sexta-feira, 29 de junho de 2012

COMBATENDO HERESIAS E HEREGES - PARTE II

Nessa parte II iremos ver a principal base bíblica para que seja defendida a vinda de Cristo somente após a tribulação, ou, o pós-tribulacionismo e porque não é bíblico o termo "arrebatamento". Espero que você leia o texto abaixo com o coração aberto para receber a verdade bíblica. O intuito não é lhe confundir e sim esclarecer um assunto tão atribulado no meio evangélico.


A única passagem sobre o arrebatamento
         Para decidir quando o arrebatamento irá acontecer, precisamos ir até as passagens da Bíblia que falam sobre o arrebatamento para ver o que ela diz a esse respeito. O problema é que existe somente uma passagem sobre o arrebatamento na Bíblia e ela se encontra em I Tessalonicenses 4:17 que diz assim: "Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." Passaremos a chamar essa passagem de texto único do arrebatamento.
         Somente o apóstolo Paulo, em toda a Bíblia, menciona a igreja sendo arrebatada nos ares e somente uma vez. Uma vez que a passagem bíblica acima é a única que menciona o arrebatamento, todas as outras passagens que são tidas como "textos sobre o arrebatamento" terão que obrigatoriamente ter algum tipo de conexão com aquele verso, porque do contrário ou Paulo está delirando ou o Espírito Santo não inspirou esse trecho bíblico. Ora, muito bem sabemos nós que essas duas derivações não são verdadeiras.
         Segue o desafio: como alguém poderia defender a existência de uma outra passagem bíblico sobre o arrebatamento, que não aquela citada acima, sem antes primeiro provar que esse evento está descrito dentro do texto de Paulo? Isso é muito importante para a discussão em questão porque a passagem bíblica mais próxima à citada acima é aquela citada por Jesus que diz assim: "...e depois da tribulação daqueles dias..." (ver texto inteiro em Mateus 24:27-31)  
         Uma outra passagem que os defensores do arrebatamento secreto defendem é a de I Coríntios 15:23, 52 onde está escrito: "Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." Apesar de que é possível concordar que este texto esteja descrevendo o mesmo evento, o arrebatamento não é, de forma alguma, nem distorcendo o texto, mencionado nele. Não é possível forçar um texto bíblico para que ele expresse o que nós desejamos e não o desígnio ou propósito que o Espírito Santo deseja dele. Por isso que a palavra (escrita) sem o Espírito é morta.
         Qual seria o motivo (a semelhança) para conectarmos esses dois eventos, o de Tessalonicenses com este de Coríntios? Ambas as passagens mencionam trombeta e a ressurreição dos crentes. Por causa disso, podemos concluir que são o mesmo acontecimento. Como já foi acima, o texto bíblico de Mateus tem muito mais coisas em comum com aquele texto único do arrebatamento. Veja as similaridades:   


I Tessalonicenses 4:15-17
Mateus 24:27-31
I Coríntios 15:52
1. Chamada de he parousia, “a vinda” (verso 15)
2. O Senhor descendo dos céus. (verso 16)
3. "...com eles nas nuvens". (verso 17)    
4. Arcanjo está presente. (verso 16)
5. Grito e trombeta de Deus. (verso 16)
6. Os mortos em Cristo irão ressuscitar. (verso 16)
7. Somos levados para encontrar com ele. (verso 17) 
 1. Chamada de he parousia, “a vinda” (verso 27)
2. Jesus aparece nos céus (30)
3. Vindo nas nuvens. (verso 30)
4. Anjos estão presentes. (verso 31)
5. Grande som de trombeta (verso 31)
6. ---

7. Ajuntamento dos eleitos. (verso 31)
1. Chamada de he parousia, “a vinda” (verso 52)
2. ---
3. ---

4. ---

5. Na última trombeta. (verso 52)
6. Os mortos serão ressuscitados (verso 52)
7. --- 

         
          Existem seis coincidências entre os textos de Tessalonicenses e Mateus, porém apenas 3, entre Tessalonicenses e Coríntios.
          Então o termo "O arrebatamento" é incorreto/ruim?
          Pode ser que seja uma surpresa para você o que escreverei abaixo, mas a palavra "arrebatamento" não está na Bíblia; esse termo não existe! Então nem é o fato de ser um termo censurável.
         Quando nós passamos a compreender que a Palavra de Deus vemos que ela não fala acerca do arrebatamento mas que na vinda do Senhor Jesus Cristo, nós seremos arrebatados (levados), daí sim surge a palavra, isso traz nova luz nessa discussão toda. Desta forma, é bem confuso falar sobre o arrebatamento de forma isolada, pois é possível que alguém passe a perguntar: "mas quando será o arrebatamento?" E essa pergunta tem surgido e os pastores/líderes tem se contorcido para explicar um evento que não existe isoladamente. Destarte, essas duas condições não podem, de forma alguma, serem dissociadas.  
          A Bíblia somente menciona "a vinda do Senhor" e ela afirma que quando Jesus vier nós seremos levados, arrebatados, tomados ao o seu encontro. Então o arrebatamento depende da segunda vinda de Cristo? Seguramente.
          Mas os pré-tribulacionistas sempre falam sobre o arrebatamento (isolado e, por cima, secreto) e a segunda vinda de Jesus como se esses dois eventos fossem separados, distintos. O pior, ainda dizem que os pós-tribulacionistas é que confundem esses dois eventos pois os últimos acreditam que é apenas um; a mesma coisa. Bonito serviço, além dos pré-tribulacionistas fazerem uma lambança bíblica, colocam a culpa nos pós-tribulacionistas.
          A Bíblia não faz distinção, pelo contrário, usa a palavra "vinda" (parousia) mesmo quando se esperaria que a palavra arrebatamento fosse usada, se é que existisse dois eventos distintos.
          É interessante notar que o Novo Testamento usa outras duas palavras para descrever o retorno do Senhor Jesus, e mais uma vez, não há distinção entre essas palavras. Os termos são apokalupsis que significa "revelação" e epiphaneia, "aparição". Ambas palavras gregas são usadas como a esperança da igreja (ver I Coríntios 1:7; II Timóteo 4:1,8; Tito 2:13; 1 Pedro 1:7,13; 4:13) e claramente em uma passagem da segunda vinda (II Tessalonicenses 1:7; 2:8).
          Certamente que seria muito estranho que os escritores do Novo Testamento, inspirados pelo Espírito Santo, usassem três palavras diferentes, de forma intercambiável, para descrever dois eventos completamente diferentes que são separados um do outro, segundo os pré-tribulacionistas, por sete anos.
           Resumindo, seria confuso Deus permitir o uso de três palavras díspares para falar de dois eventos diferentes sem que esses eventos fossem claramente explicados e distinguidos. No mínimo, nós esperaríamos que o Espírito Santo determinasse que fossem usadas palavras distintas para eventos distintos, quem sabe até mesmo as palavras arrebatamento e segunda vinda.
          Agora, como poderemos nós fazer essa diferença se a própria Palavra de Deus não a faz? Também não podemos assumir a postura: "mas vai que existe o arrebatamento!" Isso é ser imaturo e infantil na fé.

Escrito e publicado aqui por Éber Stevão

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