mundana que está posta aí na sociedade.

Jesus disse assim: “Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos." (Marcos 10:43-44 – ênfase minha) Jesus quis dizer “Vocês devem ser servos, escravos daquele que é o menor entre vocês”. Mas, nos dias em que estamos vivendo, que líder na igreja, que pastor quer ser servo? Mostre-me um?

Essa instrução de Jesus é vista somente na igreja de Atos e depois desaparece. Vemos lá, que as pessoas que haviam sido colocadas como encarregadas, tinham sido os servos que deixaram suas próprias vidas de lado para viver uma vida simples. Mas hoje não é mais assim, nem sombra de qualquer semelhança. Entendam bem, aqueles encarregados da igreja, os servos, em hipótese alguma se tornaram “reis”, “líderes” para oprimirem debaixo da sua autoridade seus subjugados.

Assim sendo, quando você ver alguém que se denomina um(a) ministro(a) de Jesus Cristo, mas está vivendo como um rei, cheio de liderados, que está vivendo em um nível sócio-econômico como se fosse um “diretor ou gerente geral de uma megaempresa” – porque fazem da igreja de Cristo um negócio -, alguém que vive a um nível de uma celebridade “mundana” tão alto que somente os ricos, os poderosos, os abastados da congregação são permitidos a se “encontrarem” com eles, aqueles que acabando o culto, precisam de seguranças particulares para retirá-los a um lugar reservado para o qual ninguém tem acesso a não ser a alta liderança com “crachá”, enfim, quando você ver alguém na igreja – pastor, missionário, cantor, etc. – vivendo nesse supra-nível, saiba desde já ELES(AS) NÃO FORAM POSICIONADOS(AS) POR DEUS! Simples assim. É dessa adoração humana, terrena e diabólica que surgem as mais variadas heresias no meio evangélico. Examine por você mesmo a história da igreja evangélica, principalmente a atual.

Mas como você sabe que eles(as) não são de Deus? Bem simples, e vou responder biblicamente. Jesus disse claramente:
“Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo vosso." (Marcos 10:43 – ênfase minha) Jesus quis dizer “Se você quiser ser o maior no meu reino, você tem que ser um servo”, um escravo, um nada, um João-ninguém. No meu entender, os escravos não são tão importantes para os membros da igreja; os escravos não são tão importantes a tal ponto de não poderem ficar juntos com as pessoas mais pobres e carentes da congregação; os escravos não são tão santos a tal ponto de não poderem estar com pessoas normais, com problemas diários normais que todos temos, assim como eram aquelas pessoas que andavam com Jesus. Ou algum líder evangélico se acha melhor e maior do que Jesus? Era só o que me faltava ouvir essa arrogância da liderança cristã! Poupem-me.

Nosso Rei e Senhor Jesus Cristo nos mostrou - foi o modelo - qual é a verdadeira nobreza no Reino do Pai Celestial e esse padrão foi a humildade e o amor, que mesmo experimentando toda glória do trono celestial desde o princípio dos séculos, a adoração contínua dos anjos e de toda beleza do Céu dos céus, toda honra dada por seu Pai, Jesus Cristo não se considerou tão importante a tal ponto de não poder servir Prostitutas, Coletores de impostos, Pessoas sem dinheiro, Cegos, Leprosos, Doentes, além de lavar os pés de seus discípulos, na grande maioria semi-analfabetos. Por mais incrível que pareça, essas eram as pessoas com quem Jesus fez amizade.

Os 12 discípulos que Jesus apanhou para serem seus seguidores não eram pessoas importantes, de influência, não eram ricos, tampouco educados e Jesus os fez celebridades quando deram o que tinham aos pobres. Até mesmo Pedro e João eram tão pobres que entrando no templo só puderam mesmo dar o que tinham que era a autoridade de curar aquele enfermo em nome de Jesus de Nazaré, pois se tivessem algum trocado nos seus alforjes, nunca ficaríamos sabendo dessa cura, pois teriam dado algum trocadinho e continuado seu caminho.

Assim se parece aquele que é um verdadeiro ministro de Deus. Estranhamente, a grande maioria dos ministros de Deus não querem seguir o exemplo deixado e mandado pelo seu próprio Mestre. Isso neles me perturba.

Aqueles que querem ser verdadeiros(as) ministros(as) não precisam seguir a Babilônia até caírem penhasco abaixo. Saiam do meio dela! Para aqueles de vocês – líderes ou membros – que têm idolatrado algum pastor, líder ou cantor evangélico acima de Jesus Cristo, e os colocado em um pedestal, voltem para avaliar o assunto que estamos expondo aqui que é a “Idolatria”, pois “os idólatras não entrarão no Reino de Deus” (leia I Coríntios 6:9-10).

Se você pertence a Jesus Cristo, e Ele é seu Senhor – manda em você – então, você não tem o direito de exaltar alguém como sua cabeça e seu rei a não ser a Cristo Jesus. Porque Deus deixou bem claro que Ele não irá dividir a sua glória com mais ninguém. Lembre-se disso!

Se você está dando sua devoção, sua honra para alguém que está exaltando a si mesmo, você tem um ídolo e você é um IDÓLATRA tal qual o católico que tanto critica.

Mas a Bíblia diz que devo obedecer ao meu pastor? Certamente que sim, e lhe direi mais. A Palavra de Deus diz assim: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Romanos 13:7) e “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas.” (Hebreus 13:17) Mas não estou escrevendo sobre honra humana ou obediência e sim de idolatria humana! Pastores, não se esqueçam que vocês prestarão contas das almas dos fiéis diante do próprio Senhor Jesus um dia.

Como você reconhece um ídolo na igreja evangélica atual? Se quando você entra na sua igreja você vê a imagem do seu pastor, seu líder, por todos os lados, em tudo o que é livro, CD, vídeo, website da igreja na internet, os membros tem pouco ou quase nenhum contato com ele e ali quase nem aparece o nome de Jesus, você e a sua igreja têm um problema muito sério a resolver.

Quero que você pense acerca disso. É de três maneiras que as pessoas adoram os seus ídolos: 1) Obedecendo a tudo aquilo que eles mesmos acreditam que os seus ídolos gostariam que fizessem; 2) Fazem o que fazem para agradar seu ídolo; e 3) Pior ainda, essas pessoas depositam sacrifícios - pode ser até mesmo o ativismo com sacrifício pessoal ou do relacionamento familiar – aos pés dos seus ídolos.

Se você tem ofertado dinheiro como sacrifício ao seu ídolo, a esses homens, reis, o dinheiro que Deus tem te dado a você pelo seu próprio esforço no trabalho, para investir no Reino de Deus, contribuído para esses homens que se acham postos por Deus para reinar sobre o povo de Cristo, mas não obedecem a autoridade e o mandado de Jesus Cristo como um ministro dele deve viver - pois está assim escrito: “E isso é o que sabemos, que qualquer um que diz viver nEle, deve andar como Jesus andou.” (I João 2:5b-6) – então, você precisa quebrar esse altar, queimá-lo e dizer “Eu não mais irei dobrar os meus joelhos a um ser humano exaltado, pois eu tenho um Pai Celestial, um único Mestre e o seu nome é Jesus Cristo e eu irei servir aos meus irmãos em amor e humildade com tudo o que tenho.

Olho para a vida de certos líderes evangélicos brasileiros, sem trazer à tona os milionários televangelistas Norte-Americanos, e fico surpreso como estão longe da verdade de Cristo! Quanto pastor esnobe há por aí hoje em dia e que se orgulha de ser próspero com o dinheiro das ovelhas.

Um soco no estômago quando se lê essas palavras? Que bom, assim mostra que o seu espírito ainda está contrito e se quebrando diante do Deus Todo Poderoso, do seu Filho Amado, Cristo Jesus, e seu Espírito Santo. Nunca perca esse quebrantamento de espírito porque o dia em que isso acontecer, você estará assinando o seu atestado de morte espiritual.

É isso aí. Fique na paz do Amado.

Escrito e publicado por Éber Stevão.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

RENDIDOS EM TERRA FIRME

Introdução
Estamos vivendo uma hora que precisamos de homens e mulheres rendidos na terra seca. Os EUA está falido, deve mais de 1 trilhão de dólares para a China. As cinco trombetas já soaram, estamos entrando na janela para o toque da sexta trombeta. Obviamente, para aqueles que estão perdidos nesse assunto, a sétima trombeta soará trazendo Jesus Cristo. Portanto, a volta do Salvador está muito, muito próxima.

Leitura bíblica
"E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse: Na minha angústia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz. Porque tu me lançaste no profundo, no coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado por cima de mim. E eu disse: Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia tornarei a ver o teu santo templo. As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça. Eu desci até aos fundamentos dos montes; a terra me encerrou para sempre com os seus ferrolhos; mas tu fizeste subir a minha vida da perdição, ó SENHOR meu Deus. Quando desfalecia em mim a minha alma, lembrei-me do SENHOR; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo. Os que observam as falsas vaidades deixam a sua misericórdia. Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do SENHOR vem a salvação. Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este vomitou a Jonas na terra seca.”

Texto
Creio que essa é uma mensagem que o Espírito Santo (E.S.) quer falar a nossa geração. Se olharmos para o Velho Testamento, apenas como um ponto histórico, não aprendemos a palavra de Deus viva para nós nesses dias. Mas se deixarmos que o E.S. nos revele o coração de Deus, iremos crescer em graça, pois é de fé em fé, de glória em glória que esse crescimento acontece. Amém

Jonas é o tipo de homem ou mulher que não quer um relacionamento pessoal com Deus e com os homens para os quais ele(a) foi chamado(a). Não há possibilidade de viver uma coisa sem a outra, como um cristão. Como Jonas não queria esse tipo de relacionamento, ele tomou um caminho que achava ser mais fácil.

Em Jonas 1:1 diz: “E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive (vamos trocar aqui por Curitiba, ao invés de Nínive), e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor.” (Ênfase minha)

Veja, Jonas se junta a um grupo de pessoas que está indo na direção oposta daquela que Deus o está chamando. A escritura diz que ele pagou a passagem. Existe sempre um preço a pagar quando saímos da vontade de Deus para nossa vida. E o meu temor para essa geração, a minha geração, é a escolha de uma saída fácil, um evangelho fácil a ser vivido, um evangelho do pensamento positivo, um evangelho motivacional, da prosperidade, mas que terminantemente vai nos levar para bem longe de Cristo.

Em Zacarias 11:17 diz assim: “Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; e o seu braço completamente se secará, e o seu olho direito completamente se escurecerá”. Aqui está o preço que se paga; é perder a força e a visão.

Igreja do Senhor escute: a força e a visão somente vem do Senhor quando estamos dentro da vontade de Deus e obedecendo a Ele. O oposto acontece quando estamos nos movendo na direção errada. Há perda da força, a seiva espiritual começa a secar-se e as pessoas começam a correr atrás de movimentos evangélicos motivacionais - de seminários para convenções, de encontros a congressos, de campanhas para reuinões de quebra de maldição - tudo para escutar uma mensagem que lhes agrade os ouvidos, exatamente como alertou o apóstolo Paulo: "Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas." (II Timóteo 4:3-4) E o mesmo se dá com a perda da visão, que é a clara falta de discernimento, de entendimento, não somente dos tempos em que estamos vivendo, mas também da direção pessoal, para onde devemos ir.

“Mas o SENHOR mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de quebrar-se. Então temeram os marinheiros, e clamavam cada um ao seu deus, e lançaram ao mar as cargas, que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu ao porão do navio, e, tendo-se deitado, dormia um profundo sono. E o mestre do navio chegou-se a ele, e disse-lhe: Que tens, dorminhoco? Levanta-te, clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós para que não pereçamos. E diziam cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. Então lhe disseram: Declara-nos tu agora, por causa de quem nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu? E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca.” (Jonas 1:4-9)

As nações, os povos não conhecem a Jesus como Deus, Salvador e Senhor. Se conhecem a Jesus, lembram dele crucificado, lá na cruz e o usam como um amuleto nos seus pescoços e carros para dar uma possível proteção, como se naquele emblema existisse algum poder, mas fazem tudo o que é detestável diante dos olhos de Deus.

Em 2008, eu estava andando nas ruas apertadas da velha Jerusalém, onde os comerciantes judeus, mulçumanos e cristãos vendem nas suas lojas artigos "cristãos" e o E.S. me parou em várias delas para me mostrar o que eles estavam vendendo: Cristos de todas as formas, para todos os tipos de povos, ritualizado nos braços de Maria ou entre seus discípulos, até que ouvi algo em meu espírito que me estremeceu: "Tenho náuseas dessa religiosidade e os vomitarei da minha boca porque a mim não me conhecem".

Ezequiel 20:32 “E o que veio ao vosso espírito de modo algum sucederá, quando dizeis: Seremos como os gentios, como as outras famílias da terra, servindo ao madeiro e à pedra". O que Senhor está dizendo aqui é "Se você quer ser como aqueles que não me conhecem, viver no Egito, para o Egito, Eu tratarei diretamente contigo”, como escrito em Ezequiel 20:37 "E Ele fará isso por causa do seu amor, enquanto é tempo".

Não viva nessa terra como se ela pudesse lhe trazer felicidade, salvação e vida eterna, pois ele não lhe dará isso. Certamente só em Jesus encontramos gratuitamente paz, felicidade, alegria, amor, salvação e vida eterna.

Existe uma tele-evangelista Norte-Americana, muito conhecida, chamada Joyce Meyer, que tem um jato particular de 10 milhões de dólares, vive nababescamente em uma mansão de mais alguns milhões de dólares (http://www.trinityfi.org/press/JoyceMeyer1.html) e infelizmente está vendendo seu material (livros, vídeos, etc.) no Brasil aos milhares. Quero ALERTAR que ela prega coisas falsas no nome de Deus, pregando uma teologia da Babilônia. Ela mesma afirma que Deus a fez rica assim. Ela disse (eu vi e ouvi e vou traduzir o que ela afirmou) em uma das suas "poderosas" mensagens (tradução literal): "Não creio que Deus não queira que você dirija um carro de último tipo, que tenha um guarda-roupa chique, que viva numa mansão e que tenha excelentes promoções; Ele quer que você tenha uma ótima vida social, Deus quer que você tenha tudo o que de melhor o mundo pode lhe oferecer". Ela ainda aleivosamente troca as palavras de João, dizendo (tradução literal): “Se fosse nos dias de hoje a linguagem que João escreveria seria desta forma: 'Meus queridos, eu quero que vocês tenham toda e qualquer bênção terrena que vocês possivelmente pode imaginar'. Isso é doutrina de demônios com aparência do bem! Na verdade, o evangelho que ela prega contém uma palavra verdadeira entre 9 falsas e o pior é que o povo de Cristo parece não se aperceber disso e acham que pelo fato dela ter dito uma palavra verdadeira, que se assemelha com o evangelho de Cristo, que estão ouvindo o mesmo evangelho da Bíblia. Mas não é! A coisa vai além e ela teve a coragem de dizer isso (tradução literal): "Você sabia que não é necessário você morrer para si mesmo para ir para o céu? Você pode ser egoísta durante toda a sua vida e ainda ir para o céu. Por que Deus não iria querer que os pecadores também tenham as coisas boas dessa vida?" Durante essa mesma pregação diabólica, disse assim (tradução literal): "Algumas vezes nos nossos encontros, aparecem algumas pessoas tão mal vestidas e com roupas tão amassadas que dá vontade de perguntar: O que aconteceu com você hoje, ainda não se olhou no espelho? Essas pessoas vem usando roupas tão amassadas que parece terem ficado dentro da secadora de roupa a noite toda." E a platéia - chamo de platéia porque é um show e não pode ser uma igreja mesmo - se matou de rir no vídeo com essa estúpida propagação de um falso evangelho.

Estou julgando essa mulher? Não, ela que viva como quiser, pois terá que prestar conta de tudo no última dia diante de Jesus Cristo. Mas julgo sim o que ela tem pregado, à luz da própria palavra de Deus. Que seja anátema qualquer um, até mesmo um anjo, que pregar um outro evangelho. Somente quando você compara com a verdadeira palavra de Deus é que você percebe o quanto fraudulentos são esses tipos de pregadores televisivos Norte-Americanos; porcarias exportadas de um mundo Babilônico para nós e que nos subjulgamos, achando que tudo o que de lá vem é o mais puro evangelho de Cristo.

Ao contrário, eu quero ser gentil para com os pobres e Deus tem me mostrado como fazer isso e espero que o Senhor Jesus já tenha levado você a essa revelação do verdadeiro evangelho. Tenho orado e chorado diante de Deus para que a sua igreja seja bondosa e cuidadosa com os pobres, com a viúva, com os órfãos e com os mais desafortunados dessa terra.

Foi isso que aconteceu com Jó. Ele foi um homem de sofrimento, perdeu sua família, seus bens, suas propriedades e quando estava só em feridas, abandonado, raspando suas feridas com caco de telha e os cachorros lambendo suas chagas, sentado em cinzas, vieram seus 3 “supostos” amigos, satanicamente inspirados e disseram – em outras palavras - a esse pobre homem: "Se Deus estivesse com você, você seria próspero e rico, se Deus estivesse com você, você seria saudável, se Deus estivesse com você, você não teria problemas, você seria feliz”. Se alguém já lhe disse isso saiba de algo, essa é uma teologia do próprio inferno, vindo do bafo fedorento de enxofre do próprio satanás!

A Babilônia tem a sua própria religião, a sua própria teologia, que é a falta de temperança nos apetites da carne, são pessoas que não têm a lei de Deus em seus corações, são mais amantes dos prazeres do que de Deus, soam religiosos, mas têm a completa falta de Jesus Cristo em si mesmos e esses que se assemelham à Babilônia são uma abominação para Deus e não se encaixam de forma alguma no perfil da noiva de Jesus Cristo.

A Babilônia é simbolicamente uma condição espiritual decaída de uma sociedade depravada que fala em nome de Deus, até cita a Bíblia, e é bem exemplificada pelo apóstolo Paulo em II Timóteo 3:2-4 "Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.”

As Escrituras estão nos alertando, desde o princípio dos tempos até o Apocalipse, afirmando que satanás viria nesses últimos dias que estamos vivendo, duplicando - alterando - o Evangelho de Jesus Cristo. Escute, pare, não se amolde com este mundo decaído, onde satanás reina! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o E.S. está dizendo.

Esses que pregam a Babilônia são mercadores de satanás e o diabo permite que eles falem coisas obsessivamente prazerosas em nome de Deus. Em Apocalipse 18:4, João diz: "E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas". Saiam desse falso Cristo, saiam desse falso cristianismo que nem minimamente representa a Jesus Cristo.

Conclusão
Jonas foi chamado para pregar - dizer - a verdade, assim como eu e você somos chamados pela Grande Comissão - não Grande Sugestão. O Senhor não nos comissionou para ficarmos entretendo pessoas, mas para falar acerca de um Salvador eterno. Como podemos escapar da teologia da Babilônia? Em Salmo 41:1-3 diz: “Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal. O Senhor o livrará, e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos.”

Ajudar ao pobre, ao carente, ao necessitado, nem sempre quer dizer dar dinheiro. Pode ser uma palavra, um ombro para chorar um mero olhar de compaixão. Pedro e João, apesar de todos esses pregadores da prosperidade cristã insistirem em algo diferente, não tinham qualquer dinheiro, eram pobres mesmo, e mesmo assim tocavam o coração de Deus que é de onde provém toda nossa riqueza. Pedro e João vão entrando no templo e ali está esse homem aleijado pedindo dinheiro, e eles não tinham um centavo no bolso, e abençoaram esse homem de tal forma que Jesus Cristo o curou.

A teologia de hoje odeia essa pobreza, essa simplicidade de Cristo Jesus. Tiago, irmão do Senhor, inspirado pelo E.S. escreve: "Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o pobre." (Tiago 2:5-6)

Que o E.S. de Deus lhe oriente por que caminhos andar nesses dias maus que estamos vivendo. Dias mais escuros e pesados ainda estão por vir sobre nós. Achará o Senhor fé em nossos corações quando ele voltar?

Escrito e publicado por Éber Stevão

quinta-feira, 21 de maio de 2009

POR ONDE ANDA A IGREJA PROFESSANTE DE CRISTO?

A história* que se encontra abaixo descrita, relata, semelhantemente, por quais caminhos a Igreja que professa a Cristo Jesus como Senhor, tem andado. É triste constatar essa verdade. Mas continuemos em oração para que Deus desperte o Seu povo, a Igreja Invisível, composta por aqueles que foram resgatados pela Graça de Deus que está descrita em Efésios 2:8: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" certamente será acordada nesses dias.

Leia e medite:

Em um perigoso trecho da costa, muito conhecido pelos diversos naufrágios ocorridos, havia um posto salva-vidas muito simples. Na verdade, o posto era apenas uma velha cabana e um barco usado..., mas os poucos e dedicados membros da equipe mantinham vigilância constante sobre o mar turbulento. Sem pensar muito em si mesmos, eles saíam dia e noite, incansáveis no resgate daqueles que estavam em situação de perigo ou apenas perdidos. Muitas e muitas vidas foram salvas por esse bravo grupo, formado por homens que trabalhavam fielmente como equipe, entrando e saindo do posto salva-vidas. Aos poucos, aquele lugar se tornou famoso.

Alguns daqueles que foram salvos, assim como outros que moravam na costa, quiseram associar-se àquela pequena estação. Estavam dispostos a dedicar tempo, energia e dinheiro para apoiar seus objetivos. Novos barcos foram comprados. Novas equipes foram treinadas. A estação, que era obscura, simples e virtualmente insignificante, começou a crescer. Alguns de seus membros estavam tristes pelo fato de a cabana ser tão pouco atraente e ter apenas o equipamento mínimo. Sentiram que um lugar mais confortável deveria ser construído. Camas portáteis foram substituídas por uma bela mobília. Equipamentos toscos feitos à mão foram descartados e substituídos por sofisticados sistemas. A cabana, naturalmente, precisava ser demolida para abrir espaço para todo o equipamento, mobília, sistemas e equipamentos adicionais. Quando a reforma estava completa, a estação salva-vidas tornou-se um popular local de reunião, e seus objetivos começaram a mudar. Ela era agora usada como um tipo de clube, um prédio atraente para reuniões públicas. Salvar vidas, alimentar os famintos, vestir os náufragos, fortalecer os temerosos e acalmar os perturbados agora eram atividades que aconteciam apenas raramente.

Um número cada vez menor de membros estava interessado em se lançar ao mar bravio em missões salva-vidas e, assim, contrataram equipes salva-vidas profissionais para fazer esse trabalho. Contudo, o objetivo original da estação não estava totalmente esquecido. A motivação de salvar vidas ainda prevalecia na decoração do clube. De fato, havia até um barco ritualístico na Sala das Doces Lembranças, iluminado com luz suave e indireta, o que ajudava a esconder a camada de poeira que se acumulava em cima daquele objeto outrora tão ousado.

Nessa época, um grande navio naufragou na costa, e as equipes dos barcos trouxeram muitas pessoas molhadas, com frio, quase afogadas e doentes. Elas estavam sujas, algumas terrivelmente doentes e outras solitárias. Outras eram negras e "diferentes" da maioria dos membros do clube. O lindo e novo clube repentinamente tornou-se um lugar confuso e superlotado. Uma comissão especial viu isso e, então, construiu imediatamente uma sala de banhos fora e longe do clube, de modo que as vítimas do naufrágio pudessem limpar-se antes de entrar.

Na reunião seguinte, houve palavras duras e sentimentos de ira, que resultaram numa divisão entre os membros. A maioria das pessoas queria simplesmente por fim às atividades de salvar vidas do clube e encerrar todo envolvimento com vítimas de naufrágios... ("É muito desagradável, é um atraso para nossa vida social, é abrir as portas para pessoas que não são como nós"). Como era de esperar, alguns insistiram em que salvar vidas era o objetivo original - que a única razão de existirem era ministrar a qualquer um que precisasse de ajuda, independentemente da beleza do clube, do seu tamanho ou de sua decoração. Eles foram voto vencido e ouviram que, se quisessem salvar a vida de pessoas de vários tipos que sofressem um naufrágio naquelas águas, deveriam fundar sua própria estação salva-vidas em outro lugar da costa! Foi o que fizeram.

Com o passar dos anos, a nova estação experimentou as mesmas velhas mudanças. Ela evoluiu atés transformar-se em outro clube... e outra estação salva-vidas foi criada. A história continuou a se repetir... e se você visitar a região hoje, encontrará um grande número de impressionantes clubes exclusivos ao longo da costa, controlados e dirigidos por profissionais astutos que perderam completamente o envolvimento com a salvação de vidas.

Naufrágios ainda ocorrem naquelas águas, mas agora a maioria das vítimas não é mais salva. Todos os dias elas se afogam no mar, e muito poucos parecem se importar... realmente poucos.

Tenho percebido, que na maioria das vezes é nas pequenas igrejas, simples no seu todo, que mais frequentemente conseguimos sentir a doce presença do Espírito Santo agindo na vida de pessoas comuns, como eu e você, carentes da graça divina. Ao passo que as igrejas/comunidades grandes, cheias, requintadas, de estacionamentos "entupidos" de carros, não esporadicamente fazem de tudo - um ativismo humano desenfreado - para "trazer" o poder de Deus durante o culto, simulacros da Graça que não satisfazem, e as pessoas que ali se achegam, saem como entraram; vazias e com um sentimento que algo estava faltando no culto.

Enganam-se aqueles que ficam satisfeitos mais com uma "catarse de grupo" que com a verdadeira atuação da poderosa mão de Deus destruindo as potestades espirituais da maldade e arrancando os pecados dos corações; pecados esses que destroem e fazem adoecer a alma e apodrecer os ossos, como disse o salmista e rei Davi. Então o que faltou? Escasseou-se a manifestação gloriosa da presença marcante do Espírito de Cristo, para convencer do pecado e da justiça Divina, para salvar, curar e batizar.

Experimente ir a uma pequenina igreja, em algum bairro pobre da sua cidade, até mesmo aonde o pastor tem dificuldades com a Língua Portuguesa. Incrivelmente ali, ali mesmo, você será cheio da graça do Senhor, abundante Luz Divina, pois Deus não age segundo a vontade dos homens e de seus caprichos, das suas habilidades cognitivas, daqueles espertalhões da fé que facilmente descobrem como manipular pessoas simples, mas é através do Seu querer soberano. Por isso o apóstolo Paulo disse aos Coríntios: "A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus." (I Coríntios 2:4-5) Glória a Deus, glória a Ele somente, Aleluia! Aproveite nessa mesma oportunidade, e por amor a Cristo, deixe uma oferta financeira de amor - seu "dízimo" se assim quiser chamar - para essa pobre igreja, ajudando o pastor e os irmãos dali a pregarem o simples evangelho de Cristo.

Bom é isso aí. Fique na paz do Amado.

* Swindoll CR. Growing Strong in the Seasons of Life. Multnomah Press, 1983. 446p.

Escrito e publicado por Éber Stevão

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