Ensaio: Jesus
o eterno psicanalista
Stevão, Éber Luís de Lima C.D., PhD
Apenas discutir filosoficamente a
respeito de Deus e refutá-lo, torna o homem insensato e obtuso, pois “Para ser
sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor”
uma vez que “É o Senhor quem dá sabedoria”.
Sendo assim, minha argumentação estará ancorada na revelação do próprio Deus na
sua palavra escrita, a bíblia. É preciso conhecê-lo de verdade e para tanto,
parece que a dor que experimentamos ao longo da nossa vida tem sido uma
apropriada ferramenta que Deus tem usado para se revelar desde os primórdios do
Gênesis.
“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no
teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele
endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos: teme ao
Senhor e aparta-te do mal. Isto será remédio para o teu umbigo e medula para os
teus ossos”.
Quando se fala em remédio, obviamente pensa-se em doença, mas também em cura. E é ao redor desses
temas que quero aludir. Curioso é notar o grande sábio Salomão citar a medula
óssea, pois hoje quem não sabe a sua importância para a hematopoiese?
Há alguns anos atrás, uma amiga
contou-me que após um período difícil de sua vida que envolvia seu
relacionamento afetivo, entrou em uma profunda depressão tendo apenas 23 anos
de idade. Passou a realizar análise com um psicanalista durante um período de 4
anos e meio. Segundo ela mesma, de nada serviu, a não ser quando veio conhecer
a Cristo Jesus. “Toda a minha mente, o meu espírito e coração foram renovados;
tornei-me uma nova pessoa” afirmou com uma convicção profunda. O que de tão
vibrante marcara sua experiência?
É importante entendermos que Deus
conhece o nosso ser. Sabe o nosso deitar e levantar;
conhece-nos completamente. Mas o homem que se redoma na autocomiseração não pode
conhecê-lo e isso impede que uma comunhão possa existir. Deus quer que nos
abramos para Ele.
O passo primeiro para que o ser
humano possa amadurecer e não adoecer no seu interior é o conhecimento de si
próprio.
Sem dúvida, é importante que nos conheçamos, mas de que forma isso acontece?
“...pois
quando o Espírito Santo vier, convencerá o mundo do pecado.”
É desta maneira que iniciamos no auto-conhecimento, nos humilhando
perante Deus, reconhecendo que somos pecadores e aceitando a Jesus Cristo como nosso
Salvador pessoal.
Aquele
que foi o maior dos sábios, o rei Salomão, diz que o princípio da ciência é o
temor do Senhor.
Mas, como o homem poderá temê-lo não o conhecendo, e se o seu coração estiver
endurecido para se quebrantar diante do grande “Eu Sou”?
O homem por não querer se humilhar, prefere
negar a existência de Deus. “Disse o
néscio em seu coração: não há Deus.”
Então, como o ser humano terá a noção de Deus e que precisa da sua luz? O
princípio gerador do conhecimento está na Bíblia: “lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus
caminhos...”.
O rei Davi foi considerado como
aquele que tinha o coração de Deus. Ele o temia e era humilde na sua presença: “...meu coração não se elevou nem os meus
olhos se levantaram.”
E isso é o que se diz do homem que teme ao Senhor “...comerás
do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como a
videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de
oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao
Senhor.”
Aqui, fica claro que a pessoa que conhece a Deus goza de homeostasia na
plenitude do seu corpo, alma e espírito.
A Bíblia diz que o homem queixa-se
dos seus pecados.
Analise o que um guerreiro, como foi Davi, relata nos versículos do Salmo 38:3-10.
Pegue sua Bíblia e tenha um tempo de reflexão, lhe fará muito bem.
Nada mais axiomático do que dizer
que Jesus preocupa-se com a necessidade do ser humano ser curado de suas
doenças interiores. Ele foi e é o maior psicanalista que já existiu, pois é
Deus, e deixou fundamentos importantíssimos para serem utilizados pelos
profissionais que diagnosticam e tratam das doenças psicossomáticas. Na
verdade, ele deixou a si mesmo numa cruz. Não há expressão de maior
comprometimento com o ser humano do que se doar (morrer) pelo próximo.
A crítica que pode ser feita a esse
método para a cura interior é que ele não é científico e que parte da fé. Está
escrito que “...e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.”
Se assim o é para tudo aquilo que se relaciona com o nosso soma, enquanto
corpo, porquê não a fé como curadora do nosso interior (alma), já que estamos
discursando sobre coisas que não vemos, mas que estão engastadas no nosso ser?
Explicando
melhor, a cura para o interior não se trata daquilo que é material, mas sim do
que é invisível. Porém real, porque é possível sentir dentro de nós mesmos os
conflitos dos paradigmas impostos na concepção do que é exterior e os processos
patológicos somáticos, passam então, a fazer parte da vida.
Tratando-se do que é científico ou
não, poderíamos elucubrar que Freud foi pouco científico quando estabeleceu as
fases que o ser humano percorre no seu desenvolvimento. Talvez seja melhor
dizer que esse pesquisador tenha adotado apenas um padrão social no qual vivia.
Para dar luz a esse assunto, é
possível afirmar que o comportamento apresentado no final do ano de 1996, por
crianças da faixa etária de 7 a
8 anos em algumas escolas de Campinas, São Paulo, relatado por professoras e
diretoras daquelas instituições, estava fixado na fase fálica, enquanto que
para Freud ela não se inicia antes dos 10 anos de idade.
Ora,
é simples dizer que os padrões de convivência social têm sido alterados tanto
pela televisão, com uma censura liberalista, quanto através das letras de
várias músicas que são tocadas nas rádios. As crianças têm sido expostas a esse
tipo de bombardeio constantemente, o que acaba por determinar em suas mentes um
padrão.
A psicologia Freudiana, através da
psicanálise, na verdade nunca irá preencher os requisitos para completar o
diagnóstico e sentenciar um tratamento para uma pessoa que está doente
interiormente, tendo em vista o prognóstico conclusivo. E isso até foi afirmado
por ele mesmo, escrevendo ao seu amigo Pfister.
Convence-me a simplicidade de Freud em admitir sua pusilanimidade.
Voltando à estrutura do homem,
pode-se dizer que tudo o que estiver contido na alma é expresso pelo coração,
não somente, mas frequentemente, em forma de palavras pela boca “...porque a boca fala do que está cheio o
coração...”.
Não há nada que seja da alma que não passe pelo coração. O coração é o próprio
eu; é onde a nossa personalidade reside. “Consultai
no travesseiro o vosso coração, e sossegai.”
O exercício solo de introspeção não
leva ao auto-conhecimento. Porém, se alguns pensadores afirmam que sim, de
forma alguma esse ato trará respostas às mais diversas questões que o homem
impõe a si próprio. Foi exatamente o que respondeu José ao faraó do Egito, o
qual se perturbara em seu espírito: “...Deus
dará resposta...”.
Quero
que você analise o texto que se segue: “sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração...”.
A Bíblia fala que “enganoso é o coração,
mais do que todas as cousas, e perverso: quem o conhecerá?”
E que dele procede maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição,
furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”.
Como o coração pode ao mesmo tempo
ser a saída e a perdição do homem? Sob que luz ou parâmetro nos avaliamos
quando realizamos uma introspeção para o auto-conhecimento?
Está escrito qualquer que “...não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que se diz,
assim será com ele”.
De forma não ortodoxa, entendo que o verdadeiro eu seja o coração (alma); nossa
personalidade. Logo, não interessa descobrirmos, através da introspeção, o que
ela é se não intencionarmos o que ela pode vir a ser pela vontade de Cristo.
Novamente, crer implica em fé, como outrora mencionado.
A Bíblia diz que “Deus se cobre de luz...”.
Veja o que Jesus fala de si próprio: “Eu
sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, pelo contrário, terá a
luz da vida.”
Se desejamos conhecer nossa alma, ou seja, nosso coração e também nossa mente,
deveremos fazê-lo sob a luz de Cristo. É o que está explícito neste trecho que
nos afirma “Na tua luz vemos a luz” ,
ou seja, com a luz de Jesus Cristo brilhando em nós podemos perceber em que
escuridão estávamos.
Tracemos
um paralelo, por exemplo, entre a nossa vida com aquela pessoa que perdeu um
anel em uma rua escura. Ela não irá encontrá-lo no breu da escuridão. Tampouco
o encontrará na busca debaixo de um poste luminoso, pois não foi aí que o
perdeu. É necessário que a luz traga ao conhecimento o lugar em que o anel foi
perdido e a tudo ilumine.
Mais profundamente descrevendo a
situação do homem e sua posição diante da luz, citamos que “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que
lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem
de Deus.”
O salmista dizia “sonda-me ó Deus, e conhece o meu coração;
prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau...”.
E também pedia “Examina-me, Senhor, e
prova-me: esquadrinha os meus rins e o meu coração.”
O caminho para sermos sarados não
está em analisarmos o nosso eu incessantemente, e sim, em olhar para o autor e
consumador da nossa fé “...porque eu sou
o Senhor que te sara”
e deixar que o seu Espírito nos traga à luz tudo o que está escondido.
Jesus
falando para Nicodemos disse “necessário
vos é nascer de novo.”
Portanto, é receber a Cristo Jesus, permitir que o seu Espírito revele à nossa mente
o que está errado, e deixar entrar no coração o que diz o apóstolo Paulo “assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
O
ato de aceitar a Jesus implica em confiar nEle e se sucederá o que está escrito
no livro do profeta Jeremias: “Bendito é
o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque será como
árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor,
mas a sua folha fica verde; e no ano se sequidão não se afadiga, nem deixa de
dar fruto.”
Jesus preocupou-se com todas as
áreas de conflito que o interior do homem incorre. E para descrevê-las usava
parábolas. Dessa maneira, através do seu poder, curava os doentes. Continua
hoje realizando tudo da mesma maneira.
Está
aqui um método para tratamento e cura do interior do ser humano. Por que a
psicologia em alguns bolsões, resiste em utilizar esta sistemática? Que método
analítico do relacionamento interpessoal ou de introspecção, sendo aplicado em
uma pessoa faz com que ocorra uma mudança que, por exemplo, se deu com Zaqueu,
através de um curto período de convivência? Veja as palavras desse homem
complexado: “...Senhor, eis que dou aos
pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o
restituo quadruplicado.”
Na concepção psicológica do homem,
ele tem uma mente, enquanto que fisiologicamente, um cérebro. O que diz
respeito ao intelecto refere-se à totalidade do nous que é a mente. A mente se encontra entre aquilo que é
intuitivo e material - cérebro.
O espírito é a parte do homem que
tem consciência de Deus. É ele que comunga com o Criador através da mente.
Lembre-se que Jesus afirmou que “Deus é
Espírito”. O
espírito é o sopro da vida de Deus no homem. Portanto, é necessário que
tenhamos um espírito aberto e sensível e uma mente renovada. O espírito precisa
comandar a mente e não o contrário, pois a mente naturalmente irá se desviar
das coisas espirituais.
Vejamos o que está afirmado em
Efésios 4:17-24: “...não mais andeis como
também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos
de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da
ignorância em que vivem, pela dureza dos seus corações... vos despojeis do
velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos
renoveis no espírito do vosso entendimento,
e vos revistais do novo homem...”.
O apóstolo Paulo diz: “transformai-vos pela renovação da vossa
mente”.
No momento em que aceitamos a revelação de Cristo, a nossa mente é renovada.
Mas, precisamos arejá-la a cada novo dia, pois se assim não o fizermos,
entulhamos processos não julgados e tampouco resolvidos que nos forçam por si
só ou pela ação do Espírito Santo em nós, sempre voltar na intenção de
revê-los.
A mente sendo defeituosa coloca o
homem em uma condição de viver a insensatez. São muitos os textos bíblicos que
descrevem que o ser humano quando não vive sob a luz de Cristo, tem uma mente
corrompida, depravada, fútil, vã, carnal e contaminada.
Uma mente cauterizada pelo pecado, certamente leva à permissividade.
A permissividade leva a
racionalização quando a santidade é ignorada. A racionalização encoraja à
rebelião quando o arrependimento é ignorado.
Leia Efésios 6:10-13 “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no
Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para
que possais estar firmes contra as
astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue,
mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das
trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir
no dia mau e, havendo feito tudo, ficar
firmes”. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos
com a verdade, e vestida a couraça da justiça.”
Nossa mente (intelecto) é
cativa de satanás pela própria natureza humana. Nascemos nessa condição, como
mesmo afirmado pelo rei Davi: “Eis que eu
nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.”
Não conseguimos por nós mesmos mudar esse triste estado.
A mente é um solo de
guerra e a mente é o local onde decisões são feitas a favor ou contra a
verdade. E é da natureza da mente viver para si mesma, da maneira que lhe
agrada, porque a natureza humana é egoísta. Essa luta é travada em todos os
momentos da nossa vida, desde os primórdios da nossa existência até a morte. É
uma batalha!
Observe acima que três
vezes Paulo frisa a palavra firme. Obviamente, quem não está firme cai. Sem a
obstinada decisão de permanecer firme, qualquer pessoa absorverá a
permissividade do estilo de vida mundano ou das práticas e conceitos da sua
sociedade (cultura) que estão em voga na sua geração. E a cada dia mais vemos o
que é errado ser chamado de certo e o que é certo de “ultrapassado”. A partir
disso, o resultado é óbvio.
De uma forma analógica ao
que Paulo está dizendo, poderia dizer assim, se fôssemos inteligentes, não
precisaríamos estudar. Mas basicamente somos ignorantes e por isso estudamos. Ora,
se fôssemos firmes, não precisaríamos das palavras escritas pelo apóstolo Paulo
que foi inspirado pelo Espírito Santo para registrá-las.
Você e eu quando chegamos
ao conhecimento de Jesus Cristo como nosso salvador pessoal, recebemos o
Espírito Santo. Então o Santo Espírito não vem simplesmente para residir e nos
assegurar o passe da eternidade, mas para nos controlar. Nós éramos sem domínio
até que Ele veio em nós. Mas
nós ainda nos mantemos fora desse governo até que ele comece a nos controlar
verdadeiramente as áreas que em nossa vida sempre pertenceram ao inimigo.
A
nossa mente o grande vilão e é esse o motivo do apóstolo Paulo nos pedir para
que nossa mente seja renovada: “E não
sede conformados pela renovação do vosso entendimento.”
Todos nós (muito mais a
pessoa em conflito e doente) precisamos entender que só existe uma saída, é nos
fortalecer na força do Senhor porque em nós mesmos, somos viciosos, imorais ou
amorais e grosseiros.
Em II Coríntios 2:10-11 diz assim: “E a quem perdoardes alguma coisa, também
eu; porque, o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o
fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás; Porque
não ignoramos os seus ardis”.
Paulo traz a idéia de uma
porta aberta, um caminho de entrada. A palavra “ardis” do grego é “noema” quer dizer vem da raiz da palavra
“nous” que significa mente. Então, “Porque não somos ignorantes das suas
ciladas na mente” seria a melhor tradução. Ou ainda, “...para o controle da
mente”.
Nós realmente somos
ignorantes acerca dos esquemas de satanás. Sozinhos não somos páreo para ele.
Sabe-se lá a razão, se por dito popular no meio evangélico ou pregação, nós
começamos a acreditar que a nossa mente é toda de Cristo e que literalmente temos
a mente de Cristo. Daí passamos a acreditar que se não existe espaço para o
errado é porque não há o errado. Desta forma, cremos enganosamente que quando
algo errado vem à mente e acabo por atuar erroneamente, eu pulo rapidamente
para a graça e sou liberto porque tenho a mente de Cristo.
Claro, obviamente nós
temos a mente de Cristo, pois o próprio apóstolo Paulo declaro isso em I Coríntios 2:16 “Porque, quem conheceu a mente do Senhor,
para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”. Porém, veja
bem, não está escrito em nenhum lugar da Bíblia que o controle da nossa mente
passa automaticamente das garras de satanás que a tem controlado por tantos
anos para o Espírito Santo!
Em II Coríntios 4:3-4 você lê exatamente o
contrário: “Mas, se ainda o nosso
evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o
deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”.
O evangelho é mais do que
somente as boas novas do evangelho, mas é o poder de Deus para libertação dos
oprimidos. Está assim escrito: “O
espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu...; enviou-me
a proclamar liberdade aos cativos...” (Isaías 61:1), texto que o próprio
Senhor Jesus usou como referindo a ele próprio em Lucas 4:16-21. O evangelho de
Cristo é viver acima do mundo enquanto você nele vive; como permanecer firme,
enquanto todos ao seu redor, inclusive a igreja que está aí, a igreja CNPJ que
se diz de Cristo, vivem a permissividade.
Assim sendo, vemos que
satanás lançou um véu sobre a mente, o pensamento, a fonte das idéias dos que
são incrédulos. Por que? Para que eles não vejam a luz do Evangelho e a glória
de Jesus que é a imagem de Deus.
Quando Jesus Cristo vem
para a minha vida, Ele entra na minha vida e eu ainda continuo com uma mente
cega. A sua luz penetra parte da minha mente que faz com que eu entenda que eu
sou um pecador, um depravado, que meu destino é o inferno, estou perdido e a
única esperança é o sangue de Jesus Cristo no calvário. Então, só então, essa
parte da sua mente é aberta para a luz de Deus!
Enquanto
o homem não entender que ele é um pecador, achando que ele é bom e que faz boas
obras, ela está cego por satanás na sua mente e não conhece a luz de Cristo.
Por isso Jesus disse “...Eu sou a luz do
mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
João, seu discípulo, refere-se assim a Jesus Cristo: “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao
mundo.”
Elucidando, um sinal de uma mente
doente é o viver desconfiado, sempre emitindo críticas para denegrir o nosso
semelhante. É totalmente ao contrário do que está escrito em Filipenses 2:3: “...cada um considere os outros superiores a
si mesmo”.
O
entendimento embotado e a falta de interesse na sabedoria também é uma abonação
da doença interior. Confira o que Salomão dela fala desde o primeiro até ao
quinto capítulo de Provérbios.
Ainda,
outro sintoma é a incapacidade de controlar os próprios pensamentos e seqüênciá-los,
a fim de que sejam produtivos no meio da convivência, o que gera um desajuste.
Isso traz como resultado muitos estigmas que a pessoa consigo carrega.
Analisemos
o que se passou com Nabucodonosor, o grande rei da Babilônia. O texto bíblico
encontra-se no livro de Daniel capítulo 4. O interessante é que a bíblia narra
aquela situação em que ela se encontrava como loucura. No comentário da Bíblia
Shedd sobre o capítulo 4 versículo 25, está assim: “O rei será acometido de distúrbio mental que o fará fugir da vida
humana e escolher a de um irracional – assim aquele que ficava bêbado com os
louvores dos homens também vai ser ‘ensinado’ por Deus a ser racional e sábio
nas coisas eternas, até compreender a natureza da providência divina e o
domínio de Deus. O sonho podia ter desviado o rei do seu caminho de soberba,
pelo conselho do profeta ( versículo 27), mas o seu grande orgulho (versículo
30) exigiu uma grande cura feita pelo Médico dos médicos (versículo 33), pois
se alguém diz que a tortura teria sido cruel demais, então só Nabucodonosor é
que tem o direito de se queixar, mas ei-lo dando glória a Deus (versículo 37).
Devemos estar prontos a ver no sofrimento a oportunidade de Deus nos guiar pela
sua mão até os céus.”
Sem
dúvida, é muito inusitada e até estranha a maneira como Deus trabalhou com o
rei, e o resultado magnífico dessa intervenção. Pois ao ser advertido não calou
em seu coração o toque divino, ele teve que passar por uma dura prova para
entender a Deus e glorificá-lo. Que tipo de loucura foi essa? Alguns dizem que
foi Licantropia, algo parecido com o comportamento de um lobo. Mas a bíblia
fala no versículo 25 “...dar-te-ão a
comer ervas como os bois...” e no versículo 33 “...que lhe cresceram cabelos como as penas da águia, e as suas unhas
como as das aves...”. Obviamente que não se conhece na literatura nada
parecido com essa loucura.
Independente da pessoa se encontrar
em um estado como o citado acima, ela encontra-se doente da alma (coração) e da
mente (nous) quando ainda não nasceu
de novo. Está, na verdade, morto; morto espiritualmente. O texto de Jesus é
claro “Jesus respondeu: na verdade te
digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino
de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é
espírito. Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo.”
Logo que uma dessas áreas mais
diretamente afetada pelas astutas ciladas do inimigo, a outra também padecerá
como resposta fisiológica e o corpo indubitavelmente sofrerá. Seria necessário
saber qual delas regula a cascata que desarmoniza a integridade psicossomática
do homem. Mas não entendo que uma predomine sobre a outra. Segundo o texto de
Efésios 4:17-18, o raciocínio lógico nos traz a resposta de onde nasce a
enfermidade interior; começa no coração. É ele que é corrompido primeiro. Jesus
falou que “...o que sai da boca é o que
contamina o homem”
e “...do que há em abundância no coração,
disso fala a boca”.
É o coração que é corrupto e não a mente.
Para
curá-lo, sessões de psicanálise e auto-regressão não irão ajudar, a não ser
reconhecer que é ainda mais incapaz de mudar a sua pobre condição humana. A
análise, sim, deve e tem que servir de ajuda para levar o doente (paciente) a
conhecer a sua condição, encaminhá-lo ao arrependimento e a aceitação do Senhor
Jesus Cristo. Davi escreve assim: “Eis
que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria
no secreto da minha alma.”
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos
do coração.” A essa divisão provocada pela
palavra de Deus em nós, denomino de Estado Dissociativo.
A mente pode ficar analgesiada
quando o coração é réprobo. E uma mente amortecida pode ser incisada e
alterada, com prognóstico sombrio, e nenhuma perspectiva de, por si só, ser
reparada.
A
mente humana é como um pára-quedas que não serve para nada quando está fechada.
E, segundo Jessie Penn-Lewis, “se o espírito estiver fechado, é porque a mente
está fechada”.
Portanto, a falência da essência
humana é veraz e se ela não for tratada sob a luz de Jesus Cristo, o homem
continuará doentio. A busca do conhecimento humano, não aceitando
intrinsecamente a sua falibilidade, será incessante. Anos serão dispensados sem
qualquer retorno. Ao passo que a psicoterapia dada gratuitamente pelo mestre da
Galiléia traz paz e vida eterna, pois ele diz: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.”
Parece que por orgulho preferimos outras palavras: “contudo não quereis vir a mim para terdes vida”.
Que a sua mente se abra para a luz
de Deus e que o seu coração possa se abrir para conhecer a Jesus Cristo, a fim
de que o seu interior seja curado, pois pelas suas pisaduras somos sarados a
cada novo dia.
Bibliografia
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DUARTE, M.H.B.; DUARTE, J.B. Noções de Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 1966.
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HODGES, A.G. Jesus: an interview across time. New York: Bantam Books,
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FREUD, E.L.; MENG, H. Cartas entre Freud & Pfister
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