ADEUS QUERIDO PAI,
do seu filho da consolação, Éber Luís de Lima Stevão.
Hoje, dia 03/04/2022, faz
exatamente um mês que o pai partiu nos deixando aqui nesta terra de poucos
atrativos e cada novo dia mais me enoja. Dói pensar que ele se foi e com ele o
sonho de alfabetizar o mundo, ensinando a todos a lerem à Bíblia. Sem dúvida
alguma, a humanidade perdeu o maior alfabetizador de adultos que já passou por
esta terra! E o mais curioso, alfabetizando (não somente adultos) através da
Palavra de Deus como cartilha. Quer saber mais sobre seus feitos no Método da
Alfabetização pela Bíblia com mais de cinco mil núcleos de alfabetização e para
quais línguas estrangeiras o Método já foi traduzido, acesse https://alfinha.com.br/
Semana
passada o governador do Paraná, em solenidade pública, elogiou o secretário da
Saúde pelo seu grande desempenho durante a "plandemia (pandemia +
planejada)". Isso tem pouco, e para ser bem sincero, nenhum valor eterno,
até mesmo porque essa desgraça foi a maior calhordagem já perpetrada por políticos
e governantes (ditadores) deste mundo vil. Pois é, agora tudo voltou ao normal,
já não é preciso usar máscaras, dá para usar as mãos para cumprimentar às
pessoas, pois o inventado vírus já foi domesticado pelos comandantes deste
planeta, que de azul, está ficando bem cinza. Um coronavirus que sem culpa
levou toda a pressão, um teste de detecção inútil de uma nova doença que nunca
foi nova, uma máscara que nunca protegeu ninguém de nada. Mas o grande engano mesmo
ainda está por vir com a breve chegada do antiCristo. O pior, do que pude
observar durante dois anos de plandemia, 99,9% dos crentes vai aderir
prontamente a marca da besta, sem pestanejar porque já foram brainwashed.
Algum
reconhecimento pelos 60 anos da vida do pai dedicada ao ensino, à alfabetização,
pregação da Palavra de Deus, seja por instituições governamentais ou por instituições/igrejas
evangélicas? Que piada; que esperança ridícula a minha!
O pai tinha 21 anos de idade, já tinha sido consgrado pastor, era diretor,
administrador e professor da sua primeira escola para alfabetizar adultos; um feito incrível que não
será realizado nem visto por alguém até à volta de Cristo Jesus.
Tinha uma memória simplesmente impressionante porque era possível perguntar um texto da Bíblia e ele respondia qual o livro, o capítulo, se ficava na página esquerda ou direita e a posição do texto na devida página, se no início, meio ou fim. Sempre sorrindo no final! Nunca conheci alguém que fizesse assim, e você?
É, nada, nenhuma menção. Pior,
ainda pastores no dia do seu enterro tiveram a audácia de dizer que iriam
homenageá-lo exatamente naquele mês de março de 2022, mas era uma pena porque
ele tinha falecido. E que tal homenagear a sua esposa que passou toda a vida em
auxílio a ele (como serva realmente, igual a Sara) e abnegação pessoal para
viver junto o sonho de alfabetizar mais um adulto? O que dizer então de outro
que é tido como uma figura importante no meio evangélico de Curitiba que mal
conhecia o pai e deixa a mensagem de que o falecido realmente era uma pessoa
insistente e até meio chata por perseverar nas suas convicções?
Lamentável.
Poderia ser uma boa oportunidade para eles aprenderem que no momento do sofrimento do ser humano, a orientação da Palavra de Deus é apenas para chorar com os que choram e não para aproveitar e fazer politicagem! Sofrem da Síndrome do Púlpito que quando chamados para dar uma palavra, mesmo que seja para falar besteira precisam lá se postar. Que feio!
Conheço essa laia de longa data, já não sou mais tão novo assim. São lobos vestidos de cordeiros infiltrados no meio rebanho acreditando que o Verdadeiro
Pastor não está sabendo das suas funestas negociações políticas,
administrativas e financeiras. Ledo engano! Esses são os chamados aproveitadores
do Vinhedo de Cristo Jesus. Entram sem pedir autorização, chupam as uvas doces
pelas quais nunca trabalharam, cospem o bagaço fora e depois deitam-se inebriados
por acharem que fazem parte da Obra! Muito me admiro disso.
E aos pastores/líderes que
ficaram/ficarão ofendidos com o que escrevi aqui e certamente não desejam me
ver em suas igrejas, posso afirmar categoricamente que o meu púlpito é outro,
fui chamado para ir ao mundo e meus olhos estão fitos no porvir, em Cristo
Jesus. O aqui é tão somente sobre o lá, não se iludam! Fiquem com "suas possessões" em Jerusalém, na Judéia e
Samaria, só lembrando de que deverão prestar contas Àquele cuja descrição é esta: "Senhor, eu conhecia-te,
que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não
espalhaste." (Mateus 25:24)
Mas outros tantos como o Dr. Luiz Augusto, Sr. Pierre, Pr. Elton de Melo tiveram palavras doces em seus lábios que adoçaram nossos corações e nos fizeram tão bem!
Realmente
o mundo não foi digno da vida do pai e o comparo aos heróis da fé que a Bíblia
fala acerca: "foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da
espada, andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos
e maltratados. (Dos quais o mundo não era digno), vagaram errantes pelos
desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra. " (Hebreus 11:37-38).
A
verdade deve ser dita e gritada dos muros altos a todos, quando o pai ainda um pastor
pobre, sem recursos pessoais, com uma família já constituída, vinculado à e
assalariado pela Igreja Batista Independente, de missão Sueca, se opôs ao fato
de que as pessoas deveriam dar o dízimo dos seus ganhos à igreja, porque entendia
que não era bíblico (e realmente não é e nunca foi, isso ERA somente para o
povo judeu), acabou sendo "excomungado" pela liderança do meio dos
cordeirinhos obedientes. Sempre terão aqueles que dirão que essa não foi toda a
estória, mas não importa, porque ele insistiu em sua convicção até o sopro
final do seu fôlego de vida, e venceu!
Olhando
para trás, vejo que essa situação (para mim hoje que sou pai de apenas dois filhos, seria
tão somente de um abandono desesperador) foi a melhor coisa que poderia ter
ocorrido, pois daí em diante, o pai (obviamente sempre acompanhado da sua fiel
escudeira, a mãe) começou a viver totalmente dependente da graça, misericórdia
e suprimento financeiro de Deus, a fim de servi-Lo. Sim, o pai não estava
servindo igreja ou denominação alguma, ele estava a serviço do Reino de Deus.
Convocado por uma Liderança maior, do Alto.
O
pai foi um errante neste mundo, indo e pregando por onde quer que passasse. Apesar
de ter estudado o seminário teológico, receber o título formal de pastor pelo
falecido pastor Epaminondas, nunca achei que o pai fosse um pastor no sentido
literal da palavra, mas sem dúvida, poucos poderiam receber o título de
missionário na sua mais perfeita essência. O pai foi um missionário de Jesus
Cristo, assim como o apóstolo Paulo. "Um dia ele me disse: Éber, vamos
encontrar os nossos irmãos indo pelo mundo afora, essa é a nossa família."
Não tem como escrever essas palavras sem um choro calado que brota constante e
profuso.
Hoje
em dia a quase totalidade dos pastores pentecostais se auto intitulam apóstolos.
Querem o rótulo apenas, mas não a penúria que vem com ele. Não fizeram
absolutamente nada para receber essa honra e até mesmo porque nunca andaram com
Jesus Cristo. O pai nunca se chamou de apóstolo e nunca quis, mas creio que ele
foi um verdadeiro apóstolo porque um dia viu e esteve com Jesus Cristo face a face,
e O seguiu fielmente por toda sua vida de 81 anos, 11 meses e 5 dias. Foi um
verdadeiro pregador, apóstolo e mestre, não por vontade de homens, mas por vontade
de Deus!
Enquanto
ainda um jovem pastor em Frederico Westphalen, o padre local o odiava e o
maltratava através da verbalização no seu programa católico na rádio local. A aversão
era pelo fato do pai pregar e ensinar a Bíblia, primando para que todos
aprendessem a lê-la, pois ele sabia da importância de ser iluminado pelo
Espírito Santo ao ler a Palavra de Deus. Mas o padre era contrário, Bíblia
somente para o "clérigo" católico. E o pai, sendo o pai, foi até ele para
conversar sobre o tema. Acabaram tornando-se, se não amigos, pelo menos
labutadores pelo Reino de Deus, pois creio que o padre acabou entendendo que
não poderia lutar contra Cristo, certamente uma causa fadada ao insucesso.
O
pai tinha um chamado genuíno e sui generis! Nos idos de 1970, o pai juntamente
com a mãe criaram o Centro Evangélico de Curitiba e através dessa instituição ele
iniciou a primeira casa de recuperação de viciados de Curitiba. Os slogans eram
"Drogas matam, Cristo liberta", com a figura de Jimmy Hendrix no adesivo pequeno e "Quer ficar livre procure Cristo", com duas mãos algemadas (desenho baseado em uma foto que o pai havia tirado, e guardado, de um moço no momento da possessão demoníaca com as articulações dos dedos contraídas) no adesivo grande que dávamos em troca de alguma ajuda financeira recebida pelos
motoristas quando fazíamos as "blitz" nos semáforos de Curitiba. Adesivos que tenho até hoje e aí estão. Eu participei dessas arrecadações, eu vivenciei
o drama, eu estava lá!
Porém,
o pai nunca recebera ajuda alguma de nenhum órgão, igreja ou instituição, até
mesmo porque o próprio pensamento no meio evangélico naquela época era "uma
vez viciado sempre um viciado". O pai provou ao contrário e várias vidas
foram profunda e radicalmente transformadas pelo poder de Jesus Cristo, pois "Se
o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (João 8:36). Mas para
que o poder se Deus se manifestasse foi necessário pagar o preço e lidar com
jovens drogados, viciados e possessos por demônios imundos.
O maior exemplo
desse resgate de vidas foi o querido Egil Bernardes que de um enjeitado viciado à beira da morte, nasce mais um seguidor de Cristo Jesus. Na época o pai recebera um comunicado que tinha um jovem viciado morrendo em uma casa abandonada. O pai foi lá, o retirou daquele lugar e o mergulhou em uma banheira com água quente. Sua calça jeans já estava colada nas feridas do seu corpo, como que fazendo parte dele. O jeans foi pacientemente sendo recortado pelo pai e um processo de amor instilado na vida daquele rapaz se iniciava para o resgatar das sujas garras do diabo. Daquele viciado surgiu um novo homem como que por uma passe de mágica que se tornou músico, estudou e formou-se em advocacia, tornou-se pai de família e um fervoroso servo de Deus. Depois de largar as drogas, ele passou a tocar violão no Centro Evangélico de Curitiba e até mesmo compôs uma música cuja letra era assim: "Deus tem um plano a cada criatura, Aos astros Ele dá os céus, E a cada rio Ele dá um leito, E o caminho para mim traçou, A minha vida eu entrego a Deus, Pois o seu Filho entregou por mim, Não importa onde for seguirei meu Senhor, sobre terra ou mar, onde Deus mandar, irei..."
O
pai cria densamente naquelas maravilhosas palavras de Jesus Cristo porque ele mesmo havia sido
liberto das garras de satanás, que quando possuído por demônios, enquanto
criança ainda, precisava ser acorrentado pelos seus pais no porão da sua casa,
pois ninguém conseguia controlá-lo. O pai me contou essa estória algumas vezes. Certamente as mesmas palavras que Jesus Cristo pronunciou acerca daquela mulher pecadora da cidade que chorou nos seus pés e enxugou com seus próprios cabelos podem ser ditas ao pai: "Não me deste
ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés
com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são
perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama." (Lucas 7:44-47). O pai sempre muito amou seu Mestre e Salvador!
Observo
prudentemente os nomes que os pastores colocam em seus ministérios que são
sempre construídos com o dinheiro do próximo, nunca deles mesmos, Investem em bens e propriedades que acabam se tornando seus impérios pessoais. Sim, já vi
muitos empresários investirem no reino de Deus para outros fazerem a obra, como
por exemplo o Sr. Kofi que conheci em Kumasi, Gana. É o maior importador de
arroz para aquele país. Construiu sete igrejas, pagando sete pastores para
pregaram a Cristo Jesus. Na sua própria casa, onde me hospedei, assalaria dois
músicos para louvarem a Deus o dia inteiro, sentados, andando pelos jardins, cantando e tocando seus violões. Nunca vi nada disso antes, em lugar
algum e posso dizer que já viajei mais do que meio mundo! Porém, jamais vi um pastor que fizesse a obra de Deus sem viver às
custas da gordura das ovelhas. Pois é, o pai foi a exceção à regra mesmo.
O pai colocou sua vida, seus ganhos, seus bens à
disposição do Reino de Deus. Quantas vezes me peguei pensando: "Por que o pai usa
o seu dinheiro, o dinheiro que poderia ser investido na sua família, até mesmo gastar
consigo próprio, ou guardar para sua aposentadoria, a fim de passar uma velhice
mais tranquila, sem tanta luta e sofrimento, para comprar papel para imprimir seus
livros ou o método de Alfabetização pela Bíblia, ao invés de pedir
descaradamente como fazem os pastores mundo afora?" O pai nunca pensou em se
aposentar e até mesmo poucos dias antes da sua partida para a eternidade com
Cristo Jesus, recuperando-se de uma cirurgia do quadril, ele me disse: "Éber,
vamos construir uma escola pura e genuinamente cristã, usando apenas os
ensinamentos da Bíblia!"
O
pai concebia diferente, era dispare; era um filósofo por título e por dom! Não dependia de ninguém para fazer a Obra
de Deus, mas somente da provisão do seu Mestre que lhe orientava o que, quando e
como fazer. Estava a serviço do Senhor e assim foi até o último dia da sua
vida.
Financeiramente
falando, ele partiu deixando quase nada, torrou tudo o que construiu (e não foi pouco) no Reino de Cristo! Mas
ele era assim mesmo, não se importava com os bens desta terra porque tinha a
mais profunda convicção de que sua fortuna estaria (e está) lá nos céus, com
Cristo. Como me confidenciou o querido amigo pessoal, o pastor Norte-Americano, John Cericola, no texto
abaixo:
(Tradução: "Seu pai investiu
seus recursos para expandir o Reino de Deus em vez de investir para sua
aposentadoria. Ele guardou seu tesouro no Céu e receberá grandes recompensas!!
Glória a Deus para sempre!")
Lembro
quando ainda menino íamos tomar sorvete feito em uma máquina elétrica, daquelas
antigas, tipo sorvete Italiano que dispensa a massa toda retorcida e que até
podia ser de mais de um sabor ao mesmo tempo. Era muito novinho, mas lembro que
fiquei admirado de saber que o pai tinha comprado aquela máquina e um
"irmão" tocava o negócio de então sorveteria do pai. Negócio que
nunca deu lucro algum. Mas tudo bem, aquilo era um meio em si e não um fim para
ganhar dinheiro. No final, acho que ele cansado das desculpas do seu empregado
que sempre alegava que nunca tinha vendido nada ou quem sabe por compaixão e
amor àquele homem, o pai acabou dando aquela máquina para ele, pois o homem também
tinha uma família para sustentar. A essas alturas o pai simplesmente não se
preocupou em "perder" seu negócio, pois aquele investimento tinha
vindo da parte de Deus, então serviria aos propósitos de Deus. Até não muitos anos
atrás realmente nunca tinha assimilado bem esse "negócio" do Reino,
apesar de agir exatamente da mesma forma em várias circunstâncias da minha vida.
Poderia
escrever aqui centenas para não expressar milhares de experiências que vivi como um filho observador (talvez a característica mais marcante em mim que me faz ter uma imensa concentração) daquilo que o pai fazia aos outros e o que os outros faziam a ele. Tudo sempre
foi muito notório e estampado para mim. Talvez esse foi o motivo de eu ter a
honra e o privilégio de fazer a última versão e correção de todo o livro que o
pai escreveu chamado "Chefe de Umbanda Acha Cristo". Em algumas
conversas com o pai pude entender um pouco mais da sua vida, infância e como um adulto
jovem, imaginando calado todo o seu sofrimento.
O
pai por sua origem de família espírita, assim como seu próprio pai, o nosso avô
Juvenal, herdou um sentimento de sempre ajudar ao próximo e por onde passou o
pai sempre fez o bem. Não é assim que somos chamados a ser? Jesus Cristo andou
por esta terra e "Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e
com virtude, o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do
diabo, porque Deus era com ele." (Atos 10:38). Doou-se na cruz e através
do seu sangue fomos comprados e redimidos, sendo agora chamados para sermos
iguais a Ele no âmbito do seu ministério.
Em 2017 o pai sofrera um acidente vascular cerebral, não muito extenso, porém foi hospitalizado por alguns dias. Quando retornou para casa e ainda se recuperando da fala e memória que havia sido afetadas, ele contou que tivera uma experiência celestial e que um anjo lhe disse: "Você terá ainda mais cinco anos de vida." Assim como acontecera com o rei Ezequias que recebera quinze anos. Ver texto em Isaías 38:1-5.
Ele compartilhou essa experiência durante uns 2 ou 3 anos, depois todos nos esquecemos. Chegou 2022, sofreu uma fratura de quadril esquerdo e aí começava o início da sua caminhada à eternidade. Após a volta de uma das minhas visitas a ele já na UTI, ainda no mês de fevereiro, orei: "Senhor, não quero pedir quinze anos como fez o rei Ezequias, nem cinco anos como fez o pai em favor da sua avó e que sua oração havia sido respondida com a confirmação do acréscimo de apenas três anos, mas peço apenas um ano, um só e ele viverá até 2023 e daí fará 83 anos. Chorei." Uma voz branda como outras vezes já escutara me disse: "Levarei o seu pai em março." Eu fiquei tão feliz e comecei fazer as contas porque talvez desse exatamente os anos que eu esperava que ele vivesse, mas a voz repetiu suavemente: "O levarei no início de março". Então entendi que seria já no mês que adentraria e não pude deixar de chorar profusamente porque sabia que Cristo o chamaria à glória.
No
dia do culto de agradecimento pela vida no pai na Igreja Batista Independente
do Portão, a esposa do Dr. Mauro Serafim anunciou de forma calma e solene:
"Um pilar da Igreja tombou".
Em
uma poesia que o pai escreveu acerca dos seus quatro filhos, naquela época, o
seu filho mais novo Gilson Davi ainda não tinha nascido, ele escreveu assim
acerca do seu quarto filho: "...Éber, filho da minha consolação...".
Na beira do seu leito na UTI, um dia antes do seu falecimento, apesar dele
estar sedado, intubado para manutenção da ventilação respiratória, conversei
bastante com ele. Segurando sua mão o tocando o seu rosto eu dizia "Paizinho, aqui é o Éber, seu filho...". Pedi perdão por tantas coisas que fiz de forma errada e também o perdoei. Disse de forma risonha que se ele não fizesse um pouco de esforço para ficar mais um tempo
conosco, e se Jesus o quisesse mais do que nós, então seria o momento de nos
despedirmos ali mesmo. Despedi-me dele, fiz um pequeno vídeo dele com meu
celular para recordação mesmo naquele seu estado final. No dia seguinte cedo o pai
partira e já no próximo dia, 04/03/2022 pela manhã, após o culto de celebração por sua
vida (https://youtu.be/GoZBOoHJ8os), levei o corpo do pai indo com o motorista no carro funerário de Curitiba a
Campinas, onde ele foi sepultado no túmulo dos seus familiares já falecidos.
Ele
saíra da cidade de Campinas - SP, tão novinho, quase um adolescente. Foi missionário
na Ilha dos Marinheiros (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_dos_Marinheiros), no extremo sul do país, já quase perto do Uruguai
(postei aqui no blog um texto dele mesmo sobre essa época que pode ser encontrado no link https://tempodagracadedeus.blogspot.com/2021/04/jadai-recordacoes-que-me-levaram-as.html). Lá em Rio Grande -
RS conheceu e se casou com Maria José, a mamãe como ele a chamava, e peregrinou
pelo Estado do Rio Grande do Sul onde eu e meus dois irmãos (Eliel Gilberto e Joel
Marcos) e irmã (Eliane Mara) mais velhos nasceram. Estabeleceu-se em Curitiba
onde seu quinto filho (Gilson Davi) nasceu.
Peregrinou por esta terra, fez o bem, expulsou demônios em nome de Jesus Cristo, ressuscitou uma criança morta em um culto, não por seu poder, mas pelo de Deus, ganhou milhares de almas para Cristo, ensinou e alfabetizou centenas de milhares e voltou para descansar na sua cidade natal. "Então ouvi uma voz dos
céus, dizendo: 'Escreva: Felizes os mortos que morrem no Senhor de agora em
diante". Diz o Espírito: 'Sim, eles descansarão dos seus trabalhos, pois
as suas obras os seguirão". (Apocalipse 14:13).
Louvo a Deus que me deu as plenas condições emocionais e financeiras para dar um enterro muito digno ao pai e
consolá-lo até o último momento que o vi nesta vida daqui porque assim era para ser e ele mesmo havia profetizado. Fiz com amor, respeito e honra pelo amado pai!
Na minha vida como lhe observei atentamente (quase sempre calado) afim de aprender, entender e como sempre profundamente lhe admirei!
Saudades,
muitas, dói. Creio que a fim de me confortar meu coração desolado, no dia 05 de março de 2022, Deus me deu um
sonho, uma visão do pai, arrumado à ocasião, em um lugar junto com vários
outros que também já partiram, ao lado e sendo cuidados por Cristo Jesus. Uma imagem da futura glória, que coisa, que tremendo!
Sim,
estou certo que o verei em breve, até mesmo porque "A existência do ser
humano é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, que se esboroa
quando o vento sopra e ninguém mais se lembra do lugar onde a planta estiver
firmada." (Salmo 103:15-16) e não sei até quando eu viverei.