É, mas essa não é a tônica da "quase" totalidade (com raras exceções) dos atuais pastores/líderes evangélicos, infelizmente.
Na semana passada, ouvia no rádio uma entrevista com um político cristão, presidente e diretor de uma rádio evangélica. Ela estava falando sobre seu ministério de missões e suas próximas viagens para o continente Africano. Ele comentou rapidamente sobre a divisão do país chamado Congo, ex-república do Zaire, que se dividia em Congo Belga e Congo Francês. Falou que era um país muito pobre e que as pessoas das cidades do interior se mudavam para a capital devido ao altíssimo (acima de 90%) índice de espancamentos e estupros da população feminina, infantil e senil por membros do exército Congolês.
Impressionante! Um pastor missionário, político, com capacidade de muito ofertar a um povo tão pobre, carente em todos os sentidos e por demais sofrido. Mas não, a preocupação era pagar seu gasto com a viagem para “pregar o evangelho”.
Para quem nunca viajou para a África, não conseguirá divisar o quão grave é a pobreza daquele povo. Eu já vi de perto, mais de uma vez, o quanto os Africanos de vários países, se quer conseguem fazer uma refeição miserável por dia.
Quando estive em Angola, há alguns anos, levamos muita literatura e mantimento. Dividíamos com um coração muito agradecido a Deus as nossas refeições com muitos pastores e irmãos que, todos os dias, nos visitavam para aproveitar a disponibilidade de alimentos.
Vamos ler na Bíblia como se comportou Jesus diante de situação similar.
Na primeira multiplicação de alimentos, em Mateus 15:29-32,36,37 está escrito: “Partindo Jesus dali, chegou ao pé do mar da Galiléia; e, subindo ao monte, sentou-se ali. E vieram a ele grandes multidões, trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e outros muitos, e lhos puseram aos pés; e ele os curou; de modo que a multidão se admirou, vendo mudos a falar, aleijados a ficar sãos, coxos a andar, cegos a ver; e glorificaram ao Deus de Israel. Jesus chamou os seus discípulos, e disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho. Tomou os sete pães e os peixes, e havendo dado graças, partiu-os, e os entregava aos discípulos, e os discípulos á multidão. Assim todos comeram, e se fartaram; e do que sobejou dos pedaços levantaram sete alcofas cheias.” (Ênfase minha)
Na segunda multiplicação de alimentos, em Marcos 6:30-44 está escrito: “Reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer. Retiraram-se, pois, no barco para um lugar deserto, à parte. Muitos, porém, os viram partir, e os reconheceram; e para lá correram a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles. E Jesus, ao desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. Estando a hora já muito adiantada, aproximaram-se dele seus discípulos e disseram: O lugar é deserto, e a hora já está muito adiantada; despede-os, para que vão aos sítios e às aldeias, em redor, e comprem para si o que comer. Ele, porém, lhes respondeu: Dai-lhes vós de comer. Então eles lhe perguntaram: Havemos de ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer? Ao que ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver. E, tendo-se informado, responderam: Cinco pães e dois peixes. Então lhes ordenou que a todos fizessem reclinar-se, em grupos, sobre a relva verde. E reclinaram-se em grupos de cem e de cinquenta. E tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou; partiu os pães e os entregava a seus discípulos para lhos servirem; também repartiu os dois peixes por todos. E todos comeram e se fartaram. Em seguida, recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixe. Ora, os que comeram os pães eram cinco mil homens.”
Impressionante, tudo de graça, com Graça!
Há aqueles líderes que dirão: “Ahhh, mas isso foi com Jesus né, nós somos humanos e precisamos (sugar) do dízimo, do dinheiro do povo para poder fazer a ‘obra’. Esse Jesus é tão bom que chega a ser outro evangelho que ele pregava”. Pergunto eu: “Que obra? Obra de quem?” É, realmente, é outro Evangelho mesmo, ou melhor, é o único Evangelho.
Se você também pensa em algum dia ir para a África fazer missões e arrecadar uns pobres trocados que, sabe só Deus, talvez estivessem sendo guardados para comprar um pão ou uma batata para dar de comer aos seus filhos, hoje, em nome de Jesus Cristo lhe digo: “Não vá, fique em casa e não faça do Evangelho de Cristo uma vergonha. Não se meta a fazer o que não foi chamado a fazer!”
Caro missionário político, a quem dirijo este breve texto, saiba que um dia iremos prestar contas a Deus pelo que fizemos e certamente o Pai Eterno lhe mostrará, como um filme, qual foi a verdadeira intenção do seu coração. Deixemos para que Ele assim o faça naquele dia final, mas até que ele chegue, não macule a Palavra de Deus com uma falsa pretensão de amor ao próximo.
Fica aqui a mensagem: “Dê graça recebeste, de graça dai.” (Mateus 10:8)
Publicado e escrito aqui por Éber Stevão.
Ele dissera que já tinha ido para aquele país e que em um dos cultos fora levantada uma oferta para ele com um saco que pesava aproxidamente 50 quilos com o dinheiro local. Ele mesmo disse que quando viu aquilo pensou: “pelo menos minhas despesas com a viagem serão pagas”. Porém, continou, quando foi feita a conversão do dinheiro, não passou de R$ 20,00 (vinte reais), dinheiro que “não pagou se quer um dia do hotel” onde ficara.
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