sexta-feira, 9 de outubro de 2020

UM CÂNTICO DE SIÃO - MARIA JOSÉ DE LIMA STEVÃO

 Escrito pela: Professora Maria José de Lima Stevão

“Junto dos rios de Babilônia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião. Sobre os salgueiros que há no meio dela, penduramos as nossas harpas. Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião. Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha” (Salmos 137:1-4)

Os Salmos foram agrupados em 5 livros e o de número 137 pertence ao quinto grupo. Diz-se que é de autor anônimo, não se conhece o seu nome.

O capítulo 36 de II Crônicas conta que o rei Zedequias foi teimoso, não quis se arrepender e voltar para o Senhor. Como os reis que o antecederam, Zedequias fez coisas que não agradam a Deus e também não se humilhou diante do profeta Jeremias que anunciava a mensagem do Senhor.

Então Deus fez com que o exército da Babilônia marchasse contra eles, matando moços, adultos e velhos, levando todos os objetos do templo e os tesouros do rei para a Babilônia. E ainda os soldados queimaram o templo! Os moradores de Jerusalém que não foram mortos foram levados como prisioneiros e se tornaram escravos do rei e de seus descendentes.

 Então um dos exilados lamenta a amargura do cativeiro.

 O povo de Israel ficou escravo durante 70 anos. Depois disso, o rei Ciro ordenou que todo o povo voltasse a Jerusalém. E foi no reinado de Ciro que se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta Jeremias. (II Cr.36:21)

Esdras, um estudioso da lei de Deus, dá a relação de todos os que voltaram para a pátria amada, com a missão de construir de novo o templo do Senhor. Primeiro voltou um grupo, por ordem do rei Ciro (Esdras 1:1; 2:70) e anos depois, após o templo ter sido construído e inaugurado, outro grupo volta dirigido por Esdras. 7:1; 10:44.

O povo de Deus havia pendurado as harpas e foi desafiado pelo povo da terra: “Cantem uma das canções de Sião”.

Em Lucas 19:40, lemos que o povo dava louvores em alta voz, mas os fariseus pediram que Jesus os repreendesse. Todavia, Jesus disse: “Se estes se calarem, as próprias  pedras clamarão”. 

Temos que louvar a Deus; não podemos esperar que as pedras clamem e nem que os fariseus da incredulidade nos mandem calar.

Será que os babilônios do nosso texto queriam mesmo ouvir uma canção, ou estavam na verdade desafiando os israelitas, e, consequentemente, o Deus que eles serviam?

Não seria também uma oportunidade para os israelitas mostrarem sua confiança no Senhor e cantarem com alegria, provando que o Deus deles era real, fiel e justo?  

Ler a Palavra de Deus e saber dessas histórias é algo maravilhoso! Aprendemos que, apesar da rebeldia do seu povo, em todos os tempos, Deus sempre dá uma oportunidade de arrependimento. Ele salva e honra os que são seus. 

Esse texto me veio ao coração um dia destes e me imaginei sentada, chorando de saudade, junto com aquele povo. Mas a esperança encheu meu coração!

“O choro pode durar uma noite” (pouco tempo), "mas a alegria vem pela manhã.” Salmos 30:5b.

Nossa tristeza não deve prejudicar a visão de um tempo em que novamente cantaremos alegres canções.

Se hoje, prostrados, choramos, nada pode nos tirar a esperança de que amanhã vamos cantar, com alegria, um cântico de Sião.

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