sexta-feira, 27 de maio de 2011

SANTA CEIA - UMA REFLEXÃO E MEDITAÇÃO NECESSÁRIAS PELOS EVANGÉLICOS

Sejamos honestos, afinal de contas, quem são os verdadeiros responsáveis por desviar a Igreja de Cristo da verdade? As heresias e falsas práticas vão entrando no meio do povo evangélico devido a falta de firmeza dos líderes/“pastores” que ao invés de obedecerem a Palavra de Deus e apascentarem o rebanho de Cristo (João 21:15-17; Atos 5:42 e 20:27-28; 1 Timóteo 3:2 e 4:13; 2 Timóteo 2:24; 1 Pedro 5:1-3), preferem agradar aos seus fiéis nos seus desejos pessoais. Seguir a Bíblia não diz respeito a fazer a vontade de ninguém, mas sim, e tão somente, do Mestre. E este é o meu desejo, que você leitor, conheça os propósitos divinos a respeito da ceia de Cristo.


Tenho presenciado alguns casamentos nos últimos meses e observado que parece ter se tornado uma moda os noivos celebrarem, sozinhos, a santa ceia, enquanto o restante dos convidados ficam esperando com cara de tacho como quem aguarda para ver no que vai dar. Há um sentimento desconfortante, tão somente. Mas quem está tolerando esse ato de nenhuma indicação bíblica para um casamento? O próprio pastor oficializante do casório. Quem sabe dentro em breve veremos esse proceder como um mais um dos “sacramentos” neo-pentecostais!

A falta de conhecimento da Igreja a respeito da ceia, seus valores e propósitos, é algo de assustar. O conceito que os evangélicos parecem ter acerca dela é completamente antagônico, quando comparado com os princípios bíblicos e éticos que norteiam o mandamento sobre a sua celebração.

Por que digo acima “nada bíblico”? Porque a ceia foi instituída por Jesus Cristo para que Ele fosse lembrado quando os seus seguidores se reunissem. O Espírito Santo a instituiu como ordenança sagrada para a Igreja do Senhor.
Vamos ver alguns textos bíblicos. A Bíblia diz assim em Mateus 26:26-28: “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: bebei dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.” (Ênfase minha)

Assim sendo, a ceia faz-nos lembrar de que Cristo morreu por nós. Nós quem? O corpo de Cristo, aqueles que se ajuntam no nome dele. Aqueles que vivem por ele. Aqueles que o amam.

Já em 1 Coríntios 11:23-34, um texto um pouco mais longo, o apóstolo Paulo nos ensina e exorta acerca da santa ceia: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem. Mas, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não sermos condenados com o mundo. Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. Se algum tiver fome, coma em casa, a fim de que não vos reunais para condenação vossa.”

Portanto, vemos neste texto que o apóstolo Paulo tinha convicção de que a ceia não era para um ou dois a praticarem sozinhos, mas sim, no ajuntamento do povo de Deus, por circunstância de relembrarem o motivo de estar juntos, para promover o aperfeiçoamento do corpo de Cristo, uma vez que assim somos chamados em 1 Coríntios 12:27 e Efésios 1:23.

A santa ceia diz respeito a cultivar a comunhão com Cristo e com sua Igreja. Comunhão tem sua origem na palavra grega koinonia, que é o ato ou condição de compartilhar das mesmas idéias, propósitos, valores, sentimentos, aflições, fé e amor. (Por favor leia os textos bíblicos de Atos 2:42, 44; 4:32; 2 Coríntios 8:23; 9:13; Romanos 11:7; 15:26; Gálatas 2:9; Filipenses 1:5, 7; 1 Pedro 5:1; 1 João 1:3).

Uma vez que a ceia do Senhor é um ato de comunhão, então, não pode ser compartilhada por aqueles que não estão comunhão com ele e com os demais participantes do seu corpo. Podemos dizer certamente que a ceia nasce da unidade e produz a união. A ceia, portanto, é a continuidade da nossa comunhão e não o princípio da mesma. Essa comunhão deve ser alcançada antes da celebração da ceia e não no momento da sua participação.

A ceia tem um caráter festivo e deve transmitir alegria. Jamais concordei com aqueles cultos ou cerimônias que fazem da ceia um enterro. O culto é mais fúnebre do que as aparições do Zé do Caixão.

Sem dúvida, ela é a reunião mais importante da Igreja de Cristo e não de um casal. Os membros da Igreja de Cristo ao participarem do pão e do vinho, participam de tudo quanto Cristo fez em prol de suas vidas. Não é a Igreja ou o casal que oferece a Cristo a possibilidade de participar de uma comunhão ou união conjugal, mas sim aceitar humilde e definitvamente que Cristo se ofereceu de uma vez para sempre (Hebreus 7:27; 9:25,26; 10:10; 12:14,18). Ele nos deu o seu próprio corpo massacrado ali na cruz do calvário, seu sangue, derramado abundantemente, para que tivéssemos a redenção.

Por isso, quando a Igreja, e não somente os noivos no dia do seu casamento, se reunir para celebrar a ceia de Cristo, deverão participar da celebração todos os que estiverem em comunhão com Cristo.

É imperativo que os líderes se empenhem de forma contínua no ensino substancial, verdadeiro e sobre tudo eficaz da Palavra do Senhor Jesus. Todo e cada participante da ceia de Cristo deve saber: por que participo da santa ceia? Como devem ser as condições para eu celebrá-la? Qual a sua relação com o sacrifício de Cristo? Quais são as bênçãos que recebe por celebrá-la? Por desconhecimento do que realmente representa a santa ceia, talvez uma grande maioria a celebra como se fosse uma tradição igrejística e não mais como uma das ordenanças de Cristo à Sua própria Noiva.

No final de tudo, ainda tem-se que tolerar aqueles que dizem: “O casamento é deles e eles fazem o que bem querem”. Ou aqueles que são mais fariseus ainda: "essa ceia simboliza o casamento de Cristo com a sua Noiva". Certamente, mas um erro não justifica o outro e com as ordenanças bíblicas não se faz como bem se quer. Agora imagine você se a cada comemoração de aniversário, alguém desejasse anualmente ser batizado nas águas? Ou quem sabe, a cada nascimento de um filho, uma santa ceia para dar a criança? Esse é o evangelho do “só meu”, “meu mundinho”, “meu desejo”, “minha vontade”, “meu querer” e o que os outros pensam não “me interessa”. Nada mais egocêntrico e mesquinho do que essa vida “cristã”.

Que o Senhor nos livre de nós mesmos!

Escrito e publicado aqui por Éber Stevão.

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