sábado, 1 de agosto de 2009

ABUSO ESPIRITUAL – NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS - PARTE 2

Todo o material que segue abaixo descrito foi escrito e publicado em 06/10/2007 por Alexandros Meimaridis (petrakis_adm@yahoo.com.br) no JesusSite. Por entender que é um assunto de suma importância, estou reproduzindo-o aqui.

Atenção: O material a seguir destina-se à leitura de pessoas maduras e pode ser profundamente perturbador à grande maioria dos leitores. O autor recomenda grande discrição no uso deste material e na exposição do mesmo.

Versículos chave:

"Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor". Salmos 80:1

"Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas". Salmos 105:15

"Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque". Ezequiel 34:1 -6

"Vendo ele - Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor". Mateus 9:36

INTRODUÇÃO

A vasta maioria dos membros das assim chamadas "igrejas evangélicas" de todos os matizes - sejam protestantes, evangélicas propriamente ditas, pentecostais, carismáticas e da terceira onda - já tiveram a oportunidade, em um ou outro momento, de presenciar um pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo, profeta ou algo que o valha, subir ao púlpito de uma comunidade qualquer e mandar ver um sermão acerca de "não toqueis nos meus ungidos". Junto com o sermão, bastante impróprio, diga-se de passagem, vem um besteirol que beira realmente às raias do ridículo.

Estes sermões são todos motivados pelo conceito errado e realmente perverso de que aqueles que servem ao Senhor nas funções de pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo ou profeta etc, são realmente "servos especiais" que pertencem a uma categoria que é distinta de todos os outros crentes. Como "servos especiais", estas pessoas, pois existem homens e mulheres nesta categoria, imaginam que estão acima de qualquer tipo de crítica e que podem mandar e desmandar na Igreja do Senhor, porque, segundo eles mesmos, o Senhor lhes concedeu poder e autoridade "especiais". Por este motivo todo e qualquer criticismo, não importa a intenção, será confrontado vigorosamente através de vários mecanismos entre os quais se encontra o famigerado sermão acerca de "não toqueis nos meus ungidos".

Mas existem mesmos pessoas especiais para Deus? Existem mesmo pessoas que recebem um batismo com o Espírito Santo que é mais poderoso do que o batismo com o Espírito Santo que veio sobre todos os outros cristãos? Existe realmente uma unção que é maior, melhor, mais poderosa do que a unção com que o próprio Deus ungiu a todos os crentes no Senhor Jesus Cristo?

Outro dia o autor tomou conhecimento de que um falso mestre que atende pelo nome de Benny Hinn, declarou ter visitado os túmulos de duas mulheres fundadoras de igrejas cristãs do passado e que "coletou", para si mesmo, "a poderosa unção" que ainda se encontrava naqueles túmulos cheios de pessoas mortas. Não duvido que ele tenha realmente "coletado" alguma coisa, mas certamente o que ele coletou não tem nada a ver com o Espírito Santo de Deus. Este patético senhor e todos seus seguidores, e não são poucos, estão realmente fora de sintonia com o Deus da Bíblia e com a própria Bíblia como espero demonstrar neste artigo. Quando confrontado por tais práticas estranhas e realmente abusivas o senhor Benny Hinn reagiu com as seguintes palavras: "Se você falar mal de mim, ou contra a unção que está em mim e no meu ministério, seus filhos irão sofrer as conseqüências". Quão longe este tipo de atitude se encontra do verdadeiro ensino dos Evangelhos fica a critério do leitor decidir. Antes que qualquer leitor desavisado, resolva me escrever com argumentos do tipo "não devemos julgar", sugiro que leia outro artigo publicado também neste site cujo título é "O Cristão Pode Julgar?", onde tratamos deste assunto.

Mas como conseguimos chegar neste nível de desarranjo espiritual onde um homem que alega ser pregador da palavra de Deus age como um verdadeiro seguidor do espiritismo kardecista e procura recolher pretensas unções em cemitérios? Tudo isto acontece por um simples, mas poderoso fato, que pode ser assim representado: existem algumas pessoas que se arvoram ares de super-crentes ao mesmo tempo em que existem também, milhares de outras pessoas que estão dispostas a acreditar e seguir os super-crentes a qualquer custo, achando que com isto estão seguindo no caminho de Deus. O autor deseja dizer aqui com todas as letras, apenas que: NÃO EXISTEM SUPER-CRENTES. Tudo o mais será dito no restante deste artigo.

I. Os Abusadores

Abuso espiritual, pode parecer estranho, é um estado de coisas amplamente denunciado nas páginas das nossas Bíblias. No passado, durante os dias do Antigo Testamento, Deus levantou inúmeros profetas para denunciarem este tipo de perversidade. No Novo Testamento, o próprio Senhor Jesus tomou uma boa porção do Seu ministério para denunciar e confrontar aqueles que abusam espiritualmente de outras pessoas. Por estes motivos nós faremos muito bem em ouvir o que eles têm a dizer acerca dos desmandos e abusos que percebemos nos dias de hoje, da parte de homens e mulheres que são extremamente ágeis e rápidos em se proteger debaixo da couraça representada pela expressão "não toqueis nos meus ungidos".

A. O Profeta Ezequiel

A passagem de Ezequiel 34:1 - 6 é certamente a que melhor descreve, no Antigo Testamento, o assunto que é objeto deste artigo, a saber: Abuso Espiritual.

1 Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
3 Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.
6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.

Nesta passagem nós encontramos a palavra do Senhor vindo até o profeta Ezequiel lhe ordenando que profetize contra "os pastores de Israel". Por esta expressão, como fica evidente pelo contexto, devemos entender que o profeta não está se referido literalmente a pastores de ovelhas, e sim a todos os líderes da nação de Israel. Ele dirige suas palavras aos magistrados e aos príncipes, aos levitas e aos sacerdotes i.e. a todos aqueles que tinha a responsabilidade de cuidar do povo de Deus. De zelar sobre o povo de Deus, de protegê-lo e de não explorá-lo.

Através do profeta Ezequiel é o próprio Deus quem tem algo a dizer a estes líderes. E Deus fala de uma posição privilegiada já que Ele mesmo é reconhecido como o pastor por excelência sobre seu povo - ver Salmos 80:1. E como pastor sobre Seu povo, Deus é louvado, de forma magistral por Davi no Salmo 23 que começa exatamente com as palavras "O SENHOR é o meu Pastor, nada me faltará"! Fala o Deus-pastor de Israel e diz: "Ai dos pastores de Israel"! E nesta expressão nós encontramos uma vibrante contradição entre como aqueles homens se viam e como o Deus-pastor os via. Como iremos perceber os problemas causados por pastores abusadores, existem desde os tempos mais antigos.

Pastores, como líderes, gostam de pensar de si mesmo como pessoas diferenciadas, acima das outras pessoas. Gostam de se ver como sendo "especiais", como super-crentes. Apesar de gostarem de se ver desta maneira, Deus não está nem por um segundo interessado em participar no jogo deles. Suas palavras são de condenação absoluta desde o começo: "Ai dos pastores de Israel". Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções que executavam, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves conseqüências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem. Esta palavra realmente dura da parte do Senhor é motivada pelo fato de que os pastores não são "donos" do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e muito menos de maneiras que sejam abusivas. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo pastor - ver 1 Pedro 5:4. O motivo porque o Senhor usa tão duras palavras foi expresso de forma perfeita pelo profeta Jeremias quando diz: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! - diz o SENHOR - Jeremias 23:1. Porque somos ovelhas do pasto do Senhor, é que Ele se mostra tão aborrecido quando somos maltratados por aqueles que deveriam realmente cuidar de nós. Todos aqueles que são chamados, pelo SENHOR, para ajudar a cuidar das ovelhas do Seu pasto, vejam bem como procedem porque Deus não se agrada de tolos - ver Eclesiastes 5:4! Conforme podemos ver neste texto de Ezequiel, Deus irá sempre tratar com firmeza aqueles que não viverem à altura dos compromissos assumidos como pastores e servos a serviço do povo de Deus.

Ezequiel, falando em nome do Deus-Pastor de Israel, confronta os pastores dos seus dias de várias maneiras.

1. Em primeiro lugar existe a pergunta mais básica que precisa ser respondida e que é: por que existem pastores? A resposta nos vem através de uma pergunta feita pelo profeta: Não apascentarão os pastores as ovelhas? Pastores existem, primariamente, para apascentar as ovelhas. Para cuidar das ovelhas. E devem executar estas funções sem condenar e sem brutalizar as ovelhas. Usando uma linguagem bastante direta, o profeta acusa os pastores de estarem cuidando de si mesmos em vez de estarem cuidando das ovelhas: "Ai dos pastores que se apascentam a si mesmos!". Como se não fosse terrível o bastante ignorarem as necessidades das ovelhas por estarem por demais ocupados consigo mesmos, estes pastores ainda tratavam as ovelhas com extrema brutalidade, pois o profeta diz: "Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas" e "dominais sobre elas com rigor e dureza". O interesse daqueles pastores estava muito mais nos benefícios materiais que poderiam receber das ovelhas - carne, gordura, lã - do que nos benefícios espirituais que poderiam e deveriam repartir no cuidado do rebanho. Para Ezequiel, o interesse daqueles pastores não estava centrado no chamado de Deus e no pastoreio e sim no poder e no controle que exerciam sobre as ovelhas.

2. Em segundo lugar existe a triste constatação de que os pastores estavam negligenciando por completo suas responsabilidades, mesmo as mais básicas. O profeta diz: "A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes". Mas que situação tão terrível! Por que estes homens agiam assim desta maneira? Além da absoluta falta de interesse verdadeiro pelas ovelhas, eles agiam desta maneira em parte por ignorância e em parte por preguiça. O despreparo dos pastores é notório e a preguiça de muitos deles também. Deixa o rebanho pra lá, dizem. O rebanho só me interessa pelo que posso conseguir dele, o resto é realmente irrelevante. Pensam e agem assim porque sabem que o povo os tem em alta estima e ninguém vai realmente querer peitar o "ungido do Senhor".

3. O resultado direto deste descaso e ignorância não demora a ser sentido. Ovelhas sem cuidados pastorais e maltratadas tendem a se espalhar, por não haver pastor, e acabam por tornar-se pasto para todas as feras do campo. Este é o triste fim de todas as situações de abuso espiritual que encontramos, mesmo nos dias de hoje: ovelhas dispersas, abandonadas e sendo devoradas por todos os tipos de "feras". O profeta constata, em nome do Deus-Pastor de Israel, esta triste realidade ao dizer: "As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro". Ovelhas abusadas só conseguem resistir até certo ponto. Algumas chegam mesmo a morrer dentro do próprio redil - a comunidade local que chamamos de igreja. Outras, não agüentando mais os abusos, preferem abandonar o redil. E os pastores demonstram algum tipo de preocupação? As palavras de Ezequiel estão repletas de desconsolo neste quesito: "as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque". A triste conclusão a que chegamos ao analisar este texto é a mesma de muitos irmãos que têm nos procurado para nos dizer: melhor ficar sem pastor, do que sob os cuidados, ou melhor, a falta de cuidados, deste tipo de pastores denunciados pelo profeta.

Não podemos ignorar que os pastores abusadores, não desistem de seus atos de abuso, mesmo quando as ovelhas saem dos seus redis. Estes abusadores perseguem as ovelhas, visando trazê-las de volta à situação terrível da qual haviam escapado. Quando encontram resistência por parte da ovelha que saiu, a atitude dos abusadores é, como o leitor já sabe, mais abuso. Falsas acusações de insubordinação, de insubmissão e falta de consagração a Deus são apenas o começo. Visando intimidar a "ovelha desgarrada", pastores abusadores partem para os mais baixos tipos de manipulação que incluem: dizer que a "ovelha desgarrada" nunca foi verdadeiramente crente, ou pior, dizer que a "ovelha desgarrada" vai direto para o inferno. Depois, com a cara lavada, estes abusadores sentem-se livres para afirmar que suas igrejas são igrejas que "cuidam realmente" das pessoas e ninguém poderá dizer que não tentaram trazer a ovelha desgarrada de volta.

Mas é interessante notar, que nestes encontros, que visam à reconciliação, não existe, por parte dos abusadores, nem uma palavra de admissão de erros cometidos. Como são os "ungidos do Senhor" estão muito acima até mesmo da possibilidade de cometerem o menor pecado. Afinal eles ensinam, que pastores, não cometem erros nem pecados e não precisam nunca pedir perdão. E quando apertados, costumam sacar, sem a menor cerimônia, seu texto favorito que diz: Não toqueis nos meus ungidos! São realmente patéticos nestas horas.

A verdade que muitas vezes resistimos em reconhecer, e pessoas abusadas sentem esta dificuldade de uma maneira muito mais aguda, é que existem muitos homens, mas muitos mesmos, que se intitulam pastores, são até mesmo ordenados, mas que na realidade não são pastores de verdade. Não possuem chamado, não se submetem ao Senhorio de Jesus e não se dispõe ser aquilo que devem ser: servos, a serviço do povo de Deus. Muitos hoje estão no ministério apenas por interesses financeiros e comerciais. Como "ser pastor" se tornou em apenas mais uma profissão, o pastor-abusador fará de tudo que estiver ao seu alcance para não perder sua "boquinha".

B. O Senhor Jesus e os Falsos Pastores

Nos dias em que andou por este mundo, o Senhor Jesus foi um ferrenho adversário dos falsos pastores. Jesus se opôs abertamente contra todos aqueles que, chamando-se pastores, se ocupam realmente somente consigo mesmos e abandonam o rebanho completamente. A situação do povo de Israel nos dias de Jesus não era nem um pouco diferente daquela que encontramos nos dias do profeta Ezequiel. O evangelista Mateus nos diz que: "Vendo ele - Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor - Mateus 9:36".

O encontro frontal entre Jesus e os falsos pastores de Israel dos seus dias, será discutido na parte 3 desta série.

II. "Não Toqueis nos Meus Ungidos"

Conforme mencionamos anteriormente, pastores abusadores gostam de pensar acerca de si mesmos, como sendo super-crentes. Gostam de pensar acerca de si mesmos como pertencendo a uma casta realmente separada e distinta de todos os outros irmãos. Dentro desta visão costumam, por um lado, torcer textos bíblicos para beneficiá-los e por outro lado inventam uma série de normas que são colocadas em prática tão logo são questionados ou se sentem ameaçados. É importante que deixemos bem claro que na grande maioria das vezes, este sentimento de que estão sendo ameaçados, é completamente irracional. Vamos primeiro ver os textos favoritos dos pastores abusadores quando o assunto é a auto-defesa deles, e em seguida, veremos algumas das normas mais comuns implementadas em suas defesas. Não podemos nunca nos esquecer que todos os recursos utilizados pelos pastores abusadores visam não deixar nenhuma dúvida na cabeça de nenhuma pessoa acerca de quem realmente manda!

A. Os Textos Bíblicos Favoritos dos Pastores Abusadores

Os pastores abusadores gostam de se ver como pertencentes a uma classe toda especial de pessoas. Uma das maneiras favoritas de se descreverem é atribuir a si mesmos o pomposo título de "ungido do Senhor". Com isto querem dizer que são objetos de uma unção toda especial da parte de Deus. Esta "unção" possui verdadeiro poder mágico de transformá-los em super-crentes. Como tais, estão imunes de cometer os mesmos erros que todos nós estamos sujeitos a cometer. Como não cometem erros, não têm nada acerca do que devem pedir perdão. Como não cometem erros nem pecados, são também inatacáveis e não podem sofrer nenhum tipo de crítica ou censura. Qualquer pessoa que ouse criticá-los ou condená-los por práticas abusivas será severamente tratada.

Mas vamos considerar, por breves instantes, o mito de que a expressão "não toqueis nos meus ungidos" diz respeito aos pastores abusadores. Mitos nada mais são do que palavras que assumiram um significado diferente daquele que lhe foi atribuído pelo autor original. O mesmo é verdade com o mito criado em torno da expressão "não toqueis nos meus ungidos", como podemos perceber pela evidência a seguir.

1. A expressão "ungido do Senhor" é bíblica e ocorre exatas oito vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Seis destas oito menções fazem referência ao rei Saul. Uma faz referência ao Rei Davi e uma diz respeito ao Ungido do Senhor como aguardado pelo profeta Jeremias. As menções aos reis Saul e Davi, deixam bem claro que os ungidos do Senhor não eram homens imunes nem a erros, nem a críticas e muito menos à disciplina por parte do Senhor. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "ungido do Senhor" no final deste artigo.

2. A expressão "teu ungido" é também bíblica e ocorre seis vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Destas seis, uma diz respeito ao rei Davi e todas as outras ao Ungido como esperado pelo povo de Israel. Novamente a referência ao rei Davi é um claro indicativo que o "ungido do Senhor" era alguém passível de cometer erros, de sofrer críticas e, no caso específico de Davi, de sofrer graves conseqüências por pecados cometidos. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "teu ungido" no final deste artigo.

3. A expressão "meu ungido", da mesma forma que as duas anteriores, é bíblica e ocorre duas vezes no texto hebraico do antigo testamento. As duas referências dizem respeito ao Messias ou Ungido como esperado pelo povo de Israel. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "meu ungido" no final deste artigo.

4. Por sua vez, a expressão "seu ungido", ocorre onze vezes no texto hebraico do Antigo Testamento e uma única vez no texto grego do Novo Testamento. Estas onze referências estão assim distribuídas:

" 5 vezes fazem referência ao Ungido como o esperado Messias de Israel.
" 3 vezes fazem menção a Saul.
" 1 vez diz respeito à Eliabe, irmão de Davi.
" 2 vezes a citação é referente ao rei Davi.
" 1 vez ao imperador dos Medos, Ciro.

Desta maneira fica fácil notar que quando não se refere ao Ungido que representa o Senhor Jesus, os textos falam de homens que foram tão pecadores como qualquer um de nós. A unção para ser rei sobre o povo de Israel, conferida a Saul e a Davi, não era nenhuma garantia de que aqueles homens estavam imunes do poder do pecado, ou que não poderiam ser criticados e que estariam completamente isentos da disciplina de Deus. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "seu ungido" no final deste artigo.

5. Por fim restam as duas referências que trazem de forma explícita a expressão "não toqueis nos meus ungidos". Estas referências são:

1 Crônicas 16:22 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

Salmos 105:15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

Antes de analisarmos estes versículos é necessário dizer que os mesmos são idênticos e isto por um bom motivo. O verso de 1 Crônicas é parte de uma compilação de Salmos que se estende do verso 7 até o verso 36 do capítulo 16 de 1 Crônicas. Esta compilação contém partes dos salmos 96, 105 e 106.

Conforme dissemos, os dois versículos são idênticos, portanto, a interpretação de um servirá como interpretação para o outro também. A questão mais importante para nós, neste momento, é definir acerca de quem o salmista está falando? Quem são os ungidos do Senhor? O contexto deixa isto bem claro, e por ele nós podemos ter certeza absoluta quem são as pessoas a quem o Senhor se refere como sendo os "ungidos do Senhor" e de "meus profetas". Salmos 105:8 - 15 diz o seguinte:

8 Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações;
9 a aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
10 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua,
11 dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
12 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
13 andavam de nação em nação, de um reino para outro reino.
14 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

O texto é absolutamente cristalino. Aqueles que são chamados de "ungidos do Senhor" e de "meus profetas" são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. São os Israelitas. Todos e cada um deles. Ninguém que pertença verdadeiramente ao povo de Israel é deixado de fora.

Portanto, como dissemos, o mito de que os pastores constituem-se em os "ungidos do Senhor", como uma casta distinta e superior a todos os crentes, não passa realmente de uma invencionice perversa cujo único propósito é munir homens perversos com mecanismos que os possibilitem abusar de suas ovelhas. Precisamos retornar, de maneira urgente, ao padrão bíblico do pastor-servo à imitação do próprio Senhor Jesus.

B. O Ensino do Novo Testamento Acerca de Termos Sido Ungidos por Deus

O Novo Testamento ensina exatamente a mesma coisa que é ensinada no Antigo Testamento. Todos os que pertencem ao Povo de Deus foram ungidos pelo próprio Deus. Todos os crentes verdadeiros, sem exceção recebem uma e rigorosamente a mesma unção. Não existem cristãos mais ungidos que outros cristãos. E, definitivamente, não existem "ministérios ungidos" e muito menos esta figura preconizada por falsos mestres, como Benny Hinn, de que é possível possuir "uma unção" específica, distinta da única unção disponível a todos os cristãos.

O texto de 2 Coríntios 1:21 - 22 diz: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração". Estes dois versos ensinam claramente que só existe uma unção e que todos os cristãos são participantes desta unção, pois o repartir da mesma é um ato do próprio Deus.

Quando Paulo diz que Deus nos ungiu, ele está dizendo que todos nós que somos genuinamente cristãos, fomos ungidos diretamente pelo próprio Deus. Nas tradições judaicas era costumeiro a unção de reis, profetas e sacerdotes quando do início do exercício das suas funções. Isto pode ser observado em Êxodos 28:41 e 40:15 com relação aos sacerdotes; em 1 Reis 9:16 e Isaías 61:1 com relação aos profetas e em 1 Samuel 10:1;15:1; 2 Samuel 2:4 e 1 Reis 1:34 com relação aos reis de Israel. A palavra "ungido" é também usada para se referir, de modo todo especial, ao Senhor Jesus que é chamado de: Ungido (português) = Cristo (grego) = Messias (hebraico). Jesus é o ungido por excelência de Deus já que Ele possui um triplo serviço como Rei, Profeta e Sacerdote. A expressão ungido também é usada para se referir a todos os crentes e indica que os mesmos são consagrados ou separados para o serviço de Deus pelo Espírito Santo. É por causa desta separação ou consagração, que somos chamados e considerados santos por Deus. O apóstolo João disse em 1 João 2:20: "E vós possuis unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento". A conseqüência desta unção na vida de todos os cristão pode ser vista em alguns versículos mais adiante, no mesmo texto, quando João diz:

"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. - 1 João 2:27 - 29".

Assim temos que existe somente uma unção, que todos os crentes receberam esta mesma unção e que Deus mesmo é aquele que nos unge. Não devemos, portanto, ter medo de desmascarar a qualquer um que pretenda ser possuidor de algum tipo especial de unção. Unção especial só existe uma: é aquela com Deus mesmo ungiu a todos os crentes, sem exceção! Qualquer outra invencionice não passa de pretensão e orgulho humano querendo aparecer.

C. Métodos e Normas que são Geralmente Utilizados por Pastores Abusadores

O autor deseja advertir novamente aos leitores de que o material a seguir contém informações que podem não ser agradáveis à grande maioria das pessoas.

Pastores que abusam dos seus rebanhos seguem, normalmente, uma série comum de métodos e normas, visando estabelecer seu poder, domínio e controle absoluto sobre o povo de Deus. Entres estes métodos e normas podemos destacar as seguintes como sendo as mais comuns:

1. Pastores abusadores são extremamente defensivos quanto aos seus feudos particulares e tendem a agir de uma forma que é sempre abusiva quando se trata de defender seus próprios interesses. Os interesses pessoais de pastores abusadores estão, sempre, acima de quaisquer outros interesses. Não existe nenhum tipo de consideração cristã que possa intervir quando o que está em jogo for o interesse pessoal de algum pastor abusador. Em poucas palavras podemos dizer que para defender seus interesses vale-tudo para pastores abusadores.

2. Uma das características mais marcantes deste vale-tudo mencionado no item 1 acima, é a tendência constante de usar e abusar de passagens bíblicas, dentre as quais a favorita é: "Não toqueis nos meus ungidos". Pastores abusadores aprendem, de forma bastante rápida, a manipular a Bíblia visando alcançar seus mais inconfessáveis propósitos.
3. Pastores abusadores, porque possuem uma visão distorcida de si mesmos, literalmente adoram serem exaltados e tratados com toda a honra, toda a deferência e toda a pompa e circunstância, que, em suas mentes doentias, imaginam o "ungido do Senhor" merece.

4. Pastores abusadores são todos aqueles que acham que os termos usados no Novo Testamento para descrevê-los, termos como pastores, presbíteros e bispos, são realmente títulos e indicadores de posição. Nas suas pequeninas cabeças imaginam que os "títulos" que possuem os habilitam a dominar, governar e até reinar sobre o povo de Deus. A estes homens falta um mínimo de inteligência para entenderem que os termos usados no Novo Testamento são meros descritores de função e não possuem nenhum tipo de conotação hierárquica ou de posição ou nível. Todos os crentes, sem exceção, estão "EM CRISTO". Esta é a posição de todos os crentes: estamos todos "em Cristo". Pastores estão "em Cristo", da mesma maneira que as ovelhas estão "em Cristo". Não existe nenhuma diferença posicional entre os crentes. O que existe são funções diferentes. E a função daqueles encarregados de cuidar do rebanho de Deus é descrita como a de alguém que cuida de ovelhas (pastor); como de alguém que possui maturidade espiritual para ensinar, admoestar e exortar (presbítero) e como alguém que possui a função de supervisionar o rebanho de Deus (bispo). Como pode ser facilmente percebido as três palavras, pastor, presbítero e bispo, são meras descritoras das funções que precisam ser executadas e não fazem nenhuma referência a algum tipo de hierarquia que deva existir na Igreja dos Ungidos do Senhor! Os termos que o Novo Testamento usa de pastor, presbítero e bispo não descrevem ofícios e sim as funções que precisam ser desempenhadas por aqueles chamados para cuidar do povo de Deus.

5. Pastores abusadores gostam de reprovar de forma pública e privada a todos que consideram desobedientes e insubmissos. Esta desobediência e insubmissão não têm nada a ver com a Bíblia ou com a sã doutrina e sim com a vontade pessoal do pastor abusador. As reprovações privadas tendem a ser bastante desagradáveis, pois os abusadores sabem que dificilmente alguém irá acreditar nas palavras de alguém que está rotulado de insubmisso ou desobediente. Esta situação permite aos pastores abusadores usar os termos que bem quiserem nestas conversas, fazer as alegações que bem entenderem por mais estapafúrdias que sejam, levantar graves acusações por mais levianas que sejam e tirar as conclusões que lhes forem as mais convenientes. É praticamente impossível sobreviver em um ambiente tão hostil. Mas há muitos que continuam tentando. Somente a eternidade irá revelar a verdadeira dramaticidade destas conversas perversas e funestas.

6. Intimamente associado à reprovação pública está o desprezo público ou o isolamento de certos membros. Pastores abusadores fazem questão de deixar bem claro quem são as pessoas que não estão lhes agradando, e por este motivo precisam ser tratadas da maneira mais fria possível. Irmãos fracos, ao verem o pastor colocar alguém "na geladeira", seguem o mesmo mau exemplo e também passam a tratar o ferido da mesma maneira. Esta é uma das situações mais insuportáveis dentro de uma comunhão que se intitula cristã. Quando um pastor que deveria realmente estar cuidando da ovelha ferida, vira o rosto e age como se a ovelha não existisse, está cometendo um dos atos mais cruéis que podem ser praticados.

7. Pastores abusadores adoram subir nos púlpitos e disparar contra aqueles que consideram seus desafetos. Este é sem dúvida um dos piores atos que um pastor pode praticar: usar o tempo que deveria ser gasto para edificar o povo de Deus para resolver diferenças pessoais, muitas vezes com uma pessoa somente. Pastores abusadores sabem que o púlpito é prerrogativa exclusiva deles ou de quem eles convidam, portanto, sentem-se à vontade para maltratar as pessoas a partir daquela posição vantajosa. Quando sobem ao púlpito para agredir a quem quer que seja, os pastores abusadores demonstram apenas que são grandes covardes e como tais são dignos de uma coisa somente: desprezo absoluto.

8. Se a igreja possuir algum tipo de boletim o mesmo será usado por pastores abusadores para destilar triplamente o mais perverso tipo de veneno do qual se tem notícia. Este tipo de veneno intoxica a todos nos igreja. Ninguém que saiba ler fica imune desta contaminação verdadeiramente maligna.

9. Ameaças de toda sorte são também parte do arsenal comum a todos os pastores abusadores. Ameaças que vão desde o simples afastamento de algum ministério, chegando até à excomunhão ou expulsão que é o termo favorito dos abusadores neste quesito. Da pretensa, mas real, posição de autoridade, o pastor abusador se sente perfeitamente confortável para atazanar a vida de suas ovelhas com todos os tipos de ameaças, com algumas chegando a beirar a imoralidade.

10. Pastores abusadores costumam ensinar suas ovelhas que toda insubordinação e desobediência é pecado grave e que este tipo de pecado é digno das mais severas e pesados formas de disciplina. Desta maneira, a igreja está plenamente doutrinada e quando algo acontece todo mundo concorda com a violência praticada. Este é realmente um ciclo vicioso muito difícil de romper.

11. Outra característica bastante marcante entre pastores abusadores é a adoção de dois pesos e duas medidas como norma para o dia-a-dia. Este tipo de prática é tão comum, tratar uma mesma situação de duas maneiras diferentes, que a vasta maioria dos crentes dos dias de hoje já não reage a este estado de coisas. Preferem pensar que as coisas são assim mesmo. Que não adianta lutar. Que é bobagem se indispor. O autor entende todos estes argumentos, mas não pode deixar de chamar de covardes a todos que observam este tipo de prática e não se manifestam pela justiça e pela verdade! A motivação para o uso de dois pesos e duas medidas está completamente dependente àquilo que for o interesse do pastor abusador. São seus interesses pessoais e não a justiça e a verdade que interessam.

12. Pastores abusivos gostam de ensinar suas ovelhas idéias que possam causar falsos sentimentos de culpa. Estes sentimentos, por sua vez, só podem ser aliviados mediante um curvar-se, quase imoral, diante da vontade do pastor ou, se a pessoa tiver condições, de polpudas contribuições. Os que não possuem dinheiro acabam por trabalhar como verdadeiros escravos para o pastor, sua esposa e filhos. Fazem de tudo: reforma e pintura de casas, cozinham, lavam, passam, cuidam do jardim, das crianças, fazem faxina, limpeza pesada, lavam carros, servem como motoristas e vai por aí afora. Pastores abusivos sabem que uma mente bem manipulada por falsa culpa é capaz de produzir muitas e muitas coisas.

13. Abusadores gostam de criar panelas e grupelhos de todos os tipos dentro das igrejas. A alguns eles estendem a mão e chamam estas pessoas de "amigos pessoais". Este tipo de "amizade" vai muito além daquilo que dispensam aos outros irmãos da igreja. O resultado disto é que aqueles que são atraídos para dentro deste círculo íntimo compartilham o "poder" com o "chefe" e isto os faz leais até à morte, mesmo diante das maiores imoralidades que se possa ter notícia. Outros são privilegiados com posições "honradas" e destaques especiais naqueles ministérios que são considerados os mais "nobres". Quanta hipocrisia é possível existir dentro de uma igreja é realmente difícil de se aferir. Mas os abusadores adoram tudo isto e se divertem enquanto seguem impunes. Mas o SENHOR vê tudo e certamente haverá um severo ajuste de contas na hora apropriada.

14. Uma das formas mais medonhas de abuso espiritual é aquilo que podemos chamar de esoterismo. Esta é a prática mediante a qual a verdadeira natureza dos ensinamentos, da agenda que está sendo seguida e das práticas que são adotadas é revelada somente para os mais "chegados" ou àqueles que progridem, de forma verdadeira, dentro do movimento a que pertencem. O autor tem tido a oportunidade de observar inúmeras denominações, algumas históricas inclusive, onde o verdadeiro propósito e agenda é sustentar e manter a boa vida da classe sacerdotal ou dominante. Milhares e milhares de "formiguinhas" trabalham como escravos e contribuem para que um pequeno grupo tenha tudo do bom e do melhor. No dia em que estes verdadeiros "escravos" do século XXI acordarem, e se derem conta de que não precisam dos "faraós", este será um verdadeiro dia de glória.

15. Amor condicional é outro método favorito dos pastores abusadores. Só recebem amor aqueles que se enquadram perfeitamente dentro da vontade absoluta do abusador. Todos os outros são tratados com desdém e desprezo visível até por quem está apenas visitando o trabalho.

16. Abusadores exigem que qualquer pessoa que queira progredir na hierarquia que comandam, precisa, acima de tudo, ser um excelente modelo quando o assunto é contribuição. Posições de liderança são rigorosamente reservadas a pessoas que podem contribuir mais financeiramente.

Diante desta lista, verdadeiramente abominável, chega a ser ridículo perguntarmos por que as igrejas vão mal e estão tão enfermas. A resposta não precisa ser buscada na existência de demônios territoriais, inimigos da cruz nem em "irmãos insubmissos". A resposta para muitos dos males que existem na igreja moderna passa pela qualidade da liderança existente. Passa pela triste constatação de que os abusadores não estão preocupados com o Povo de Deus e sim com seus próprios interesses. Se desejamos uma nova Reforma, a mesma precisa começar, necessariamente, pela remoção de líderes abusadores e sua substituição por verdadeiros líderes que sejam pastores-servos a serviço do Povo de Deus.

Conclusão:

Creio que chegou a hora de praticarmos uma verdadeira defenestração, espiritual é claro, arrancando as máscaras dos pretensos "ungidos do Senhor"; virando as costas e dando adeus aos "faraós modernos" e abandonando por completo aqueles que se especializaram em, abusar de todos nós. O autor não tem nenhuma dúvida que a vasta maioria dos problemas que enfrentamos na Igreja do século XXI, está diretamente relacionada às lideranças canhestras que se encastelaram nas posições de liderança das igrejas de todas as denominações, o que lhes permite manter, com mão de ferro, o absoluto controle sobre o Povo de Deus. Precisamos, urgentemente, pedir que Deus suscite uma nova geração de pastores que possuam genuínos corações de servos. Corações que estejam realmente no servir o povo de Deus e não em serem servidos. E, por favor, vamos aprender de uma vez por todas, que igrejas e ministérios multimilionários, não servem realmente aos propósitos de Deus de levar o evangelho a todas as pessoas deste mundo.

O Que Fazer?

O autor gostaria de agradecer a um leitor que me escreveu e sugeriu que eu procurasse oferecer algumas alternativas práticas às graves situações que costumo discutir em meus artigos. Então, atendendo à sugestão recebida, aqui vão algumas atitudes práticas para se livrar de situações de abuso espiritual.

Caso o leitor esteja vivendo uma situação como as descritas neste trabalho, o autor gostaria de sugerir alguns passos práticos para ajudá-lo a se livrar deste emaranhado de coisas:

1. Saiba que nada que será dito a seguir é fácil de ser colocado em prática devido a todos os mecanismos de dominação e controle que existem e que estão disponíveis aos pastores e igrejas abusadoras. Todavia, vale à pena tentar.

2. Em primeiro lugar você precisa entender como verdade bíblica, que não existem pastores que sejam "ungidos do Senhor" de uma forma especial. Precisa entender que você, a simples ovelha, recebeu de Deus mesmo, uma unção que é exatamente igual a que um pastor recebeu. Portanto não se sinta intimidado nem amedrontado diante das ameaças. Pastores são tão mortais quanto todos nós, mesmo que gostem de pensar de si mesmos mais do que convém - ver Romanos 12:3. Discordar de um pastor abusador pode não ser fácil, mas não trará as conseqüências anunciadas pelo abusador e seus seguidores.

3. Depois você precisa entender que não existe uma diferença de posição quando se compara a um pastor. A simples ovelha e o mais "exaltado" dos pastores estão exatamente na mesma posição: ambos estão "em Cristo". Não existe, portanto, nenhuma diferença na posição. Pastores não estão em posições mais elevadas ao passo que as ovelhas estão em posições mais inferiores. Isto não existe, é uma invenção de homens maldosos e aproveitadores. Todos os crentes estão em uma e mesma posição: estamos todos EM CRISTO. Ver Efésios 4:11 - 16.

4. Precisa entender também que a mesma consideração e respeito que você deve ao irmão-pastor é exatamente a mesma que você deve a todos os outros irmãos. Por outro lado, os pastores devem exatamente a mesma consideração e respeito a todos os irmãos, sem exceção. Ver a lista de mandamentos de reciprocidade no final deste artigo. Os mandamentos de reciprocidade precisam ser praticados por todos os crentes, sejam eles ovelhas, sejam pastores. Note a quantidade de vezes que o mandamento de amor recíproco é repetido. Lembre-se, abuso espiritual é fruto absoluto da falta do amor de Deus na vida do abusador! Mesmo falando em nome de Deus, pastores-abusadores não possuem o amor de Deus em seus corações.

5. Além disso, precisa compreender que não existe nenhuma possibilidade de diálogo com um pastor abusador. Eles estão irremediavelmente viciados pelo poder e pelo prazer que o abuso provoca em suas mentes. Não perca tempo tentando argumentar. Não adianta nada. Não vale à pena. Ouça as palavras do Senhor com relação aos abusadores dos seus dias: Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco - Mateus 15:14. No terceiro estudo desta série iremos analisar o confronto de Jesus com os abusadores de seus dias.

6. Não, você não irá para o inferno se decidir abandonar o redil de um pastor abusador. Ou mesmo se decidir abandonar uma igreja abusadora. Aliás, quero recomendar que você faça exatamente isto. Não é uma decisão fácil, mas para seu próprio bem, quanto antes você tomar esta decisão, melhor para você. Lembre-se, o Faraó não gostava dos judeus, mas precisava deles! O pastor abusador não gosta de você, mas ele precisa de você. Você não precisa de nenhum pastor abusador. De fato, sem você não existe pastor abusador. Vire as costas e deixe ele se virar.

7. Você precisa estar disposto a obedecer ao Senhor e a ignorar aqueles que, usando o nome do Senhor, desejam somente escravizá-lo. Lembre-se, em todos os lugares onde o Espírito do Senhor está existe verdadeira liberdade - ver 2 Coríntios 3:17. Qualquer outra situação não passa de engodo para manter as pessoas cativas.

8. Lembre-se também, que na grande maioria das vezes, pastores abusadores e seus seguidores, agem de maneira completamente irracional. Agem como verdadeiros pit-bulls, atacando sem nenhuma justificativa plausível. Uma das maneiras mais comuns deste tipo de irracionalidade é tratar as pessoas como se elas não existissem. Ai! Como dói um irmão de muitos anos, de repente, virar o rosto e fingir que você não existe! Isto é o que eu chamo de atitude irracional. Bem, deixe-me dizer isto bem alto: NÓS NÃO TEMOS NENHUMA OBRIGAÇÃO DE NOS RELACIONAR COM PESSOAS IRRACIONAIS! Portanto, não se acanhe, tome uma decisão definitiva, de banir de sua vida, de uma vez por todas, estas pessoas que te tratam desta maneira.

9. Não adianta insistir. Falar, argumentar e até mesmo implorar não surte nenhum efeito em pessoas irracionais. Tentar convencê-los com argumentos lógicos irá apenas levar você à exaustão. Lidar com pessoas que agem desta maneira é estar em uma situação onde se é impossível vencer. Então, se você não pode vencer, pra que perder tempo batalhando?

10. Faça tudo que estiver ao teu alcance para evitar se vir aprisionado em situações em que você não tem à mínima chance de vencer. Fuja destas situações.

11. Procure alguma comunhão onde você possa ter suas feridas tratadas por um verdadeiro pastor-servo. Minha convicção é que Deus, em Sua misericórdia, ainda tem muitos homens deste calibre, espalhados por todos os lugares. Peça a orientação de Deus. Dependa da força que o Senhor mesmo pode suprir. Decida servir o Senhor livre de todos os impedimentos e tropeços que pastores abusadores insistem em colocar no caminho dos filhos de Deus.

Desde a publicação da primeira parte deste material, o autor tem recebido inúmeros e-mails com verdadeiras histórias de horror. Histórias de manipulações perversas, de distorções terríveis, de comportamentos inomináveis, de abusos espirituais abomináveis. É nossa firme convicção de que o Deus verdadeiro deseja conduzir suas ovelhas a pastos verdejantes, às águas de verdadeiro refrigério. Talvez estes artigos sejam usados por Deus para abrir os olhos de muitos, para que se libertem dos duros grilhões controlados por pastores e igrejas abusadoras.

O autor gostaria de pedir a todos os leitores que se unam a ele, em oração, ao Deus de toda misericórdia e Pai de todas as consolações, para que nos envie tempos de verdadeiro refrigério. Que o Senhor possa nos ajudar a reformar a igreja do século XXI, começando pela urgente, urgentíssima, reforma das nossas lideranças pastorais.

Apêndice A
Passagens Onde Ocorre a Expressão "Ungido do Senhor":

1 Samuel 24:6 e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR. - SAUL.

1 Samuel 26:9 Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do SENHOR - SAUL e fique inocente?

1 Samuel 26:16 Não é bom isso que fizeste; tão certo como vive o SENHOR, deveis morrer, vós que não guardastes a vosso senhor, o ungido do SENHOR - SAUL; vede, agora, onde está a lança do rei e a bilha da água, que tinha à sua cabeceira.

1 Samuel 26:23 Pague, porém, o SENHOR a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te havia entregado, hoje, nas minhas mãos, porém eu não quis estendê-las contra o ungido do SENHOR - SAUL.

2 Samuel 1:14 Davi lhe disse: Como não temeste estender a mão para matares o ungido do SENHOR? - SAUL.

2 Samuel 1:16 Disse-lhe Davi: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca testificou contra ti, dizendo: Matei o ungido do SENHOR - SAUL.

2 Samuel 19:21 Então, respondeu Abisai, filho de Zeruia, e disse: Não morreria, pois, Simei por isto, havendo amaldiçoado ao ungido do SENHOR? - DAVI.

Lamentações 4:20 O fôlego da nossa vida, o ungido do SENHOR, foi preso nos forjes deles; dele dizíamos: debaixo da sua sombra, viveremos entre as nações.

Apêndice B
Passagens Onde Ocorre a Expressão "teu ungido":

Crônicas 6:42 Ah! SENHOR Deus, não repulses o teu ungido; lembra-te das misericórdias que usaste para com Davi, teu servo.

Salmos 84:9 Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.

Salmos 89:38 Tu, porém, o repudiaste e o rejeitaste; e te indignaste com o teu ungido.

Salmos 89:51 com que, SENHOR, os teus inimigos têm vilipendiado, sim, vilipendiado os passos do teu ungido.

Salmos 132:10 Por amor de Davi, teu servo, não desprezes o rosto do teu ungido.

Habacuque 3:13 Tu sais para salvamento do teu povo, para salvar o teu ungido; feres o telhado da casa do perverso e lhe descobres

Apêndice C
Passagens Onde Ocorre a Expressão "meu ungido":

1 Samuel 2:35 Então, suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do meu ungido para sempre.

Salmos 132:17 Ali, farei brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu ungido.

Apêndice D
Passagens Onde Ocorre a Expressão "seu ungido":

1 Samuel 2:10 Os que contendem com o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O SENHOR julga as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido.

1 Samuel 12:3 Eis-me aqui, testemunhai contra mim perante o SENHOR e perante o seu ungido: de quem tomei o boi? De quem tomei o jumento? A quem defraudei? A quem oprimi? E das mãos de quem aceitei suborno para encobrir com ele os meus olhos? E vo-lo restituirei.

1 Samuel 12:5 E ele lhes disse: O SENHOR é testemunha contra vós outros, e o seu ungido é, hoje, testemunha de que nada tendes achado nas minhas mãos. E o povo confirmou: Deus é testemunha.

1 Samuel 16:6 Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido.

1 Samuel 26:11 O SENHOR me guarde de que eu estenda a mão contra o seu ungido; agora, porém, toma a lança que está à sua cabeceira e a bilha da água, e vamo-nos.

2 Samuel 22:51 É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido, com Davi e sua posteridade, para sempre.

Salmos 2:2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo:

Salmos 18:50 É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido, com Davi e sua posteridade, para sempre.

Salmos 20:6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra.

Salmos 28:8 O SENHOR é a força do seu povo, o refúgio salvador do seu ungido.

Isaías 45:1 Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão.

Atos 4:26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido.

Apêndice E
Lista dos Mandamentos de Reciprocidade

Romanos 12:10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

Romanos 13:8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.

Romanos 14:13 Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.

Romanos 15:7 Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.

Romanos 15:14 E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros.

Romanos 16:16 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todas as igrejas de Cristo vos saúdam.

1 Coríntios 16:20 Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.

2 Coríntios 13:12 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.

Gálatas 5:26 Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.

Efésios 4:2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.

Efésios 4:32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.

Efésios 5:21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.

Colossenses 3:9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos

Colossenses 3:13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;

1 Ts 4:9 No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros;

1 Ts 4:18 Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.

1 Ts 5:11 Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo.

Hebreus 10:24 Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.

Tiago 5:16 Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.

1 Pedro 1:22 Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente.

1 Pedro 4:10 Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

1 Pedro 5:14 Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor. Paz a todos vós que vos achais em Cristo.

1 João 3:11 Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros.

1 João 3:23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.

1 João 4:7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.

1 João 4:11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.

1 João 4:12 Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.

2 João 1:5 E agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.

Publicado aqui por Éber Stevão

ABUSO ESPIRITUAL - O PROBLEMA DOS PASTORES PROFISSIONAIS - PARTE 1

Todo o material que segue abaixo descrito foi escrito e publicado em 3/9/2007 por Alexandros Meimaridis (petrakis_adm@yahoo.com.br) no JesusSite. Por entender que é um assunto de suma importância, estou reproduzindo-o aqui.

Atenção: O material a seguir destina-se à leitura de pessoas maduras e pode ser profundamente perturbador à grande maioria dos leitores. O autor recomenda grande discrição no uso deste material e na exposição do mesmo.

Versículos chave:

"Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo". Efésios 5:21

"Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal". 1 Tessalonicenses 5:21-22

"Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede". João 6:35

"Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão". Gálatas 5:1

"Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor". Gálatas 5:13

"Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória" 1 Pedro 5:1-4

INTRODUÇÃO

Os discípulos do Senhor Jesus, felizmente, eram como todos nós. Isto quer dizer que eram pecadores e falhos como todos nós somos. Nos dias do Antigo Testamento o Salmista se refere ao Deus de Jacó como uma maneira de nos consolar em meio às nossas fraquezas quando diz: "Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus". (Salmos 146:5) A expressão "Deus de Jacó" é uma referência clara ao fato de que Deus está acostumado a lidar com pessoas pecadoras e contraditórias como Jacó e como qualquer um de nós. Bendito seja Deus, o Senhor, que nos ama apesar de sermos o que somos. Mas como falamos no início, os próprios apóstolos do Senhor Jesus não eram diferentes de cada um de nós. Como tal estavam sujeitos às mesmas tentações e desvios de conduta que ameaçam a vida de qualquer um de nós. O registro dos Evangelhos está cheio de circunstância onde o Senhor precisou agir com firmeza para corrigir estas situações anômalas na vida dos Seus discípulos e apóstolos. Uma destas circunstâncias é aquela que trata do pedido de Tiago e João e da mãe deles, que havia decidido agir como se fosse uma verdadeira empresária dos próprios filhos. O pedido em questão, feito ao Senhor Jesus, era o seguinte:

"Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor. Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda". Mateus 20:20–21

O pedido de Tiago e João visava satisfazer a uma das necessidades mais básicas que existem em todos os seres humanos que é ter autoridade sobre outros que são seus iguais! Este é um sério problema dos seres humanos: o desejo de quererem ser "mais" iguais que os outros. É óbvio que os outros discípulos, sendo também humanos, não aplaudiram o pedido feito por Tiago e João. E por que não? Porque cada um dos outros dez discípulos desejava ocupar, ele mesmo, um daqueles lugares à direita e à esquerda do Senhor Jesus, no Seu reino glorioso. De fato o texto bíblico diz que os dez ficaram indignados com os dois irmãos – ver Mateus 20:24. O Senhor Jesus tratou com bastante firmeza aquela situação, procurando mostrar aos discípulos que as regras que deveriam existir entre eles eram diversas das regras que existiam entre as pessoas que não são discípulos de Jesus. Ele disse:

"Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos. Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". Mateus 20:24-28

O princípio que o Senhor Jesus quis ensinar era bastante necessário e urgente naquele momento. A saúde da futura Igreja Cristã iria depender, em parte, da obediência às palavras de Jesus acima mencionadas. Um dos aspectos do verdadeiro Cristianismo que mais encantam este autor é o fato de que nosso Deus e Senhor é sempre nosso exemplo naquilo que demanda de nós. Isto é verdade com relação ao ensino acerca de como se tornar realmente grande entre o povo de Deus. Quando o Senhor Jesus confrontou Seus discípulos, mostrando-lhes como a conduta deles precisava ser diferente do exemplo que viam na humanidade em geral, emendou dizendo que esta havia sido a atitude ou exemplo que estavam recebendo d’Ele. Em outras palavras, Jesus disse aos discípulos que eles pertenciam a uma comunidade de pessoas que eram rigorosamente iguais e que não deveria existir nenhum tipo de interesse dominador por parte de uns sobre os outros como estava implícito no pedido de Tiago e João. O serviço cristão praticado de uns para com os outros produz apenas o bem ao passo que o desejo de dominar sobre outros conduz irremediavelmente a partidarismos, contendas, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas bem como a abusos de toda sorte – ver Gálatas 5:20 - 21.

Cerca de dois mil anos se passaram desde que o Senhor Jesus ensinou estas verdades. Independente deste fato é com grande pesar que constatamos nos nossos dias, que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é servir uns aos outros como um mandamento que deve valer indistintamente para todos aqueles sobre os quais o bom nome do Senhor foi invocado. Temos observado, com grande tristeza, inúmeros abusos que estão ocorrendo no seio da Cristandade[2] em geral bem como no seio do Cristianismo em particular. Estes abusos têm causado inúmeros males ao corpo de Cristo, que é Sua Igreja, além de destruir por completo inúmeras vidas. Muitos destes que foram abusados perderam a fé e alguns até se tornaram inimigos da fé cristã como conseqüência direta dos abusos que sofreram. É intenção do autor discutir tão delicado assunto visando contribuir para que de alguma maneira possamos seguir no caminho do serviço em vez do caminho do autoritarismo e do abuso espiritual. Nesta questão envolvendo abuso espiritual temos descoberto que não existem inocentes. Lideranças[3] e liderados[4] são igualmente responsáveis pelo descalabro que podemos observar e igualmente culpados pelos males praticados.

A. Liderança como Serviço e não como Senhorio

1. A Tênue Linha que Separa o Serviço do Senhorio

Conforme vimos o Senhor Jesus advertiu severamente seus discípulos contra o desejo de se tornarem senhores uns sobre os outros e podemos dizer, por extensão, de se tornarem senhores sobre o povo de Deus. Existe uma linha muito fina entre serviço e senhorio, entre discipulado e dominação. O que temos notado é que em muitos casos a linha se torna tão tênue que é mesmo impossível distinguir onde o primeiro terminou e o segundo começou. A grande maioria das lideranças com as quais convivemos, têm cruzado esta linha sem muita cerimônia e não escondem seu aborrecimento quando confrontadas pelos fatos. Em um próximo artigo falaremos do poderoso arsenal ao qual costumam recorrer para se defender. Não estamos querendo colocar todo mundo dentro de um mesmo saco e por este motivo é importante que mencionemos que existem líderes sensíveis a esta tênue linha e que procuram manter uma posição equilibrada com relação à mesma. Outros há que transgridem o limite, mas se arrependem e voltam ao bom senso representado pelo serviço cristão. Outros há, por fim, que não sabem funcionar se não estiverem completamente do outro lado da linha como senhores absolutos sobre o povo de Deus. Infelizmente, nos nossos dias, este último tipo tem sido bem mais freqüente do que gostaríamos de ver.

2. A Questão Representada pela Existência dos "Servos" Profissionais

Outra questão importante para a nossa discussão é a profissionalização da liderança, especialmente, da liderança pastoral. Todos os pastores, sejam de tempo integral sejam de tempo parcial, sabem que seu sustento e o de suas famílias dependem diretamente das comunidades locais que estão pastoreando. E esta não é uma questão periférica. Muito pelo contrário é uma questão central. Muitos pastores cruzam a linha mencionada no item anterior motivados e movidos por recompensas financeiras e ambição pessoal. Assim continua verdadeiro o princípio mencionado pelo apóstolo Paulo de que "o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores". (1 Timóteo 6:10) Nos últimos anos temos podido notar um número cada vez maior de "servos" profissionais que têm usado o povo de Deus para construir seus pequenos impérios que incluem, entre outras coisas, residências em diversas cidade e países, automóveis, móveis e roupas de luxo, canais de televisão e estações de rádio etc. Estes verdadeiros "senhores"quando confrontados com a dura realidade representada pela Palavra de Deus, muito dificilmente se arrependem, preferindo lançar mão de um poderoso arsenal, que na realidade não passa de um grande besteirol, para justificar seus desmandos.

3. Tanto faz mentor ou tutor, o exemplo vem sempre de cima

Esta parece ser uma das mais inflexíveis leis na História da Humanidade. O exemplo vem sempre de cima, ou seja, o exemplo estabelecido pela liderança será sempre imitado e servirá de inspiração e motivação para quem está mais em baixo. Se o exemplo for ruim então as conseqüências serão verdadeiramente devastadoras. Nos dias de hoje é bastante comum pastores se espelharem nos métodos e na forma de agir daqueles que podem ser percebidos como sendo bem sucedidos. Por sucesso, neste contexto, não estamos nos referindo à fidelidade à palavra de Deus como proposto pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 4:2 e sim ao sucesso como percebido pelo mundo e que pode ser medido em números. Fidelidade, como bem sabemos, não é mensurável em números. É necessário que tanto quem lidera quanto quem é liderado seja fiel à revelação Bíblica. Este fato, por si só, seria um poderoso antídoto contra todo o veneno que tem sido disseminado no corpo de Cristo, no que diz respeito aos maus exemplos que estão sendo estabelecidos e seguidos. O ensino das escrituras é claro quanto à responsabilidade de todos os crentes de "julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de forma de mal". (1 Tessalonicenses 5:21–22)

4. Nobreza ou rebelião?

O médico Lucas que nos legou o Evangelho que leva seu nome também nos deixou um segundo tratado. Estamos falando do Livro dos Atos dos Apóstolos. Neste livro, no capítulo 17, Lucas descreve, entre outras coisas, a visita que Paulo, Silas e o próprio Lucas fizeram às cidades de Tessalônica e Beréia. De acordo com o texto Bíblico a atitude dos bereanos causou profunda impressão nos visitantes. Nas próprias palavras de Lucas os "de Beréia, eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim". (Atos 17:11)

Nos dias de hoje qualquer um que tente imitar o bom exemplo que nos foi deixado pelos bereanos será rigorosamente tachado de "rebelde". A atitude inquisitiva que procura confirmar se certas práticas são mesmo bíblicas é definida como rebelião com o acusado sujeito a sofrer grandes abusos por parte da liderança questionada. Este tipo de abuso ocorre em duas frentes. A primeira é quando o líder usa as escrituras de forma abusiva para ensinar ou justificar práticas que não se sustentam diante de uma análise mais apropriada. Neste caso não importa o que a Bíblia ensina e sim a interpretação particular que foi fornecida pelo líder A segunda ocorre quando o líder ignora por completo a Bíblia e parte para ensinar algo que nem de longe poderia ser justificado pelo ensino das Escrituras. A falta de discernimento e de uma atitude mais positiva, à moda bereana, por parte dos liderados é o elemento singular que mais contribui para que este tipo de abuso espiritual ocorra no seio da Igreja Cristã.

5. O que se exige e o que se permite

Outro problema que existe no contexto das relações entre liderança e liderados diz respeito às exigências que pesam sobre a liderança, exigências estas feitas pelo Senhor da Igreja e pela Sua palavra e aquilo que lhes é permitido pelas comunidades às quais ministram. Aquilo que os líderes deveriam estar fazendo e ensinando de acordo com as Escrituras e aquilo que eles estão fazendo na prática normalmente não se encaixam. O grande dilema enfrentado pelos pastores é a enorme inconsistência que enfrentam entre o que Deus demanda e o que as comunidades estão dispostas a tolerar. Como os líderes são normalmente eleitos e sustentados pelas comunidades nas quais atuam este dilema torna-se o mais agudo.

Conclusão

O surgimento de "servos" profissionais produziu no seio da cristandade uma série de fatores que têm feito com que muitos líderes, alguns até bem-intencionados, cruzem a tênue linha que existe entre um ministério legítimo de um completamente ilegítimo. Estes "servos", em vez de servir, acabam por substituir o verdadeiro discipulado por uma dominação que nada tem de cristã. Em vez de liderar pelo exemplo se tornam "senhores" sobre o rebanho de Deus que, diga-se de passagem, não lhes pertence.

B. Redefinindo certos Termos

Uma das características mais marcantes dos líderes que praticam o abuso espiritual é a insistência em redefinir certos termos. Palavras acerca das quais estávamos absolutamente certos de conhecermos o significado, de forma precisa, são manipuladas a um nível que as tornam irreconhecíveis. A manipulação é tão extensa e profissional que chegamos a duvidar se alguma vez entendemos, realmente, o significado de certas palavras.

1. Autoridade

Não existe no seio da cristandade nenhuma outra palavra que seja mais abusada pelos abusadores espirituais do que a palavra autoridade. O ensino bíblico é bastante claro nas afirmativas que faz de que autoridade significa poder exercido de maneira apropriada – ver Mateus 9:6; João 1:12; João 10:18 e 17:2 etc. Por este motivo, todo exercício de poder de maneira imprópria, não é exercício de autoridade e sim de abuso espiritual. Como esta questão é bastante sutil é mais fácil indicar situações onde existe abuso espiritual, ou seja, onde o poder é exercido de maneira não apropriada, do que discutirmos as questões genuinamente semânticas relacionadas a este termo. Líderes acostumados a abusar espiritualmente das pessoas confiadas à sua guarda poderão manifestar as seguintes características:

§ Estender a autoridade da liderança a áreas da vida que ultrapassam os limites representados por questões morais e de valores apresentados na Bíblia. Um exemplo clássico é quando a liderança quer determinar com quem uma pessoa pode namorar e até casar. Outro aspecto tem a ver com interferências acerca de que profissão seguir e etc.

§ Impor sanções quando não houver submissão ao item anterior.

§ Promover um sentimento de culpa generalizado quando não existir conformação automática aos desejos manifestos da liderança.

§ Rotular as pessoas que resistem serem manipuladas de: insubmissos, orgulhosos, corações endurecidos etc.

§ Agir como se fosse o próprio Deus na vida das pessoas.

§ Manipular e torcer a palavra de Deus para conformá-la aos desejos da liderança.

§ Confrontar de maneira permanente o pecado na vida de todas as pessoas. Quanta hipocrisia pode existir nesta prática é simplesmente impossível de dizer.

§ Ensinar que as pessoas devem ser julgadas pelas opiniões que possuem acerca da liderança.

§ Ensinar que não existe verdadeiro discipulado fora do redil em que a pessoa se encontra.

§ Ensinar que Jesus não é mais todo suficiente – ver João 6:35 - e que é necessário seguir as muitas invencionices, nenhuma delas bíblicas diga-se de passagem, que impõe sobre as pessoas.

§ Ensinar que inúmeras coisas são pecaminosas quando a própria Bíblia nada diz diretamente acerca destes mesmos assuntos.

§ Ensinar que ser um verdadeiro seguidor de Jesus significa colocar a vontade de outro, normalmente a vontade do próprio líder, acima da própria vontade.

§ Transmitir a sensação de que a pessoa está realmente afundando na fé quando ela começa a considerar abandonar o redil em que se encontra.

§ Fazer com que pessoas rejeitem promoções no serviço, mudança de cidades ou novas oportunidades apenas para se manterem onde estão em completa submissão à liderança.

§ Torcer de maneira perversa o uso de palavras como obediência e submissão.

Se o leitor se encontra em um ambiente onde qualquer uma destas características está presente, é necessário tomar muito cuidado, pois o perigo de estar sendo abusado espiritualmente é bastante real.

2. Independente

Um teste simples talvez seja a melhor maneira de entendermos como esta palavra tem sido redefinida. Faça o seguinte: escreva no centro de uma folha de papel a palavra "independente". Depois, escreva outras palavras que lhe vêm à mente e que estejam relacionadas com independente. Terminada esta fase, analise francamente se a palavra "independente" bem como as outras palavras anotadas descrevem alguém de forma positiva ou negativa. Quais são as características de uma pessoa realmente independente. Agora, procure ver o termo independente à luz de Gálatas 5:1 e 13. Ser independente significa que temos a liberdade de vivermos não como queremos e sim como devemos. Mas este modo de vida é muito imprevisível para os dominadores. Eles preferem estabelecer regras fixas e rígidas para seus seguidores. Nenhuma independência ou liberdade como ensinada da Bíblia serão toleradas. Na Bíblia, independência e pecaminosidade não mantêm nenhuma relação direta. Paulo era bastante independente por um lado e completamente dependente de Deus por outro.

3. Obediência e submissão

Estas palavras são verdadeiras "pedras-de-toque" no jargão dos abusadores. Obediência cega e submissão inquestionável à liderança são as maiores características dos discípulos na opinião da liderança religiosa abusadora. Amor, fé e esperança são secundários, apesar da Bíblia nos ensinar exatamente o contrário!

C. Autocracia na Igreja

O termo autocracia não é usado nesta divisão de forma equivocada como alguns poderão pensar. Infelizmente nossa experiência nos tem mostrado que existem muitos líderes autocráticos nas igrejas cristãs, independente da denominação. A expressão "autocracia" é definida pelo dicionário Aurélio Século XXI como: "Governo de um príncipe, com poderes ilimitados e absolutos". É realmente uma pena que no meio cristão existam tantos líderes "governando" a igreja desta maneira. Para a grande maioria deste tipo de líderes os irmãos e as irmãs são completamente insignificantes. Bem, como toda regra tem sua exceção, os irmãos e irmãs são importantes somente em um único momento: na hora de contribuir. De acordo com um velho amigo, a maioria das igrejas modernas concedem aos seus membros estes dois direitos inalienáveis:

1. Pagar as contas. Todas as contas, inclusive os salários daqueles que são abusadores.

2. Calar a boca. Ou ficar de boca fechada mesmo diante dos maiores descalabros imagináveis.

O governo autocrático ocorre todas as vezes que um determinado grupo, que pode ser chamado de diretoria, conselho, presbitério etc, passa a controlar, com mão de ferro os meios de disciplina. Este controle, diga-se de passagem, é exercido de modo cabal. Nenhum tipo de "má conduta" pode ser nem será tolerado de fato. Toda e qualquer resistência será sumariamente fulminada. A Bíblia e o bom senso cristão submetido ao Espírito Santo são ignorados por completo. O que vale são os interesses do grupo no poder. Qualquer ameaça, seja real ou apenas imaginária é confrontada com toda a força possível, de tal maneira que não reste a menor dúvida acerca de "quem manda". A sensação de impunidade destes indivíduos beira realmente ao absurdo. São verdadeiros "sacripantas"[5]. Mas, como é que tanta barbaridade tem sido cometida no seio de igrejas cristãs? Como é possível que estas formas abusivas de pensamentos e ações permaneçam e sejam justificadas? A resposta a estas perguntas não é realmente muito complexa. O poder é criado e mantido através de um artifício muito simples. Este artifício constitui em sacralizar - atribuir caráter de sagrado - a certas formas de pensamento e de comportamento que privilegiam a classe dominante como se ela fosse melhor ou mais próxima de Deus do que o resto dos cristãos. Levantar-se contra a casta dominante torna-se sinônimo de levantar-se contra o próprio Deus. E isto, meu caro leitor, não pode ser tolerado em nenhuma hipótese. Estes privilégios são, por sua vez, preservados e garantidos mediante o estabelecimento e o controle de mecanismos institucionais que agem e reagem de forma absolutamente "sem misericórdia e sem perdão", contra toda e qualquer forma de pensamento ou comportamento que não se conforma com o que a autocracia espera ou deseja.

A triste conclusão a esta divisão fica por conta de um e-mail que me foi enviado por um irmão amigo da cidade de são Paulo. Neste documento o leitor poderá observar claramente dois fatos da maior importância:

1. A autocracia é real e suas ações são devastadoras para dizer o mínimo.

2. Não existe solução alternativa para os abusados que não seja a de sair da instituição e expressar o profundo desprezo que sentem por estes senhores de quinta categoria.

Conclusão

O material a seguir é a reprodução de um e-mail recebido pelo autor (Alexandro Meimaridis). Nomes de pessoas e de denominações foram deixados em branco para evitar constrangimentos desnecessários. A linguagem é bastante forte e a leitura é recomendada apenas para leitores maduros. O autor sublinhou partes do texto para dar ênfase.

"Mesmo sem o senhor me conhecer, eu o responsabilizo pelo fortalecimento espiritual na minha vida e na vida de muitos outros adolescentes e jovens da minha igreja.

Tenho 26 anos, e desde o meu nascimento freqüentei a igreja ________. Eu ia numa congregação perto de minha casa, no extremo da Zona Leste – Guaianazes. Sou músico, e cresci tocando para os grupos de louvores de minha igreja. Na minha adolescência me envolvi muito com música, e junto com meus amigos começamos a estudar, ouvir, e freqüentar shows musicais. Então eu meus amigos começamos a ser solicitado (sic) para tocar em congressos em outras igrejas e sub-sedes da igreja ______. Até que um dia chegamos a tocar na sede do _____ durante muito tempo.

Crescemos debaixo de leis agressivas, contraditórias, hipócritas, injustas, preconceituosas (principalmente para as mulheres), demasiadamente severas, e de interesse próprio, mas de alguma forma conseguíamos sobreviver a essas normas de depreciação da mensagem da cruz.

Na verdade o que nos nutria na permanência naquela igreja era o forte vínculo afetivo durante anos com amigos. Ríamos, chorávamos e pleiteávamos unidos, um ajudando o outro. Sofremos, principalmente em nossa adolescência, muitas acusações. Nos incriminavam de "ovelha negra", "lobo disfarçado", "fruto podre", "Jezabel", etecéteras (sic). Éramos humilhados, muitos eram disciplinados e excluídos, outros eram humilhados publicamente e outros, mais fracos, eram coagidos a quebrar a televisão, usar ternos e darem dízimos (na verdade eram subjugados a serem dizimistas!).

Tudo piorou quando adicionamos, em nosso repertório musical, levadas de jazz, rock e soul. Os patronos dos "bons costumes" repudiavam e ojerizavam (manifestando) explicitamente seus dissabores, declarando que "aquilo" não era recebido por Deus. Éramos mais ou menos 100 jovens que procurávamos de alguma forma tolerar as mazelas estabelecidas.

Para o pastor tudo era pecado. Quando um adolescente ouvia o pastor afirmar que jogar bola, usar bermuda, ouvir música "mundana" e ir à praia era pecado, não resistia em descrer daquilo que o pastor afirmava, só que muitos acabavam ignorando aquilo que realmente era pecado.

Quantas e quantas vezes tínhamos que orientar um jovem a diferenciar o que era pecado ou não. Na verdade tínhamos que codificar todos os ensinamentos que tínhamos. Mas isto era muito difícil, nem sempre as pessoas se conformavam em viver nesta situação, então muitos se entristeciam, então nessas horas nós nos reuníamos, alugávamos um filme, comíamos uma pizza e pronto, tudo se melhorava!

Uma coisa que nos ajudou muito foram os santos livros: Bíblia e livros dos autores: ___________________________________________________________________ etecéteras (sic).

Isso nos ajudou muito a desmistificar a minorização (sic) do cristianismo, defender a genuinidade do Amor Supremo e incitar nas pessoas uma busca da veracidade sem legalismo áspero, heresia exacerbada e jugo prescindível.

Conhecemos muitas pessoas na sede do _____ e então vimos que a podridão escoavam (sic) das 4 paredes das congregações para se concentrar na catedral da putrefação, sede da dissimulação presidido (sic) por um pontífice e sua dinastia autocrata!

Angustiados e desanimados começamos a promover "peregrinação" para ouvir a palavra genuína, louvar a Deus com liberdade e participar da Ceia sem ameaças.

Pastor ___________, com certeza o senhor não sabe, mas saímos de nossas casas 7 horas da manhã no domingo de ceia de sua igreja, sentávamos nas últimas cadeiras e ríamos, chorávamos, orávamos e participávamos da ceia. Quando terminava o culto íamos ao shopping _______, pechinchávamos um almoço barato, comíamos, pegávamos o trem e íamos direto para a _______ finalizar o dia naquela igreja maravilhosa com o pastor ______. Intitulávamos "o dia de comer filét"!

Surpreendentemente tivemos a intervenção divina.

Deus mandou, um Faraó de coração endurecido para dirigir a nossa congregação, não demorou muito para se travar o maior embate que eu já participei, foi uma guerra terrível, discussões no meio do culto, mobilização contra as normas "faraônicas". Fomos aos pastores superiores, travamos uma batalha e o resultado final foi estabelecido: A corja papal apóia o faraó, ignorando dezenas de crianças, adolescentes, jovens e pais, não se importando se fôssemos cair num abismo.

Confesso que passei noites sem dormir, pois eu pensava: "o que vou fazer?" "o que vamos fazer agora?"

Tinha medo de estar fazendo as coisas do jeito errado e de estar levando um monte de gente para a decepção com Deus.

Começamos a nos reunir em casas de amigos e começamos a conversar sobre o que iríamos fazer, até que conhecemos, por preparação de Deus, uma igreja _____ (que está fora da ________ e que também já quebrou muitos paradigmas), que denominamos de "Terra Prometida".

Hoje, conseguimos reunir todos os ex-________, e formamos um coral de black music, e verdadeiramente, servimos a Deus e Louvamos a Ele sem empecilhos!

Amo a todos que participaram desse nosso êxodo!

Amo nossa "Terra Prometida" – Igreja __________ (pastor, mui amado, ____________)!


Amo os pastores __________ e _______, que nos deram palavras robustecedoras (sic) e nos proporcionam cultos onde podíamos revigorar forças e suberfúgios (sic) para lutar!

Concluo dizendo que só temos o visto de Deus quando lutamos até o fim!"

Ao ler este e-mail a sensação que fica é que nada mais resta a fazer senão chorar e orar. Quem sabe se Deus não se compadece destes "senhores" e lhes envia verdadeiro arrependimento de coração.

Em próximo artigo iremos falar acerca da questão da "unção e da autoridade". O abuso espiritual, como iremos demonstrar, possui muitas faces, cada uma mais perversa que a outra.

Notas:
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[1] Todas as citações bíblicas neste artigo são da versão de Almeida Revista e Atualizada (ARA) publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil a menos que outra tradução seja indicada.

[2] O autor chamará de "Cristandade" esta religião falsa, espalhada pelo mundo, que se auto-intitula de cristã. Mesmo não gostando do termo "Cristianismo", pelo reducionismo ideológico que ele causa, o mesmo será usado para se referir à verdadeira igreja cristã espalhada pelo mundo.

[3] O termo "liderança" será usado neste estudo para descrever aqueles que se intitulam, por exemplo, como Apóstolos, Reverendos, Pastores, Bispos, Anciãos, Presbíteros, Diáconos, Ministros do Evangelho, membros da Diretoria ou membros do Conselho etc.

[4] O termo "liderados" define neste estudo, todos aqueles que não se enquadram nos pomposos títulos da nota de número 3.

[5] É com grande pesar que o autor constata que nossos líderes religiosos, independente de se denominarem pastores, presbíteros, diáconos, anciãos, diretores etc, se parecem em demasia mais com o personagem Sacripante, que era pessoa de índole violenta, mau caráter e falsamente piedosa, e que é descrito no poema Orlando Innamorato, de Matteo-Maria Boiardo (1434-1494), e no poema Orlando Furioso, de Luigi Ariosto (1474-1533).

Publicado aqui por Éber Stevão

COMO RICK WARREN "SE TRANSFIGURA EM ANJO DE LUZ"... (2 CORÍNTIOS 11:14)

Já escrevi anteriormente sobre a MENTIRA imbutida no livro “Uma Igreja com Propósitos” do autor Rick Warren. Aliás, o livro todo é uma mentira diabólica que "intenciona" retirar a Igreja do Controle do Espírito Santo. Mas você, que crê no Senhor Jesus, pode estar certo que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja de Jesus Cristo, pois Ele é a Cabeça e não existe estratégia alguma a ser seguida pela Sua Noiva a não ser seguir a Cristo e ponto final.

PASTORES: PAREM DE INVENTAR!!!!!! É tudo acerca de Jesus Cristo, tudo para Ele, tudo por Ele e vem dEle.

O pastor Todd Hudnall, braço direito de Rick Warren, vai escrever algo no texto descrito abaixo que quase não consigo acreditar que um pastor, algum dia, poderia escrever algo similar. Ele escreve assim (e você lerá abaixo): "O perito em crescimento da igreja, Wynn Arndt...". O que? Perito em crescimento de igreja? Achei que era o Espírito Santo!!! Na minha Bíblia, em Atos 2, diz que era o Senhor quem acrescentava à igreja!!! Um pastor que diz isso só pode ser do diabo! Será que os outros pastores aqui no Brasil, em Curitiba, estão se espelhando nesse tipo de pastor exportado?

Fico triste por saber que igrejas grandes, comunidades e outras tradicionais, até mesmo a Igreja Batista daqui de Curitiba-PR, com pastores influentes, usaram esse livro DIABÓLICO “Uma Igreja com Propósitos” para ensinar as ovelhas de Cristo. Irão prestar contas a Ele no último dia, certamente. Lembrem-se, pastores, vocês serão julgados com muito mais rigor por Jesus Cristo do que suas ovelhas! Pensem nisto! Não durmam a noite, dobrem seus joelhos, arrependam-se e peçam perdão, porque ainda é tempo. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Todo o assunto abaixo foi retirado do Jesussite e traduzido por Mary Schultze.

(EXCERTO da apresentação da "Igreja Com Propósito", de Rick Warren por Todd Hudnall, pastor sênior da Primeira Assembléia de Deus em San Diego (CA), à Igreja Pentecostal de Nairobi, Kenia, em 08/11/05. Comentários de James Sundquist & Editor contribuinte e do Pr. Bob Dewaay).

Após ter recebido muitos e-mails, do mundo inteiro, de cristãos preocupados com o fato de sua igreja e seu país estarem sendo "transformados" pelo modelo "Igreja Com Propósito" de Rick Warren e do seu Plano de Paz Global, bem como de outros irmãos me perguntando como é possível saber se a sua igreja já entrou no esquema do "Com Propósito", fui compelido a escrever este artigo, a fim de responder a tão angustiosos pedidos (SOS) de socorro.

Existe um artigo recente em reposta a essa exata transformação e como identificá-la, cujo título é "Are You in the Throes of Transformation?" (Você Está nas Turbulências da Transformação?) no site http://herescope.blogspot.com/.

Esse artigo é tão brilhante que decidi que ele seria muito edificante ao Corpo de Cristo sobre esse exato tema, no sentido de esclarecer um bocado de confusão.

O que vem a seguir é tanto uma atualização como um estudo sobre como Rick Warren [RW] está tomando conta das igrejas e dos países. Uma das principais apresentações do staff da Igreja Saddleback de Warren foi feita pelo Pr. Todd Hudnall, pastor sênior das Assembléias de Deus, em San Diego, Califórnia, também o preletor na Conferência Com Propósito, na Flórida, em abril de 2006.

(http://www.purposedriven.com/enUS/Events/PurposeDrivenPentecostalCharismatic-LakeForestCA/UNcompromised_speakers.htm).

Excerto da conferência "A Igreja Com Propósito"

Todd Hudnall:

A favor de Rick Warren (RW)...

A mensagem que estamos compartilhando com vocês deveria chamar-se um sistema operacional para a igreja. Sem o chip Intel o computador não funciona. Creio que o modelo da "Igreja Com Propósito" [ICP] é um chip processador para a Igreja de Jesus Cristo. Creio que ele funciona, quer seja em San Diego, Califórnia, ou no Kenia, África. Ele funciona porque é o propósito de Deus. É o plano de Deus... E o que Deus tem feito através de RW é prover um modelo, através do qual possamos cumprir esse propósito, tornado-nos a igreja prevalecente, que Deus deseja que sejamos. Esta mensagem é muito bíblica.

Resposta de James Sundquist:

Ora, essa mensagem NÃO é tão bíblica assim. O sistema operacional da igreja não é um objeto. É uma Pessoa... a Pessoa de Jesus Cristo e a Pessoa do Espírito Santo (O qual nos conduz a toda a verdade). Jesus Cristo é o autor e consumador da nossa salvação, desde o Século I até este Século XXI. Ele não disse que sem um chip de computador não se poderia operar; o que Ele disse foi "Sem Mim nada podeis fazer" (João 15:5). Desse modo, a premissa de Hudnall e Warren é fatalmente errada. E como poderia o sistema operacional de igreja ser um chip da Intel, se o computador nem sequer existiu durante 1.900 anos. Então como foi que a igreja funcionou esse tempo todo sem o chip? Conforme os assim chamados "pós-modernistas" e a ICP, ela não funcionou. O modelo antigo (a pregação bíblica de Jesus Cristo sobre o arrependimento, o novo nascimento, aviso sobre o Julgamento Final e o inferno) seria uma falácia fúnebre. Mas que audácia proclamar o mito de que RW tem agora a chave, a qual através das eras faltou à igreja. Talvez por isso é que estejam tão empolgados e reescrever a Bíblia e em promover as pervertidas tradições da mesma!

No final dessa Conferência, Hudnall mudou a definição de um "chip processador" para "o chip processador", ou modelo para a Igreja do Século 21. Essa declaração arrogante significa que qualquer igreja que não "adotar o modelo com propósito" de RW está fora do plano de Deus. Quem não o segue, dizem eles que tentarão ajudá-lo a descobrir outra igreja, onde se sinta feliz. Mas por que fazer isso, se ao fazê-lo, você vai ser considerado totalmente FORA do plano de Deus? Há enormes chances de nem mesmo existir outra igreja local à qual se filiar, uma vez que todas as igrejas, nos arredores, também já terão adotado o modelo "com propósito". E se a tal analogia do chip da Intel fosse verdade... que o sistema operacional da igreja devesse funcionar somente com esse chip, ficaria patente que ele não iria funcionar num computador que fosse uma sinagoga ou a Igreja Católica Romana, as quais pregam "outro evangelho". Esse tal sistema operacional, que eles afirmam ser "o plano de Deus", falha em reconhecer as exatas palavras do Apóstolo Paulo, que disse (Atos 20:27): "nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus". Tudo indica que isso não aconteceu, visto como Paulo deixou de nos suprir com o modelo "com propósito" de Rick Warren

Pr. Bob Dewaay:

1) - O Pr. Hudall faz a afirmação por demais ousada de que RW inventou um novo sistema operacional para a igreja. Com relação aos computadores, o sistema operacional não é a parte essencial dos mesmos. Retire-se o chip do CPU e o computador pára, tornando-se inútil. Será possível acreditar que a igreja ficará morta, inútil, sem o plano Warren?

2) - Como é possível que um programa (o "com propósito") que não existia até o Século XX, possa desempenhar esse papel chave? Sem o sistema operacional o computador pára. Isso quer dizer que cada igreja existente, a partir do Dia de Pentecoste, estava morta? E se não estava, então é claro que essas igrejas tinham antes algo semelhante a um sistema operacional. E qual teria sido esse antigo sistema operacional, que agora está sendo removido e substituído pela ICP?

O discurso em questão não esclarece qual era esse antigo CPU que precisou ser descartado. E, se não conseguem responder essas perguntas, então suas afirmações devem ser descartadas.

3) - Biblicamente quem mais se assemelha a um sistema operacional de computador é o Senhor Jesus Cristo, como o cabeça da igreja, e o Espírito Santo, como a vida da igreja. No caso de Warren estar removendo-Os e substituindo-Os pelo novo processador (Igreja Com Propósito) esse não é realmente um sistema operacional novo, portanto a sua afirmação é falsa.

4) - O discurso em questão usa as expressões "plano de Deus" e "com propósito", como sinônimos, antes de conhecer qualquer evidência disso. Na lógica, isso requer uma resposta. Pois, por que teríamos de aceitar a idéia de que o "com propósito" é realmente o plano de Deus, antes que isto seja evidenciado? Eles prometem demais para um programa feito por mãos humanas.

5) - Eles deveriam admitir que o modelo "com propósito" não existia no Novo Testamento. Resta-lhes provar que o que estão fazendo será capaz de melhorar os ensinos e práticas do Novo Testamento, sem comprometê-los. Neste ponto eles fracassaram, pois existe evidência de que estão comprometendo esses ensinos.

Todd Hudnall:

... No ano passado de 1992, tomei conhecimento do modelo da ICP do Dr. Rick Warren e soube o que Deus estava realizando ali na Igreja Saddleback. Nesse tempo, eu andava em busca de repostas. E quando vi esse modelo, pensei: "este é o plano de Deus. Ele nos permite realizar o que Deus quer de nós para a Sua igreja". Então eu trouxe esse modelo para a nossa igreja e logo começamos a ver o crescimento imediato da mesma, consistentemente, em 20% ao ano. Essa é uma boa porcentagem. Quando se atinge mais de 20% é difícil prosseguir com o crescimento. Pode-se fazê-lo, mas torna-se difícil. Sinais, maravilhas e milagres começam a acontecer. Tenho visto reavivamentos, mas vi que o reavivamento, de fato, prejudica as igrejas, com o passar do tempo, porque estas perdem o seu foco, perdem o seu propósito. Começam a ver o movimento como algo para elas... para ajudá-las a cumprir a sua agenda."

Resposta:

O que acontece é que RW não possui uma agenda, que signifique um plano detalhado para a terra.

Pr. Bob Dewaay:

Mais uma vez o preletor (Hudnall) pede resposta. Que ele PENSA/PENSOU que esse é o plano de Deus, não prova que o seja. Que a sua igreja tenha crescido e tenha havido ali sinais e maravilhas, não significa que isso tenha vindo de Deus. As falsas religiões também crescem e têm sinais e maravilhas. O que ele não consegue provar é que o modelo da ICP seja o mesmo do Novo Testamento. Ele está apelando à sua experiência pessoal, em vez de apelar à Escritura. Precisamos consultar a Bíblia para uma agenda correta.

Todd Hudnall:

Acredito que Deus queira trazer um reavivamento ao Kenia, mas deve haver um meio de fazê-lo. Não se pode colocar vinho novo em odres velhos. Precisamos de um vaso novo para ser usado pelo Espírito Santo... o qual possa conter o reavivamento que Deus quer trazer. Então, creio que o modelo "com propósito" é esse vaso.

Resposta:

Mais uma vez o programa ICP redefine a significação da Escritura. Os odres velhos, aos quais Jesus Cristo se referiu, eram o Antiga Aliança e as tradições dos escribas e fariseus... os líderes religiosos de Israel. Os vasos novos significam a Nova Aliança e para essa Nova Aliança não há substituição. Segundo Hudnall, a igreja que funciona com a Nova Aliança deve ser substituída por outra Nova Aliança ou vaso novo. RW tem convencido milhões de pessoas de que a igreja deve ser transformada. A "reforma" de Warren distorce a Reforma Protestante e insulta por demais a igreja, a qual tem sido perseguida e martirizada nesta era atual, por ter erroneamente achado que estava desempenhando os "feitos" da Nova Aliança. RW tem usurpado a autoridade do vaso novo. A ICP é uma invenção humana de RW; então é impossível que ela seja um vaso novo. A igreja não carece de um vaso novo que o Espírito Santo possa usar (pois até RW ter aparecido, ela não possuía vaso algum que o Espírito Santo pudesse usar, desde a sua fundação). De fato, Hudnall e Warren têm substituído a Nova Aliança por muita coisa da Antiga Aliança e das tradições de homens, colocando sobre os cristãos fardos desnecessários e roubando-lhes a liberdade que têm em Cristo [Gálatas 5:1]. Warren e Hudnall precisam ler os sete ais que Cristo lançou contra os fariseus e os escribas (Mateus 23:13-29) e também o capítulo 1 de Gálatas, antes de prosseguirem no afã de colocar os cristãos de volta à servidão. O vaso velho era o Judaísmo Rabínico e as práticas da Antiga Aliança. O vaso novo é a salvação messiânica e a igreja edificada sobre a rocha, contra a qual as portas do inferno não prevalecerão e não precisa ser substituída (por um vaso novo). O Judaísmo, como o foi, não poderia manter-se, após o que Deus fez no Livro de Atos. A afirmação de que um movimento de homens, o qual não existia antes do Século XX, seja o que Jesus quis dizer com "vaso novo" não tem qualquer respaldo bíblico. O vaso novo existe desde o Pentecoste e jamais voltará a ser "odre velho", até que Jesus volte e estabeleça o Seu Reino. Isso prova que a péssima teologia e a péssima exegese bíblica constituem a prática normal da ICP.

Todd Hudnall:

Vocês precisam alcançar aquela comunidade e trazê-la para fazer parte da multidão ... e depois, para fazer parte da sua congregação, para que, desse modo, as pessoas se tornam compromissadas com Cristo e, facilmente, se tornam o povo core deste ministério... colocando-o num exército e fazendo dele o centro... o seu centro.

Resposta:

Este modelo não consta em parte alguma da Escritura e até transtorna a ordem divina: "buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33). Devemos buscar a luz da Sua Palavra e ela suprirá o companheirismo ou comunhão.

Pr. Bob Dewaay

Este é o erro fundamental do movimento "buscador". O Senhor reúne as pessoas à igreja, a fim de salvá-las: "E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (Atos 2:47). A multidão permanece lá fora, e deve receber a pregação do evangelho, sem que se tente tornar a igreja atraente às mentes ainda não regeneradas.

Todd Hudnall:

Edificando a sua grande congregação... (círculo de fora). O conceito de congregação é muito bíblico, é ensinado em todo o Novo Testamento.

Na I Coríntios 12, ele nos ensina que o Espírito Santo nos torna Corpo de Cristo, quando recebemos Jesus Cristo, e nos empurra para o Corpo de Cristo... Na 1 Coríntios 12... vocês devem ser olhos, ouvidos e nariz... "Saulo, Saulo, por que me persegues? Saulo poderia ter respondido: "Não estou te perseguindo, estou perseguindo a tua igreja". Jesus está dizendo que, "ao perseguir a igreja vocês estão perseguindo o Corpo, que Sou Eu". Precisamos pertencer à família da igreja. Em Efésios 2:19, lemos: "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus" . Vocês pertencem à Casa de Deus, junto com todos os outros cristãos. Notem que somos membros do seu Corpo e que a filiação é bíblica. Romanos 12:5 diz: "Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros".

Então, é importante que expliquemos os benefícios, o valor e a importância da filiação à igreja... A filiação é de fato um passo à maturidade espiritual... O que vocês fazem é criar um clima onde as pessoas se juntam. Ora, há duas coisas pelas quais as pessoas mais anseiam. Elas anseiam por amor e por aceitação. Todos nós desejamos isso. Fomos destinados a desejá-lo. Desejamos ser amados e ser aceitos; ansiamos por isso... E são estas as duas coisas que Jesus nos ordena a demonstrar: Em João 13:35, ele diz: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". A igreja deve demonstrar amor às pessoas que ali chegam. Romanos 15:7 diz: "Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus". Então, precisamos aceitar as pessoas que chegam à nossa igreja, exatamente como Jesus nos aceitou...

Existe atualmente na América um estereótipo entre alguns de que a igreja deve ser julgadora, crítica e condenatória. A igreja jamais deveria ter esse tipo de reputação. Deveria ser amorosa e compreensiva com as pessoas. Temos aqui um fato que precisamos conhecer: As igrejas que crescem são as que amam; e as igrejas que amam são as que crescem.

Resposta:

Leia a Palavra de Deus. Ela é julgadora, crítica e condenatória a todos os que estão em rebelião contra Deus, aos que ainda não nasceram de novo, vivendo conforme os seus planos. As igrejas bíblicas poderiam afundar. A Igreja Mórmon é amorosa e a Igreja Mórmon está crescendo...

Pr. Bob Dewaay:

Novamente existe um propósito de neutralizar a fronteira entre a igreja e o mundo. Ele deixa de distinguir entre a filiação a uma corporação 501 c 3 (corporação à qual se juntam as pessoas) e a filiação ao Corpo de Cristo, a qual acontece mediante a conversão do pecador. Todas as passagens supra citadas se referem ao tipo de relações entre os verdadeiros crentes. Contudo, no modelo ICP eles integram os regenerados com os não regenerados e confundem a unidade da corporação com a verdadeira unidade que os crentes mantêm, através do evangelho. Que Deus é amor, é verdade. Que devemos amar, é verdade. Mas para os não regenerados se converterem, eles precisam ficar convencidos de que são rebeldes permanecendo sob a ira divina, a não ser que se arrependam. Dizer-lhes estas verdades é amá-los. A idéia de que atrairemos os pecadores para dentro da igreja, porque somos boa gente, deixando de falar-lhes, o tempo inteiro, do perigo que estão correndo como pecadores não regenerados, não é bíblica.

Todd Hudnall:

O perito em crescimento da igreja, Wynn Arndt... Ele fez um estudo de mil membros de igrejas em toda a América e os classificou conforme a sua amabilidade. Depois dessa pesquisa, ele constatou em cada denominação pequena, que as amistosas eram as que cresciam mais depressa... E as menos amistosas não estavam crescendo... Isso quer dizer que se você quer ver pessoas fazendo parte da sua igreja, precisa criar um clima de amor e aceitação. Pois o fator mais importante para que as pessoas permaneçam nas suas igrejas são os relacionamentos... As pessoas chegam à igreja por vários motivos, porém só permanecem ali por causa dos relacionamentos... Ora, a Bíblia se refere aos relacionamentos bíblicos com uma palavra e essa palavra é comunhão.

Resposta:

A Bíblia diz: "E não vos comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as".

Pr. Bob Dewaay

Fico imaginando como elas iriam considerar, amistosamente, as palavras de Estevão:

"Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas... Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes". (Atos 7:5, 12, 53).

Novamente cometem o mesmo erro de sempre, tentando "atrair" os não regenerados, tornando a igreja atraente aos mesmos, em seu estado de perdição, em vez de pregar-lhes conversão.

Todd Hudnall:

Existe uma porção de mitos sobre o companheirismo: as igrejas pequenas são amistosas e as grandes são frias e impessoais. Isso não é verdade... As igrejas pequenas podem se transformar em tropeço. Sabem o que é isso? Não permitem a entrada das pessoas... realmente, com freqüência, as grandes igrejas são mais compreensivas, pois a única maneira de se tornarem maiores é a preocupação com os indivíduos, não com as multidões... uma igreja impessoal jamais irá crescer.

Resposta:

Ele está se referindo à igreja de David (Paul) Yonggi Cho. Será este um bom exemplo de líder cristão? Hudnall esqueceu de dizer quem é o pastor dessa igreja e o que ele ensina. Vamos ver o que esse homem ensina:

Idêntico ao modelo do programa de RW, a teologia do livro A Quarta Dimensão de Cho está embasada no ocultista Carl Jung. O fundamento místico de Cho está construído sobre Sigmund Freud e Carl Jung, e não sobre a rocha, Jesus Cristo (1 Coríntios 3:11).

A maior igreja do mundo é a da Coréia do Sul, com cerca de 750 mil membros.

http://rapidnet.com/~jbeard/bdm/exposes/cho/general.htm.

Cura Ocultista constrói a maior igreja do mundo: a influência de Paul Yonggi Cho:

http://wayoflife.org/fbns/ocultheling.htm.

Pr. Bob Dewaay

Concordo. Cho é um herege e se é exemplo de alguma coisa é o de comprometer o evangelho, a fim de agradar a homens.

Todd Hudnall:

Deveríamos ter as nossas igrejas organizadas de tal maneira a criar um clima de amor e aceitação...

Na Igreja Saddleback... Fazemos o mesmo em nossa igreja... A todo visitante que vem pela primeira vez, entregamos "o cartão das primeiras impressões"... "Nossa igreja deseja servi-lo melhor... Por favor, poderia dar-nos a sua opinião..." Fazemos três perguntas: "O que você notou principalmente, do que gostamos principalmente e do que você mais gosta e do que gostamos". Vamos dar algumas respostas aos cartões da Igreja Saddleback... "As pessoas foram calorosas e amistosas; são pessoas amistosas; senti-me aquecido, confortável e à vontade, houve uma cálida e amorosa atmosfera de amor e calor; senti-me confortável e feliz". ... A igreja é uma organização construída para beneficiar os não membros, para que estes se tornem membros.

Resposta:

Este é apenas mais um exemplo de erro nos ensinos de Warren. São mais ensinos de Robert Schuller e Bill Hybels. Opiniões, opiniões... e ainda mais opiniões... buscando a resposta: "senti-me aquecido, confortável e à vontade". Opiniões jamais foram o fundamento das igrejas verdadeiras, edificadas em toda a era da igreja. Que tal escutar um sermão verdadeiramente ungido de alguém inspirado pelo Espírito Santo, quando os pecadores se curvam sob a poderosa mão de Deus e os seus corações os fazem tremer de temor pela ira vindoura do Senhor, quando caem de joelhos com os rostos em terra, diante do Deus vivo, ou correm para o altar, a fim de se arrependerem e serem salvos? A pregação da Palavra de Deus convence do pecado! Esta é a obra do Espírito Santo. Convencer-nos do pecado não é fazer-nos sentir confortáveis com o nosso pecado. Hudnall está defendendo a construção de uma comunidade em direto conflito com a legítima obra do Espírito Santo. O mundo se escandalizará com a pregação de Jesus, o evangelho verdadeiro. Ficará extremamente incomodado e o odiará. É isso que a Bíblia nos diz, sempre e sempre (Efésios 4:18). A igreja não foi edificada para os que não são membros. Ela é edificada para que os crentes sejam treinados na justiça e na instrução das doutrinas dos apóstolos. Alguns que não são membros poderão ser beneficiados, caso se arrependam, mas a igreja nada significará para eles, enquanto permanecerem incrédulos, a não ser que ali estejam ouvindo a Palavra de Deus (Romanos 10:17). Já temos o Rotary Club e outras organizações maravilhosas, no sentido de oferecer companheirismo e boas obras. Mais uma vez, essa é a maneira de transtornar e atrasar a teologia, a fim de pavimentar a estrada para o Anticristo.

Pr. Bob Dewaay:

De acordo: "Cuidado, quando todos os homens falarem bem de vós..."

Todd Hudnall:

Temos uma regra de três minutos... Vocês devem saudar as pessoas desconhecidas... uma das maiores necessidades das pessoas é de amabilidade e disso há uma grande necessidade. A igreja tem de prover amabilidade. As pessoas não estão buscando apenas uma igreja amistosa, mas buscando amigos. Estão em busca de relacionamentos.

Resposta:

Será que "amizade" é o foco da Bíblia? Será que isso se assemelha, mesmo que remotamente, aos ensinos dos profetas, de Jesus e de Paulo? Eu poderia falar mais sobre isso, mas Paul Proctor já escreveu um dos melhores artigos sobre o assunto, o qual poderia ajudar a derrubar essa fortaleza: "Religious Relativism": http://www..newswithviews.com/PaulProctor/proctor50.htm

Pr. Bob Dewaay

De acordo. Este é o mesmo erro, sempre repetido, de que devemos dar aos não regenerados o que eles estão buscando; a Bíblia fala do que eles estão em busca: "Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também" (Efésios 2:3). O que eles buscam não é exatamente amizade, mas auto-satisfação neste mundo, sem se submeterem a Deus, nem aos Seus termos. Todd Hudnall:

Agora eu quero dizer algumas coisas a vocês nestas notas... Particularmente, desejo falar aos pastores que aqui se encontram... Como vocês desenvolvem uma congregação em funcionamento. Bem, digo-lhes que ela sempre começa pela liderança... Uma das maiores coisas que vocês podem fazer para a sua igreja crescer mais depressa é sorrir.

Resposta:

Estou ouvindo John Maxwell brotando por todos os poros, nesta declaração sobre liderança: "Basta exibir um rosto feliz!" Certo? Claro que eu posso imaginar o falso profeta Ananias sorrindo, enquanto falava aos israelitas que somente coisas boas iriam acontecer-lhes. (Jeremias 28:15-16). Contudo Jeremias não estava sorrindo, pois a Escritura registra sua grande angústia. Existe até mesmo um livro inteiro de Jeremias intitulado "Lamentações". Então podemos optar pelo sorriso de Ananias ou pela verdade que Jeremias pregou. Será que Davi, Paulo e Jesus estavam sorrindo diante da angústia da morte? O Livro de Habacuque é dedicado às grandes lamentações do profeta. Ora, não deveria ele ter deixado de se lamentar em sua congregação, a fim de que ela pudesse crescer?

Todd Hudnall:

Nada é pior do que um pastor triste, amargo e preocupado.

Resposta:

Na verdade existem muitas coisas piores do que um pastor triste, amargo e preocupado... Por exemplo, Robert Schüller, um falso mestre do mais alto escalão, conduzindo multidões à perdição. Rick Warren está sempre sorrindo, quando prega os seus ensinos, todos eles repletos de falsidade. Eu preferiria escutar o triste e preocupado Jeremias, ou Habacuque, em vez de um falso mestre sorridente. Até mesmo um verdadeiro mestre pode ficar triste, como Paulo, quando derramava lágrimas, rasgando as vestes, ao observar os falsos ensinos penetrando na igreja primitiva. Um pastor sempre deveria ficar triste quando existe pecado no Corpo de Cristo.

Um pastor sorridente não prova coisa alguma. Será que Hudnall ignora que os apelos de sereia das prostitutas estão sempre acompanhados de uma face sorridente? Temos aqui narrativas de discursos lisonjeiros no Velho Testamento... estou absolutamente certo de que essas induções ao pecado não foram "tristes, amargas, nem preocupadas":

"Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobrado. O SENHOR cortará todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente". (Salmos 12:2-3)

"Assim, o seduziu com palavras muito suaves e o persuadiu com as lisonjas dos seus lábios". (Provérbios 7:21)

"A língua falsa odeia aos que ela fere, e a boca lisonjeira provoca a ruína". (Provérbios 26:28)

"Porque não haverá mais alguma visão vã, nem adivinhação lisonjeira, no meio da casa de Israel". (Ezequiel 12:24)

E sobre o povo estar sendo conduzido à perdição, com sorrisos em suas faces, lemos:

"Que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos". (Isaías 30:10).

"Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?" (Jeremias 5:31)

E como Hudnall imagina que os espíritos sedutores descritos por Paulo irão aparecer? Com nada pior do que "tristes, amargos e preocupados?" Será que os ministros de Satanás, disfarçados em ministros de justiça vão aparecer "tristes, amargos e preocupados"?

Aqui estão apenas três Escrituras para refutar a falsa premissa de Hudnall:

"Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo". (Marcos 13:22-23)

"Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples". (Romanos 16:18)

"Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha". (1 Tessalonicenses 2:5)

Todd Hudnall:

... Se você deseja conhecer a temperatura de sua igreja, quão cálida ela é, a primeira coisa que tem a fazer é colocar um termômetro em sua própria boca, pois como está o líder assim está a igreja... Você deve agir no sentido de ser amistoso... Pessoalmente, sou um tanto introvertido, porém tenho me esforçado para sair da minha zona de conforto e conseguir ser amistoso... aceitável e real. Precisamos continuar a contribuir para desenvolver o calor, a integridade e a habilidade das pessoas. Existem muitos livros bons que, realmente, podem ajudá-los. Sei que muitos já estão familiarizados com John Maxwell. Ele escreveu muitos livros sobre as habilidades das pessoas. Existe um livro muito famoso na América e no mundo inteiro, escrito por Dale Carnegie, intitulado "Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas". Não é um livro cristão.

Resposta:

John Maxwell é o presidente do Injoy Ministries (Ministérios em Alegria), que ele iniciou em San Diego, tendo depois mudado para Atlanta, Geórgia, em 1997. Durante muitos anos ele foi o pastor da Skyline Wesleyan Church, em La Mesa (na Grande San Diego), Califórnia. Sua website é http://www.injoy.com.

Ele foi um dos preletores do Summer 2005 Willcrook Summit, com Rick Warren. Seus livros não são recomendáveis... Todos se tornam mais críticos, quando se descobre que John Maxwell escreveu o prefácio do livro Pastorpreneur, de John Jackson, outro preletor principal na Conferência da ICP. John Jackson é também o promotor do apóstata Robert Schüller. Vejam isso no: http://www.pastorpreneur.com/pp impact5.Html. Recentemente eu me correspondi com Kevin Krevithick, encarregado de organizar para Warren o programa da Classe 301 na igreja do Pr. John Jackson, a Carson Valley Christian Church, em Nevada, cujo website é http://www.carsonvalleychristian.com/. Eu lhe havia feito um apelo por escrito no sentido de reconsiderar a apresentação aos seus membros do programa de adivinhação do temperamento da personalidade embasado em Jung. Em e-mail datado de 17/03/06, respondeu defendendo o seu treinamento psicológico (Fuller), tendo declarado: "Prefiro associar-me com aqueles que são A FAVOR do que com os que são CONTRA". Esta é talvez uma reposta chocante, tendo em vista que oito dos dez mandamentos de Deus são CONTRA e uma grande porção da Escritura também é dedicada ao "contra". Ao visitar o site da Carson Valley Christian Church, descobri que a adivinhação do temperamento de Rick Warren não é o único programa de artes mágicas que ali acontece. Eles têm ainda classes de Arte Marcial. Quem achar que esta é uma boa prática cristã na igreja, está convidado a ler o artigo de Ed Hird: "Tackwondo & The Martial Arts: Mere Exercise or Throjan Horse?" - http//www3.telusnet/st_simons/arm07.htm, http://WWW.canadianchristianity.com/cgi-bin/bc.cgi?bc/bssn/092/artidolatrous, bem como o artigo de Linda Nathan intitulado Karate, Kids and the Culture, no http://www.crossroad.to/articles2/05/karate.htm.

Isso está em forte contraste com o que os cristãos da igreja primitiva fizeram, conforme Atos 19:19: "Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata". Ao contrário disso, alguns pastores agora estão promovendo essas práticas. Até mesmo o terceiro preletor, Dr. Phil Walker (um dos três principais alistados no staff do programa de RW) promove John Maxwell. Deveria ficar bem claro que Hudnall, Jackson e Walker não eram apenas preletores, os quais, simplesmente, ali tivessem aparecido, por acaso, no mesmo evento. Walker tanto apresentou Hudnall como Johnson, enfatizando como fora importante a mensagem destes sobre a ICP. Jackson, por sua vez, também falou da urgência dos componentes essenciais do "com propósito" de Todd Hudnall e da importância de escutar suas apresentações. Todos três promoveram Maxwell. Curioso é que todos eles se elogiaram mutuamente, o que parece errado por associação, bem como por identificação! Todos três são importantes colaboradores chaves globais e preletores na agenda da ICP de Warren. Phill Walker é o presidente do International Christian Ministries (ICM), onde também promove Maxwell. Sua organização fez também uma aliança de parceria profana com a organização US Center for World Mission do Dr. Ralph Winter, incluindo o seu currículo dominionista intitulado Perspectivas. Se ainda houver dúvida de que Winter é um falso mestre, convido-o a ler a documentação que o corrobora: http://watch.pair.com/fuller.html.. Convido-o também a ler a preleção de Sarah Leslie sobre como o Fullerton e a ICP têm sabotado a igreja, a qual está disponível no site abaixo mencionado:

http:/www.pine brook-aog.com/conference.htm. Com relação a Ralph Winter, convido-o também a ler o artigo da Al Dager's Media Spotlight: The World Christian Movement, disponível no site http://www.intotruth.org/globalism/WCM3.html.

O website do ICM de John Maxwell - http://www.icmusa.org/partnerships.php declara: "O ICM coordena os programas dos Ministérios Com Propósito na África e no Oriente Médio". O ICM fez também uma aliança direta com John Maxwell, conforme o seu website: O ICM concordou em representar o John Maxwell's Million Mandate na África. Esse programa tem por objetivo conseguir que 300 mil líderes completem seis cursos desenvolvidos por Equip. Ele foi programado para funcionar até 2008. Phill Water é um dos agentes principais do esquema ICP mundial de RW, tendo ficado responsável pela conferência em Nairobi, bem como em supervisionar cinco seminários e conferências em 24 países, num total de 200 conferências anuais. Portanto, é impossível minimizar a magnitude do papel de Maxwell e o seu impacto nas campanhas da ICP. Temos aqui o endosso de Maxwell ao livro de John Jackson:

"Se vocês estão buscando a maneira de desenvolver uma nova igreja ou se tornar um agente de mudança em seu atual ministério, Pastorpreneur merece ser lido. John Jackson sabe do que está falando porque ele viveu isso". (Do Prefácio do livro de John Maxwell, cuja fonte é (http://pastorpreneur.com/reviews.html). Ao visitar o seu site pessoal, bem como o de sua igreja, constatei que ele também promove os livros de John Maxwell, como fontes valiosas, bem como os do autor mórmon, Stephen Carey:

O "Carson Valley Christian Center, em Minden, Nevada, e o presidente do Vision Quest Ministries:

http://www.johnjackson.com/who.html e http://carsonvalleychristian.com.

Dale Carnegie

Por que será que Hudnall está promovendo o livro de um homem que não é cristão, numa conferência de pastores cristãos? Ele parece não ter problema algum em buscar o conselho dos ímpios e de como promovê-los ao máximo. Hudnall cita a Escritura em sua conferência da ICP, que "o homem natural não compreende as coisas espirituais" mas, mesmo assim, logo em seguida, ele promove um homem natural - Dale Carnegie - que não é cristão. Só o título do livro de Dale Carnegie: "Como fazer Amigos e Influenciar Pessoas", já deveria ser uma bandeira vermelha para a congregação, com referência ao título e ao ensino: "... qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). Hudnall parece ainda esquecer o Salmo 40:4: "Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira". Dale Carnegie, um incrédulo, nos ensina a fazer amigos e influenciar pessoas, enquanto a Escritura nos ensina que a amizade com o mundo é inimizade com Deus. Ora, Todd Hudnall, você não pode ficar coxeando entre os dois lados!

Todd Hudnall:

Mas ele tem princípios muito bons sobre como ser amoroso e amistoso com as pessoas. Agora, deixem-me dar algumas idéias de como ser tratável com as pessoas. Algumas idéias sobre como demonstrar isso... "Amigos, por que vocês vieram a Saddleback e por que voltaram aqui?" As pessoas dirão o que apreciam na igreja... as coisas positivas. Depois explique-lhes o Baseball Diamond...

Aqui está uma carta que o Pr. Rick Warren recebeu de alguém que visitou a sua igreja e a sua casa: "O Pr. Rick Warren é simplesmente uma pessoa tão verdadeira como eu. Sinto que ele gostou de mim, exatamente como gostei dele". Essa é uma atitude que até mesmo vocês podes desenvolver e esse lugar é o púlpito - o seu púlpito. Quando vocês são verdadeiros, as pessoas sabem que vocês enfrentam lutas. Também têm desafios... Simplesmente sejam honestos neste sentido. Essa é uma das coisas de Deus. Ele se fez homem para conseguir aproximar-se dos homens, quando se tornou a pessoa e Jesus...

Resposta:

Mas onde se encontra tal ensino na Escritura? Jesus se fez homem, a fim de pagar a penalidade do pecado e aplacar a ira do Pai. Por causa disso, Ele não se tornou acessível. O fato é que Ele foi rocha de escândalo, o mais rejeitado entre os homens... e não fizemos dele caso algum. (Salmos 22:12-18; Isaías 53:3; Romanos 9:33;1 Pedro 2:8).

Pr. Bob Dewaay:

Afirmar que Cristo se fez homem para se tornar acessível e para que nos tornássemos acessíveis, é uma falsa apresentação do objetivo da Sua Encarnação. Isso torna Jesus apenas "um bom exemplo a ser seguido", em vez de apresentá-Lo como o Único capaz de promover a reparação vicária de nossos pecados.

Todd Hudnall:

Dale Carnegie disse: "Não existe uma palavra mais doce em qualquer língua do que falar o nome da pessoa, para ela mesma."

Resposta:

Claro que se você está tentando fazer um negócio, saber os nomes dos clientes é muito importante. Sem dúvida é uma verdade universal que todos nós gostamos de ter na igreja pessoas que saibam o nosso nome. Contudo, da perspectiva bíblica, escutar o nosso nome é doce, dependendo da circunstância - se temos ou não temos culpa no caso. Se escutar a voz do Senhor chamando-os fosse tão doce, por que Adão e Eva se esconderam e cobriram sua nudez? Deus chamou Caim pelo nome, após ter ele assassinado o seu irmão. Teria Caim achado doce ser chamado pelo seu nome? Saul chamou Samuel pelo nome, através da feiticeira de Endor... Caso Samuel o tivesse escutado e saído do túmulo, será que ele teria achado doçura nesse chamado? Deus ficou furioso com Saul por ter praticado necromancia. Quando Jesus expulsou os demônios do corpo daquele endemoninhado, os demônios (que afirmaram ser muitos, uma legião) não teriam achado gostoso ser chamados pelos seus nomes, quando Jesus os mandou para a vara de porcos, os quais ali pastavam. Eles até indagaram se Jesus tinha vindo ali para atormentá-los... Pois a hora de serem lançados no Lago de Fogo ainda não havia chegado. Abraão, Jacó e Saulo tiveram - todos eles - os seus nomes mudados, portanto devem tê-los achado doces, porque o Senhor os mudou. Esta é a segunda vez que Hudnall aceita o conselho de Dale Carnegie, um incrédulo. Contudo, a palavra mais doce, em qualquer língua do mundo, que alguém deveria escutar, não seria o seu próprio nome, mas o Nome de Jesus Cristo, a Rosa de Saron, diante do qual "todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Senhor!" (Filipenses 2:11).

Todd Hudnall:

Na verdade, os cientistas afirmam que ser bastante abraçado pode causar uma contração na pele. A verdade é que precisamos ser tocados.

Resposta:

Será que abraçar e sentir é o foco principal da igreja? Ora, Paulo até escreveu que não era bom o homem tocar em mulher!

Todd Hudnall:

Por que vocês não repetem comigo: "Dê-lhes um olhar, dê-lhes uma palavra e dê-lhes um toque..."Temos aqui a cópia de um bilhete que o Pr. Rick Warren recebeu de uma pessoa da igreja, que diz: "Pr. Rick, nem consigo dizer o que significou para mim, quando, na sexta feira, o Sr. colocou os braços ao meu redor e me confortou. Senti como se os braços de Jesus me tivessem amparado, tal a compaixão e ternura. Agora sei que isso não é comum, numa hora dessas, e que Ele me trouxe aqui para que eu sentisse o cuidadoso amor de Deus"... Aqui temos outro bilhete que ele recebeu: "Grato por me fazer sentir tão especial"... Aqui está outra coisa sobre quem usa o humor... Quando você diz gracinhas no púlpito sobre você mesmo, as pessoas acham isso muito engraçado... Cada um de nós deve decidir: Estamos aqui para impressionar as pessoas ou estamos aqui para influenciar as pessoas? Não é possível fazer as duas coisas. Podemos impressionar as pessoas à distância, mas influenciá-las, somente de perto. Precisamos estar perto, se quisermos influenciar as pessoas.

Resposta:

Isso é mambo jambo! O Apóstolo Paulo passou a maior parte do seu tempo bastante afastado das igrejas que ele iniciou e apenas lhes enviava cartas. Ele teve grande influência sobre elas, mesmo à distância. Ele mandou que suas cartas fossem lidas e que circulassem entre os cristãos e as igrejas, muitas delas afastadas no tempo e na distância. De fato, sua influência na Era da Igreja supera em amplitude mais do que se eles as tivesse abraçado de perto. Jesus Cristo até censurou Tomé, porque ele exigira tocar em suas feridas, dizendo-lhe: "Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram" (João 20:27-29). Ele ordenou cada cristão que não o viu face a face, a crer e obedecer, e também a todos nós, que vivemos no Século 21.

Tenho sido mais influenciado, de todas as maneiras, pelos irmãos e irmãs ao redor do mundo, com quem me correspondo, com quem jamais me encontrei e provavelmente só me encontrarei na Ceia das Bodas do Cordeiro. Por outro lado, conheço muitas pessoas de quem estou perto, sobre as quais não exerço influência alguma e que não têm qualquer influência sobre mim. Usar a distância geográfica como fórmula é no mínimo precário e pode fazer com que o tiro saia pela culatra, conforme observamos nas narrativas do Novo Testamento.

Pr. Bob Dewaay:

Eu diria que Hudnall cria um dilema: ou influência ou impressão. Não precisamos buscar nenhuma destas; estamos tentando ser fiéis a Deus, através da pregação do evangelho, de modo que Ele, pela Sua Graça, converta os perdidos. Se estes são influenciados ou impressionados a nós não interessa. O poder de convicção do pecado e obra do Espírito Santo.

Todd Hudnall:

Igrejas saudáveis são as que têm pastores que não temem ficar perto das pessoas. Que aceitem e afirmem diversidade entre os seus membros. As igrejas saudáveis focalizam a unidade e a uniformidade.

Ora, o que não desejamos fazer é usar a culpa no sentido de motivar as pessoas. Porque isso não é aceitável. Como vêem, aqui está uma razão por que muitos pastores usam a culpa para motivar as pessoas. Porque isso funciona! Mas não é saudável. E até pode se tornar prejudicial, depois de um certo tempo.

Resposta:

Esta noção é obviamente absurda! Todos os profetas do Velho Testamento lançaram culpa sobre o povo, como por exemplo, Noé, Jonas, Jeremias e outros. A culpa é um sentimento saudável, quando nos sentimos culpados... pois significa que estamos convencidos do nosso pecado. A pregação do arrependimento, em ambos os Testamentos, foi mostrar a nossa culpa... A longo prazo, será prejudicial deixarmos de alertar as pessoas sobre a sua culpa, pois todos pecaram... O sentimento de culpa motiva as pessoas ao arrependimento. Ora, vocês acham que elas irão se arrepender se jamais ouvirem dizer que são culpadas, conforme RW, tragicamente, tem feito na coluna do seu Ladies Home Journal? Quanto a ser saudável... A coisa mais saudável que o profeta Natan fez a Davi foi dizer-lhe que ele era culpado de ter cometido adultério com Betsabá. Davi foi motivado a arrepender-se (Salmo 51). O Pr. Bob Dewaay logo desmonta esse basteão de ensino falso sobre uma igreja saudável, em seu livro "Redefining Christinity" (Redefinindo o Cristianismo). Como pastor, é saudável que você se preocupe, caso a sua igreja não esteja sendo motivada pelo sentimento de culpa. As pessoas de mentes reprováveis, cujas consciências foram endurecidas como ferro em brasa, em geral não são motivadas pela culpa. Este é o estágio FINAL da apostasia e nada poderia ser mais DOENTIO. As Escrituras nos admoestam sobre esse estado de consciência. Os cristãos em toda parte deveriam ser gratos ao Senhor por terem ainda a capacidade de se sentir culpados... Este é um grande e perfeito motivador.

Pr. Bob Dewaay:

O modelo bíblico é pregar a lei que mostra às pessoas a sua própria culpa diante de Deus e pregar o evangelho de modo que elas vejam a única esperança de escapar. Não estamos motivando-as a nos servir, mas a se voltarem para Deus, a fim de receberem o dom gratuito da salvação. Ele (Hudnall) não deixa claro com que tem a ver a motivação, portanto deixa o assunto um tanto obscuro.

Todd Hudnall:

Temos uma classe de filiação em nossa igreja. E alguns dos itens que ensinamos são as preferências e convicções pessoais do indivíduo... Não o julgamos pelas suas convicções, nem este me julga pelas minhas convicções... Preguem a palavra, vivam suas convicções em sua igreja. Se vocês desejam ter uma igreja aceitável, terão de aceitar o fato de que não podem impor suas convicções às pessoas. Cada um tem de viver suas próprias convicções... Entendam que vivemos num tempo em que as pessoas, obviamente, não devem escolher uma igreja por causa de sua denominação. Elas escolhem uma igreja que venha ao encontro de suas necessidades.

Romanos 14:19 diz assim: "Vamos nos concentrar nas coisas que produzem a harmonia e o crescimento, em conjunto com a nossa comunhão".

Resposta:

Ele usou uma tradução corrompida. Vejamos o que diz a BKJ/FIEL: "Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros".

Notem que nada existe aqui falando em crescimento da igreja. De fato nada existe na Escritura que nos dê um mandato para a igreja crescer ou mandamento algum para fazê-lo.

Todd Hudnall:

Agostinho disse isto: "Unidade no essencial, no que não é essencial, liberdade e em todas as coisas, mostrar caridade."

Resposta:

Este famoso moto provém dos cristãos irenistas, ligeiramente modificado por mim, no texto falsamente atribuído a Agostinho (cujo credo jamais permitiria isso, embora de seu coração ele o aprovasse), cuja origem é bem posterior [ao Bispo de Hipona]. Essa frase apareceu pela primeira vez na Alemanha, em 627/628 d.C., entre os "divinos" repletos de paz, nas igrejas alemãs luteranas e reformadas, tendo encontrado cordial recepção entre os "divinos" moderados da Inglaterra. http://www.ccel.org/ccel/schaff/hcc7.ii.vii.html.

Todd Hudnall:

Como vêem, existem alguns essenciais, como acreditar que a salvação vem exclusivamente pela fé em Cristo...

Resposta:

Sim, a doutrina da salvação exclusivamente através da fé é essencial (conforme conhecida pela Reforma). Incontáveis cristãos poderiam ter evitado de serem queimados na estaca, se apenas tivessem negado a sua fé na doutrina de "Somente a Escritura". Contudo, é curioso como RW está fazendo uma aliança profana com a Igreja Católica Romana, através dos seus programas "com propósito", quando sabe que a ICR colocou em funcionamento o Concílio de Trento, amaldiçoando os protestantes que mantinham essa visão.

Todd Hudnall:

Ora, se vocês fizerem algumas destas coisas, como líderes, e tratarem as pessoas com amor e aceitação, não terão problema em conseguir que as pessoas venham para a sua igreja.

Comunique o valor da filiação - O que a filiação deveria ser não é conformismo, mas compromisso... Essa é a diferença entre alguém que apenas freqüenta a sua igreja e alguém que se torna membro da mesma. Um membro é um participante, enquanto um freqüentador é apenas um consumidor; um membro é um contribuinte...Você se torna cristão ao entregar a sua vida a Jesus Cristo. Você se torna um membro da igreja ao dedicar-se a outro grupo de cristãos. Portanto, não é apenas um compromisso com Deus, mas com outros cristãos e você vai se tornar parte de uma igreja, parte de uma família. Uma família na qual você ama... e é amado... e na qual todos os membros, diz a Escritura, pertencem uns aos outros. Isso é chamado comunhão, cuja palavra em grego é Koinonia... Significando comprometer-se com o outro, exatamente como nos comprometemos com Jesus Cristo. Essa é a genuína comunhão. Ora, há três partes na vida cristã... Crer (Atos 16:31); pertencer (Efésios 2:19) e se tornar (Romanos 8:29). E o crente sem uma família na igreja é um órfão. Os cristãos não deveriam ser órfãos. Você precisa fazer parte da família de uma igreja... Existem pelo menos 30 mandamentos no Novo Testamento que não podem ser obedecidos, a não ser que tenhamos todos os outros crentes ao nosso redor. Assim, em suas igrejas, vocês precisam comunicar o valor da filiação. E farão isso, dizendo às pessoas os benefícios dessa filiação.

Resposta

Vamos direto ao ponto. O Pr. Hudnall está sugerindo que se alguém é cristão, mas não é membro de uma igreja local, é um órfão. Ora, apenas para ter certeza, fiz uma pesquisa no site "Blueletterbible".org. E para grande surpresa, a palavra "órfão" nem sequer aparece na pesquisa. Então chequei a NASV e outras versões. A palavra aparece, mas em referência cruzada entre as Escrituras, onde a palavra "órfão" foi traduzida como "sem pai". Também chequei a palavra no Grego e, mais uma vez, ela é "sem pai". Então vocês podem indagar: "qual a diferença? "

Ora, voltando à declaração do Pr. Hudnall: "o crente sem uma família na igreja é um 'sem pai'". Agora nos referimos literalmente a "órfão" como "sem pai", embora o embaixador de Warren esteja se referindo à significação espiritual de "órfão", ou um crente em Cristo, que é supostamente um órfão. Será que isso é verdade?

Vamos examinar as Escrituras relevantes, a fim de descobrir:

"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome". (João 1:12)

"Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai". (Romanos 8:15)

"Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai". (Gálatas 4:5,6)

"E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade". (Efésios 1:5)

Ora, se até mesmo pudéssemos usar a definição de Todd Rudnall, ela não corresponderia literalmente a "órfãos"... Seu intuito, obviamente, é falar de órfãos espirituais. É o cúmulo da hipocrisia rotular os crentes sem uma igreja local como "órfãos", quando, de fato, o modelo da ICP de Warren é o que tem gerado uma hoste de órfãos, por terem estes reagido contra os "propósitos" e se retirado de igreja após igreja, conforme tem sido evidenciado em parte por esta documentação de que Warren tem usado eutanásias espirituais na política de redução seletiva dos santos, os quais ele taxa de "resistentes" e "pilares", junto com o seu parceiro John Southerland (Churchtransistions.org), que os chama de "sambalates" (líderes do inferno) e a Valley Christian Church, uma ICP em Dallas, Texas, a qual promove a "Destruição Criativa" , e as Assembléias de Deus chamam de "Povo Edificado" e "Transformação" (embasadas nos princípios de Warren). Para comprovação, ver Spiritual Euthanasia - http://letusreason.org/Current61.htm.

Este artigo está colocado em uma porção de ministérios, ao redor do mundo. Basta clicar o título em sua pesquisa no GOOGLE, para ver uma lista deles.

Portanto, deveríamos ser todos sábios e deixar que Jesus Cristo e o Seu Apóstolo Paulo definissem o que é órfão (sem pai) no sentido espiritual. Jesus enviou o Espírito Santo no Pentecoste. Então, a partir desse tempo, CADA cristão deixa de ser órfão, numa fração de segundo, ou num piscar de olhos, após se tornar crente, e assim permanecendo.

Hudnall queria que acreditássemos que existem agora duas classes de cristãos... um grupo dos que são membros de uma igreja local e, portanto, tendo pai, versus outro grupo que permanece órfão, até se tornar membro de uma igreja local. Mas a Bíblia ensina que sem Cristo todos os homens são órfãos e em Cristo nenhum é órfão. Então temos dois grupos: todos os que não têm Cristo são órfãos e todos os que são salvos já não são órfãos, mas filhos adotados!!! Exatamente como os judaizantes, contra quem Jesus e Paulo admoestaram e até os amaldiçoaram, logo após os crentes se tornarem livres em Cristo (Gálatas 5:1), Warren corre e os coloca de volta à servidão da lei, e das tradições dos filósofos humanistas, o que seria o sonho dos fariseus, erradicando de muitos a fé, colocando-os em pior estado e desqualificando-os para o ministério. Concluindo, é verdade que estes são obrigados a abandonar a congregação um do outro, porém abandonar a congregação ou, simplesmente transitar entre igrejas, ou ser forçado a sair de uma ICP, isso não torna um cristão órfão.

Pr. Bob Dewaay:

A ICP redefine a igreja e juntar-se a essa igreja, que é mais um ajuntamento comunitário de consumistas religiosos do que um ajuntamento de filhos de Deus, resgatados pelo sangue do Seu Filho, não é o que as passagens bíblicas têm em mente. Visto como Deus nos quer unidos em verdadeira comunhão e visto como, segundo a 1 João, só podemos alcançar isso através da reparação pelo sangue e como a ICP não prega publicamente essa reparação, eu apressaria todas as pessoas nas ICPs a permitirem a saída de todos aqueles que encontrassem igrejas, onde a pregação não maculada da Palavra de Deus fosse encontrada.

Todd Hudnall:

Ora, a maioria das igrejas consegue os seus membros acidentalmente. Mas se vocês desejam ter uma ICR, precisam agir intencionalmente... Há um plano... há um processo.. Desenvolvam um plano para assimilar novos membros. Assimilar é trazer os de fora para os de dentro.

Provérbios diz: "Cada pensamento se confirma com conselho e com bons conselhos se faz a guerra". (Provérbios 20:18)

Há doze perguntas que vocês precisam fazer sobre a classe de filiação. Uma forte classe de filiação fará uma igreja crescer forte. Isso não é doutrina. O seu objetivo é colocar nas pessoas uma visão, de modo que elas assumam um compromisso. Entendam que essa não é uma classe de doutrina.

Ela não trata de doutrina, mas de filosofia. Em nossa igreja, de fato é minha esposa quem ensina a classe... Os novos membros precisam ver a sua visão e a sua visão pessoal como pastor. Esta não é uma classe de novos crentes. Esta classe precisa explicar o que a igreja é. Quais são os propósitos da igreja. Quais são os benefícios de se tornar membro. Eles precisam conhecer esses benefícios. Quais são as exigências. Qual é a estratégia?... Desenvolvam uma aliança de filiação. A 2 Coríntios 8:5 diz: "E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao SENHOR, e depois a nós, pela vontade de Deus". Ora, numa cerimônia nupcial, qual é a parte mais importante? OS VOTOS. A aliança de filiação compreende os votos de se tornar membro.

Resposta:

Sem levar em conta que o conceito de filiação de Warren se aparta dos mandamentos da Escritura sobre os votos, conforme sublinhamos acima, Warren nem sequer está correto em sua analogia da filiação com o casamento. Antes de tudo, uma pessoa se torna membro do Corpo de Cristo, no instante em que se torna cristão. Não existe uma segunda filiação. Sim, nós nos identificamos como uma expressão local do corpo e não deveríamos abandonar a comunhão de uns com os outros, devendo ser lotados numa igreja local. Contudo, Warren criou uma falsa analogia. Em nosso casamento espiritual, Cristo é o noivo e a igreja é a noiva. Cada membro individual do Corpo de Cristo faz parte da noiva. Então, nós, com efeito, somos casados com Cristo (com quem tecnicamente estamos unidos, até a Ceia das Bodas do Cordeiro, não à Igreja). No exemplo do Pr. Hudnall, numa comparação da filiação à igreja com o casamento, ele teria de aplicar ao seu modelo o ódio de Deus contra o divórcio, pelo qual os membros "resistentes" não podem ser removidos da igreja, exceto em caso de infidelidade ou imoralidade Contudo, isso é exatamente o que ele advoga através dos documentos de Treinamento de Liderança. Um exemplo recente é o dos 165 membros que estão sendo expulsos da Gardendale Baptist Church, em Corpus Christi, Texas, por terem se oposto aos ensinos de RW.

Rick Warren cai do cavalo, quando compara a filiação à igreja com o casamento, e a gravidade do erro dessa falsa analogia...Todos os crentes já são a noiva de Cristo e somente Cristo é o noivo. A igreja não é o noivo. Isso é heresia do mais alto escalão e Richard Bennett, Diretor do Berean Beacon Ministries, um ex-sacerdote católico romano, tem algo a dizer sobre comparar os votos matrimoniais com os votos de filiação â igreja... O mesmo erro que a Igreja Católica Romana tem cometido, ao usurpar do próprio Cristo o papel e a autoridade da igreja. [Sobre Rick Warren e o seu programa "com propósito", por favor, leia o artigo de Richard Bennett, "Uma Vida Com Propósito", cap. 14 da apostila "Movimentos Kakangélicos", da Tradutora.)

"HOW RICK WARREN IS MASQUERADING AS AN ANGEL OF LIGHT, TRANSFORMING YOUR CHURCH AND COUNTRY (Como Rick Warren se mascara em anjo de luz e está transformando sua igreja e país)."

Publicado aqui por Éber Stevão

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