Hoje me deparei com o Livro O Deus Desconhecido do pr. Syl Farney. Realmente agradeço a Deus porque nem todos os profetas estão calados, amortecidos ou corrompidos! O prefácio do livro, aberto pelo Dr. Silmar Coelho é por demais certeiro. Um tiro no centro de tudo o que tenho visto e observado no meio da igreja. Achei que estava sozinho, perdido e confuso com meu olhar para a igreja atual, mas quão tranquilizador (e ao mesmo tempo aterrorizador) foi ler aquilo que outras pessoas também estão observando no meio evangélico. Segue abaixo parte do prefácio:
"A Igreja vive um paradoxo. Constrói templos cada vez maiores, mas vê o mundo que deveria transformar cada vez mais corrompido. Multiplica o seu crescimento, mas cada vez menos a sua efetividade na sociedade. Seus líderes estão cada vez mais preparados, no entanto, lutam cada vez mais por poder. Defende a unidade e continua dividida. Arrecada cada vez mais dinheiro, mas gasta cada vez menos em missões e evangelismo.
Tem cada vez mais estratégias, mas cada vez menos comunhão. Seus membros estão à procura de bênçãos, mas não em busca do Deus que dá as bênçãos. Realiza cada vez mais programas e cada vez menos reuniões de oração. Celebra a alegria, porém não conhece o quebrantamento. Prega salvação sem anunciar a cruz como o único meio que salva.
Seus membros adquirem mais diplomas, mas menos sabedoria; maior conhecimento, mas menor bom senso. Há mais conselheiros e terapeutas e mais doenças; mais academias e menos bem-estar. Diz amar, mas não sabe expressar amor ao pecador. Escuta, mas não sabe ouvir. Fala muito, mas se comunica pouco. Isola-se facilmente e perdoa com dificuldade. Ao enriquecer, empobrece.
Instrui muito, mas não aplica o que ensina de modo efetivo. Planeja muito, mas realiza pouco. Trabalha demais e pouco produz. Tem mais relações e menos intimidade. Prega contra o divórcio, mas não consegue que os casais e até seus líderes não se divorciem. Numa era de tanto conhecimento, Deus é cada vez mais desconhecido."
Quando vejo igrejas que se perdem nas suas construções intermináveis de seus templos, meu coração vai com as sensíveis palavras de Khalil Gibran: "Jesus não veio ao mundo para que construíssemos suntuosas catedrais ao lado de casebres miseráveis; Ele veio fazer do homem o templo e do seu coração o altar". Palavras de um sábio libanês que foi educado em uma família católica-maronita, cujo teor das mesmas tem profundidade maior do que uma grande maioria dos líderes evangélicos.
Assim diz o pr. Syl: "Hoje, no Brasil somos milhões de evangélicos, mas não somos relevantes. Nunca fomos tantos e ao mesmo tempo tão fracos."
Fiquei pensando que nunca tivemos tantos políticos evangélicos que pouca diferença tem feito para influenciar um Brasil a temer a Deus em todas as esferas político-sociais.
Ainda continua ele relatando acerca do mercado religioso que veio desde os tempos de Jesus: "O comércio da religião no entorno do templo era sórdido e inescrupuloso. Imagine um pobre judeu que caminhou quilômetros a pé ou andou no lombo de um jumentinho, com sua família. Quando chega à porta, o porteiro diz que o animal não serve. O que fazer? Perder a viagem? Voltar quilômetros? Não, há uma saída próxima, fácil e rápida. É só ir a uma das barracas de vendedores e negociar. Certamente aquele mesmo cordeiro seria vendido para outro camponês desesperado."
O que temos visto senão algo semelhante? As pessoas vão famintas para ouvir uma palavra e os "pastores" dizem que a fé deles nada vale, portanto, precisam usar a fé que eles, líderes, tem, pois do contrário, Deus não ouvirá o clamor. Não resolve dar o dízimo, é necessário agora o trízimo! Não é a venda de toalhas, fitas espanta mal-olhado, rosas, etc. que tem tomado as igrejas neo-pentecostais dos dias de hoje? Seja sincero, que diferença existe entre o relatado no parágrafo acima e neste último?
Que Deus tenha misericórdia de nós!
Escrito e publicado aqui por Éber Stevão
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