No dia 07/07/2009 o papa Bento XVI defendeu, na terceira encíclica de seu papado, uma nova ordem financeira internacional, pautada pela ética e pela dignidade, guiada pela busca pelo bem comum. Essa encíclica é intitulada "Caritas in Veritate - Caridade na Verdade".
Entre as 144 páginas dessa encíclica, ele escreve assim: "O lucro é útil quando serve de meio para um fim. Quando o lucro torna-se o único objetivo, quando é gerado por meios impróprios, sem ter o bem comum como principal fim, corre-se o risco de destruir a riqueza e criar a pobreza. A economia precisa de ética para que funcione corretamente, não qualquer ética, mas a ética da qual as pessoas sejam o centro." Ainda, ele pediu aos países ricos que aumentem a ajuda aos países mais pobres para eliminar a fome no mundo, afirmando que a paz e segurança dependem disso.
É fácil para um papa falar quando está assinando uma encíclica com uma caneta Mont Blanc e um anel de ouro puro que quase não cabe na falange proximal do seu dedo anelar da sua mão direita (http://economia.uol.com.br/ultnot/2009/07/07/ult4294u2749.jhtm). O difícil mesmo é abandonar a opulência de um dos Estados mais ricos do mundo, o Vaticano, para efetivamente demonstrar em ações o amor ao próximo.
Usou na sua encíclica a palavra caridade, do grego caritas que quer dizer complacência, benevolência, no popular, dar esmola. Mesmo que a palavra caridade no grego tenha o mesmo significado de amor agapeo, ele não fez questão de empregar a palavra caridade no grego. Preferiu deixar o termo caridade para o discernimento e a interpretação de cada um. Isso é reforçado pelo fato de que sua encíclica versa somente sobre a caridade em latim caritas, tendo o sentido apenas de ajudar ao menos valido, ao carente. Mas “...amarás o teu próximo como a ti mesmo.”(Mateus 22:37b)? Isso é outra coisa; é outro mandamento e o Vaticano não se preocupa em seguir esse mandamento de Jesus. Muito menos aquele outro: "...se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me." (Lucas 9 : 23). Cruz? Negar-se a si mesmo? Para que, se existe tanto estocado nas dispensas vaticanas?
Ele não fez questão de usar a palavra amor no sentido fileo muito menos o amor agapeo. O amor fileo é o amor fraterno, altruísta, comunitário, interessado no bem-estar dos outros, contrário ao egoísmo. O amor agapeo é aquele amor profundo, sobrenatural, não interesseiro, encontrado em Deus, mas que somos chamados a vê-lo em Cristo Jesus, a fim de sermos iguais a Ele.
No seu texto intitulado Abençoado Vaticano Cada Vez Mais Rico (http://pagina-um.blogspot.com/2007/09/abenoado-vaticano-cada-vez-mais-rico.html), Jorge Messias escreveu assim: “Ratzinger criou agora a fama, entre as elites capitalistas, de ser um grande gestor. Num só ano de papado, o 'óbolo de S. Pedro' aumentou 75 milhões de euros. Não só devido ao regresso à liturgia obscurantista mas também por altas manobras da banca do Vaticano. Só o Governatorato (administração do Estado Pontifício) fechou 2006 com lucros de 228 milhões de euros”. A tão celebrada Presidência da Europa está a terminar e as chefias portuguesas nada mais conseguiram senão agravar os problemas já existentes. Kosovo, Turquia e Afeganistão, imigração, segurança, bolsas de pobreza, desemprego, inflação, tudo na comunidade européia vai de mal a pior. Com os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres, os fortes cada vez mais fortes."
Mas vamos retroceder um pouco mais, lendo as notícias que vieram diretamente de lá. "ROMA - O Vaticano fechou seu balanço de 2005 com um lucro de 9,7 milhões de euros, o que está sendo considerado o valor mais significativo dos últimos oito anos, devido ao 'bom andamento das atividades financeiras', segundo o presidente da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé, cardeal Sergio Sebastiani. Este resultado foi qualificado por Sebastiani como uma 'boa notícia'. Em entrevista coletiva, o cardeal explicou que este lucro é uma melhora de 6,6 milhões de euros se comparado com o resultado do balanço de 2004. O relatório mostra que o Vaticano gastou cerca de sete milhões de euros com o processo de transição entre a morte do papa João Paulo II e a reunião do Conclave para a escolha de seu sucessor, Bento XVI. Os custos em 2005 com conferências episcopais, dioceses, institutos religiosos e outras entidades também cresceram, para 121,6 milhões de euros, mais do que os 101,6 milhões em 2004. Em 2005, o chamado Óbolo de São Pedro, formado pelas doações recebidas pelo papa destinadas a obras de caridade, foi de US$ 59,4 milhões de dólares."
É justo gastar tanto (7 milhões de euros) em um processo transitórios entre papas que são seres humanos como quaisquer outros que necessitam da misericórdia, graça e do perdão do Senhor Jesus Cristo no último dia? Compare os valores absurdos gastos (em euros) nos anos de 2004 e 2005 com as conferências, dioceses, etc. com a quantia empregada em obras de caridade em dólares no ano de 2005.
Luiz Carlos, em seu blog (http://espiritualidades.blogspot.com/2009/07/veritas-in-caritate-versus-caritas-in.html), escreveu sobre o título Veritas in caritate versus Caritas in veritate. Veja algo interessante que ele diz: "Acaba de ser aberta e difundida a nova carta encíclica de Bento XVI, Caritas in veritate, 'sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade'. Melhor seria que o papa tivesse partido, nesta sua carta encíclica, da verdade para a caridade. Veritas in caritate. Porque a Verdade Amada e Praticada é que nos faz livres. E só na Liberdade que brota da Verdade Amada e Praticada é que o Amor se torna fonte de desenvolvimento integral do Humano. De contrário, acaba na Caridadezinha, que é a outra face da Exploração. Sem Verdade Amada e Praticada, nem o Amor o chega a ser. Depressa redunda em Submissão, em Subalternidade, em Vassalagem. O Amor só é Amor Criador do Humano, quando nasce da Verdade Amada e Praticada. Do alto do seu trono papal; do alto da sua Cúria Romana; do alto do seu Poder monárquico absoluto, Bento XVI desconhece a Liberdade que brota como fruto da Verdade Amada e Praticada. O Poder Praticado, para mais, monárquico e absoluto, é que discorre, de discorrer, sobre desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade. Porque pensa que é pela Caridadezinha que chegamos a ser humanos. Quando só a Verdade Amada e Praticada nos faz livres. E sem esta premissa, o desenvolvimento nunca chega a ser humano, muito menos integral."
Entre as 144 páginas dessa encíclica, ele escreve assim: "O lucro é útil quando serve de meio para um fim. Quando o lucro torna-se o único objetivo, quando é gerado por meios impróprios, sem ter o bem comum como principal fim, corre-se o risco de destruir a riqueza e criar a pobreza. A economia precisa de ética para que funcione corretamente, não qualquer ética, mas a ética da qual as pessoas sejam o centro." Ainda, ele pediu aos países ricos que aumentem a ajuda aos países mais pobres para eliminar a fome no mundo, afirmando que a paz e segurança dependem disso.
É fácil para um papa falar quando está assinando uma encíclica com uma caneta Mont Blanc e um anel de ouro puro que quase não cabe na falange proximal do seu dedo anelar da sua mão direita (http://economia.uol.com.br/ultnot/2009/07/07/ult4294u2749.jhtm). O difícil mesmo é abandonar a opulência de um dos Estados mais ricos do mundo, o Vaticano, para efetivamente demonstrar em ações o amor ao próximo.
Usou na sua encíclica a palavra caridade, do grego caritas que quer dizer complacência, benevolência, no popular, dar esmola. Mesmo que a palavra caridade no grego tenha o mesmo significado de amor agapeo, ele não fez questão de empregar a palavra caridade no grego. Preferiu deixar o termo caridade para o discernimento e a interpretação de cada um. Isso é reforçado pelo fato de que sua encíclica versa somente sobre a caridade em latim caritas, tendo o sentido apenas de ajudar ao menos valido, ao carente. Mas “...amarás o teu próximo como a ti mesmo.”(Mateus 22:37b)? Isso é outra coisa; é outro mandamento e o Vaticano não se preocupa em seguir esse mandamento de Jesus. Muito menos aquele outro: "...se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me." (Lucas 9 : 23). Cruz? Negar-se a si mesmo? Para que, se existe tanto estocado nas dispensas vaticanas?
Ele não fez questão de usar a palavra amor no sentido fileo muito menos o amor agapeo. O amor fileo é o amor fraterno, altruísta, comunitário, interessado no bem-estar dos outros, contrário ao egoísmo. O amor agapeo é aquele amor profundo, sobrenatural, não interesseiro, encontrado em Deus, mas que somos chamados a vê-lo em Cristo Jesus, a fim de sermos iguais a Ele.
No seu texto intitulado Abençoado Vaticano Cada Vez Mais Rico (http://pagina-um.blogspot.com/2007/09/abenoado-vaticano-cada-vez-mais-rico.html), Jorge Messias escreveu assim: “Ratzinger criou agora a fama, entre as elites capitalistas, de ser um grande gestor. Num só ano de papado, o 'óbolo de S. Pedro' aumentou 75 milhões de euros. Não só devido ao regresso à liturgia obscurantista mas também por altas manobras da banca do Vaticano. Só o Governatorato (administração do Estado Pontifício) fechou 2006 com lucros de 228 milhões de euros”. A tão celebrada Presidência da Europa está a terminar e as chefias portuguesas nada mais conseguiram senão agravar os problemas já existentes. Kosovo, Turquia e Afeganistão, imigração, segurança, bolsas de pobreza, desemprego, inflação, tudo na comunidade européia vai de mal a pior. Com os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres, os fortes cada vez mais fortes."
Mas vamos retroceder um pouco mais, lendo as notícias que vieram diretamente de lá. "ROMA - O Vaticano fechou seu balanço de 2005 com um lucro de 9,7 milhões de euros, o que está sendo considerado o valor mais significativo dos últimos oito anos, devido ao 'bom andamento das atividades financeiras', segundo o presidente da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé, cardeal Sergio Sebastiani. Este resultado foi qualificado por Sebastiani como uma 'boa notícia'. Em entrevista coletiva, o cardeal explicou que este lucro é uma melhora de 6,6 milhões de euros se comparado com o resultado do balanço de 2004. O relatório mostra que o Vaticano gastou cerca de sete milhões de euros com o processo de transição entre a morte do papa João Paulo II e a reunião do Conclave para a escolha de seu sucessor, Bento XVI. Os custos em 2005 com conferências episcopais, dioceses, institutos religiosos e outras entidades também cresceram, para 121,6 milhões de euros, mais do que os 101,6 milhões em 2004. Em 2005, o chamado Óbolo de São Pedro, formado pelas doações recebidas pelo papa destinadas a obras de caridade, foi de US$ 59,4 milhões de dólares."
É justo gastar tanto (7 milhões de euros) em um processo transitórios entre papas que são seres humanos como quaisquer outros que necessitam da misericórdia, graça e do perdão do Senhor Jesus Cristo no último dia? Compare os valores absurdos gastos (em euros) nos anos de 2004 e 2005 com as conferências, dioceses, etc. com a quantia empregada em obras de caridade em dólares no ano de 2005.
Luiz Carlos, em seu blog (http://espiritualidades.blogspot.com/2009/07/veritas-in-caritate-versus-caritas-in.html), escreveu sobre o título Veritas in caritate versus Caritas in veritate. Veja algo interessante que ele diz: "Acaba de ser aberta e difundida a nova carta encíclica de Bento XVI, Caritas in veritate, 'sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade'. Melhor seria que o papa tivesse partido, nesta sua carta encíclica, da verdade para a caridade. Veritas in caritate. Porque a Verdade Amada e Praticada é que nos faz livres. E só na Liberdade que brota da Verdade Amada e Praticada é que o Amor se torna fonte de desenvolvimento integral do Humano. De contrário, acaba na Caridadezinha, que é a outra face da Exploração. Sem Verdade Amada e Praticada, nem o Amor o chega a ser. Depressa redunda em Submissão, em Subalternidade, em Vassalagem. O Amor só é Amor Criador do Humano, quando nasce da Verdade Amada e Praticada. Do alto do seu trono papal; do alto da sua Cúria Romana; do alto do seu Poder monárquico absoluto, Bento XVI desconhece a Liberdade que brota como fruto da Verdade Amada e Praticada. O Poder Praticado, para mais, monárquico e absoluto, é que discorre, de discorrer, sobre desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade. Porque pensa que é pela Caridadezinha que chegamos a ser humanos. Quando só a Verdade Amada e Praticada nos faz livres. E sem esta premissa, o desenvolvimento nunca chega a ser humano, muito menos integral."
Obviamente que só Jesus Cristo é a Verdade. Jesus disse que Ele era a Verdade (ver João 14:6). Precisamos amar profundamente a Jesus e praticar a Verdade dEle.
Como dar crédito a uma conversa fiada, onde o principal orador não segue o exemplo da simplicidade material e humildade encontrados em Cristo Jesus? Que pena, um homem que deveria simbolizar o amor verdadeiro, apenas deixou, em palavras fúteis, um "sinal" de preocupação com os mais pobres do mundo.
É isso aí.
Escrito e publicado aqui por Éber Stevão
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