sábado, 1 de agosto de 2009

A DIFERENÇA ENTRE ALIMENTAR OVELHAS E ENTRETER CABRITOS

Já escrevi vários, e também transcrevi alguns outros, aqui no blog, artigos relacionados com o herege Rick Warren e o aproveitador César Castellanos Dominguez, um homem Colombiano que se diz pastor.

Tive o privilégio ou a tristeza, dependendo do ponto de vista da análise, de ir a Bogotá com o meu sobrinho Gabriel, a fim de conhecer o movimento G12 que está tomando conta da Colômbia e reconheci que não é nada mais do que um movimento humano, liderado por uma pessoa ávida por dinheiro e que engana as ovelhas de Cristo Jesus, um povo simples que são os Colombianos. Usaram o pretexto de trazer a banda evangélica Inglesa Delirious, para atrair a multidão. Fiquei arrasado! Fiquei muito triste com tudo aquilo! Nada de Jesus Cristo, tudo acerca do esforço humano!

O texto abaixo que foi publicado pelo irmão Alex (petrakis_adm@yahoo.com), no dia 02/19/2006, no Jesussite, vai direto ao âmago da questão sobre quem são esses dois "seres" e é uma tremenda bênção para o povo de Deus poder ler o que abaixo segue.

“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme”. (2 Pedro 3:1-3) [1]

Conforme vimos em outro trabalho[2] Rick Warren e César Castellanos Dominguez são dois pastores estrangeiros que disputam o coração e as mentes dos pastores brasileiros e, por extensão, dos rebanhos. O séqüito de seguidores tanto de um como de outro não para de crescer o que é mais uma prova da falência quase absoluta da cristandade[3] no Brasil. Hoje em dia, a grande maioria dos pastores em particular e dos crentes em geral, não são mais seguidores de Jesus e sim seguidores de homens como Warren e Castellanos. Mas quem são estes homens?

QUEM SÃO RICK WARREN E CÉSAR CASTELLANOS

Rick Warren é pastor da Saddleback Valley Community Church (é uma igreja Batista, mas não leva este nome para não ofender eventuais “clientes”), na cidade de Lake Forest, no condado de Orange no estado da Califórnia nos Estados Unidos. Ele é o “criador” do conceito “com propósitos” e tem dois livros lançados usando este conceito. O primeiro é “Uma Igreja com Propósitos” e o segundo é “Uma Vida com Propósitos” ambos disponíveis em português publicados pela Editora Vida. Existe ainda um terceiro livro “Ministério com Jovens com Propósitos” escrito por um pastor associado à Rick Warren. Além disto, Rick Warren realiza conferências “com propósito” ao redor do mundo e juntamente com o pastor batista Jerry Falwell realizou uma Super Conferência “com propósitos” em outubro de 2003 na Liberty University em Lynchburg no Estado da Virgínia com transmissão televisiva simultânea para mais de 4.000 igrejas espalhadas pelos Estados Unidos da América. O conceito “com propósitos” é lucrativo, muito lucrativo e por este motivo ele agora é marca registrada (trademark - ®) por Rick Warren e qualquer pessoa que deseje utilizar o termo “purpose driven” em inglês precisa, de agora em diante, pagar royalties para nosso pastor estadunidense. O esquema “com propósitos” atrai especialmente pastores que trabalham com a classe média (classe B) e é sustentado por uma estrutura que além dos livros e dos seminários promovidos mundo afora, conta ainda com um site (www.pastors.com) onde os pastores “com propósitos” podem obter desde um esboço dos sermões a serem pregados nas igrejas “com propósitos”, até toda a programação (conteúdo e tudo) que deve ser servida aos “clientes”. A revista Christianity Today chamou Rick Warren de “o pastor mais influente nos Estados Unidos da América”. E mais, Rick Warren foi reconhecido pela revista TIME® (que representa o pensamento da elite do hemisfério norte), como uma pessoa muito relevante para o mundo em geral e para os Estados Unidos da América em particular. Este reconhecimento, da revista TIME® seria o equivalente aos Saduceus (a elite dos dias de Jesus) reconhecerem Jesus como alguém relevante para a sociedade judaica dos Seus dias. Tire o leitor suas próprias conclusões acerca de tão distinta homenagem.

César Castellanos Dominguez é colombiano é presidente da igreja conhecida como Missão Carismática Internacional. A igreja de Castellanos foi, em suas próprias palavras, iniciada em Março de 1983 na sala de sua própria casa, com apenas 8 pessoas. Juntamente com sua esposa Claudia são os “criadores” do que está sendo chamado da igreja em células segundo o “modelo dos 12”. Em 1999, conforme uma de suas publicações, sua igreja contava com mais de 100 mil membros espalhados pela capital da Colombia, Santa Fé de Bogotá e outras cidades. De acordo com Castellanos ele se inspirou na própria pessoa de Deus para desenvolver sua metodologia. De acordo com ele “Deus sonhou, depois planejou, desenhou e executou”. Munido deste esquema Castellanos partiu para conquistar primeiro a Colômbia e depois o mundo. Passadas as bravatas iniciais de que a Colômbia seria completamente transformada pelo poder da revelação do “modelo dos 12”, Castellanos, ameaçado de morte que foi em sua terra natal, mudou-se para Miami nos Estados Unidos. Atualmente encontra-se em Brasília acompanhando sua esposa que foi nomeada Embaixadora da Colômbia no Brasil. César trata de mudar a matriz da sua igreja para Brasília e reconhece, agora, que o Brasil é que será completamente transformado pelo poder da revelação do “modelo dos 12”[4]. O esquema de Castellanos apela tanto para igrejas de classe média (classe B) como para as igrejas que trabalham com as classes mais baixas (classes C e D), principalmente as igrejas pequenas e independentes que não possuem nenhum tipo de sustentação nem de supervisão como a grande maioria das igrejas da chamada “terceira onda pentecostal[5]”. O tipo de igreja em células segundo o “modelo dos 12” é também muito lucrativo. Castellanos considera como “suas” todas as igrejas que usam células segundo o “modelo dos 12”. Assim sendo ele orienta e espera que todas estas igrejas adquiram todos os materiais impressos produzidos em gráficas de sua propriedade. Que adquiram todo o material televisivo produzido em estúdios também de sua propriedade. Além do material para as células existe material adicional para os encontros de fim de semana bem como uma infinidade de pequenos livretos versando sobre os mais variados temas.

O QUE RICK WARREN E CÉSAR CASTELLANOS ENSINAM EM SEUS LIVROS

Conforme mencionamos no início deste artigo, estes dois homens disputam com suas “criações”, seja o esquema “com propósitos” ou então o esquema da “igreja em células segundo o modelo dos 12”, as mentes e os corações dos pastores brasileiros. Como veremos a seguir, estes senhores além de manterem a colonização[6] acrescentam um elemento de perversidade ímpar que é atribuir às suas “criações” a condição de “revelação divina”. Por não acreditar no que estes homens pretendem nos impor o autor fará menção ao “deus” de Rick Warren e César Castellanos Dominguez com letras minúsculas como é conveniente se referir às divindades de falsos e pretensiosos profetas.

A seguir e sempre quando possível agruparemos as reivindicações de ambos senhores sob um tema comum. Quando isto não for possível discutiremos as pretensões individualmente. Os textos retirados dos livros de Rick Warren “Uma Igreja com Propósitos” e os retirados do livro de César Castellanos “Sonha e Ganharás o Mundo” serão sempre apresentados em vermelho de tal maneira que fiquem bem evidentes.

1 – Acerca da superioridade das formas de ministério propostas por Rick Warren e César Castellanos lemos o seguinte em seus livros:

“... a igreja celular é o paradigma da congregação mais poderosa do mundo. Pode-se dizer que um pastor que não entra nesta dimensão está matando o progresso do evangelho em sua área.” (Castellanos, César. Sonha e Ganharás o Mundo. Palavra da Fé Produções, São Paulo, 1999). Doravante as citações referentes à César Castellanos serão indicadas apenas por (Castellanos).

“Igrejas com propósitos serão as mais bem equipadas para o ministério durante todas as mudanças que enfrentaremos no século 21.” (Warren, Rick. Uma Igreja Com Propósitos. Editora Vida, São Paulo, 1997). Doravante as citações referentes à Rick Warren serão indicadas apenas por (Warren).

“A frutificação neste milênio será tão incalculável, que a colheita só poderá ser alcançada por aquelas igrejas que tenham entrado na visão celular. Não há alternativa, (nem a Igreja com Propósitos de Rick Warren), a igreja celular é a igreja do Século XXI”. (Castellanos).

Como podemos observar estes senhores são muito pretensiosos. De acordo com Warren, se um pastor tem uma “igreja com propósitos”, ele tem uma igreja que está “mais bem equipada para o ministério, mas estará ao mesmo tempo, de acordo com Castellanos “matando o progresso do evangelho em sua área”. Por outro lado, se um pastor adota o sistema celular de Castellanos, ele estará adotando “o paradigma da congregação mais poderosa do mundo”, mas não sendo uma igreja com propósitos ala Rick Warren a mesma não estará “bem equipada para o ministério”. Ora, tanto Rick Warren quanto César Castellanos alegam (mais adiante iremos discutir suas alegadas revelações), que seus sistemas são derivados diretamente da Bíblia e por revelação direta de deus. Ao que parece o deus destes senhores está meio confuso, pois revela e ensina coisas que são mutuamente excludentes. No mínimo um dos dois está mentindo ou os dois estão pretendendo algo que não é realmente verdadeiro. A história da igreja está cheia de homens e mulheres que tentaram usar a Bíblia para justificar suas tolices. Rick Warren e César Castellanos são apenas mais dois em uma longa lista que, sem precisar ir muito longe, inclui Joseph Smith, o fundador do Mormonismo, Ellen G. White, a (falsa) voz da profecia da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Charles T. Russel e Joseph F. Rutherford que inventaram as assim chamadas Testemunhas de Jeová e Mary Baker Eddy fundadora da Ciência Cristã ou Igreja do Cristo Cientista apenas para citar quatro movimentos heréticos surgidos nas terras do norte somente no século XIX.

2 – Acerca do uso do crescimento extraordinário de suas igrejas como justificativa da indubitável bênção de Deus sobre seus ministérios:

“Hoje, 15 anos depois, ela é conhecida com (sic) a igreja batista que mais cresce na história americana. A média de freqüência no fim de semana é superior a dez mil pessoas, numa bonita e espaçosa área de 300 mil metros quadrados.” (W. A. Criswell na apresentação do livro de Rick Warren).

“Se alguém de qualquer parte do mundo espera ter uma evidência correta do respaldo do Senhor ao nosso chamado como pastores (Castellanos se refere a ele mesmo e sua esposa Cláudia) e de Seu propósito de grandeza, crescimento, avivamento e multiplicação desta visão, basta que assista um sábado no Coliseu Coberto El Campin de Bogotá. Líderes de todos os rincões da Colômbia e de outras nações já o têm feito, e quando vêem entre doze e quinze mil jovens reunidos ali, seu assombro é tal que não encontram palavras para descrevê-lo.” (César Castellanos)

A reunião de jovens de Castellanos aos sábados junta mais pessoas que o culto dominical de Warren. Se o critério de número de freqüentadores tiver valor absoluto, então Castellanos é bem mais abençoado por seu deus do que Warren é pelo seu. A tolice de tal argumento é evidente. O Deus verdadeiro abençoa Seu povo e não métodos ou formas.

3 – Acerca de deus estar preparando verdadeiras multidões para aceitar o Evangelho (revelações diretas aos autores, não existe base bíblica para estas afirmativas):

“Deus está criando hoje ondas de pessoas receptivas ao evangelho. Devido à abundância de problemas em nosso mundo contemporâneo, muita gente parece estar aberta para as boas novas de Cristo mais do que nunca em qualquer outra época deste século”. (Warren)

“Temos recebido a Palavra no sentido de nos anos vindouros haverá gente faminta por conhecer a mensagem da salvação; milhões e milhões correrão pelas ruas demonstrando seu desejo de saber de Cristo, e a única estrutura que permitirá estar preparado para isto, é a estrutura celular”. (Castellanos).

A Bíblia no Antigo Testamento ensina claramente e o Novo Testamento confirma que “como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer – Romanos 3:10 -12. Agora, este senhores nos vem com este papo furado de que “muita gente parece estar aberta para as boas novas de Cristo – Warren” e “temos recebido a Palavra no sentido de nos anos vindouros haverá gente faminta por conhecer a mensagem da salvação; milhões e milhões correrão pelas ruas demonstrando seu desejo de saber de Cristo" – Castellanos.

A palavra de Deus é bem clara quanto ao fato dos homens caídos e sem Deus serem descrito pelas Escrituras com adjetivos contundentes tais como: desviados, perdidos, fracos, ímpios, extraviados, inúteis, pecadores, incapazes de fazer o bem, mortos em delitos e pecados, transgressores, homens naturais incapazes de aceitar e de entender a revelação de Deus, néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-se uns aos outros. A Bíblia não descreve ninguém naturalmente aberto para as boas novas e muito menos pessoas correndo pelas ruas aos milhões demonstrando seu desejo de saber de Jesus. Somente quando o pecador se coloca sobre a influência do Espírito Santo mediante a pregação da Palavra de Deus é que ele pode se despertado para a vida com Deus. O mandamento do Senhor deve nos mover hoje. Jesus disse: Ide! Por este motivo não devemos esperar nem por milhões de pessoas correndo pelas ruas querendo saber acerca de Jesus como pretende Castellanos e certamente o Deus verdadeiro não está no negócio do “surf”, criando ondas de incrédulos sedentos pela salvação como pretende e ensina Rick Warren!

4 – Acerca das outras igrejas estarem perdendo as oportunidades que Deus está criando (somente a de Castellanos e a de Warren estão isentas assim como todas as que estejam usando seus métodos):

“Algo que temos entendido no plano espiritual, é que o Senhor tem um tempo de graça e de visitação de seu Espírito Santo para cada cidade ou nação, e se não aproveitarmos este tempo pregando, a oportunidade se perderá e as almas ficarão sem salvação”. (Castellanos).

“... nossas igrejas estão perdendo as ondas espirituais que podem trazer reavivamento, saúde espiritual e crescimento explosivo, devido à falta de ensinamento das habilidades básicas para compreender o movimento que elas têm”.
(Warren).

As “almas ficarão sem salvação” e as “igrejas estão perdendo as ondas espirituais que podem trazer reavivamento, saúde espiritual e crescimento explosivo” indicam claramente um evangelho centrado no homem e não em Deus. Castellanos crê que somente a visão celular pode satisfazer a demanda da Grande Comissão nos nossos dias. Já Rick Warren acredita que ele pode ensinar qualquer igreja as habilidades básicas para satisfazer a grande comissão. Novamente fica claro que cada um deles quer pretender ser o autor com “a solução” definitiva para a Igreja do século XXI.

5 – Acerca do esforço envidado para alcançar a pretensa e distinta iluminação que eles querem agora compartilhar e transmitir a todos nós. Note a clara Intenção de tentar impressionar os leitores!

“...visitei centenas de igrejas ao redor do mundo. Conversei com milhares de pastores e entrevistei centenas de líderes e professores sobre o que eles observam na igrejas. Escrevi para as cem maiores igrejas dos Estados Unidos e passei um ano pesquisando o ministério de cada uma. Já li quase todos os livros publicados sobre o tema “crescimento da Igreja”. Passei muito tempo estudando o Novo Testamento.”(Warren)

“...ensinei para mais de vinte e dois mil pastores nos últimos quinze anos. Além disso, líderes de 42 países e 60 diferentes denominações encomendaram as fitas do seminário.” (Warren).

“Passei anos intercedendo por suas vidas e sonhando com sua salvação, em longas jornadas de jejum e oração.” (Castellanos).

"Definitivamente temos que ser criativos; o mundo é daqueles que inovam.” (Castellanos).

“...estando por horas no lugar secreto de oração.” (Castellanos).

“Passava dias inteiros em meu quarto de oração.” (Castellanos).

“Fui sensível à voz de Deus quando me disse para que fosse ao Jordão para ser batizado novamente. Quando saí das águas do Jordão, senti literalmente no espírito que os céus se abriram e que Deus enviava Seu Espírito, foi quando minha vida mudou”. (Castellanos).

“Deus me deu a capacidade de observar os corações de nosso povo para conhecer suas necessidades espirituais.” (Castellanos).

“Estando em um dos meus prolongados períodos de oração, pedindo a direção de Deus para algumas decisões, clamando por uma estratégia que ajudasse a frutificação das setenta células que tínhamos até então, recebi a extraordinária revelação do modelo dos doze.” (Castellanos).

“Em uma das minhas tantas noites no lugar secreto, entrando em um período especial de oração...”. (Castellanos).

O que podemos fazer? Um falou com milhares de pastores, professores e líderes, visitou e estudou centenas de igrejas, leu quase tudo sobre o assunto, exageros à parte é claro, e estudou o Novo Testamento exaustivamente (Warren). O outro nos “descobre” suas muitas e muitas horas no lugar secreto onde deus lhe revela coisas diretamente (Castellanos). A mulher deste último (Cláudia) nos conta que sua experiência de batismo no Jordão foi uma espécie de “repeteco” do batismo do próprio Senhor com os céus se abrindo e tudo o mais! É de tirar o fôlego caro leitor. Ou seja, estas pessoas são imbatíveis. A pesquisa de um e as revelações do outro são a garantia definitiva de que eles estão certos e não podem, em nenhuma hipótese, estar errados. Todas as palavras em vermelho acima servem apenas para indicar o desprezo que estes senhores nutrem pela palavra revelada pelo Deus verdadeiro e o quanto eles valorizam, de forma narcisista, suas próprias atividades e experiências.

6 – Acerca do impacto que seus ministérios têm sobre outros:

“A Convenção Anual da igreja cumpre este propósito e, nela, líderes de todo o mundo encontram as portas da Colômbia e da Missão Carismática Internacional, abertas para entrar nessa dimensão na qual o Espírito Santo se encarrega de esclarecer-lhes a importância de romper os moldes do tradicionalismo e pô-los no caminho da igreja do presente e do futuro”. (Castellanos).

“Na estante de meu escritório, tenho mais de uma dúzia de livros escritos por pessoas que treinei e que colocaram minhas idéias em livros antes de mim”.

“Mais de cem teses de doutorado foram escritas sobre o crescimento da Saddleback. Temos sido dissecados, analisados, pesquisados e avaliados por mentes bem mais dotadas que a minha.” (Warren).

Note que para Castellanos é o Espírito Santo quem se encarrega de ajudar os líderes do mundo inteiro a entrar na dimensão da igreja do presente e do futuro que na opinião dele é segundo o modelo dos doze. Do outro lado, a igreja proposta por Warren, que é a igreja com propósitos, já foi dissecada, analisada, pesquisada e avaliada e já se escreveram mais de cem teses de doutorado sobre a mesma! Ou seja, eles realmente estão com a corda toda. De um lado ninguém menor do que o próprio Espírito Santo. Do outro mais de cem doutores! Qual é o propósito de escrever estas coisas? Todas estas coisas são ditas apenas para impressionar os leitores!

7 – Acerca da chamada e das revelações diretas. É aqui que o porco torce o rabo!

“A Missão Carismática Internacional é uma igreja eminentemente profética... seu início foi determinado por uma Palavra profética dada diretamente por Deus a este Seu servo.” (Castellanos).

“Acredito que W. A. Criswell é o maior pastor americano do século 21. Ele pastoreou a Primeira Igreja Batista de Dallas por 50 anos, escreveu mais de 50 livros e desenvolveu a igreja-modelo mais conhecida e imitada mundialmente destes tempos. Enquanto escutava aquele grande homem pregar, Deus falou claramente comigo e me chamou para ser um pastor. Depois do culto esperava na fila para apertar as mãos do Dr. Criswell. Quando finalmente chegou minha vez, algo inesperado aconteceu. Ele olhou para mim com os olhos cheios de bondade e disse, com firmeza: Rapaz sinto vontade de impor minhas mãos sobre sua cabeça e orar por você.” (Warren).

“Em mais de uma oportunidade tenho escutado claramente o Senhor, dizendo-me: tu és o canal através do qual flui meu espírito.” (Castellanos).

“Senti que Deus estava me guiando para que investisse o resto de minha vida descobrindo os princípios bíblicos, culturais e de liderança, que produzem igrejas crescentes e saudáveis.” (Warren).

“Dispus-me a contar - Lhe todos os meus pecados. Chorei – os, senti dor em meu coração por haver ofendido a Deus. Em seguida sucedeu o extraordinário: vi uma mão aberta que penetrou minha cabeça e começou a descer até a planta dos pés de forma carinhosa e, à medida que o fazia, o fardo do meu pecado desaparecia.” (Castellanos).

“Sentado ali no porão empoeirado e mal iluminado da biblioteca de Universidade, ouvi Deus falar comigo claramente.” (Warren).

“Entrei num nível de adoração muito mais intenso, diferente do que estava acostumado.” (Castellanos).

Como podemos notar tanto Castellanos quanto Warren têm ouvido deus falar “claramente”. Os dois usam esta mesma expressão “claramente”. O primeiro nos diz que “tenho escutado claramente o Senhor, dizendo-me: tu és o canal através do qual flui meu espírito”. O segundo afirma categoricamente que “ouvi Deus falar comigo claramente.” Para dar mais ênfase a este aspecto, de que Deus teria falado claramente com eles, note como os dois dizem que “algo inesperado aconteceu (Warren) e sucedeu o extraordinário (Castellanos). Atribuir a deus a origem dos seus métodos é um argumento bem conhecido entre aqueles que não suportam a sã doutrina e precisam alimentar suas fantasias e fábulas. Paulo, genuinamente inspirado por Deus, já advertia o jovem pastor Timóteo com estas palavras: Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas – 2 Timóteo 4:1 – 4. Nós faremos também muito bem se voltarmos nossas costas para estes mentirosos que usam Deus como desculpa para semear suas insidiosas mentiras.

8 - Acerca do deus minúsculo de Warren e Castellanos:

“Não podemos fazer nada sem Deus, mas Ele não faz nada sem nós. Igrejas crescem pela atuação do poder de Deus, por meio do esforço de pessoas habilidosas.” (Warren).

“A igreja do Século XXI é aquela em que o pastor terá uma responsabilidade que demandará a maior eficiência, o que o impulsionará a trabalhar com um conceito empresarial, pois a igreja é a empresa mais importante de uma nação...”. (Castellanos)

“Ao estudar as igrejas de hoje, fica óbvio que Deus usa todos os meios e que tem abençoado alguns mais que outros.” (Warren).

Certamente nem Castellanos nem Warren nunca ouviram nem leram, apesar de dizer explicitamente que investiram muito tempo estudando o Novo Testamento, as palavras de Jesus quando disse, referindo-se àqueles que o aclamavam como filho de Davi enquanto os fariseus protestavam para que o Senhor os fizesse calar: “Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão – Lucas 19:40”. Quanta pobreza, a destes dois senhores imaginarem que o Deus glorioso precise de algum homem por mais importante que este seja! Que o Deus verdadeiro não faz nada sem nós. Imaginar que Deus precisa implementar conceitos empresariais e de marketing para fazer a igreja funcionar como deve. Estas idéias só podem ser fruto da imaginação de homens que não conhecem o Deus verdadeiro.

9 - Acerca do guarda-chuva protetor “se você não entende, não critique”:

“Nunca devemos criticar o que Deus está abençoando, mesmo que seja um estilo de ministério que faça com que alguns de nós não nos sintamos muito à vontade”. (Warren).

Rick Warren demonstra ser é um manipulador profissional. Ele desenvolve um sistema completamente fechado que inclui o ato de desarmar seus críticos apelando da maneira mais baixa possível para que não se critique aquilo que, segundo Warren, Deus está abençoando. Ora como é que Deus pode abençoar tamanha pretensão e descaramento? Como poderia Deus abençoar tamanho desprezo por sua palavra que diz “não há quem busque a Deus” enquanto Rick Warren defende, de forma incansável, que existem pessoas que são sensíveis e que estão buscando a Deus (Warren chama tais pessoas de “sensitive seekers” termo este que ele adotou de um movimento do século XIX chamado de Teosofia cujos fundadores foram a renegada aristocrata russa Helena Petrovna Blavatsky e o Coronel estadunidense Henry Olcott) e procura desenvolver toda sua abordagem apostando na suposta existência de tais pessoas que a Bíblia diz claramente que não existem!

10 - Acerca de acompanhar os tempos e ser “moderno”:

"Definitivamente temos que ser criativos; o mundo é daqueles que inovam.” (Castellanos).

Seria de fato cômico se não fosse tão trágico. Não somos mais chamados para sermos fiéis como lemos em 1 Coríntios 4:2 que diz “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”. Agora somos chamados para sermos inovadores, criativos etc. Deus não nos chamou para sermos inovadores. Chamou-nos para sermos fiéis. De que lado realmente gostaríamos de ser encontrados pelo Senhor na Sua vinda? Do lado dos que foram fiéis ou do lado dos inovadores?

"Você está sendo fiel à Palavra de Deus se insiste em comunicá-la de uma forma antiquada?” (Warren).

A questão real não é a forma como você comunica a Palavra de Deus e sim o conteúdo. Rick Warren pertence a um movimento que foi muito bem definido pelo pensador e teólogo Os Guinness[7] como um grupo que pretende “jantar com o Diabo”. Este grupo procura utilizar o que há de mais moderno na sociologia, na psicologia e no marketing para acertar em cheio no alvo e “vender” Jesus da melhor maneira (comercialmente falando) possível. Rick Warren não nega que tem recebido imensa influência do papa da administração moderna Peter Drucker. Nos sites de Rick Warren e de Peter Drucker existem declarações explícitas de que os dois (ele e Peter) são amigos e Warren reconhece seu enorme débito ao incrédulo Drucker. (Em outro artigo o autor pretende expor a massiva influência de Peter Drucker e da Teoria Geral dos Sistemas tanto no modelo “com propósitos de Rick Warren” como no modelo “celular dos 12 de César Castellanos”).

Dentro deste contexto note as frases seguintes e perceba a manipulação psicológica envolvida:

“Fazer com que as pessoas dedicadas sejam heróis em sua igreja faz com que elas se dediquem mais a ela” (Warren).

“Se usarmos um termo do mundo empresarial, podemos dizer que a nossa igreja está no ramo de “desenvolvimento de discípulos” e que nosso produto é mudança de vida.” (Warren).

“Me senti em casa com empresários, homens de negócios, gerentes e profissionais liberais”. (Warren).

Nas frases acima fica clara a intenção de Warren de utilizar não só a metodologia mercadológica, mas o fato de que ele se sente bem confortável usando a própria linguagem do mundo empresarial.

“Deus não nos chamou para sermos originais (para justificar a imitação de idéias cuja origem não pode ser justificada pela Bíblia) em todas as coisas. Ele nos chamou para sermos eficientes”. (Warren).

Não! Deus nos chamou para sermos fiéis. Deus não nos chamou para sermos eficientes.

PETER DRUCKER E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O MOVIMENTO MODERNO DE CRESCIMENTO DA IGREJA.

É impossível entendermos Rick Warren separado do seu mentor e guru administrativo Peter Drucker. Todo o conceito atrelado a “com propósitos” está irremediavelmente ligado a Peter Drucker e este por sua vez está ligado aos movimentos místicos do século XIX especialmente à Teosofia.

Nascido na Áustria Peter Drucker emigrou para a Inglaterra em 1933. Pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial emigrou para os Estados Unidos da América. Como consultor da General Motors e outras grandes corporações ele lançou os fundamentos das técnicas modernas de gerenciamento.

Suas técnicas de gerenciamento estão por trás das maiores igrejas do século XXI entre as quais podemos citar: Willowcreek Church (Bill Hybels), The Connecting Church (Randy Frazee), The Church of Irresistible Influence (Robert Lewis), The Perimeter Church of Atlanta e a Missão Carismática Internacional de César Castellanos. Todas estas igrejas têm em comum o uso das idéias de reestruturação gerencial-administrativa que varreu o mundo empresarial a partir da década 80 e que agora atinge em cheio as igrejas chamadas cristãs.

Esta visão de reestruturação das igrejas produziu não somente o “modelo com propostos” e o “modelo dos 12”, mas uma grande infinidade de outros modelos como têm sido propostos por Peter Wagner, Lyle Schaller, Wayne Cordeiro e outros. Todos estes modelos encontram-se em um denominador comum que é a Teoria Geral dos Sistemas. De acordo com esta teoria as doutrinas tradicionais da fé cristã que dizem respeito à antropologia bíblica (estudo do homem como criado por Deus) precisam ceder lugar a uma nova visão evolucionária onde o próprio homem é o grande responsável pela sua própria transformação, da sua comunidade e da sociedade geral. A Teoria Geral dos Sistemas é derivada da Teosofia que por sua vez sorveu as idéias dos movimentos místicos dos séculos XVIII e XIX entre os quais podemos citar o Swedenborgianismo (Emmanuel Swedenborg 1688 – 1772), o Mesmerismo (Fraz Anton Mesmer 1735 – 1815) e o Espiritismo.

A igreja com propósitos de Rick Warren, a igreja em células, seja ela do tipo “apostólica ou pós-denominacional”, a igreja em células segundo o modelo dos 12 de César Castellanos e todos os modelos missiológicos surgidos a partir da segunda metade do século XX, procedem diretamente dos ensinos da Teoria Geral dos Sistemas e da Teosofia. Entre estas igrejas encontramos inúmeros elementos que são utilizados para justificar a reestruturação. Assim temos que dentro das igrejas em células e apostólicas vemos a introdução de novas doutrinas como a curiosa doutrina da “cobertura espiritual”. Os modelos missiológicos capitaneados pelo Fuller Theological Seminary e pelo U.S. Center for World Mission também têm introduzido novas doutrinas como a chamada “contextualização”. Os grupos carismáticos estão submetidos a uma torrente infindável de profecias e atitudes mistificadoras como o ato de “salgar” lugares ou àquilo que o autor chama de “voodoo evangélico” praticado pela pastora e agora apóstola Valnice Milhomens que foi enterrar nos quatro pontos cardeais do Brasil uma caixa contendo em suas próprias palavras “trigo, representando a palavra, azeite representando a unção do Espírito; e vinho representando a comunhão com o Senhor, além de uma Bíblia, é claro”, visando com isto reivindicar o Brasil para Deus. A igreja com propósitos não é tão espalhafatosa e procura se alinhar mais com uma linguagem empresarial conforme as palavras de Rick Warren acima.

Os aspectos evolucionários da Teoria Geral dos Sistemas derivados da Teosofia se encaixam como uma luva na noção de que a igreja, como uma noiva, precisa ela mesma se aperfeiçoar na terra tanto estruturalmente como espiritualmente para se encontrar com Jesus quando Ele voltar. As citações acima confirmam esta intenção já que ambos autores julgam seus métodos os mais apropriados para fazer frente a esta demanda de preparar a igreja para se encontrar com seu Senhor. Os livros de Rick Warren e César Castellanos estão cheios de mentiras de como as pessoas estão insatisfeitas com as igrejas tradicionais tanto no que diz respeito aos programas oferecidos quanto à estrutura organizacional. Mas eles não estão refletindo o sentimento atual das pessoas. Estão refletindo o sentimento das pessoas do século XIX quando a cristandade[8] desabou na Europa e nos Estados Unidos deixando um vácuo que foi completamente preenchido por místicos como Emmanuel Swedenborg, Fraz Anton Mesmer, e a Sociedade Teosófica de madame Blavatsky na Europa e nos Estados Unidos da América pelo Espiritismo das irmãs Fox e pelos quatro movimentos citados anteriormente (Mormonismo, Adventismo do Sétimo Dia, Testemunhas de Jeová e Ciência Cristã). Os Estados Unidos da América ainda sofreriam mais um ataque avassalador contra a cristandade institucional com o advento do movimento Pentecostal e seus desdobramentos posteriores no movimento carismático e terceira onda. Agora, a afronta continua com estes senhores que falando em nome de Deus propõe uma nova doutrina da igreja para o século XXI.

Na realidade, o que Rick Warren e César Castellanos propõem com suas idéias inovadoras e criativas, mas nem um pouco fiéis à palavra de Deus, é um esquema para entreter bodes o que não tem nada a ver com edificar as ovelhas que compõe o rebanho de Deus.

Em artigos futuros pretendemos discutir a história religiosa que nos conduziu até a presente situação em que nos encontramos com especial atenção ao movimento das mega-igrejas e dos profetas e apóstolos modernos.

Notas
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[1] Todas as citações bíblicas neste artigo a menos que haja outra indicação, são da versão de Almeida Revista e Atualizada (ARA) publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil.

[2] Ver A Igreja Cristã no Brasil no Século XXI que é o estudo introdutório desta série e que também está disponível no jesussite.org

[3] Por Cristandade o autor se refere a este sistema completamente falido representado por todos os grupos que se denominam cristãos e que pretendem estar seguindo os ensinamentos Bíblicos e imitando a Jesus.

[4] De acordo com um documento publicado pelos pastores líderes do G-12 no Brasil o Sr. César Castellanos tem se comprometido a deixar o Brasil tão logo a missão de sua esposa, como embaixadora, terminar.

[5] Historicamente falando o Pentecostalismo teve três ondas: a primeira foi o surgimento do movimento Pentecostal propriamente dito que ocorreu no final do século XIX e início do século XX; a segunda onda veio com o movimento carismático após o termino da Segunda Guerra Mundial nos meados do século XX; a terceira onda surgiu com a adoção, por carismáticos, dos ensinos neo-gnósticos de E. W. Kenyon.

[6] Ver A Igreja Cristã no Brasil no Século XXI que é o estudo introdutório desta série e que também está disponível no jesussite.org.

[7] Guinnes, Os. Dining with the Devil – The Megachurch Movement Flirts with Modernity. Baker Book House, Grand Rapids, 1993. Guinnes, na realidade, empresta o título do seu livro de uma frase retirada do livro “A Rumor of Angels” de Peter L. Berger. A citação é como segue: “He who sups with the devil had better have a long spoon. The devilry of modernity has its own magic: The (believer) who sups with it will find his spoon getting shorter and shorter – until that last supper in which he is left alone at the table, with no spoon at all and with an empty plate. The devil, one may guess, will by then have gone away to more interesting company”.

[8] Por Cristandade o autor se refere a este sistema completamente falido representado por todos os grupos que se denominam cristãos e que pretendem estar seguindo os ensinamentos Bíblicos e imitando a Jesus.


Publicado aqui por Éber Stevão

UMA REPREENSÃO SEVERA AOS PASTORES

O material que segue escrito abaixo foi publicado em 9/9/2008 pelo Pr. Ron Riffe e traduzido por Luciano M Tsuda no Jesussite. É uma verdade em todo o seu conteúdo e creio ser de suma importância para você ler e ser abençoado.

Você está realmente anunciando "todo o conselho de Deus", ou apenas dizendo palavras aprazíveis em sermões edulcorados e baseados no tema "sinta-se bem consigo mesmo" para conseguir construir sua mega-igreja?

O problema não é recente; existe desde o surgimento da igreja. Porém, nestes últimos dias, cego guiando outro cego (Mateus 15:14) tornou-se uma pandemia e de grande influência para a apostasia espiritual no meio cristão. O apóstolo Paulo identificou essa triste realidade e fez a seguinte declaração:

"E espero no Senhor Jesus que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios. Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado; porque todos usam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus." [Filipenses 2:19-21]

Quem eram esses "todos os outros" a quem Paulo se referia? Ambos, ele e Timóteo, eram ministros do evangelho - pastores espirituais, de quem se esperava interesse pelo bem-estar dos crentes. Igualmente, é claro que pelo menos alguns dos "outros" eram ministros declarados. Um deles - Demas - era um colaborador de Paulo (Filemom 1:24; Colossenses 4:14), porém mais tarde o desamparou, "amando o presente século" (2 Timóteo 4:10).

Para pôr as coisas no contexto, Paulo disse isto se referindo aos crentes que estavam com ele em Roma:

"E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade; uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho." [Filipenses 1:14-17]

Alguns dentre os que pregavam o faziam por boas razões, porém outros não. O triste era que somente Timóteo, mais ninguém, estava em condições de ajudar Paulo a administrar as necessidades em Filipos. Epafrodito, amigo e companheiro de Paulo (verso 25), foi enviado juntamente com Timóteo, de modo que não creio que ele estivesse incluído na declaração sobre aqueles que buscavam seus próprios interesses.

Seu pastor realmente tem cuidado das ovelhas? Ou você admite que, mesmo tendo ele (ou "ela" em muitos casos hoje) muitas qualidades, no fundo você tem a impressão que existe um interesse de cconstruir um império? Bem, se esse é o seu caso, você não está sozinho! A mega-igreja é, incontestavelmente, a moda hoje em dia e muitos pastores auxiliares são empregados para cuidar das ovelhas - porque o "pastor titular" não conseguiria sozinho fazer isso. Meus amigos, cães-pastores não são pastores! (Calma - não estou chamando eles de cães - estou apenas fazendo uma ilustração). Em algum momento as congregações perderam de vista o fato de que pastorear pessoas e arrebanhá-las são duas coisas diferentes.

Minha segunda pergunta é esta: Você está realmente sendo instruído em "todo o conselho de Deus" (Atos 20:27), ou apenas tendo seus ouvidos coçados?

"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências." [2 Timóteo 4:3; ênfase minha]

A natureza humana ama o entretenimento e a satisfação. E muitos indivíduos que possuem carisma podem ler as Páginas Amarelas e mesmo assim cativar as pessoas. Acrescente uma música cuidadosamente selecionada para mexer com as emoções, misturando ritmos conhecidos com uma mensagem superficial - e eis ai um combinação poderosa! Adolf Hitler não declarava ser ministro do evangelho, mas usou táticas similares para garantir a aceitação da maior parte da população cristã da Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial. Portanto, se você acha que não pode ser enganado e iludido nesse aspecto, a história mostra o contrário!

Os pregadores estão usando sermões (se é que podem ser chamados de sermões) para tocar nas emoções humanas e encantar as multidões. Paz, amor e uma sensação de pertencer são necessidades básicas arraigadas na alma humana. E muitos indivíduos sem escrúpulos estão explorando essas necessidades a fim de manipular as massas. Se você duvida dessa afirmação, basta observar cuidadosamente o conteúdo dos noticiários da TV quando eles, por alguma razão, mostram multidões nas igrejas como parte de sua programação. Quase sem exceção eles mostram pessoas em situações próximas a um transe, gingando o corpo de acordo com a música e "erguendo as mãos santas em adoração". Essas multidões encontram-se emocionalmente energizadas por um pacote de sermão e música cuidadosamente preparados para alcançar um resultado esperado. O efeito é persuasivo, pois as pessoas querem mais e mais dessa sensação e sentem um vazio quando não recebem sua carga emocional semanal.

E falando nisso, vem à minha mente a seguinte passagem:

"Que dizem aos videntes: Não vejais; e aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e vede para nós enganos." [Isaías 30:10, ênfase minha]

Permitam-me apresentar uma situação hipotética para ilustrar o que quero dizer. O que aconteceria se um general usasse esse tipo de retórica agradável aos ouvidos ao discursar para suas tropas antes de enviá-las à batalha? Você acredita que um sentimento de "entusiasmo e tranqüilidade" manteria os ânimos dos soldados equilibrados quando eles observarem os horrores da guerra? A realidade é muitas vezes desagradável, porém sempre necessária aos crentes, pois devemos enfrentar as batalhas espirituais do cotidiano. E a pregação que deixa de "reprovar, repreender e exortar" (2 Timóteo 4:2) por que o pastor está ocupado demais fazendo com que as pessoas se sintam bem consigo mesmas é perigosa. Quando o Diabo anda em derredor, buscando a quem possa tragar (1 Pedro 5:8) e está prestes a derrubar a porta - então, meus amigos, não é tempo para dizer palavras aprazíveis aos ouvidos!

Um pregador que deixa de "quebrar alguns ovos" regularmente, por que tem o objetivo de ser popular, não está qualificado para o ministério. Se ele fizer seu trabalho corretamente, não será popular para a maioria dos perdidos que lotam as igrejas hoje. Assim, a tentação óbvia é manter um perfil discreto e dar o que eles pedem, esperando que voltem no próximo domingo. Então, se você é realmente bom nesse tipo de contemporização, os amigos deles se juntarão a eles e, brevemente, você será bem famoso. Mas clubes sociais construídos sobre o nome de Jesus Cristo não são a igreja do Novo Testamento.

Como mencionei em artigos anteriores, o objetivo da adoração é reconhecer o infinito valor de Deus e direcionar nossa oração e louvor a Ele. Tudo gira em torno de dar e não receber, mas, de alguma forma, esse princípio foi invertido com o passar dos anos. De forma que agora muitos vêem a igreja como um posto de abastecimento espiritual onde eles enchem o tanque para mais uma semana. Eles sentem-se totalmente desapontados se a "diversão" não corresponder às suas expectativas. Sermões doutrinários tornaram-se tão raros quanto tigres dente-de-sabre, porque todos sabem que a doutrina bíblica divide as pessoas. Pregue-a, enfatize-a e brevemente você terá de fazer as reuniões na sala de estar da casa do pastor, pois a multidão desaparecerá. Mas pergunto - isso é algo ruim? Falo por mim mesmo, pois prefiro ter a oportunidade de pastorear um pequeno grupo de crentes genuínos do que dez mil dissimuladores!

A ordem do Senhor aos discípulos para a evangelização, é "Ide..." (Mateus 28:19; Lucas 16:15), e não diz aos perdidos "Vinde"! Você já parou para pensar nisso? Não há nenhum ensinamento no Novo Testamento que diga que devamos convidar os incrédulos para virem às nossas igrejas "para que possam experimentar a vibração do Evangelho". Sinceramente, você convidaria o Diabo para sentar-se ao seu lado na igreja? Sei que serei criticado por dizer isso, mas é basicamente o que você faz quando convence um dos filhos do Diabo a fazer uma visita. Além disso, a ecclesia, ou "igreja", sendo um ajuntamento de crentes cheios do Espírito Santo, esse incrédulo se sentirá totalmente deslocado. E, se eles não se sentirem constrangidos, a igreja está em falta! A apostasia explosiva que está acontecendo atualmente é prova inegável de que esse costume tem contribuído grandemente para a proliferação do joio no meio do trigo. Métodos mundanos e boas intenções permitiram que esses indivíduos não somente sintam-se à vontade, mas totalmente acomodados à situação! Então eles acabam tornando-se membros e, como as ervas daninhas, sufocam a vida espiritual da igreja.

O que devemos fazer é ir até os perdidos e dar-lhes a mensagem do evangelho. Então, receber em nosso meio todos que responderem e mostrarem evidências de que nasceram de novo; ajudá-los a crescer na graça e no conhecimento de Cristo. Isso envolve evangelismo em nível pessoal. Devido à falta de comprometimento e indolência, tornou-se mais fácil "deixar o pregador fazer o serviço". Basta convidar os incrédulos para virem à igreja, onde o pregador poderá completar o trabalho para que eles sejam salvos. Adicione à mistura pregadores exaltados, que aplicam pressão psicológica, e bingo! O Diabo tem uma brecha para entrar e acumular mais joio.

Aparente zelo de Deus, mas sem entendimento (Romanos 10:2 - onde a palavra grega para entendimento é epignosis, denotando discernimento completo) é, infelizmente, característico da maioria dos ministros hoje. A fixação em números para melhorar a imagem de êxito espiritual é a regra e não a exceção. Todo truque conhecido no mundo da propaganda está sendo usado (e muito eficazmente) para "construir ministérios". Porém, esses ministérios são realmente igrejas, de acordo com a acepção do Novo Testamento? Eles equipam os crentes para viverem por Jesus Cristo em um mundo hostil e a enfrentarem a perseguição peculiar à vida cristã? Ou será que não precisamos reconhecer que a grande maioria está sendo conduzida por flautistas de Hamelin cujo principal interesse é que as pessoas voltem no domingo seguinte?

Nenhum pastor que realmente ama suas ovelhas quer vê-las sem direção. Porém, se ele deixar de "reprovar, repreender e exortar com toda longanimidade e doutrina", em um esforço para evitar ser desagradável - ele as estará prejudicando terrivelmente! A pregação da Palavra de Deus envolve um elemento de disciplina e quando "facilidades" são admitidas, o resultado inevitável é a anemia espiritual entre os adoradores e apostasia entre os meros admiradores.

Portanto, se você olhar ao redor no próximo domingo e perceber que está no meio de uma grande congregação que gravita em torno da personalidade de um pastor que prega mensagens baseadas no tema "sinta-se bem consigo mesmo", meu conselho é: saia enquanto pode!

"Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei." [2 Coríntios 6:17]

Publicado aqui por Éber Stevao

ABUSO ESPIRITUAL – NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS - PARTE 2

Todo o material que segue abaixo descrito foi escrito e publicado em 06/10/2007 por Alexandros Meimaridis (petrakis_adm@yahoo.com.br) no JesusSite. Por entender que é um assunto de suma importância, estou reproduzindo-o aqui.

Atenção: O material a seguir destina-se à leitura de pessoas maduras e pode ser profundamente perturbador à grande maioria dos leitores. O autor recomenda grande discrição no uso deste material e na exposição do mesmo.

Versículos chave:

"Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor". Salmos 80:1

"Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas". Salmos 105:15

"Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque". Ezequiel 34:1 -6

"Vendo ele - Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor". Mateus 9:36

INTRODUÇÃO

A vasta maioria dos membros das assim chamadas "igrejas evangélicas" de todos os matizes - sejam protestantes, evangélicas propriamente ditas, pentecostais, carismáticas e da terceira onda - já tiveram a oportunidade, em um ou outro momento, de presenciar um pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo, profeta ou algo que o valha, subir ao púlpito de uma comunidade qualquer e mandar ver um sermão acerca de "não toqueis nos meus ungidos". Junto com o sermão, bastante impróprio, diga-se de passagem, vem um besteirol que beira realmente às raias do ridículo.

Estes sermões são todos motivados pelo conceito errado e realmente perverso de que aqueles que servem ao Senhor nas funções de pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo ou profeta etc, são realmente "servos especiais" que pertencem a uma categoria que é distinta de todos os outros crentes. Como "servos especiais", estas pessoas, pois existem homens e mulheres nesta categoria, imaginam que estão acima de qualquer tipo de crítica e que podem mandar e desmandar na Igreja do Senhor, porque, segundo eles mesmos, o Senhor lhes concedeu poder e autoridade "especiais". Por este motivo todo e qualquer criticismo, não importa a intenção, será confrontado vigorosamente através de vários mecanismos entre os quais se encontra o famigerado sermão acerca de "não toqueis nos meus ungidos".

Mas existem mesmos pessoas especiais para Deus? Existem mesmo pessoas que recebem um batismo com o Espírito Santo que é mais poderoso do que o batismo com o Espírito Santo que veio sobre todos os outros cristãos? Existe realmente uma unção que é maior, melhor, mais poderosa do que a unção com que o próprio Deus ungiu a todos os crentes no Senhor Jesus Cristo?

Outro dia o autor tomou conhecimento de que um falso mestre que atende pelo nome de Benny Hinn, declarou ter visitado os túmulos de duas mulheres fundadoras de igrejas cristãs do passado e que "coletou", para si mesmo, "a poderosa unção" que ainda se encontrava naqueles túmulos cheios de pessoas mortas. Não duvido que ele tenha realmente "coletado" alguma coisa, mas certamente o que ele coletou não tem nada a ver com o Espírito Santo de Deus. Este patético senhor e todos seus seguidores, e não são poucos, estão realmente fora de sintonia com o Deus da Bíblia e com a própria Bíblia como espero demonstrar neste artigo. Quando confrontado por tais práticas estranhas e realmente abusivas o senhor Benny Hinn reagiu com as seguintes palavras: "Se você falar mal de mim, ou contra a unção que está em mim e no meu ministério, seus filhos irão sofrer as conseqüências". Quão longe este tipo de atitude se encontra do verdadeiro ensino dos Evangelhos fica a critério do leitor decidir. Antes que qualquer leitor desavisado, resolva me escrever com argumentos do tipo "não devemos julgar", sugiro que leia outro artigo publicado também neste site cujo título é "O Cristão Pode Julgar?", onde tratamos deste assunto.

Mas como conseguimos chegar neste nível de desarranjo espiritual onde um homem que alega ser pregador da palavra de Deus age como um verdadeiro seguidor do espiritismo kardecista e procura recolher pretensas unções em cemitérios? Tudo isto acontece por um simples, mas poderoso fato, que pode ser assim representado: existem algumas pessoas que se arvoram ares de super-crentes ao mesmo tempo em que existem também, milhares de outras pessoas que estão dispostas a acreditar e seguir os super-crentes a qualquer custo, achando que com isto estão seguindo no caminho de Deus. O autor deseja dizer aqui com todas as letras, apenas que: NÃO EXISTEM SUPER-CRENTES. Tudo o mais será dito no restante deste artigo.

I. Os Abusadores

Abuso espiritual, pode parecer estranho, é um estado de coisas amplamente denunciado nas páginas das nossas Bíblias. No passado, durante os dias do Antigo Testamento, Deus levantou inúmeros profetas para denunciarem este tipo de perversidade. No Novo Testamento, o próprio Senhor Jesus tomou uma boa porção do Seu ministério para denunciar e confrontar aqueles que abusam espiritualmente de outras pessoas. Por estes motivos nós faremos muito bem em ouvir o que eles têm a dizer acerca dos desmandos e abusos que percebemos nos dias de hoje, da parte de homens e mulheres que são extremamente ágeis e rápidos em se proteger debaixo da couraça representada pela expressão "não toqueis nos meus ungidos".

A. O Profeta Ezequiel

A passagem de Ezequiel 34:1 - 6 é certamente a que melhor descreve, no Antigo Testamento, o assunto que é objeto deste artigo, a saber: Abuso Espiritual.

1 Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
3 Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.
6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.

Nesta passagem nós encontramos a palavra do Senhor vindo até o profeta Ezequiel lhe ordenando que profetize contra "os pastores de Israel". Por esta expressão, como fica evidente pelo contexto, devemos entender que o profeta não está se referido literalmente a pastores de ovelhas, e sim a todos os líderes da nação de Israel. Ele dirige suas palavras aos magistrados e aos príncipes, aos levitas e aos sacerdotes i.e. a todos aqueles que tinha a responsabilidade de cuidar do povo de Deus. De zelar sobre o povo de Deus, de protegê-lo e de não explorá-lo.

Através do profeta Ezequiel é o próprio Deus quem tem algo a dizer a estes líderes. E Deus fala de uma posição privilegiada já que Ele mesmo é reconhecido como o pastor por excelência sobre seu povo - ver Salmos 80:1. E como pastor sobre Seu povo, Deus é louvado, de forma magistral por Davi no Salmo 23 que começa exatamente com as palavras "O SENHOR é o meu Pastor, nada me faltará"! Fala o Deus-pastor de Israel e diz: "Ai dos pastores de Israel"! E nesta expressão nós encontramos uma vibrante contradição entre como aqueles homens se viam e como o Deus-pastor os via. Como iremos perceber os problemas causados por pastores abusadores, existem desde os tempos mais antigos.

Pastores, como líderes, gostam de pensar de si mesmo como pessoas diferenciadas, acima das outras pessoas. Gostam de se ver como sendo "especiais", como super-crentes. Apesar de gostarem de se ver desta maneira, Deus não está nem por um segundo interessado em participar no jogo deles. Suas palavras são de condenação absoluta desde o começo: "Ai dos pastores de Israel". Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções que executavam, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves conseqüências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem. Esta palavra realmente dura da parte do Senhor é motivada pelo fato de que os pastores não são "donos" do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e muito menos de maneiras que sejam abusivas. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo pastor - ver 1 Pedro 5:4. O motivo porque o Senhor usa tão duras palavras foi expresso de forma perfeita pelo profeta Jeremias quando diz: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! - diz o SENHOR - Jeremias 23:1. Porque somos ovelhas do pasto do Senhor, é que Ele se mostra tão aborrecido quando somos maltratados por aqueles que deveriam realmente cuidar de nós. Todos aqueles que são chamados, pelo SENHOR, para ajudar a cuidar das ovelhas do Seu pasto, vejam bem como procedem porque Deus não se agrada de tolos - ver Eclesiastes 5:4! Conforme podemos ver neste texto de Ezequiel, Deus irá sempre tratar com firmeza aqueles que não viverem à altura dos compromissos assumidos como pastores e servos a serviço do povo de Deus.

Ezequiel, falando em nome do Deus-Pastor de Israel, confronta os pastores dos seus dias de várias maneiras.

1. Em primeiro lugar existe a pergunta mais básica que precisa ser respondida e que é: por que existem pastores? A resposta nos vem através de uma pergunta feita pelo profeta: Não apascentarão os pastores as ovelhas? Pastores existem, primariamente, para apascentar as ovelhas. Para cuidar das ovelhas. E devem executar estas funções sem condenar e sem brutalizar as ovelhas. Usando uma linguagem bastante direta, o profeta acusa os pastores de estarem cuidando de si mesmos em vez de estarem cuidando das ovelhas: "Ai dos pastores que se apascentam a si mesmos!". Como se não fosse terrível o bastante ignorarem as necessidades das ovelhas por estarem por demais ocupados consigo mesmos, estes pastores ainda tratavam as ovelhas com extrema brutalidade, pois o profeta diz: "Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas" e "dominais sobre elas com rigor e dureza". O interesse daqueles pastores estava muito mais nos benefícios materiais que poderiam receber das ovelhas - carne, gordura, lã - do que nos benefícios espirituais que poderiam e deveriam repartir no cuidado do rebanho. Para Ezequiel, o interesse daqueles pastores não estava centrado no chamado de Deus e no pastoreio e sim no poder e no controle que exerciam sobre as ovelhas.

2. Em segundo lugar existe a triste constatação de que os pastores estavam negligenciando por completo suas responsabilidades, mesmo as mais básicas. O profeta diz: "A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes". Mas que situação tão terrível! Por que estes homens agiam assim desta maneira? Além da absoluta falta de interesse verdadeiro pelas ovelhas, eles agiam desta maneira em parte por ignorância e em parte por preguiça. O despreparo dos pastores é notório e a preguiça de muitos deles também. Deixa o rebanho pra lá, dizem. O rebanho só me interessa pelo que posso conseguir dele, o resto é realmente irrelevante. Pensam e agem assim porque sabem que o povo os tem em alta estima e ninguém vai realmente querer peitar o "ungido do Senhor".

3. O resultado direto deste descaso e ignorância não demora a ser sentido. Ovelhas sem cuidados pastorais e maltratadas tendem a se espalhar, por não haver pastor, e acabam por tornar-se pasto para todas as feras do campo. Este é o triste fim de todas as situações de abuso espiritual que encontramos, mesmo nos dias de hoje: ovelhas dispersas, abandonadas e sendo devoradas por todos os tipos de "feras". O profeta constata, em nome do Deus-Pastor de Israel, esta triste realidade ao dizer: "As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro". Ovelhas abusadas só conseguem resistir até certo ponto. Algumas chegam mesmo a morrer dentro do próprio redil - a comunidade local que chamamos de igreja. Outras, não agüentando mais os abusos, preferem abandonar o redil. E os pastores demonstram algum tipo de preocupação? As palavras de Ezequiel estão repletas de desconsolo neste quesito: "as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque". A triste conclusão a que chegamos ao analisar este texto é a mesma de muitos irmãos que têm nos procurado para nos dizer: melhor ficar sem pastor, do que sob os cuidados, ou melhor, a falta de cuidados, deste tipo de pastores denunciados pelo profeta.

Não podemos ignorar que os pastores abusadores, não desistem de seus atos de abuso, mesmo quando as ovelhas saem dos seus redis. Estes abusadores perseguem as ovelhas, visando trazê-las de volta à situação terrível da qual haviam escapado. Quando encontram resistência por parte da ovelha que saiu, a atitude dos abusadores é, como o leitor já sabe, mais abuso. Falsas acusações de insubordinação, de insubmissão e falta de consagração a Deus são apenas o começo. Visando intimidar a "ovelha desgarrada", pastores abusadores partem para os mais baixos tipos de manipulação que incluem: dizer que a "ovelha desgarrada" nunca foi verdadeiramente crente, ou pior, dizer que a "ovelha desgarrada" vai direto para o inferno. Depois, com a cara lavada, estes abusadores sentem-se livres para afirmar que suas igrejas são igrejas que "cuidam realmente" das pessoas e ninguém poderá dizer que não tentaram trazer a ovelha desgarrada de volta.

Mas é interessante notar, que nestes encontros, que visam à reconciliação, não existe, por parte dos abusadores, nem uma palavra de admissão de erros cometidos. Como são os "ungidos do Senhor" estão muito acima até mesmo da possibilidade de cometerem o menor pecado. Afinal eles ensinam, que pastores, não cometem erros nem pecados e não precisam nunca pedir perdão. E quando apertados, costumam sacar, sem a menor cerimônia, seu texto favorito que diz: Não toqueis nos meus ungidos! São realmente patéticos nestas horas.

A verdade que muitas vezes resistimos em reconhecer, e pessoas abusadas sentem esta dificuldade de uma maneira muito mais aguda, é que existem muitos homens, mas muitos mesmos, que se intitulam pastores, são até mesmo ordenados, mas que na realidade não são pastores de verdade. Não possuem chamado, não se submetem ao Senhorio de Jesus e não se dispõe ser aquilo que devem ser: servos, a serviço do povo de Deus. Muitos hoje estão no ministério apenas por interesses financeiros e comerciais. Como "ser pastor" se tornou em apenas mais uma profissão, o pastor-abusador fará de tudo que estiver ao seu alcance para não perder sua "boquinha".

B. O Senhor Jesus e os Falsos Pastores

Nos dias em que andou por este mundo, o Senhor Jesus foi um ferrenho adversário dos falsos pastores. Jesus se opôs abertamente contra todos aqueles que, chamando-se pastores, se ocupam realmente somente consigo mesmos e abandonam o rebanho completamente. A situação do povo de Israel nos dias de Jesus não era nem um pouco diferente daquela que encontramos nos dias do profeta Ezequiel. O evangelista Mateus nos diz que: "Vendo ele - Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor - Mateus 9:36".

O encontro frontal entre Jesus e os falsos pastores de Israel dos seus dias, será discutido na parte 3 desta série.

II. "Não Toqueis nos Meus Ungidos"

Conforme mencionamos anteriormente, pastores abusadores gostam de pensar acerca de si mesmos, como sendo super-crentes. Gostam de pensar acerca de si mesmos como pertencendo a uma casta realmente separada e distinta de todos os outros irmãos. Dentro desta visão costumam, por um lado, torcer textos bíblicos para beneficiá-los e por outro lado inventam uma série de normas que são colocadas em prática tão logo são questionados ou se sentem ameaçados. É importante que deixemos bem claro que na grande maioria das vezes, este sentimento de que estão sendo ameaçados, é completamente irracional. Vamos primeiro ver os textos favoritos dos pastores abusadores quando o assunto é a auto-defesa deles, e em seguida, veremos algumas das normas mais comuns implementadas em suas defesas. Não podemos nunca nos esquecer que todos os recursos utilizados pelos pastores abusadores visam não deixar nenhuma dúvida na cabeça de nenhuma pessoa acerca de quem realmente manda!

A. Os Textos Bíblicos Favoritos dos Pastores Abusadores

Os pastores abusadores gostam de se ver como pertencentes a uma classe toda especial de pessoas. Uma das maneiras favoritas de se descreverem é atribuir a si mesmos o pomposo título de "ungido do Senhor". Com isto querem dizer que são objetos de uma unção toda especial da parte de Deus. Esta "unção" possui verdadeiro poder mágico de transformá-los em super-crentes. Como tais, estão imunes de cometer os mesmos erros que todos nós estamos sujeitos a cometer. Como não cometem erros, não têm nada acerca do que devem pedir perdão. Como não cometem erros nem pecados, são também inatacáveis e não podem sofrer nenhum tipo de crítica ou censura. Qualquer pessoa que ouse criticá-los ou condená-los por práticas abusivas será severamente tratada.

Mas vamos considerar, por breves instantes, o mito de que a expressão "não toqueis nos meus ungidos" diz respeito aos pastores abusadores. Mitos nada mais são do que palavras que assumiram um significado diferente daquele que lhe foi atribuído pelo autor original. O mesmo é verdade com o mito criado em torno da expressão "não toqueis nos meus ungidos", como podemos perceber pela evidência a seguir.

1. A expressão "ungido do Senhor" é bíblica e ocorre exatas oito vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Seis destas oito menções fazem referência ao rei Saul. Uma faz referência ao Rei Davi e uma diz respeito ao Ungido do Senhor como aguardado pelo profeta Jeremias. As menções aos reis Saul e Davi, deixam bem claro que os ungidos do Senhor não eram homens imunes nem a erros, nem a críticas e muito menos à disciplina por parte do Senhor. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "ungido do Senhor" no final deste artigo.

2. A expressão "teu ungido" é também bíblica e ocorre seis vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Destas seis, uma diz respeito ao rei Davi e todas as outras ao Ungido como esperado pelo povo de Israel. Novamente a referência ao rei Davi é um claro indicativo que o "ungido do Senhor" era alguém passível de cometer erros, de sofrer críticas e, no caso específico de Davi, de sofrer graves conseqüências por pecados cometidos. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "teu ungido" no final deste artigo.

3. A expressão "meu ungido", da mesma forma que as duas anteriores, é bíblica e ocorre duas vezes no texto hebraico do antigo testamento. As duas referências dizem respeito ao Messias ou Ungido como esperado pelo povo de Israel. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "meu ungido" no final deste artigo.

4. Por sua vez, a expressão "seu ungido", ocorre onze vezes no texto hebraico do Antigo Testamento e uma única vez no texto grego do Novo Testamento. Estas onze referências estão assim distribuídas:

" 5 vezes fazem referência ao Ungido como o esperado Messias de Israel.
" 3 vezes fazem menção a Saul.
" 1 vez diz respeito à Eliabe, irmão de Davi.
" 2 vezes a citação é referente ao rei Davi.
" 1 vez ao imperador dos Medos, Ciro.

Desta maneira fica fácil notar que quando não se refere ao Ungido que representa o Senhor Jesus, os textos falam de homens que foram tão pecadores como qualquer um de nós. A unção para ser rei sobre o povo de Israel, conferida a Saul e a Davi, não era nenhuma garantia de que aqueles homens estavam imunes do poder do pecado, ou que não poderiam ser criticados e que estariam completamente isentos da disciplina de Deus. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "seu ungido" no final deste artigo.

5. Por fim restam as duas referências que trazem de forma explícita a expressão "não toqueis nos meus ungidos". Estas referências são:

1 Crônicas 16:22 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

Salmos 105:15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

Antes de analisarmos estes versículos é necessário dizer que os mesmos são idênticos e isto por um bom motivo. O verso de 1 Crônicas é parte de uma compilação de Salmos que se estende do verso 7 até o verso 36 do capítulo 16 de 1 Crônicas. Esta compilação contém partes dos salmos 96, 105 e 106.

Conforme dissemos, os dois versículos são idênticos, portanto, a interpretação de um servirá como interpretação para o outro também. A questão mais importante para nós, neste momento, é definir acerca de quem o salmista está falando? Quem são os ungidos do Senhor? O contexto deixa isto bem claro, e por ele nós podemos ter certeza absoluta quem são as pessoas a quem o Senhor se refere como sendo os "ungidos do Senhor" e de "meus profetas". Salmos 105:8 - 15 diz o seguinte:

8 Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações;
9 a aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
10 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua,
11 dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
12 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
13 andavam de nação em nação, de um reino para outro reino.
14 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

O texto é absolutamente cristalino. Aqueles que são chamados de "ungidos do Senhor" e de "meus profetas" são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. São os Israelitas. Todos e cada um deles. Ninguém que pertença verdadeiramente ao povo de Israel é deixado de fora.

Portanto, como dissemos, o mito de que os pastores constituem-se em os "ungidos do Senhor", como uma casta distinta e superior a todos os crentes, não passa realmente de uma invencionice perversa cujo único propósito é munir homens perversos com mecanismos que os possibilitem abusar de suas ovelhas. Precisamos retornar, de maneira urgente, ao padrão bíblico do pastor-servo à imitação do próprio Senhor Jesus.

B. O Ensino do Novo Testamento Acerca de Termos Sido Ungidos por Deus

O Novo Testamento ensina exatamente a mesma coisa que é ensinada no Antigo Testamento. Todos os que pertencem ao Povo de Deus foram ungidos pelo próprio Deus. Todos os crentes verdadeiros, sem exceção recebem uma e rigorosamente a mesma unção. Não existem cristãos mais ungidos que outros cristãos. E, definitivamente, não existem "ministérios ungidos" e muito menos esta figura preconizada por falsos mestres, como Benny Hinn, de que é possível possuir "uma unção" específica, distinta da única unção disponível a todos os cristãos.

O texto de 2 Coríntios 1:21 - 22 diz: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração". Estes dois versos ensinam claramente que só existe uma unção e que todos os cristãos são participantes desta unção, pois o repartir da mesma é um ato do próprio Deus.

Quando Paulo diz que Deus nos ungiu, ele está dizendo que todos nós que somos genuinamente cristãos, fomos ungidos diretamente pelo próprio Deus. Nas tradições judaicas era costumeiro a unção de reis, profetas e sacerdotes quando do início do exercício das suas funções. Isto pode ser observado em Êxodos 28:41 e 40:15 com relação aos sacerdotes; em 1 Reis 9:16 e Isaías 61:1 com relação aos profetas e em 1 Samuel 10:1;15:1; 2 Samuel 2:4 e 1 Reis 1:34 com relação aos reis de Israel. A palavra "ungido" é também usada para se referir, de modo todo especial, ao Senhor Jesus que é chamado de: Ungido (português) = Cristo (grego) = Messias (hebraico). Jesus é o ungido por excelência de Deus já que Ele possui um triplo serviço como Rei, Profeta e Sacerdote. A expressão ungido também é usada para se referir a todos os crentes e indica que os mesmos são consagrados ou separados para o serviço de Deus pelo Espírito Santo. É por causa desta separação ou consagração, que somos chamados e considerados santos por Deus. O apóstolo João disse em 1 João 2:20: "E vós possuis unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento". A conseqüência desta unção na vida de todos os cristão pode ser vista em alguns versículos mais adiante, no mesmo texto, quando João diz:

"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. - 1 João 2:27 - 29".

Assim temos que existe somente uma unção, que todos os crentes receberam esta mesma unção e que Deus mesmo é aquele que nos unge. Não devemos, portanto, ter medo de desmascarar a qualquer um que pretenda ser possuidor de algum tipo especial de unção. Unção especial só existe uma: é aquela com Deus mesmo ungiu a todos os crentes, sem exceção! Qualquer outra invencionice não passa de pretensão e orgulho humano querendo aparecer.

C. Métodos e Normas que são Geralmente Utilizados por Pastores Abusadores

O autor deseja advertir novamente aos leitores de que o material a seguir contém informações que podem não ser agradáveis à grande maioria das pessoas.

Pastores que abusam dos seus rebanhos seguem, normalmente, uma série comum de métodos e normas, visando estabelecer seu poder, domínio e controle absoluto sobre o povo de Deus. Entres estes métodos e normas podemos destacar as seguintes como sendo as mais comuns:

1. Pastores abusadores são extremamente defensivos quanto aos seus feudos particulares e tendem a agir de uma forma que é sempre abusiva quando se trata de defender seus próprios interesses. Os interesses pessoais de pastores abusadores estão, sempre, acima de quaisquer outros interesses. Não existe nenhum tipo de consideração cristã que possa intervir quando o que está em jogo for o interesse pessoal de algum pastor abusador. Em poucas palavras podemos dizer que para defender seus interesses vale-tudo para pastores abusadores.

2. Uma das características mais marcantes deste vale-tudo mencionado no item 1 acima, é a tendência constante de usar e abusar de passagens bíblicas, dentre as quais a favorita é: "Não toqueis nos meus ungidos". Pastores abusadores aprendem, de forma bastante rápida, a manipular a Bíblia visando alcançar seus mais inconfessáveis propósitos.
3. Pastores abusadores, porque possuem uma visão distorcida de si mesmos, literalmente adoram serem exaltados e tratados com toda a honra, toda a deferência e toda a pompa e circunstância, que, em suas mentes doentias, imaginam o "ungido do Senhor" merece.

4. Pastores abusadores são todos aqueles que acham que os termos usados no Novo Testamento para descrevê-los, termos como pastores, presbíteros e bispos, são realmente títulos e indicadores de posição. Nas suas pequeninas cabeças imaginam que os "títulos" que possuem os habilitam a dominar, governar e até reinar sobre o povo de Deus. A estes homens falta um mínimo de inteligência para entenderem que os termos usados no Novo Testamento são meros descritores de função e não possuem nenhum tipo de conotação hierárquica ou de posição ou nível. Todos os crentes, sem exceção, estão "EM CRISTO". Esta é a posição de todos os crentes: estamos todos "em Cristo". Pastores estão "em Cristo", da mesma maneira que as ovelhas estão "em Cristo". Não existe nenhuma diferença posicional entre os crentes. O que existe são funções diferentes. E a função daqueles encarregados de cuidar do rebanho de Deus é descrita como a de alguém que cuida de ovelhas (pastor); como de alguém que possui maturidade espiritual para ensinar, admoestar e exortar (presbítero) e como alguém que possui a função de supervisionar o rebanho de Deus (bispo). Como pode ser facilmente percebido as três palavras, pastor, presbítero e bispo, são meras descritoras das funções que precisam ser executadas e não fazem nenhuma referência a algum tipo de hierarquia que deva existir na Igreja dos Ungidos do Senhor! Os termos que o Novo Testamento usa de pastor, presbítero e bispo não descrevem ofícios e sim as funções que precisam ser desempenhadas por aqueles chamados para cuidar do povo de Deus.

5. Pastores abusadores gostam de reprovar de forma pública e privada a todos que consideram desobedientes e insubmissos. Esta desobediência e insubmissão não têm nada a ver com a Bíblia ou com a sã doutrina e sim com a vontade pessoal do pastor abusador. As reprovações privadas tendem a ser bastante desagradáveis, pois os abusadores sabem que dificilmente alguém irá acreditar nas palavras de alguém que está rotulado de insubmisso ou desobediente. Esta situação permite aos pastores abusadores usar os termos que bem quiserem nestas conversas, fazer as alegações que bem entenderem por mais estapafúrdias que sejam, levantar graves acusações por mais levianas que sejam e tirar as conclusões que lhes forem as mais convenientes. É praticamente impossível sobreviver em um ambiente tão hostil. Mas há muitos que continuam tentando. Somente a eternidade irá revelar a verdadeira dramaticidade destas conversas perversas e funestas.

6. Intimamente associado à reprovação pública está o desprezo público ou o isolamento de certos membros. Pastores abusadores fazem questão de deixar bem claro quem são as pessoas que não estão lhes agradando, e por este motivo precisam ser tratadas da maneira mais fria possível. Irmãos fracos, ao verem o pastor colocar alguém "na geladeira", seguem o mesmo mau exemplo e também passam a tratar o ferido da mesma maneira. Esta é uma das situações mais insuportáveis dentro de uma comunhão que se intitula cristã. Quando um pastor que deveria realmente estar cuidando da ovelha ferida, vira o rosto e age como se a ovelha não existisse, está cometendo um dos atos mais cruéis que podem ser praticados.

7. Pastores abusadores adoram subir nos púlpitos e disparar contra aqueles que consideram seus desafetos. Este é sem dúvida um dos piores atos que um pastor pode praticar: usar o tempo que deveria ser gasto para edificar o povo de Deus para resolver diferenças pessoais, muitas vezes com uma pessoa somente. Pastores abusadores sabem que o púlpito é prerrogativa exclusiva deles ou de quem eles convidam, portanto, sentem-se à vontade para maltratar as pessoas a partir daquela posição vantajosa. Quando sobem ao púlpito para agredir a quem quer que seja, os pastores abusadores demonstram apenas que são grandes covardes e como tais são dignos de uma coisa somente: desprezo absoluto.

8. Se a igreja possuir algum tipo de boletim o mesmo será usado por pastores abusadores para destilar triplamente o mais perverso tipo de veneno do qual se tem notícia. Este tipo de veneno intoxica a todos nos igreja. Ninguém que saiba ler fica imune desta contaminação verdadeiramente maligna.

9. Ameaças de toda sorte são também parte do arsenal comum a todos os pastores abusadores. Ameaças que vão desde o simples afastamento de algum ministério, chegando até à excomunhão ou expulsão que é o termo favorito dos abusadores neste quesito. Da pretensa, mas real, posição de autoridade, o pastor abusador se sente perfeitamente confortável para atazanar a vida de suas ovelhas com todos os tipos de ameaças, com algumas chegando a beirar a imoralidade.

10. Pastores abusadores costumam ensinar suas ovelhas que toda insubordinação e desobediência é pecado grave e que este tipo de pecado é digno das mais severas e pesados formas de disciplina. Desta maneira, a igreja está plenamente doutrinada e quando algo acontece todo mundo concorda com a violência praticada. Este é realmente um ciclo vicioso muito difícil de romper.

11. Outra característica bastante marcante entre pastores abusadores é a adoção de dois pesos e duas medidas como norma para o dia-a-dia. Este tipo de prática é tão comum, tratar uma mesma situação de duas maneiras diferentes, que a vasta maioria dos crentes dos dias de hoje já não reage a este estado de coisas. Preferem pensar que as coisas são assim mesmo. Que não adianta lutar. Que é bobagem se indispor. O autor entende todos estes argumentos, mas não pode deixar de chamar de covardes a todos que observam este tipo de prática e não se manifestam pela justiça e pela verdade! A motivação para o uso de dois pesos e duas medidas está completamente dependente àquilo que for o interesse do pastor abusador. São seus interesses pessoais e não a justiça e a verdade que interessam.

12. Pastores abusivos gostam de ensinar suas ovelhas idéias que possam causar falsos sentimentos de culpa. Estes sentimentos, por sua vez, só podem ser aliviados mediante um curvar-se, quase imoral, diante da vontade do pastor ou, se a pessoa tiver condições, de polpudas contribuições. Os que não possuem dinheiro acabam por trabalhar como verdadeiros escravos para o pastor, sua esposa e filhos. Fazem de tudo: reforma e pintura de casas, cozinham, lavam, passam, cuidam do jardim, das crianças, fazem faxina, limpeza pesada, lavam carros, servem como motoristas e vai por aí afora. Pastores abusivos sabem que uma mente bem manipulada por falsa culpa é capaz de produzir muitas e muitas coisas.

13. Abusadores gostam de criar panelas e grupelhos de todos os tipos dentro das igrejas. A alguns eles estendem a mão e chamam estas pessoas de "amigos pessoais". Este tipo de "amizade" vai muito além daquilo que dispensam aos outros irmãos da igreja. O resultado disto é que aqueles que são atraídos para dentro deste círculo íntimo compartilham o "poder" com o "chefe" e isto os faz leais até à morte, mesmo diante das maiores imoralidades que se possa ter notícia. Outros são privilegiados com posições "honradas" e destaques especiais naqueles ministérios que são considerados os mais "nobres". Quanta hipocrisia é possível existir dentro de uma igreja é realmente difícil de se aferir. Mas os abusadores adoram tudo isto e se divertem enquanto seguem impunes. Mas o SENHOR vê tudo e certamente haverá um severo ajuste de contas na hora apropriada.

14. Uma das formas mais medonhas de abuso espiritual é aquilo que podemos chamar de esoterismo. Esta é a prática mediante a qual a verdadeira natureza dos ensinamentos, da agenda que está sendo seguida e das práticas que são adotadas é revelada somente para os mais "chegados" ou àqueles que progridem, de forma verdadeira, dentro do movimento a que pertencem. O autor tem tido a oportunidade de observar inúmeras denominações, algumas históricas inclusive, onde o verdadeiro propósito e agenda é sustentar e manter a boa vida da classe sacerdotal ou dominante. Milhares e milhares de "formiguinhas" trabalham como escravos e contribuem para que um pequeno grupo tenha tudo do bom e do melhor. No dia em que estes verdadeiros "escravos" do século XXI acordarem, e se derem conta de que não precisam dos "faraós", este será um verdadeiro dia de glória.

15. Amor condicional é outro método favorito dos pastores abusadores. Só recebem amor aqueles que se enquadram perfeitamente dentro da vontade absoluta do abusador. Todos os outros são tratados com desdém e desprezo visível até por quem está apenas visitando o trabalho.

16. Abusadores exigem que qualquer pessoa que queira progredir na hierarquia que comandam, precisa, acima de tudo, ser um excelente modelo quando o assunto é contribuição. Posições de liderança são rigorosamente reservadas a pessoas que podem contribuir mais financeiramente.

Diante desta lista, verdadeiramente abominável, chega a ser ridículo perguntarmos por que as igrejas vão mal e estão tão enfermas. A resposta não precisa ser buscada na existência de demônios territoriais, inimigos da cruz nem em "irmãos insubmissos". A resposta para muitos dos males que existem na igreja moderna passa pela qualidade da liderança existente. Passa pela triste constatação de que os abusadores não estão preocupados com o Povo de Deus e sim com seus próprios interesses. Se desejamos uma nova Reforma, a mesma precisa começar, necessariamente, pela remoção de líderes abusadores e sua substituição por verdadeiros líderes que sejam pastores-servos a serviço do Povo de Deus.

Conclusão:

Creio que chegou a hora de praticarmos uma verdadeira defenestração, espiritual é claro, arrancando as máscaras dos pretensos "ungidos do Senhor"; virando as costas e dando adeus aos "faraós modernos" e abandonando por completo aqueles que se especializaram em, abusar de todos nós. O autor não tem nenhuma dúvida que a vasta maioria dos problemas que enfrentamos na Igreja do século XXI, está diretamente relacionada às lideranças canhestras que se encastelaram nas posições de liderança das igrejas de todas as denominações, o que lhes permite manter, com mão de ferro, o absoluto controle sobre o Povo de Deus. Precisamos, urgentemente, pedir que Deus suscite uma nova geração de pastores que possuam genuínos corações de servos. Corações que estejam realmente no servir o povo de Deus e não em serem servidos. E, por favor, vamos aprender de uma vez por todas, que igrejas e ministérios multimilionários, não servem realmente aos propósitos de Deus de levar o evangelho a todas as pessoas deste mundo.

O Que Fazer?

O autor gostaria de agradecer a um leitor que me escreveu e sugeriu que eu procurasse oferecer algumas alternativas práticas às graves situações que costumo discutir em meus artigos. Então, atendendo à sugestão recebida, aqui vão algumas atitudes práticas para se livrar de situações de abuso espiritual.

Caso o leitor esteja vivendo uma situação como as descritas neste trabalho, o autor gostaria de sugerir alguns passos práticos para ajudá-lo a se livrar deste emaranhado de coisas:

1. Saiba que nada que será dito a seguir é fácil de ser colocado em prática devido a todos os mecanismos de dominação e controle que existem e que estão disponíveis aos pastores e igrejas abusadoras. Todavia, vale à pena tentar.

2. Em primeiro lugar você precisa entender como verdade bíblica, que não existem pastores que sejam "ungidos do Senhor" de uma forma especial. Precisa entender que você, a simples ovelha, recebeu de Deus mesmo, uma unção que é exatamente igual a que um pastor recebeu. Portanto não se sinta intimidado nem amedrontado diante das ameaças. Pastores são tão mortais quanto todos nós, mesmo que gostem de pensar de si mesmos mais do que convém - ver Romanos 12:3. Discordar de um pastor abusador pode não ser fácil, mas não trará as conseqüências anunciadas pelo abusador e seus seguidores.

3. Depois você precisa entender que não existe uma diferença de posição quando se compara a um pastor. A simples ovelha e o mais "exaltado" dos pastores estão exatamente na mesma posição: ambos estão "em Cristo". Não existe, portanto, nenhuma diferença na posição. Pastores não estão em posições mais elevadas ao passo que as ovelhas estão em posições mais inferiores. Isto não existe, é uma invenção de homens maldosos e aproveitadores. Todos os crentes estão em uma e mesma posição: estamos todos EM CRISTO. Ver Efésios 4:11 - 16.

4. Precisa entender também que a mesma consideração e respeito que você deve ao irmão-pastor é exatamente a mesma que você deve a todos os outros irmãos. Por outro lado, os pastores devem exatamente a mesma consideração e respeito a todos os irmãos, sem exceção. Ver a lista de mandamentos de reciprocidade no final deste artigo. Os mandamentos de reciprocidade precisam ser praticados por todos os crentes, sejam eles ovelhas, sejam pastores. Note a quantidade de vezes que o mandamento de amor recíproco é repetido. Lembre-se, abuso espiritual é fruto absoluto da falta do amor de Deus na vida do abusador! Mesmo falando em nome de Deus, pastores-abusadores não possuem o amor de Deus em seus corações.

5. Além disso, precisa compreender que não existe nenhuma possibilidade de diálogo com um pastor abusador. Eles estão irremediavelmente viciados pelo poder e pelo prazer que o abuso provoca em suas mentes. Não perca tempo tentando argumentar. Não adianta nada. Não vale à pena. Ouça as palavras do Senhor com relação aos abusadores dos seus dias: Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco - Mateus 15:14. No terceiro estudo desta série iremos analisar o confronto de Jesus com os abusadores de seus dias.

6. Não, você não irá para o inferno se decidir abandonar o redil de um pastor abusador. Ou mesmo se decidir abandonar uma igreja abusadora. Aliás, quero recomendar que você faça exatamente isto. Não é uma decisão fácil, mas para seu próprio bem, quanto antes você tomar esta decisão, melhor para você. Lembre-se, o Faraó não gostava dos judeus, mas precisava deles! O pastor abusador não gosta de você, mas ele precisa de você. Você não precisa de nenhum pastor abusador. De fato, sem você não existe pastor abusador. Vire as costas e deixe ele se virar.

7. Você precisa estar disposto a obedecer ao Senhor e a ignorar aqueles que, usando o nome do Senhor, desejam somente escravizá-lo. Lembre-se, em todos os lugares onde o Espírito do Senhor está existe verdadeira liberdade - ver 2 Coríntios 3:17. Qualquer outra situação não passa de engodo para manter as pessoas cativas.

8. Lembre-se também, que na grande maioria das vezes, pastores abusadores e seus seguidores, agem de maneira completamente irracional. Agem como verdadeiros pit-bulls, atacando sem nenhuma justificativa plausível. Uma das maneiras mais comuns deste tipo de irracionalidade é tratar as pessoas como se elas não existissem. Ai! Como dói um irmão de muitos anos, de repente, virar o rosto e fingir que você não existe! Isto é o que eu chamo de atitude irracional. Bem, deixe-me dizer isto bem alto: NÓS NÃO TEMOS NENHUMA OBRIGAÇÃO DE NOS RELACIONAR COM PESSOAS IRRACIONAIS! Portanto, não se acanhe, tome uma decisão definitiva, de banir de sua vida, de uma vez por todas, estas pessoas que te tratam desta maneira.

9. Não adianta insistir. Falar, argumentar e até mesmo implorar não surte nenhum efeito em pessoas irracionais. Tentar convencê-los com argumentos lógicos irá apenas levar você à exaustão. Lidar com pessoas que agem desta maneira é estar em uma situação onde se é impossível vencer. Então, se você não pode vencer, pra que perder tempo batalhando?

10. Faça tudo que estiver ao teu alcance para evitar se vir aprisionado em situações em que você não tem à mínima chance de vencer. Fuja destas situações.

11. Procure alguma comunhão onde você possa ter suas feridas tratadas por um verdadeiro pastor-servo. Minha convicção é que Deus, em Sua misericórdia, ainda tem muitos homens deste calibre, espalhados por todos os lugares. Peça a orientação de Deus. Dependa da força que o Senhor mesmo pode suprir. Decida servir o Senhor livre de todos os impedimentos e tropeços que pastores abusadores insistem em colocar no caminho dos filhos de Deus.

Desde a publicação da primeira parte deste material, o autor tem recebido inúmeros e-mails com verdadeiras histórias de horror. Histórias de manipulações perversas, de distorções terríveis, de comportamentos inomináveis, de abusos espirituais abomináveis. É nossa firme convicção de que o Deus verdadeiro deseja conduzir suas ovelhas a pastos verdejantes, às águas de verdadeiro refrigério. Talvez estes artigos sejam usados por Deus para abrir os olhos de muitos, para que se libertem dos duros grilhões controlados por pastores e igrejas abusadoras.

O autor gostaria de pedir a todos os leitores que se unam a ele, em oração, ao Deus de toda misericórdia e Pai de todas as consolações, para que nos envie tempos de verdadeiro refrigério. Que o Senhor possa nos ajudar a reformar a igreja do século XXI, começando pela urgente, urgentíssima, reforma das nossas lideranças pastorais.

Apêndice A
Passagens Onde Ocorre a Expressão "Ungido do Senhor":

1 Samuel 24:6 e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR. - SAUL.

1 Samuel 26:9 Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do SENHOR - SAUL e fique inocente?

1 Samuel 26:16 Não é bom isso que fizeste; tão certo como vive o SENHOR, deveis morrer, vós que não guardastes a vosso senhor, o ungido do SENHOR - SAUL; vede, agora, onde está a lança do rei e a bilha da água, que tinha à sua cabeceira.

1 Samuel 26:23 Pague, porém, o SENHOR a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te havia entregado, hoje, nas minhas mãos, porém eu não quis estendê-las contra o ungido do SENHOR - SAUL.

2 Samuel 1:14 Davi lhe disse: Como não temeste estender a mão para matares o ungido do SENHOR? - SAUL.

2 Samuel 1:16 Disse-lhe Davi: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca testificou contra ti, dizendo: Matei o ungido do SENHOR - SAUL.

2 Samuel 19:21 Então, respondeu Abisai, filho de Zeruia, e disse: Não morreria, pois, Simei por isto, havendo amaldiçoado ao ungido do SENHOR? - DAVI.

Lamentações 4:20 O fôlego da nossa vida, o ungido do SENHOR, foi preso nos forjes deles; dele dizíamos: debaixo da sua sombra, viveremos entre as nações.

Apêndice B
Passagens Onde Ocorre a Expressão "teu ungido":

Crônicas 6:42 Ah! SENHOR Deus, não repulses o teu ungido; lembra-te das misericórdias que usaste para com Davi, teu servo.

Salmos 84:9 Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.

Salmos 89:38 Tu, porém, o repudiaste e o rejeitaste; e te indignaste com o teu ungido.

Salmos 89:51 com que, SENHOR, os teus inimigos têm vilipendiado, sim, vilipendiado os passos do teu ungido.

Salmos 132:10 Por amor de Davi, teu servo, não desprezes o rosto do teu ungido.

Habacuque 3:13 Tu sais para salvamento do teu povo, para salvar o teu ungido; feres o telhado da casa do perverso e lhe descobres

Apêndice C
Passagens Onde Ocorre a Expressão "meu ungido":

1 Samuel 2:35 Então, suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do meu ungido para sempre.

Salmos 132:17 Ali, farei brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu ungido.

Apêndice D
Passagens Onde Ocorre a Expressão "seu ungido":

1 Samuel 2:10 Os que contendem com o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O SENHOR julga as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido.

1 Samuel 12:3 Eis-me aqui, testemunhai contra mim perante o SENHOR e perante o seu ungido: de quem tomei o boi? De quem tomei o jumento? A quem defraudei? A quem oprimi? E das mãos de quem aceitei suborno para encobrir com ele os meus olhos? E vo-lo restituirei.

1 Samuel 12:5 E ele lhes disse: O SENHOR é testemunha contra vós outros, e o seu ungido é, hoje, testemunha de que nada tendes achado nas minhas mãos. E o povo confirmou: Deus é testemunha.

1 Samuel 16:6 Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido.

1 Samuel 26:11 O SENHOR me guarde de que eu estenda a mão contra o seu ungido; agora, porém, toma a lança que está à sua cabeceira e a bilha da água, e vamo-nos.

2 Samuel 22:51 É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido, com Davi e sua posteridade, para sempre.

Salmos 2:2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo:

Salmos 18:50 É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido, com Davi e sua posteridade, para sempre.

Salmos 20:6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra.

Salmos 28:8 O SENHOR é a força do seu povo, o refúgio salvador do seu ungido.

Isaías 45:1 Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão.

Atos 4:26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido.

Apêndice E
Lista dos Mandamentos de Reciprocidade

Romanos 12:10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

Romanos 13:8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.

Romanos 14:13 Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.

Romanos 15:7 Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.

Romanos 15:14 E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros.

Romanos 16:16 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todas as igrejas de Cristo vos saúdam.

1 Coríntios 16:20 Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.

2 Coríntios 13:12 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.

Gálatas 5:26 Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.

Efésios 4:2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.

Efésios 4:32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.

Efésios 5:21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.

Colossenses 3:9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos

Colossenses 3:13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;

1 Ts 4:9 No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros;

1 Ts 4:18 Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.

1 Ts 5:11 Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo.

Hebreus 10:24 Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.

Tiago 5:16 Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.

1 Pedro 1:22 Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente.

1 Pedro 4:10 Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

1 Pedro 5:14 Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor. Paz a todos vós que vos achais em Cristo.

1 João 3:11 Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros.

1 João 3:23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.

1 João 4:7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.

1 João 4:11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.

1 João 4:12 Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.

2 João 1:5 E agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.

Publicado aqui por Éber Stevão

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